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Este respectivo subtítulo tem o objetivo de fazer uma explanação sobre o conceito aborto, como também os diversos casos de aborto definindo a sua moralidade. E ainda, tratará de conceituar o que se deve entender sobre anencefalia.

Etimologicamente, aborto tem a sua origem no latim – abortus – que significa privação de nascimento conforme o seu prefixo ab, que quer dizer privação, e ortus, que significa nascimento.

Alguns autores preferem o termo abortamento para designar a interrupção dolosa da gravidez, antes do sexto mês, com o argumento de que aborto seria o produto desta intervenção, e porque a palavra abortamento guardaria maior significação técnica. Entretanto, o termo, na forma contrária, é o mais comumente utilizado, seja popularmente, seja na linguagem erudita e ambos possuem o mesmo sentido. Ademais, aborto, pela sua sinonímia revela, por si só, o caráter de abortar.229

Procurando uma conceitualização para a maioria das correntes filosóficas, médicas e religiosas pode-se dizer:

Seria a expulsão ou extração de toda ou qualquer parte da placenta ou das membranas, sem um feto identificável, ou de um recém-nascido vivo ou morto, que pese menos de quinhentos gramas. Na ausência do conhecimento do peso, uma estimativa da duração da gestação de menos de vinte semanas completas, contando desde o primeiro dia do último período menstrual normal, pode ser utilizada. Ou do ponto de vista médico, aborto é a interrupção da gravidez até a 20ª ou 22ª semana, ou quando o feto mede até 16, 5 cm. Este conceito é mundialmente aceito pela literatura médica. Na visão estritamente médica, obstétrica de aborto, a palavra é reservada para a interrupção de gestação até 24 semanas de gravidez, ou seja, até a ocasião em que o feto passa a se tornar capaz de vida, independentemente do útero materno; daí em diante o fato passaria a se chamar parto prematuro. Para se denominar algo como aborto, é indispensável que tenha

      

ocorrido a morte do nascituro, a vida do qual é o valor a ser juridicamente preservado.230

Pode-se destacar diversos casos de aborto numa classificação, que define a sua moralidade, conforme elencados logo abaixo:

a) Aborto involuntário-espontâneo, quando acontece sem nenhuma participação, nem imediata, nem mediata da vontade;

b) Aborto involuntário-culposo, quando acontece por uma ação perigosa à gestação, sem previsão de aborto, feita por uma imprudência;

c) Aborto direto-voluntário ou provocado, quando se faz uma ação direta no ovo fecundado com a intenção de tirar-lhe a vida;

d) Aborto indireto-voluntário é o que acontece previsto, mas não desejado, por concomitância inevitável, por uma ação lícita, que tende por uma natureza a um efeito bom.231

No caso do aborto provocado ou ainda induzido é aquele que incorre pela intervenção especial do homem, sobretudo sob a indicação médica ou terapêutica no intuito de salvaguardar a vida ou a saúde da mãe.

Neste último caso, pode-se relacionar os abortos provocados pelas seguintes indicações:

O aborto eugênico, provocado para se livrar de um nascituro com anomalias, defeitos ou doença fetal já identificados em exames no pré-natal.

O aborto por indicação sócio-econômica, quando é provocado por falta de condições necessárias para criar uma família, tais como, espaço insuficiente para uma moradia adequada, insegurança de emprego, baixo salário, doenças na família, responsabilidade com os idosos, sensibilidade à defesa da qualidade de vida acima de sua quantidade numérica, falta de proteção à mãe solteira e aos filhos excepcionais.

O aborto provocado por indicação psicossocial, por exemplo, o medo da discriminação da mãe solteira, complicação de filho sem pai, desonra da família, incapacidade de tomar conta do filho, medo da gravidez e de seus riscos, falta de vontade de ter filhos ou este filho, para não perder seu emprego, seu sustento ou forma física, gravidez indesejada causada pelo fracasso dos meios anticoncepcionais, as exigências da educação dos filhos entre outros.

