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Algumas decisões cruciais que podem atingir a economia local

4. INSTITUCIONALIDADE E DINÂMICA SOCIOPOLÍTICA

5.1. Introdução 73

5.2.3. Algumas decisões cruciais que podem atingir a economia local

De acordo com o Relatório da Cespeg (2011), os investimentos previstos no setor de petróleo e gás são, em média, de US$ 5 bilhões/ano (US$ 3,7 bilhões relacionados à exploração, produção e refino) e devem produzir impactos altamente significativos na economia brasileira. Os impactos diretos, indiretos e de efeito-renda são potencialmente de US$ 12 bilhões por ano – relação de 1:2,5 com o investimento. A realização total desse potencial depende da parcela de fornecimento local de insumos e serviços.

Atualmente, cada R$ 1 investido na cadeia do pré sal e atividades correlatas, gera benefícios diretos e indiretos de R$ 1,26, além de R$ 1,9 em termos de efeito-renda (Cespeg, 2011).

O efeito potencial em termos de crescimento do PIB anual brasileiro é da ordem de 0,6%, com uma geração adicional de 234.000 empregos. Os setores mais impactados pelos investimentos no setor de petróleo são o de prestação de serviços a empresas (que inclui consultorias, serviços jurídicos, informática, segurança, entre outros), siderurgia, metalurgia, máquinas e tratores, o próprio setor de petróleo e gás, construção civil, comércio e agropecuário. Os maiores beneficiados em termos de valor da produção são: serviços prestados a empresas (15,6%), siderurgia (11,3%), petróleo e gás (9,1%), máquinas e tratores (8,8%), peças e outros veículos

(principalmente indústria naval, 7,4%) e construção civil (6,4%).

Segundo levantamentos realizados com base em leitura de documentos, relatórios e estudos específicos sobre os impactos dos investimentos do pré-sal e de seus desdobramentos (porto, rodovia etc.), bem como com base em conversas e entrevistas com especialistas e gestores, aparecem alguns setores potenciais que serão impactados. Entre eles, os setores que potencialmente sofrerão impactos em toda a região são Indústria de Transformação; Construção Civil; Infraestrutura; Turismo; Resíduos Sólidos, Agricultura, Pesca e Extração.

5.2.3.a. Habitação e Infraestrutura Urbana

As atividades de construção civil, obras públicas, abastecimento de água, tratamento do esgoto, gestão de resíduos, descontaminação e de serviços imobiliários, tem entre si um relação especial de interdependência, que se deve observar no conjunto da gestão da política urbana. O mercado local da construção civil era formado por 292 empresas em 2010. Esse conjunto era 41,7% maior do que o de 2006, com o crescimento da escala da ocupação de pessoas, em empresas maiores, mesmo que em algumas o crescimento tenha sido zero ou negativo, isso deveu por não terem registro ou ao aumento da escala de ocupação de pessoas da empresa em 2010 em relação a 2006. Oito empresas ultrapassaram a escala de 100 e 2 a de 250 pessoas ocupadas. O crescimento foi mais intenso no caso das grandes empresas, com mais de 50, e das empreiteiras médias, com mais de 20 pessoas ocupadas.

Quadro 8. Número de Construtoras, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento

Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 161 228 41,6% 5 a 9 17 26 52,9% 10 a 19 13 14 7,7% 20 a 29 6 9 50,0% 30 a 49 3 6 100,0% 50 a 99 5 1 -80,0% 100 a 249 1 6 500,0% 250 a 499 - 2 -Total 206 292 41,7%

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Dos recursos repassados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2010 13), segundo as funções de

governo de urbanismo, habitação e infraestrutura, ligada a promoção do turismo, o município acessou mais de R$ 128 milhões, que representaram também mais de 10% do total destinado ao litoral considerado. Enquanto na função de governo de saneamento, o recurso foi de R$ 54 milhões, representando pouco mais de 2,6% deste conjunto. O detalhe dos programas de origem dos repasses, disponíveis no sítio da Caixa, mostra os recursos foram e estão sendo realizados em projetos de planejamento, regularização e construção de infraestrutura para moradia popular, inclusive nos bairros adjacentes às centralidades turísticas (como o Jardim Rio Branco, Vila Nova São Vicente, Vila Ema e Irmã Dolores). A expansão das empresas da construção, recebeu dessa maneira um importante estímulo, orientando-se em boa medida para a produção de produtos e serviços, para as faixas de renda mais baixas e para a melhoria da infraestrutura urbana destinada aos serviços turísticos.

