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Defesa da vida humana versus aborto na Tradição e no Magistério eclesial

Fé do ano de 1974 durante o pontificado de Paulo VI, na sua segunda parte, faz um apanhado histórico da trajetória da Tradição da Igreja no concernente à doutrina sobre a defesa da vida do nascituro.

Esta respectiva Declaração começa fazendo uma afirmação bíblica, de que Deus não fez a morte, nem se alegra que os vivos morram, conforme está no livro de Sabedoria (Cf. Sb 1,13). E que tudo que foi criado só tem sentido por causa da existência humana, que é imagem de Deus e coroamento do mundo.

A morte, que entrou no mundo por meio do pecado, será vencida definitivamente pela ressurreição em Cristo Jesus: “Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida (I Cor 15,22).”

Pode-se constatar que, mesmo a Igreja não tendo uma posição unânime a respeito do momento em que a alma espiritual é infundida, o ensinamento moral da Igreja sempre foi constante no que diz respeito ao aborto. “A Tradição da Igreja sempre considerou a vida humana como algo que deve ser protegido e favorecido, desde o seu início e durante as diversas fases do seu desenvolvimento.”170

      

169 PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA. Lexicon.Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas. 2ª edição, Brasília: Edições CNBB, 2007, p. 196. Daqui em diante segue-se Lexicon.

A denúncia cristã mais antiga sobre o aborto se encontra naquele documento catequético das comunidades cristãs primitivas, chamada de Didaqué: “Tu não matarás com o aborto o fruto do seio e não farás perecer a criança já nascida.”171

Alguns concílios introduziram sansões canônicas contra os praticantes do aborto. Desde o século IV são excomungados os que provocam o aborto, conforme se pode conferir nos Concílio de Elvira do ano 303, cânon 63 e do Concílio de Ancira do ano 314, cânon 21. Atenágoras, filósofo apologista cristão grego do século II, considerava homicidas aquelas mulheres, que usavam medicamentos para a prática do aborto. A mesma postura, também Tertuliano assumiu, quando afirmou: “É um homicídio antecipado impedir alguém de nascer; pouco importa que se arranque a alma já nascida, ou que se faça desaparecer aquela que está ainda para nascer. É já um homem aquele que o virá a ser.”172

O período patrístico foi marcado por opiniões diferentes sobre o momento da infusão da alma. São Gregório Nisseno, São Basílio e Tertuliano eram a favor da animação imediata, isto é, a substância da alma e a do corpo são criadas simultaneamente. Ao passo que, Santo Agostinho introduziu uma distinção entre feto perfeitamente formado e feto ainda não formado perfeitamente, sendo, portanto, a favor da teoria da animação posterior. Todavia, o ensinamento doutrinário dos Pastores e Doutores não foi abalado por dúvidas quanto a ilegitimidade do aborto.

No período da Escolástica prevalece a hipótese de Santo Tomás de Aquino, que seguindo Aristóteles, pensa que a alma racional seja criada depois que a matéria corporal esteja capacitada para recebê-la. Aristóteles chegava calcular este tempo em 40 dias depois para os de sexo masculino e 60 dias depois para as de sexo feminino. Porém, jamais se negou, que o aborto provocado, mesmo nos primeiros dias da concepção fosse objetivamente falta grave. São Tomás dizia que o aborto é um pecado grave contrário à lei natural. Dentro deste período, é adequado mencionar o Concílio de Worms (868 d.C.), que ainda reunido para tratar de questões ligadas à Trindade, também se ocupou do aborto: “As mulheres que se fazem abortar hão de ser castigadas como infanticidas. As que, por inadvertência, sufocam seus filhos durante o sono, serão tratadas com menos rigor.”173 Ainda pode-se fazer menção ao primeiro Concílio de

Mogúncia em 887-888:

      

171 Didaqué. O catecismo dos primeiros cristãos para as comunidades de hoje. 6ª edição, São Paulo: Paulus, 1989, n. II, 2. Daqui em diante segue-se Didaqué.

172 DsAP, 6.

173 CARLOS SANTINI, Antônio. “O embrião aos olhos da Igreja.” Atualização, Belo Horizonte-MG, ano XXXVII, n. 329, pp. 483-575, [nov./dez.] 2007, p. 555.

Se é homicida quem destruiu com aborto o que foi concebido no útero, quanto mais será impossível desculpar-se de ser homicida aquele que matou uma criancinha que tinha ao menos um dia?174

Ainda neste período pode-se citar o Decreto de Graciano, que reúne de modo ordenado e completo as normas vigentes no primeiro milênio (1140-1917 d.C.): “É homicida aquele que fizer perecer, mediante o aborto, o que tinha sido concebido.”175

O papa Inocêncio XI no ano de 1679 condenou uma série de proposições de cunho dogmáticas e morais, entre elas aquela que aceitava a hipótese da animação tardia, a saber, após o nascimento, o que, por sua vez, tornava lícita a supressão do feto não animado nos casos de perigo de vida ou de desonra da moça.

