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– Adaptações de Redação no Texto Regimental

No documento Cu rs o d e R eg im en to I nt (páginas 73-76)

Capítulo III Introdução ao RICD

AULA 2 – Adaptações de Redação no Texto Regimental

O Regimento Interno da Câmara originou-se da promulgação da Resolução nº 17 de 1989, como visto na aula 1 deste capítulo. Logo, nos termos regimentais, só pode-rá ser modificado ou reformado por meio de projeto de resolução, que se sujeitapode-rá a tramitação especial (art. 216). A alteração do texto regimental só será efetiva após o devido processo legislativo, cuja fase complementar esgota-se com a promulgação de resolução pelo presidente da Câmara (art. 200, § 2º).

Na iniciativa e tramitação de alguns projetos de resolução que visavam alterar o estatuto interno da Câmara dos Deputados (RICD), descuidou-se o legislador inter-no em proceder à mudança do texto em determinadas partes sem modificá-lo em outras que lhe fossem de algum modo conexas ou correlatas.

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Por isso, necessário se fez proceder a adaptações de redação no texto do RICD a fim de compatibilizar determinados dispositivos com as alterações promovidas por meio de resolução da Câmara.

É competência da Mesa fazer a consolidação e publicação de todas as alterações introduzidas no Regimento antes de findo cada biênio (art. 216, § 8º). Assim, com base na sexta edição do Regimento Interno da Câmara dos Deputados – publicada em 2003 –, citamos, como exemplo de adaptação de redação, o fato de a alínea f do inciso I do art. 17 do RICD ter sua redação alterada na aludida edição do Regimento para adaptar-se aos termos da Resolução nº 25 de 2001, que institui o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Entendamos o porquê.

A redação da alínea mencionada sem adaptação era: “[...] interromper o orador que se desviar da questão, falar sobre o vencido ou, em qualquer momento, incorrer nas infrações de que trata o § 1º do art. 244, advertindo-o, e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra” (grifo nosso).

O § 1º do art. 244 previa que: “[...] Considera-se atentatório do decoro parlamen-tar usar, em discurso ou proposição, de expressões que configurem crimes contra a honra ou contenham incitamento à prática de crimes”.

A despeito de a Resolução nº 25 de 2001 ter revogado o § 1º do art. 244, ela não propôs nova redação à alínea f do inciso I do art. 17. Logo, a redação da referida alínea ficaria sem sentido ao fazer remissão a parágrafo revogado de artigo regimental.

Assim, publicou-se o texto regimental com a seguinte redação para a alínea em comento (sem que houvesse resolução alterando expressamente o texto da em questão): “[...] interromper o orador que se desviar da questão ou falar sobre o venci-do, advertindo-o, e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra”.

Note-se que a expressão que grifamos na transcrição da redação original da mencionada alínea foi suprimida na publicação da sexta edição do RICD, em 2003.

Nas edições seguintes, a Câmara dos Deputados manteve o texto da referida alínea com idêntica redação à constante na sexta edição.

Alterações posteriores à edição de 2003 e adaptações de redação

Dentre as alterações regimentais promovidas pela Resolução nº 20 de 2004, o art. 32 do RICD, que relaciona as comissões permanentes da Câmara e seus respec-tivos campos temáticos ou área de atividade, foi modificado e, por conseguinte, a comissão intitulada “Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJR)” pas-sou a denominar-se “Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)”.

Entretanto, a referida resolução omitiu-se em alterar o nome da comissão nas vezes em que é mencionado ao longo do texto regimental. Nesse sentido, como ilógico seria utilizar o título anterior, por não mais existir comissão com tal denominação, no texto do RICD passou a constar a expressão “Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania” nos locais onde outrora constou a denominação anterior.

Cumpre esclarecer ainda que, na primeira ocorrência dessa substituição textual para efetuar a alteração regimental promovida pela resolução citada (art. 35, § 2º), consta nota de rodapé informando: “Parágrafo com redação adaptada aos termos da Resolução nº 20 de 2004”.

Capítulo III – Introdução ao RICD Situação também curiosa refere-se à alteração da expressão “Diário do Congresso Nacional” por “Diário da Câmara dos Deputados”, por força de ato dos presidentes das Mesas das duas Casas do Congresso Nacional de 2 de outubro de 1995. Como afir-mamos, a alteração do Regimento Interno deve ocorrer por resolução.

Nesse sentido, até a quinta edição impressa do RICD (2000), utilizava-se no tex-to do RICD a expressão Diário do Congresso Nacional (DCN), com nota de rodapé informando a alteração para Diário da Câmara dos Deputados (DCD) toda vez que se mencionava o DCN.

A partir da sexta edição impressa do RICD (2003), substituiu-se a expressão DCN por DCD no próprio texto regimental e dispensou-se a explicação referente à mudan-ça em nota de rodapé ao longo do texto, salvo na primeira ocorrência da expressão, constante no art. 4º, § 9º, em que consta nota de rodapé nos seguintes termos:

“Denominação atualizada nos termos do Ato dos Presidentes das Mesas das duas Casas do Congresso Nacional, de 2 de outubro de 1995”.

Os dispositivos em que consta redação adaptada no texto do RICD consolidado pela Mesa (sexta edição, 2003) são os seguintes: art. 4º, § 9º; art. 15, XV; art. 17, I, f;

art. 41, VIII; art. 72, caput; art. 75, I; art. 90, caput; art. 98, § 6º; art. 101, II, a; art. 117,

§ 4º; art. 188, I; art. 231, §§ 2º e 3º; art. 262, IV; e art. 278, caput.

No texto disponibilizado no sítio da Câmara (www.camara.gov.br) em 2004 – atualizado até a Resolução nº 23 de 2004 –, além dos dispositivos com redação adaptada constantes da versão impressa, constava no art. 35, § 3º, a denomina-ção “Comissão de Constituidenomina-ção e Justiça e de Cidadania” em vez de “Comissão de Constituição e Justiça e de Redação”, ou seja, adaptação de redação para compati-bilizar o texto regimental com a alteração promovida pela Resolução nº 20 de 2004.

Nesse caso, em todas as vezes que se utilizava no texto a denominação “Comissão de Constituição e Justiça e de Redação”, adaptou-se a redação para “Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania”, como explicado anteriormente. Ademais, a adaptação de redação referente ao art. 101, II, a, contida na versão impressa, foi su-primida em razão da alteração promovida pela Resolução nº 22 de 2004, que alterou o art. 101.

Em 14/12/2005 a Mesa editou o Ato de nº 71, determinando a reedição do Regimento Interno da Câmara dos Deputados e a republicação do texto no Diário da Câmara dos Deputados, na forma de texto anexo ao referido ato. O texto foi publicado no DCD – Suplemento B – de 15/12/2005. O Ato da Mesa nº 80 de 2006 autorizou a divulgação do texto atualizado com retificações.

Em 2006, ocorreu o lançamento da sétima edição do RICD, com as alterações promovidas pela Resolução nº 34 de 2005. Essa resolução foi promulgada em 2005, porém sua vigência foi programada para iniciar-se em 1/2/2007. Assim, um encarte com os esclarecimentos pertinentes e a transcrição dos dispositivos com vigência até 31/1/2007 acompanhou a nova publicação do Regimento.

Em 2014, a Câmara publicou a 13ª edição impressa do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, com o destaque para as notas de rodapé que apresentam informações importantes sobre as modificações procedidas na norma. A versão eletrônica é uma versão atualizada do RICD, sem nota de rodapé mas com nota no

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corpo do texto, e é atualizada sempre que há alguma alteração regimental e inde-pendentemente de ser publicada uma nova edição do RICD.

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