O crescimento das empresas no mercado imobiliário deu-se tanto em número absoluto, em unidades, como na sua escala. Ainda mantendo-se concentrada em pequenas empresas. A taxa de crescimento total das empresas imobiliárias foi pouco maior que a taxa das construtoras. A dinâmica de ambas se relaciona seja por meio da produção de imóveis residenciais, de diversos usos (permanente, especulação, veraneio e hospedagem) como pela produção de “obras” pesadas da infraestrutura (viária, saneamento ambiental (água e esgoto),

equipamentos públicos e etc.), que valoriza os estoques de moradia produzida.

Quadro 9. Número de Imobiliárias, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento

Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 31 59 90,3% 5 a 9 8 4 -50,0% 10 a 19 1 3 200,0% Total 40 66 65,0%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

A atividade de saneamento teve surgimento de uma única empresa, com a ocupação de mais de 50 pessoas. Os empreendimentos de abastecimento de água, tratamento do esgoto, gestão de resíduos e descontaminação, são poucos e de pequena escala, a exceção de 2 unidades, uma com mais de 50 e outra com mais de 500 pessoas ocupadas. O que representa os limites de oferta de produtos e serviços locais. Por outro lado, a atividade é uma importante oportunidade para expansão da política pública, como para a articulação do capital e trabalho local, inclusive a partir da demanda por serviços públicos. A organização dos coletores de materiais recicláveis é um bom exemplo.

Em São Vicente, todo o material reciclável coletado pela Codesavi no município é enviado diretamente à Coopercial – Cooperativa dos antigos catadores do Lixão, que faz a triagem, prensagem e venda do material reciclado. A Cooperativa mantém 147 cooperados e, comprovadamente, os tirou de uma situação de risco social, melhorando a qualidade de vida de suas famílias e também de todo o município. A periodicidade da coleta seletiva é de uma a duas vezes por semana, de acordo com o bairro. No transcorrer do ano de 2008, o volume recolhido é de aproximadamente 80t/mês 14.

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Conforme o Balanço o 4 anos do PAC I – 2007 – 2010.

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Retirado do sítio da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), disponível em

Quadro 10. Número de Empresas de Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento

Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 6 6 0,0% 5 a 9 2 2 0,0% 10 a 19 2 2 0,0% 50 a 99 - 1 -500 e mais 1 1 0,0% Total 11 12 9,1%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

Nesse breve momento analisado, entre 2006 e 2010, as empresas de produção habitacional, infraestrutura e imobiliárias tiveram um crescimento tanto na entrada de novas empresas no mercado, com o aumento da escala de ocupação de pessoal, em ambas as atividades. As empresas locais ligadas à atividade de saneamento

(ambiental, resíduos e descontaminação) não tiveram o mesmo dinamismo, com a manutenção das unidades locais e o surgimento de uma única unidade de maior porte. Com isso, destaca-se um arranjo setorial da

construção local que tem expandido com maior dinamismo por força do estímulo da demanda pública por obras de infraestrutura e mesmo por serviços de saneamento.

5.2.3.b. Infraestrutura Produtiva e Logística

A infraestrutura produtiva e logística local insere-se na divisão social do trabalho e espacial da produção, no âmbito da região metropolitana Baixada de Santista, como importante local de suporte habitacional para

trabalhadores da metrópole, constituindo-se num importante centro de consumo. Para isso, conta com um amplo número de serviços em diversas atividades estabelecidas no município.

As atividades de Comércio e Reparação de Automotores, dão suporte ao fluxo intra-metropolitano, em sua interconexão pelo transporte rodoviário, na exigência não só de novos equipamentos, mas da manutenção e conservação. O crescimento das atividades apresentou um desempenho total negativo em seu número de empreendimentos, mas houve o aumento de unidades de média escala, entre 20 e 50 pessoas ocupadas. As unidades de pequena escala, com menos de 20 funcionários, apresentaram crescimento negativo ou de menor monta. As 2 empresas de grande escala, com mais de mais de 250 pessoas ocupadas, surgiram nos últimos anos.