A síntese de tudo o que o Magistério Pontifício ensinou no nosso século sobre o aborto pode ser encontrada nesta “Declaração sobre o aborto provocado” da Congregação para a Doutrina da Fé. Deste modo, pode-se apontar quatro conclusões sobre o ensinamento da Igreja no que diz respeito à defesa da vida humana:

a) A Igreja afirma clara e unanimemente de que a vida é inviolável desde o momento da sua concepção:

A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ser reconhecido os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.176

b) A afirmação deste direito à vida do concepto tem a sua fundamentação numa reflexão sobre os dados científicos acerca do valor humano do novo ser: seu caráter biológico humano, a continuidade do processo de desenvolvimento embrionário, é um ser chamado à vida em um contexto humano:

A partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida que não é aquela do pai ou da mãe e sim de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca tornar-se-á humano se já não o é desde então. A esta evidência de sempre a ciência genética moderna fornece preciosas confirmações. Esta demonstração que desde o primeiro instante encontra-se fixado o programa daquilo que será este vivente: um homem, este homem-indivíduo com as suas notas características já bem       

174 DENZINGER, Heinrich – HÜNERMANN, Peter (DH). Compêndio dos Símbolos, definições e declarações de fé e moral. São Paulo: Edições Loyola e Paulinas, 2007, p. 1467.

175 DsAP II, 7.

176 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição Popular, 8ª Edição, Petrópolis – RJ: Vozes, 1998, n. 2270. Daqui em diante segue-se CaIC; cf. DV I, 1.

determinadas. Desde a fecundação tem início a aventura de uma vida humana, cujas grandes capacidades exigem, cada uma, tempo para organizar-se e para encontrar-se prontas a agir. Esta doutrina permanece válida e, além disso, é confirmada, se isso fosse necessária, pelas recentes aquisições da biologia humana, que reconhece que no zigoto derivante da fecundação já está constituída a identidade biológica de um novo indivíduo humano.177

c) Partindo do pressuposto de que o embrião possui uma individualidade geneticamente distinta e diferenciada de seus pais, intrinsecamente orientada à constituição de uma pessoa humana, que origina um direito fundamental à vida, a Igreja fala sobre a recepção da alma já no momento da fecundação:

Desde o momento da concepção, a vida de todo ser humano deve ser respeitada de modo absoluto, porque o homem é, na terra, a única criatura que Deus quis por si mesma, e a alma espiritual de cada um dos homens é imediatamente criada por Deus; todo o seu ser traz a imagem do Criador.178

d) A Igreja também parte da fundamentação das Escrituras Sagradas a respeito do valor da vida humana tão defendida por Cristo, a ponto de entregar livremente a sua própria vida em favor do homem. “A vida que Deus dá ao homem (...) é, no mundo, manifestação de Deus, sinal da sua presença, vestígio da sua glória”179, conforme podemos verificar no texto

bíblico:

Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra. Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou (Gn 1,24-27).

Para a reflexão da Igreja, o aborto constitui sempre um ato violento ao lado do infanticídio e a pessoa, que o pratica voluntariamente comete uma falta grave.

Deus, com efeito, que é o Senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida para ser exercido de maneira condigna do homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado dede a concepção. O aborto como o infanticídio são crimes nefandos.180

       177 DV I, 1.

178 Idem, Introdução, n. 5. 179 EV 34.

O Código de Direito Canônico declara claramente, que, quem provoca o aborto, incorre em excomunhão latae sententiae.181

No entanto, a mulher não incorrerá na excomunhão se estiver dentro das circunstâncias de fundo psicológico e coercitivo:

Por quem só parcialmente possuía o uso da razão; por forte ímpeto de paixão, que não tenha precedido ou totalmente impedido a deliberação da mente e o consentimento da vontade; contanto que a paixão não tenha sido voluntariamente exercitada ou alimentada e por alguém que foi coagido por medo grave.182

O Código de Direito Canônico manda batizar os fetos abortivos que estiverem vivos, enquanto possível.183

Contudo, a sacralidade da vida como dom outorgado pelo Criador ao homem, e, que, por isso deve ser respeitada e inviolada “desde a sua concepção até a morte natural”184, não está necessariamente ou exclusivamente vinculada a uma perspectiva religiosa, e neste sentido, segue-se o magistério de João Paulo II:

O Evangelho da vida não é exclusivamente para os crentes: destina-se a todos (...). Trata-se, com efeito, de um valor que todo ser humano pode enxergar, mesmo com a luz da razão, e, por isso, diz necessariamente respeito a todos.185

A respeito da sacralidade da vida também pode ser abordada do ponto de vista ético: “Pode-se falar de uma sacralidade da vida sem referir-se ao contexto religioso-sacral antigo (...). Existe uma sacralidade leiga que aparece, por exemplo, no movimento ecológico”186, como por

exemplo, o interesse superior da continuação da espécie e o respeito ao próprio corpo humano.

