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Assimilação Acadêmica: a contribuição das Ciências Sociais (de

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CAPÍTULO I Pensamento Comunicacional Brasileiro

2. Assimilação Acadêmica: a contribuição das Ciências Sociais (de

Outro pernambucano, como Barbosa Lima Sobrinho, colaborou decisivamente para a história do Brasil em inúmeros campos. Para se ter uma idéia, o antropólogo Gilberto de Mello Freyre (1900-1987) começou a difundir o seu pensamento quando dirigia o periódico do colégio onde estudava, e igualmente prestara serviços como jornalista para o jornal “A Província” e para o “Diário de Pernambuco”. No entanto, ao contrário de Lima Sobrinho que expõe os problemas do país nas páginas dos veículos midiáticos, Freyre inspira-se nos jornais antigos para discutir em suas obras questões sociológicas e/ou antropológicas. Gilberto Freyre

(...) estava interessado na captação da história a partir das relações cotidianas. A mídia narra os fatos cotidianos. Logo, por meio da análise daquele material antigo, torna-se possível a reconstrução analítica de um panorama do qual não restam outros registros. (Dalmonte, 2002, p.85)

22Ver MENDEZ, Rosemary Bars. Olhos de Jornalista: O Jornalismo segundo Barbosa Lima

Sobrinho. 1999, 313f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São

Em terras americanas, Freyre estudou literatura, e graduou-se em Artes. Logo após, conquista uma bolsa de estudos na Universidade de Columbia, e defende a sua dissertação de mestrado, intitulada “Social Life in the middle of the 19th century23”, sob a orientação do antropólogo Franz Boas, considerado o “pai da Antropologia Cultural Moderna”24 .

Nos Estados Unidos, Freyre, ao mesmo tempo, em que se dedica às investigações sociológicas, verifica o desenvolvimento dos periódicos norte-

americanos. No seu regresso ao Brasil (antes viajou pela Europa), traz a experiência jornalística observada em território americano, acreditando que a qualidade deve ser item prioritário em um jornal. Nesse sentido, passa a dirigir os jornais “A Província”, entre os anos de 1928 e 1930, e o “Diário de Pernambuco”, quando esse é integrado aos “Diários Associados”, de Assis Chateaubriand, em 1934. A linha editorial do “Diário” era criticar o governo implantado pelo presidente Getúlio Vargas. Tal conduta

arquitetada por Freyre gerou algumas sanções ao periódico25.

Na concepção de Freyre a existência do jornal era imprescindível para a

divulgação de idéias e teorias dos intelectuais dessa primeira metade do século XX. Na realidade, os veículos impressos serviam como palco para a exposição do pensamento, e como forma de mostrar prestígio.

Não basta a um intelectual ter idéias; é igualmente necessário comunicá-las e torná-las públicas . É nessa máxima que se assenta a tradição de Gilberto Freyre. De um lado, o profícuo intelectual, com uma vasta obra e muitas idéias; de outro, a necessidade de difundir tal pensamento e de se firmar como pensador no meio de uma intelectualidade tradicionalista. (Dalmonte, 2002, p. 52)

23 “Vida Social em Meados do Século XIX” 24

“A concepção boasiana de cultura tem como fundamento um relativismo de fundo metodológico, baseado no reconhecimento de que cada ser humano vê o mundo sob a perspectiva da cultura em que cresceu – em uma expressão que se tornou famosa, ele disse que estamos acorrentado s aos “grilhões da tradição”. O antropólogo deveria procurar sempre relativizar suas próprias noções , fruto da posição contingente da civilização ocidental e de seus valores”. (Castro In: Boas, 2008, p.18). Outra característica marcante de Boas está no fa to de que a Antropologia que pratica faz questão de analisar o objeto de pesquisa “in loco”, ou seja, o trabalho de campo é completamente enaltecido. Freyre apreende os ensinamentos de seu mestre, e passa a utilizá -los em território brasileiro.