       230 Idem, p. 106.

O aborto provocado por indicação ética, ou seja, provocado por razões chamadas morais, como por exemplo, a gravidez resultante de estupro, incesto, adultério, relação fora do matrimônio.

O aborto provocado por indicação cultural, em que a gravidez e, consequentemente a maternidade, vai gerar uma mudança do papel da mulher e da família na sociedade, por exemplo, exigências, compromissos e responsabilidades perante a nova realidade.

O aborto provocado por indicação política, por exemplo, por causa da política de salários, de seguridade social, do serviço de maternidade que reprimem a taxa de natalidade, medo de uma explosão demográfica e de superpopulação, mentalidade antivida.232

O tratamento genético de um feto, que apresente anomalias é eticamente indicado quando se tem por objetivo corrigir, curar ou eliminar alguma deficiência da natureza humana, mas nunca com o objetivo primeiro de eliminar um processo de vida que vai desabrochar em uma pessoa.

Um diagnóstico que ateste a existência de uma deformação ou de uma doença hereditária não deve equivaler a uma sentença de morte. Por conseguinte, a mulher que solicitasse o diagnóstico com a determinada intenção de realizar o aborto caso o seu resultado confirmasse a existência de uma deformação ou anomalia, cometeria uma ação gravemente ilícita.233

No entanto, caso aconteça a perda do feto mediante a aplicação de tal tratamento terapêutico, este caso incorre no conceito ético de duplo efeito, em que a intenção primeira não foi eliminar o feto, mas curar alguma anomalia, mesmo que tal tratamento acabe provocando a interrupção da vida do nascituro.

Diante deste quadro, é aconselhável que se tenha uma prevenção e uma orientação, que vise buscar a assistência médico-curativa ao feto com deficiências, mas o que causa indignação é

a atitude seletiva de acolher somente quem é ‘perfeito’ segundo nossos padrões morais e descartar os considerados ‘imperfeitos’ como não dignos de viver, baseados em um conceito de controle de qualidade de vida que não deixa de ser uma forma refinada de eugenia.234

Buscando uma definição do conceito de anencefalia fetal, pode-se dizer que “consiste na ausência ou grave atrofia do cérebro, órgão que integra normalmente o ser humano em devir,       

232 Cf. PESSINI, Leo e DE PAULO DE BARCHIFONTAINE, Christian. Problemas atuais de Bioética. 9ª edição, São Paulo: Loyola, 2010, p. 338-339.

233 DV I, 2.

anomalia que impede o desenvolvimento vital e normal do concepto.”235 A anencefalia provoca a morte do feto logo após o nascimento. Ou ainda, em palavras curtas, a “anencefalia, literalmente, significa ausência congênita de encéfalo.”236

A protologia do termo deriva do grega: an significa privação de, kephalé significa cabeça; enckephalos (encéfalo), significa aquilo que está dentro da cabeça, neste caso específico, o cérebro. Portanto, anenkephalé (anencefalia), significa literalmente sem cérebro;

anenképhalos (anencéfalo) significa quem é portador de anencefalia.237

A anencefalia é a anomalia fetal mais frequente. Consiste em malformação congênita caracterizada pela ausência total ou parcial do encéfalo e da calota craniana, proveniente defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária, entre os dias 23 e 28 da gestação. Ocorre com maior freqüência em fetos femininos, pois parece estar ligada ao cromossomo X.238

Hoje em dia a medicina pode descrever com precisão a formação da anencefalia, que provém geralmente da genética da mãe. Na quarta semana da vida do embrião, o tubo neural não consegue se fechar completamente ocasionando uma deficiência total ou parcial da constituição do encéfalo. Consequentemente, o epicrânio também sofre defeito não conseguindo se desenvolver e para tal reversão não existe remédio até então conhecido. Para a descoberta e confirmação da anencefalia fetal existe o diagnóstico por ultrassonografia ou por um outro tratamento de imagem intracorporal. No caso do Brasil, anualmente são registradas cerca de 2,7 e 3,0 milhões de crianças vivas e cerca de um caso de anencefalia fetal a cada 1.600 crianças nascidas vivas, o que acaba gerando uma discussão sempre mais frequente em torno de tal anomalia, tanto no meio científico, quanto na esfera do direito.239