Neste mesmo horizonte, pode-se citar ainda a ética de Immanuel Kant em uma das fórmulas do imperativo categórico:

Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio.187

       181 Cf. CIC cân. 1398. 182 Idem, cân. 1324, 1, 3 e 5. 183 Cf. idem, cân. 871. 184 EV 93. 185 Idem, 101.

186 NEDEL, José. Op. cit., p. 35. 187 Ibidem.

Do mesmo modo, pode-se citar Ronald Dworkin, segundo o qual a concepção da sacralidade da vida humana emerge não só da experiência religiosa, mas também da ideia de valor intrínseco do ser humano, valor este, não-instrumental e, pois, independente do fato de satisfazer ou não as pessoas envolvidas.

Pode-se dizer, que, da sacralidade, seja ela de uma concepção religiosa ou leiga, decorre que a vida humano é inviolável em cada momento da sua existência, inclusive na fase inicial que precede o nascimento.188

Numa perspectiva filosófica sobre a defesa da vida humana, pode-se considerar a natureza humana com seus finalismos intrínsecos a serem respeitados como norma da moralidade. É própria da natureza humana a busca natural para se manter na existência individual e coletiva e se opor a qualquer força que se apresente a ela como uma ameaça. O princípio de sacralidade da vida pressupõe o caráter teleológico intrínseco ou imanente à pessoa humana, o que induz o dever absoluto de respeitar os finalismos próprios do organismo humano, que são essencialmente os de autopreservação e reprodução.189

A Igreja, portadora do Evangelho da Vida, sempre assumiu o princípio de defesa da vida como continuação da mesmíssima missão iniciada por Cristo. E tal missão se torna ainda mais urgente, ao deparar com uma contextualização hodierna de modernidade, marcada por uma espécie de cultura de morte, onde a figura do homem é absolutizada e feita medida de todas as coisas. Uma cultura marcada por este subjetivismo relativista, só pode fazer repercutir efeitos desastrosos sobre a própria pessoa humana.

Conclusão

A promoção da dignidade humana em qualquer condição e estado de desenvolvimento em que se encontra, torna-se a condição fundamental e determinante de toda a missão da Igreja presente no mundo. Por este motivo, mesmo aquela vida humana marcada por debilidades, e no caso específico da anencefalia, que consiste em uma deficiência cerebral que, certamente, levará a óbito o recém-nascido, a Igreja reconhece a vida humana como sendo um valioso dom de Deus e, que por sua vez, exige de todo ser humano a responsabilidade em protegê-la.

A explanação do termo “cultura da vida” como objeto de propagação do Evangelho da Vida anunciado por Cristo e assumido pela Igreja como sendo sua missão, infelizmente, evoca

       188 Cf. EV 61.

a presença de outra cultura: ou melhor dizendo, a presença de uma anti-cultura caracterizada por sinais de morte. Ao fazer uso de tal termo - “cultura de morte” - o Papa João Paulo II não estava se referindo a totalidade de uma sociedade, como se toda a cultura de um povo estivesse marcada por estes sinais negativos que atentam contra a dignidade humana. O termo cultura de morte faz menção a certas realidades do homem compartilhadas por um grande número de pessoas.

Durante o século XX pode-se constatar inúmeros ataques maciços contra a vida humana: genocídio, guerras, torturas físicas ou morais, mutilações, encarceramentos arbitrários, deportações, escravidão, exploração de mulheres e jovens submetidos a condições degradantes de trabalho por ocasião da Revolução Industrial, Instituições Internacionais empenhadas a promover a contracepção, a esterilização e o aborto, entre outros.

No entanto, mesmo apesar da presença de tais sinais de morte, que consiste em uma verdadeira conjura contra a vida e a dignidade humana, a Igreja procura evangelizar despertando a sensibilidade e a consciência da sociedade difundindo uma verdadeira cultura da vida, se contrapondo especialmente às práticas abortivas. E neste sentido, a Igreja vê como sendo urgente uma humanização da sexualidade contrapondo a irresponsabilidade diante da procriação.