25

Ver: DA LMONTE, Edson Fernando. Mídia: Fonte e Palanque do Pensamento de Gilberto Freyre. 2002, 150f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo.

Para Gilberto Freyre, a mídia não era apenas um local para exposição de trabalhos, ou um mero posto de trabalho. Como já citado no início deste texto, Freyre via nos jornais uma fonte de inspiração, um documento de resgate histórico. Ao todo, o sociólogo editou mais de 70 livros. O mais conhecido, que repercutiu ao redor do planeta, “Casa Grande & Senzala”, foi publicado pela primeira vez em dezembro de 1933. A bibliografia de Gilberto Freyre é vasta e diversa

(...) Abrange a psicologia e a história, a antropologia e a sociologia - sociologia existencial, se poderá dizer, ou proustiana se quisermos preferir – projetando

planetariamente , através de traduções para as principais l iteraturas do mundo, a figura do ensaísta de “Sobrados e Mucambos”, “Ordem e Progresso”, “Nordeste”, “Açúcar”, “Aventura e Rotina” e “Região e Tradição”, entre os títulos mais especificamente científicos da valiosa contribuição do antropólogo-sociólogo de “Casa Grande & Senzala”. (Coutinho In: Freyre, 1994, p. 16)

Se em “Casa Grande & Senzala”, e em algumas outras obras, a mídia esteve presente no trabalho de Freyre como um coadjuvante, em “Escravo nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século XIX”, escrito em 1934, a imprensa se torna fio condutor de toda a obra.

O livro analisa a escravatura, e as características dos senhores proprietários de escravos, a partir dos textos de anúncios divulgados em periódicos brasileiros editados durante o século XIX. De acordo com o próprio Freyre26, a investigação trouxe

inúmeras contribuições para diversas ciências, como por exemplo, a Anunciologia e a Linguística. Pode-se constatar, também, que a pesquisa tem fortes pinceladas de Antropologia da Comunicação, entretanto, a estrutura que compõe os jornais observados por Freyre não é detalhada no estudo.

Freyre enfatiza que

(...) a análise sistemática de anúncios relativos a escravos nos jornais brasileiros do século passado veio permitir chegar-se a importantes conclusões ou interpretações de caráter antropológico quer psicossomático, quer de todo cultural à base das descrições oferecidas das figuras, falas e gestos de negros – ou mestiços – à venda e, sobretudo, fugidos: altura, formas de corpo, pés, mãos, cabeças, dentes, modos de falar,

gesticulação doenças. Entre estas, me foi possível identificar a presença, em escravos introduzidos no Brasil, não só vítimas de ainhum, como do próprio raquitismo. (Freyre, 1979, p. XIV)

26

Ver: FREYRE. Gilberto. Escravo nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século XIX. 2.ed. São Paulo: Brasiliana, 1979.

O antropólogo ainda menciona que a história do Brasil está retratada nas páginas dos jornais:

Com relação ao Brasil – à sua história íntima, ao seu passado antropológico: um passado constantemente projetado sobre o presente e sobre o futuro -, os anúncios constituem a melhor matéria ainda virgem para o estudo e a interpretação desse período: para o esclarecimento da nossa psicologia em muitos dos seus aspectos gerais ainda obscuros. Para o estudo do desenvolvimento da língua brasileira por exemplo. No romance e na poesia, só nos livros de autores mais recentes ela vem revelando a espontaneidade e a independência que se encontram nos anúncios de jornais através de todo o século XIX. Anúncios já cheios de palavras de origem africana ou tupi-guarani; de brasileirismos do melhor sabor – sapiranga, cassaco, cambiteiro, aça ou assa, xexéu, troncho, perequeté, mulambo, munganga, cambado, zambo, cangulo, tacheiro,

engurujado, bangüê, banzeiro, batuque, munheca, batucar. (Freyre, 1979, p. 3-7)

Se Gilberto Freyre foi o responsável por trazer e legitimar a Antropologia de Franz Boas ao Brasil, Claude Levi-Strauss iniciou o delineamento da disciplina na academia brasileira.

