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Alfredo Dias D’Almeida – Biografia

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CAPÍTULO III – Antropologia da Comunicação na USP

8. A Difusão da Antropologia da Comunicação no Brasil

8.1. Alfredo Dias D’Almeida – Biografia

Natural do município de Lages, Santa Catarina, Alfredo Dias D’Almeida, nasceu no dia 07 de julho de 1958. Em São Paulo, D’Almeida estudou na Escola Técnica Federal, e se formou em Eletrotécnica.

[...] Era o começo da década de 70, censura e tudo mais. E com isso, a juventude da minha geração vivia um pouco sem perspectiva, com muitas preocupações... Tanto que da turma que se formou comigo, a maioria foi para a área de Humanas. E a Federal sempre formou quadros para a Escola Politécnica. Cheguei a trabalhar como técnico em eletrotécnica, pois sempre tive a dúvida se trabalharia ou não na área técnica. Trabalhei na CESP durante oito anos e meio [,,,] (D’Almeida, 2008)

No entanto, D’Almeida, assim como a maioria de seus colegas, também optou pelas Humanidades. Como não podia estudar o dia inteiro, o investigador escolheu o curso de jornalismo. Com isso, trabalhava durante o dia, e estudava à noite. Porém,

[...] Logo no primeiro ano de jornalismo, descobri a Filosofia, que era desconhecida até então. Na escola técnica a gente tinha história e tudo mais, mas o peso maior era para as disciplinas ligadas à área de formação. Com isso, larguei o emprego de eletrotécnica na CESP, para ir fazer Filosofia à tarde. Fazia Filosofia à tarde, e jornalismo à noite [...] (D’Almeida, 2008)

Em 1981, D’Almeida graduou-se pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado, e se casou com Ana Paula D’Almeida, com quem teve duas filhas: Júlia (atualmente com 21 anos, atriz e cursa História na FFLCH-USP) e Silvia (18 anos, estudante do Ensino Médio).

Após seis meses em Florianópolis, no início da década de 80, o jornalista retorna a São Paulo, e ingressa no mestrado em Sociologia na USP, mas por questões financeiras, não concluiu o curso. Na capital paulista, o pesquisador trabalhou, antes de ingressar na

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carreira docente, como jornalista da Editora Abril, assessor de imprensa e assessor pedagógico das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e em uma agência de publicidade.

Em 2003, D’Almeida obtém o título de mestre pela Universidade Metodista de São Paulo. A tese intitulada “Caravana Farkas (1968/1970): a cultura popular

(re)interpretada pelo filme documentário - um estudo de folkmídia”, teve a orientação do Professor Dr. Joseph Maria Luyten.

Já em 2008, D’Almeida defendeu a sua tese de doutoramento em Integração da América Latina pelo Prolam- USP. O trabalho denominado “A construção do ‘outro’ nos documentários de Geraldo Sarno e Jorge Prelorán”, foi orientado pelo Professor Dr. Afrânio Mendes Catani.

Atualmente, Alfredo Dias D’Almeida leciona na Universidade Metodista de São Paulo. Além da referida instituição, D’Almeida trabalhou na Faculdade Montessori, no município de São Paulo.

8.1.1. Alfredo D’Almeida – Pensamento:

Quando ingressou no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo, D’Almeida entregou um projeto de pesquisa relacionado à propaganda política:

[...] Apresentei um projeto na área de propaganda política. Como eu trabalhava em uma agência, para que eles me liberassem para assistir às aulas, eu tinha que fazer algo relacionado à propaganda. Como havia interesse da agência em começar a trabalhar na área política, foi fácil convencer o dono da agência. O meu interesse por política ajudou bastante, também. Fiz o projeto de pesquisa sobre a propaganda política na época do Médici, com o Professor Adolpho Queiroz [...] (D’Almeida, 2008)

Contudo, a disciplina “História do Pensamento Comunicacional”, ministrada pelos professores José Marques de Melo e Joseph Luyten, durante o curso de mestrado, fez com que D’Almeida mudasse radicalmente o seu projeto de pesquisa:

[...] Com o Professor Marques, eu fiz a biografia do Tomás Farkas. O doutorado do Farkas era relacionado com documentários. E eu já conhecia o trabalho dele com fotografias. E essa área de documentários eu não conhecia. Vi um documentário dele, “Vitalino o Lampião e o Jornal do Sertão”, e acabei unindo uma coisa com a outra, porque eu já estava querendo sair da publicidade, pois is so era só um caminho para eu sair do mestrado e começar a dar aula [...] (D’Almeida, 2008)

Ao tomar contato com a linha de pesquisa do Professor Joseph Luyten, D’Almeida, decidiu mudar de orientador, e foi acolhido por Joseph Luyten:

[...] A área de cultura de popular era algo que sempre me interessou muito. Ainda na época de estudante eu cheguei a trabalhar, dentro do movimento estudantil, com os operários do ABC. Eu tinha uma vontade trabalhar com isso latente. Quando eu mudei de projeto, eu fui mandado embora da agência. O meu chefe me mandou escolher entre o mestrado o emprego. Eu conversei com a minha esposa, e fiquei com o mestrado [...] (D’Almeida, 2008)

A dissertação ligada ao estudo dos documentários de Farkas e à cultura popular evidenciaram para D’Almeida que o assunto ainda era pouco valorizado, e que a temática pouco evoluíra desde os anos 70.

[...] O resultado da dissertação foi uma mistura de Comunicação, Antropologia... tanto que poderia ser defendida nas Ciências Sociais, na Sociologia, no Cinema, na

Comunicação e na Antropologia [...] (D’Almeida, 2008)

No doutorado, o investigador prossegue com a temática popular:

[...] O meu doutorado foi uma continuidade do mestrado. Eu trabalhei a relação entre o cineasta e o entrevistado nos documentários sobre cultura popular no Brasil e Argentina. Fui orientado pelo Professor Afrânio Cattani. Um sociólogo que dá aula na pós-

graduação de Pedagogia [...] (D’Almeida, 2008)

Especialista em documentários, D’Almeida, leciona na Universidade Metodista de São Paulo, a disciplina Antropologia Visual para os cursos voltados aos estudos do audiovisual, todavia ainda não se considera um antropólogo da comunicação:

[...] é difícil definir com exatidão a Antropologia da Comunicação. Eu sei que existem estudos dentro dessa área. A imersão do próprio Egon Schaden na Comunicação. Definir é muito difícil. Agora eu valorizo o ferramental da Antropologia, sim. A Comunicação é um campo, mas é um objeto também, a gente não pode esquecer isso nunca. E essa relação campo/objeto faz com que a Comunicação permeie qualquer outra área. O sociólogo estuda Comunicação; o lingüista estuda Comunicação; o

pedagogo estuda Comunicação. E nós comunicólogos também estudamos, e temos que conhecer o ferramental da Pedagogia, da Sociologia. Por exemplo, se você for estudar programas educativos, e não saber nada de Pedagogia será difícil fazer alguma coisa. Eu trabalho com Cultura Popular, então tive que ir atrás da Antropologia, da Sociologia [...] (D’Almeida, 2008)

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