Portanto, a promoção da cultura da vida também consiste em promover uma ética da procriação que esteja permeada pelos princípios da responsabilidade, da verdade do amor e da sinceridade, uma vez que muitos abortos são cometidos em decorrência de uma falta de responsabilidade diante do ato sexual praticado simplesmente como fonte de prazer.

Sendo a sexualidade a capacidade de abertura para o outro, a procriação de uma pessoa deve ser fruto do amor, e do amor esponsal, isto é, realizado dentro do matrimônio como sendo uma de suas finalidades, e não como fruto do acaso. E mesmo se tratando dos casos de anencefalia fetal, a constatação de uma malformação não significa em uma diminuição de seu valor ontológico, mas, pelo contrário, exige ainda mais da sociedade proteção e ajuda perante tal fragilidade; por exemplo, a assistência às mulheres e as famílias pobres por meio de uma implantação no SUS, por parte do Governo Federal, de programas preventivos da anencefalia, como também colocando à disposição destas mulheres o ácido fólico químico, que, por sua vez, tem contribuído com 50% ou mais de redução da doença, prolongando tal assistência na vida do recém-nascido oferecendo condições necessárias para acolher o dom da vida, que deve prosseguir com o seu percurso natural.

Capítulo II

A mentalidade abortista em oposição ao princípio de defesa da vida

Introdução ao capítulo

Contrapondo ao primeiro capítulo que aborda a vida humana como um princípio fundamental na missão da Igreja, este segundo capítulo tratará de apontar os sinais negativos presentes nas diversas culturas contra a vida do homem.

Procurando explicar o sentido do termo – “cultura de morte” – também usado pelo Papa na Carta Encíclica Evangelium Vitae, tal expressão deve ser entendida em uma visão de cunho social que considera a morte de certos seres humanos como um favor para a sociedade como se tratasse de um controle de qualidade de vida. Como já foi falada no primeiro capítulo, uma cultura deve estar voltada para promover o bem do ser humano e não para violar os seus direitos. No entanto, infelizmente, existem estilos de ser e de viver que são contrários à natureza e à dignidade do homem. O termo cultura de morte não é usado para caracterizar a totalidade de uma sociedade, mas para denunciar algumas realidades negativas assumidas por um grande número de pessoas e que têm sido uma afronta ou ameaça à vida humana. Por exemplo, a prática do aborto e, principalmente, em casos de deficiência física ou cerebral apresentada durante a gestação. Neste sentido, o diagnóstico pré-natal, que deveria ser utilizado para conhecer as condições do embrião e do feto possibilitando assistências médicas em vista de alcançar sua cura física, em muitos casos se torna um verdadeiro atentado contra à vida quando usado para propor o aborto como forma de solucionar o problema da malformação, como é o caso da anencefalia fetal.

Esta mesma contradição ocorre com relação à legislação brasileira: tendo a função de assegurar a proteção e a promoção do ser humano em todas as etapas de seu desenvolvimento, torna legal a prática do aborto em alguns casos, e, ainda, se vive hoje no Congresso Nacional o debate que procura ampliar tal legislação para os casos de anencefalia fetal, uma vez que esta anomalia consiste em uma condição fatal por causa da ausência ou atrofia do cérebro impossibilitando o desenvolvimento normal do nascituro.

Ainda dentro da explanação do termo “cultura de morte”, a Igreja no Brasil apontará alguns fatores que têm contribuído para alimentar estes atentados contra a vida humana - fatores econômicos, sociais, políticos, culturais, psicológicos e religiosos - no intuito de

mostrar que o aborto não tem consequências negativas somente para o feto, mas também para a própria gestante significando uma profunda agressão física e psicológica.

Neste mesmo capítulo, o esforço também será para evidenciar as raízes da mentalidade abortista, cujo foco está numa concepção errada da liberdade quando entendida como uma absolutização da própria autonomia da mulher em detrimento do concepto. Em outras palavras, trata-se da concepção individualista da liberdade dos mais fortes sobre os mais fracos. Portanto, se verificará que a prática do aborto voluntário tem sua raiz em três correntes de pensamentos: o individualismo, o hedonismo e o utilitarismo.

O que se vive em todo mundo, é uma tentativa de apresentar o aborto como sendo uma questão de liberdade, em que a mulher tem o direito de livre escolha sobre prosseguir com a gestação ou interrompê-la. Neste sentido, verifica-se uma tendência progressiva em querer mudar o sentido das palavras ou de termos no intuito de justificar certos procedimentos como é o caso em relação ao aborto. O que se verifica é uma verdadeira manipulação da linguagem, que visa dar uma aparência de dignidade a procedimentos que são verdadeiros atentados à vida humana.