Nascido em Bruxelas, na Bélgica, no dia 28 de novembro de 2008, Claude Levi- Strauss mudou-se para a França ainda muito jovem com sua família. Em território francês, Levi-Strauss estudou Direito e Filosofia na Sorbonne, entretanto foi no Brasil que o antropólogo alcançou o auge de sua carreira acadêmica27.

Convidado para ingressar como professor-visitante da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo, Levi-Strauss lecionou na instituição entre os anos de 1935 e 1939. Nesse período, o docente ministrou aulas de Sociologia, e inseriu o estudo antropológico na academia brasileira.

Com o foco de suas pesquisas direcionado à etnologia indígena, as investigações de Levi-Strauss geraram a teoria conhecida como “Antropologia Estrutural”. Na visão de Levi-Strauss (1971, p. 65-66),

quando se fala em estrutura social, dá-se atenção, sobretudo, aos aspectos fo rmais dos fenômenos sociais, sai-se, pois, do domínio da descrição para considerar noções e categorias que não pertencem propriamente à etnologia, mas que ela gostaria de utilizar, à semelhança de outras disciplinas científicas que, desde muito tempo, tratam alguns de seus problemas como desejaríamos fazer com os nossos. Sem dúvida, estes problemas diferem quanto ao conteúdo, mas temos, com ou sem razão, o sentimento de que nossos

27

Ver HAAG, Carlos. O francês de alma brasileira. Revista da Cultura. São Paulo: Livraria Cultura, ed. 16, nov. 2008, p. 14-15.

próprios problemas poderiam lhes ser aproximados, com a condição de adotar o mesmo tipo de formalização. O interesse das pesquisas estruturais está, precisamente, em que nos dão a esperança de que ciências mais avançadas que as nossas, sob este aspecto, possam nos fornecer modelos de métodos e soluções.

No ano de 1939, o antropólogo tentou voltar para a França, no entanto, a

Segunda Guerra Mundial o impediu de consolidar o seu projeto. Com isso, estabeleceu- se nos Estados Unidos, e trabalhou na “New School for Social Research”, em Nova Iorque. Quando regressou à Europa, foi catedrático no Collège de France.

Para o antropólogo, o “pensamento primitivo” era, longe de simplista, algo complexo, sofisticado e que tendia mais à ordem do que às idéias de organização e progresso que as sociedades modernas estabeleciam como parâmetro, fatos que, para ele, podem ser fonte de desequilíbrio social entre seres humanos. (Haag, p. 15)

Na extensa lista das obras escritas por Levi-Strauss, destacam-se28: As estruturas elementares do parentesco (1949); Introdução à obra de Marcel Mauss (1950); Tristes Trópicos (1955); Antropologia Estrutural (1958); O Pensamento Selvagem (1962); Antropologia Estrutural 2 (1973); A via de máscaras (1975); Minhas Palavras (1984); De Perto e de Longe (1988) e Saudades do Brasil (1994).

O “centenário” Claude Levi-Strauss recebeu, de acordo com Haag (2008, p. 15) uma homenagem da UNESCO e do Museu Quai Branly. Trata-se de uma exposição dos objetos utilizados pelo docente em suas investigações etnológicas.

Se Claude Levi-Strauss inseriu a Antropologia no âmbito acadêmico na Universidade de São Paulo, Emílio Willems consolidou a disciplina como o estudo científico do homem e cultura no país.

Imigrante alemão, graduado em Economia pela Universidade de Berlim, antes de chegar à Universidade de São Paulo, morou um período (meados da década de 20) nos Estados do Paraná e Santa Catarina, locais de maior concentração de alemães no território brasileiro. O próprio Willems diagnostica, anos mais tarde, que o grupo de alemães isolava-se em determinadas regiões por razões lingüísticas e culturais.