A gestação de feto anencefálico pode gerar graves riscos à saúde da gestante afetando- a gravemente tanto em sua integridade física quanto psíquica, tais como, a possibilidade de ocorrência de polidrâmnio, que é a concentração excessiva de líquido amniótico, causando maior distensão do útero e hemorragia. Outro risco que corre a gestante nesta condição é a hipertensão, além dos sofrimentos que lhe são infligidos por saber de que seu feto não sobreviverá.240

      

235 PESSINI, Léo e DE PAULO DE BARCHIFONTAINE, Christian. Op. cit., p. 354.

236 CIPRIANI, Giovanni. O embrião humano. Na fecundação o marco da vida. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 64. 237 Cf. AUGUSTO BARALDI, Ivan e MARIA DINIZ, Nilza. “Reflexões sobre a interrupção da gestação de feto anencéfalo.” Revista Brasileira de Bioética, Brasília, v.3, n. 2, pp. 170-190, 2007, p. 173.

238 CARLOS HOCH, Lothar e H. K. WONDRACEK, Karin. Op. cit., p. 50. 239 Cf. ibidem.

240 Cf. idem, “Reflexões sobre a interrupção da gestação de feto anencéfalo.” Revista Brasileira de Bioética, p. 174.-175.

A anencefalia não é facilmente definível pelos especialistas e sem solução de continuidade, esta má-formação passa de quadros menos graves a quadros de indubitável anencefalia. No plano neurológico, o feto anencéfalo, é gravemente deficiente, visto que lhe faltam as funções que dependem do córtex, ou seja, os fenômenos da vida psíquica, tais como a sensibilidade, a mobilidade, a integração de quase todas as funções corpóreas, porém, permanecem as que dependem do tronco encefálico, como por exemplo, os batimentos cardíacos, a função respiratória e a circulatória.

No entanto, mesmo apesar destas deficiências a nível do encéfalo, é necessário dizer que a anencefalia não equivale à morte cerebral, uma vez que não há dúvidas, tanto no âmbito científico, quanto na moral, que alguém está realmente morto quando ocorre a cessação completa e irreversível de todas as funções do encéfalo em sua totalidade, incluindo, portanto, as do tronco cerebral. Neste momento, é fundamental dizer que o encéfalo, contido na caixa craniana, é formado pelo cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. O cérebro constitui a parte mais volumosa do encéfalo e a mais nobre e é responsável, no sistema nervoso central, pelas funções sensoriais, motoras, sensitivas, psíquicas ou intelectuais do homem. O cerebelo fica na parte posterior do crânio e regula o tônus muscular, o equilíbrio e a coordenação dos movimentos voluntários. O tronco encefálico é a sede dos centros automáticos da vida orgânica, por exemplo, a auto-regulação do ritmo cardíaco, a pressão arterial, a respiração.

As atividades reguladas pelo tronco encefálico são as mais primitivas e constituem o último reduto da vida. Quando cessam até mesmo essas funções automáticas, de modo que o encéfalo não dá mais nenhum sinal de reação a qualquer estímulo e a respiração e a circulação do sangue não se realizam mais autonomamente, e só se obtêm mediante meios artificiais, sem que haja sinais de reversão do quadro, isto quer dizer que o organismo está completamente morto.