Nesses Estados, Willems presta a sua contribuição, leciona ndo no curso secundário. Respaldado por pesquisas sobre os imigrantes germânicos, apoiado e

28

Mais informações disponíveis em 28 nov. 2008, nos sites: www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u471170.shtml; www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u471158.shtml; www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u471179.shtml.

incentivado pelo Professor Fernando de Azevedo, ingressou na Universidade de São Paulo. Na USP, ministrou aulas de Sociologia na Faculdade de Filosofia. É no campo sociológico educacional que Willems conquista o seu título de livre-docente, em 193729.

Nesse momento, impulsionado por Fernando Azevedo, ministra aulas de Antropologia para a Faculdade de Filosofia, como matéria não oficial. Desde 1936, pela mão de Willems, o ensino de Antropologia obtém legitimidade. Em 1941, através do decreto número 12.038, de 1º de julho do ano citado, a matéria se torna obrigatória para a graduação em Ciências Sociais, Geografia e História.

Já em 1947, é instituído o diploma de especialização em Antropologia. No ano seguinte, a Antropologia torna-se cadeira, regida pelo próprio Willems, dedicando aos estudos da Antropologia Física e/ou Biológica, como tendência trazida pela Escola Americana.

a Willems devem-se pesquisas de campo e reflexões que tiraram a Antropologia feita no país de seu interesse apenas pelo biológico e pelo tribal, e a colocaram como ciência preocupada com a análise e interpretação de aspectos cruciais da sociedade complexa brasileira. Assim, inspirando-se em Robert Redfield, um atípico e sofisticado neo- evolucionista norte-americano, realizou o seu primeiro estudo de comunidade no Brasil, tendo como um de seus assistentes de pesquisa o aluno Florestan Fernandes “Uma Vila Brasileira – tradição e mudança”,São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1961”. (Pereira, 1994, p. 250)

Os principais trabalhos de Willems referem-se aos imigrantes alemães.

Willems procura, em seus livros “Assimilação e Populações Marginais no Brasil”, publicado em 1940, e “A Aculturação dos Alemães no Brasil”, publicado em 1946, analisar os imigrantes alemães e descendentes no Brasil através de um conjunto de conceitos e noções da então recente Antropologia Cultural, que surge como uma outra possibilidade de classificação social do mundo que não a racial. Assim, em um país mestiço como o Brasil, a possibilidade de se caracterizar uma identidade cultural só seria possível através de conceitos já utilizados pelos antropólogos estadunidenses para medir o processo de homogeneização cultural até então efetuado nos Estados Unidos da América . Estes conceitos são, principalmente, os de assimilação e aculturação, Desta maneira, Willems discute pela primeira vez em 1940, o processo de assimilação dos imigrantes alemães no Brasil, do mesmo modo que um grupo de antropólogos fez em relação aos Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial. (Voigt, 2007, p.190)

29

Ver PEREIRA, João Baptista. Emílio Willems e Egon Schaden na história da Antropologia.

Sem deixar de lado os estudos sobre as comunidades germânicas, Willems realiza em 1948, um trabalho análogo intitulado “Aspectos da Aculturação dos Japoneses no Estado de São Paulo”. Segundo Egon Schaden (1950, p. 76), o estudo

baseia-se exclusivamente em informes inéditos , colhidos em parte numa viagem de pesquisa ao Vale do Ribeira de Iguape e em parte através de um inquérito feito em 220 escolas públicas primárias situadas nas zonas de colonização japonesa de São Paulo. O inquérito atingiu a mais de seis mil alunos japoneses ou de ascendência nipônica. Além de responder ao questionário que lhes foi enviado, vários professores enviaram extensos relatos com observações pessoais sobre os colonos e seus descendentes no tocante à aculturação. A finalidade da investigação era a de descobrir os problemas mais importantes e serem estudados depois, de modo sistemático, em alguns anos de pesquisa intensa. Em virtude dos empecilhos surgidos com a guerra, esta tarefa infelizmente não pôde ser executada. É pena, pois o inquérito, cujos resultados

principais estão contidos no volume “Aspectos da Aculturação dos Japoneses no Estado de São Paulo”, foi de fato um começo promissor.

Para suprir a carência de material didático para o ensino das Ciências Sociais, o próprio antropólogo escreve duas obras: “Dicionário de Etnologia e Sociologia”, (em parceria com Herbert Baldus) e “Dicionário de Sociologia”, publicadas em 1939 e 1950, respectivamente.

Embora sua linha de pesquisa estivesse mais ligada aos estudos sobre os

imigrantes, Willems foi convidado pelo Instituto Panamericano de Geografia e História, ainda quando prestava serviços à USP, para escrever o volume denominado “Brasil”, pertencente à série “Programa de História da América, Período Indígena”. De acordo com Schaden (1954a, p. 108),

Emílio Willems prestou um bom serviço à difusão de conhecimentos relativos ao indígena brasileiro. Em vista da precariedade do material existente, muito fragmentário e heterogêneo, era particularmente penosa a tarefa de traçara um programa equilibrado que, na concisão de cento e poucas páginas em formato pequeno, constituísse roteiro seguro para o desenvolvimento sistemático de algum curso ou estudo particular de etnologia brasileira. Cumpria dar pelo menos uma noção bastante clara dos problemas cruciais a serem discutidos e visão sumária dos recursos bibliográficos realmente acessíveis aos interessados em geral. E se Willems conseguiu realizar conseguiu realizar o trabalho a contento, foi sobretudo porque da primeira página à última não deixou de ter consciência das dificuldades que ia enfrentando, bem como do caráter provisório de numerosas de suas afirmações.

Apesar de o professor ter um conhecimento vasto a respeito do Brasil e sua população, Borges Pereira (2003, p. 333) recorda-se de alguns “desentendimentos” de Willems com as tradições culturais brasileiras:

Willems, que foi meu professor de pós -graduação na Sociologia e Política, não conseguia disfarçar uma irritação total quando alguém, ao cumprimentá-lo, perguntava pela família, que é típico do brasileiro. Ele então virava para a pessoa e perguntava o que é que ela tinha com a família dele. Quer dizer, ele como professor era um homem público e institucional, não tinha nada a ver com a família. Ele dizia que não entendia essa invasão de privacidade no Brasil, porque, claro, na Alemanha essa distinção entre público e privado é muito mais rígida.

O professor deixa a cadeira de Antropologia em 1949, confiando-a ao Professor Dr. Egon Schaden, quando se transfere para a Vanderbilt University, nos Estados Unidos. Entretanto, regressou ao Brasil por diversas vezes, onde ministrou cursos para a pós- graduação da então FFCL-USP, durante a década de 5030.

Não quero mencionar aqui as várias causas que determinaram a minha transmigração para os Estados Unidos. Uma delas reside no fato de que fui convidado por uma instituição (Vanderbilt University), especializada em estudos brasileiros. A minha expectativa de poder mobilizar recursos para levar adiante as minhas pesquisas no Brasil, foi plenamente justificada. Estive seis vezes no Brasil desde 1949, pesquis ando, lecionando ou assistindo a congressos vários. (p. 121) 31

Outra iniciativa de Willems em território brasileiro, foi a criação da revista “Sociologia”:

Em 1939 fundei, junto com Antenor Romano Barreto, a revista Sociologia. Apesar de inúmeras dificuldades iniciais, logramos desenvolver e manter esse periódico sem subvenção alguma. Esperávamos atrair as poucas pessoas que então estavam

emprenhadas em pesquisas, mas foi sumamente difícil conseguir colaboração. Porém, graças à colaboração regular de Herbert Baldus e Donald Pierson, Sociologia conseguiu alcançar um nível respeitável que correspondia, mais ou menos, à fase de

desenvolvimento em que se encontrava a Sociologia e a Antropologia Social naquele tempo. Em 1949, a revista passou para a Escola de Sociologia e Política para se tornar, sob a direção competente de Oracy Nogueira, órgão dessa instituição. (p. 120)32

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