A anencefalia é uma malformação congênita que consiste na ausência parcial ou total do encéfalo. A anencefalia total torna impossível qualquer função vital, ao passo que a anencefalia parcial é compatível com algumas expressões de vida orgânica do sujeito. Quando a anencefalia é total, dificilmente a gravidez é levada adiante, concluindo, portanto com um aborto espontâneo, dentro de alguns meses. Mas quando é só parcial, a gravidez pode ser levada a termo e, no concepto podem estar presentes algumas funções vitais, dependentes de forças residuais do tronco encefálico, como a respiração espontânea, o batimento cardíaco, funções renais.241 Portanto, “se existir uma parte cerebral suficiente para sustentar uma vida       

241 Cf. RANGEL, Paschoal. “Uma polêmica inevitável: anencefalia e aborto.” Atualização, Belo Horizonte-MG, v. XL, n.343 e 344, pp. 105-277, [mar./jun.] 2010, p. 257-258.

fisiológica do corpo inteiro, a antropologia eclesial pede o respeito desta vida individual, ainda que precária.”242

No que se trata sobre a sobrevivência do anencéfalo, as porcentagens de nascidos vivos é muito reduzida, isto é, cerca de 40% e 60%, sendo que após o nascimento, somente 8% sobrevivem mais de uma semana e apenas 1% entre um e três meses.

Como se pode observar, mesmo com dados de sobrevivência variáveis, a anencefalia é uma condição fatal e, normalmente, nenhum recém-nascido sobrevive além de três dias. A morte ocorre, principalmente, por insuficiência respiratória causada pela insuficiência das estruturas nervosas de controle ou pela displacia pulmonar.243

Pesquisas, hoje em dia, mostram que em caso de anencefalia, o diagnóstico de tal anomalia pode ser feito a partir de 12 semanas de gestação. Com o uso de aparelhos de ultra- som ou ecográficos, é possível verificar a anencefalia, que é evidente devido à ausência dos hemisférios cerebrais e que 80% dos casos ocorre a interrupção involuntária da gravidez. Após ser diagnosticada não há como curá-la evidenciando total fatalidade dos casos.244 Portanto, embasando-se nesses dados de aborto espontâneo e também sobre o fato de que o anencéfalo teria poucos dias de sobrevivência, há quem proponha a legalidade do aborto provocado de fetos anencéfalos.

Para essas propostas pode-se apontar dois argumentos que vão nos ajudar na reflexão de que a vida, mesmo em tal caso de anomalia, deve ser defendida:

Primeiro, os próprios cientistas afirmam que não há uma garantia de cem por cento de certeza de que o feto humano sofrerá de anencefalia. E em segundo lugar, pode-se fazer a seguinte pergunta: qual é o motivo, verdadeiramente, que está por detrás desta proposta do aborto em caso de anencefalia fetal? Por acaso, é para que a mãe seja privada de correr algum risco durante a gestação? Neste caso, a mãe não corre maiores riscos que correria uma mãe se seu filho fosse perfeito. Será que para poupar o sofrimento do filho depois de seu nascimento ou por que os pais não querem ser incomodados diante de tal deficiência que apresenta o filho?245

O aborto de um feto anencéfalo, o homicídio de um adulto portador de deficiência e a eutanásia de um doente na fase terminal constituem, sempre, diversas facetas de uma mesma tendência: eliminar pessoas não desejadas.       

242 LEPARGNEUR, Hubert. “Disputa acerca da anencefalia.” Atualização, Belo Horizonte-MG, v. 35, n. 312, pp. 01-96, [jan./fev.] 2005, p. 42.

243 Cf. CIPRIANI, Giovanni. Op. cit., pp. 65-66.

244 AUGUSTO BARALDI, Ivan e MARIA DINIZ, Nilza. “Reflexões sobre a interrupção da gestação de feto anencéfalo.” Revista Brasileira de Bioética, p. 74.

E, nisso, não estamos muito longe do que acontecia em Esparta e na Alemanha nazista de Hitler!246

O aborto ocorrido em caso de anencefalia fetal pode ser distinguido em dois casos específicos: o aborto involuntário terapêutico, que, por sua vez, é lícito, quando o tratamento visa intencionalmente a prestação de assistência médico-hospitalar àquela anomalia, mesmo que consequentemente resulte na perda do feto. Neste caso, fica-se conhecido o caso de duplo efeito; já o aborto voluntário eugênico, ilícito, trata-se de selecionar os fetos sadios menosprezando e impedindo que continue o processo de desenvolvimento fetal que possui tal malformação cerebral.

Com relação ao feto, a prática eticamente aceitável é aquela que o reconhece, a partir da fecundação, uma pessoa humana, como qualquer outra pessoa, e como tal, dotada de direitos, sendo o primeiro, o direito inviolável de todo ser humano à vida.

Todas as Cartas internacionais relativas ao reconhecimento dos direitos dos deficientes afirmam a total dignidade do sujeito humano portador de deficiência em relação ao que é sadio e talvez estabeleçam até a necessidade de dar mais socorro a quem é menos autônomo na própria vida física. A seleção dos fetos representa uma orientação e uma prática de dominação por parte dos sadios sobre os que não o são a ponto de se revestir da gravidade do racismo, embora se inspire no hedonismo.247

Nesse momento, entra em questão o dilema ético que gira em torno do diagnóstico pré-natal: “aceitar o nascituro com seu déficit, ou recorrer à interrupção da gravidez,”248 uma vez

que, “entende-se por diagnóstico pré-natal (DPN), o diagnóstico efetuado no embrião ou no feto, com o objetivo de detectar nele eventuais patologias, as mais das vezes de natureza genética e/ou malformativa ...”249 Desse modo, trata-se de saber, de fato, se essa forma de diagnóstico se torna ou não uma colaboração com o aborto seletivo.

A posição do Sagrado Magistério, como se verá ao longo desta dissertação, é claramente em favor da vida humana, mesmo em caso de malformação cerebral, pois o embrião ou o feto, por ser sujeito humano deve ser respeitado e defendido no seu direito à vida, como qualquer outra pessoa humana.

Esse diagnóstico é lícito se os métodos empregados, com a autorização dos pais devidamente informados, preservam a vida e a integridade do embrião e       

246 Idem, p. 73.

247 SGRECCIA, Elio. Manual de Bioética, vol. I. 2ª Ed., São Paulo: Loyola, 2002, p. 271. 248 Idem, p. 256.

249 FASANELLA, G.; SILVESTRI, N. e SGRECCIA, E. “Diagnóstico Pré-Natal.” In: LEONE, Salvino; PRIVITERA, Salvatore e TEIXEIRA DA CUNHA, Jorge. Dicionário de Bioética, p. 267.

de sua mãe, sem os fazer correr riscos excessivos. Mas ele é gravemente contrário à lei moral quando contempla a eventualidade, em dependência dos resultados, de provocar um aborto: um diagnóstico que ateste a existência de uma malformação ou de uma doença hereditária não deve equivaler a uma sentença de morte.250

Em princípio, não é possível conhecer com certeza qual decisão que a mulher irá tomar, depois do diagnóstico pré-natal, mas a cultura da vida defendida e propagada pelos homens de boa vontade, deve oferecer ajuda e apoio às mulheres a aceitarem o filho malformado reconhecendo nele a dignidade que é comum a todos: a dignidade humana.

Todavia, mesmo que o aborto seja aprovado, livre ou restritamente por diversos países, como é o caso do Brasil nas suas especificações mencionadas logo abaixo, jamais será considerada como uma prática moralmente boa e justa, visto que já se trata de uma violação daqueles Direitos Humanos, que asseguram a vida, a liberdade e a segurança. E no que diz respeito aos casos de anencefalia fetal, “a vida humana não está apenas num órgão, como o cérebro, por mais importante que ele seja, mas no conjunto das funções do organismo.”251 Definir um

ser da espécie humano se tem ou não cérebro, mesmo que ainda esteja em formação intra- uterina, seria um reducionismo do mesmo.

A corrida pela legalidade do aborto em diversos países, tem invertido o direito à vida pelo direito em escolher a morte dos mais fracos e indefesos. Nesta inversão de valores, se pode identificar algumas raízes responsáveis por sustentar a mentalidade em favor de uma cultura de morte-abortista.