Quadro 11. Número de Empresas de Comércio e Reparação de Automóveis, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 2.516 2.352 -6,5% 5 a 9 289 330 14,2% 10 a 19 121 135 11,6% 20 a 29 21 41 95,2% 30 a 49 18 28 55,6% 50 a 99 13 16 23,1% 100 a 249 4 4 0,0% 250 a 499 - 2 -Total 2.982 2.908 -2,5%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

As empresas de transporte, armazenagem e correio, relacionadas principalmente à logística do fluxo de

mercadorias, apresentou um crescimento relevante do número de empreendimentos, especialmente de menor escala, até 20 funcionários. Havia somente 2 empresas de grande escala, com mais de 100 empregados.

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Quadro 12. Número de Empresas de Transporte, Armazenamento e Correio, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 115 147 27,8% 5 a 9 15 19 26,7% 10 a 19 7 10 42,9% 20 a 29 4 3 -25,0% 30 a 49 1 1 0,0% 50 a 99 1 - -100 a 249 1 2 100,0% Total 144 182 26,4%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

As empresas de transformação apresentaram um crescimento no total do número de empreendimentos de mais de 10%. A atividade teve uma expansão das unidades instaladas, especialmente, nas unidades de pequena escala, com menos de 10 pessoas ocupadas e redução do número de empresas com entre 10 e 30 funcionários. A

novidade foi o surgimento de indústrias com mais de 100 pessoas ocupadas, apesar de que simultaneamente, reduziram-se as unidades com mais de 50 e menos de 100.

Quadro 13. Número de Empresas Industriais de Transformação, por Faixa de Pessoal Ocupado, em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 146 157 7,5% 5 a 9 22 42 90,9% 10 a 19 25 19 -24,0% 20 a 29 7 6 -14,3% 30 a 49 1 1 0,0% 50 a 99 7 2 -71,4% 100 a 249 - 2 -Total 208 229 10,1%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

O que se percebe nos números analisados, referentes às empresas de segmentos associados à infraestrutura produtiva e logística, e a sua escala, é que o crescimento do mercado local no período estudado, beneficiou mais as unidades maiores, especialmente de serviços de logística e da indústria de transformação, em detrimento da pequena e da média empresa já instalada. Na atividade de comércio e reparos de automóveis, as unidades de média escala apresentaram um desempenho importante, com o crescimento das empresas desse nível ocupação de trabalhadores. Enquanto as unidades de pequena escala reduziam-se em sua representação em número de empreendimento, ou cresciam menos nestas faixas de pessoal ocupado, abaixo da taxa dos segmentos mais densos em ocupação por unidade. Essa concentração da estrutura do mercado produtor pode repercutir em maior poder de mercado, ou seja, margem de lucro elevado para o produtor e eventual elevação de preço para o consumidor.

5.2.3.c. Turismo e Lazer

O turismo abrange algumas atividades características de serviços (CNAE), desde as de alojamento, alimentação,

artes, cultura, esporte e recreação 15. Esses serviços, direta ou indiretamente, exploram as riquezas locais, que

passam pela beleza da paisagem, cultura e história da gente local. Dentre alguns atrações, podemos citar algumas atividades e lugares, tais como a: Encenação, Biquinha, Casa Martim Afonso, Centro Cultural da Imagem e do Som, Parque Ecológico Voturuá, Igreja Matriz, Praia do Gonzaguinha, Praia dos Milionários, Praia do Itararé, Mercado Municipal, Plataforma de Pesca e Lazer, Ponte Pênsil, Praça 22 de janeiro, Rua Japão Vila de São Vicente, Morro da Asa Delta, Bandeira, Monumento dos 500 anos e Museu Jóias da Natureza.

As atividades de alojamento e alimentação, que representam respectivamente, os hotéis, campings, pousadas e etc. e os restaurantes, tiveram crescimento positivo em todas as escalas de ocupação no período observado, especialmente, as unidades de médio porte, entre 20 e 50 trabalhadores e de grande escala, com mais de 50 pessoas ocupadas. Entretanto, as pequenas empresas, apresentaram um menor crescimento, mais pronunciado nas empresas de até 4 empregados.

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A “cadeia de produção turística” pode ser definida como o conjunto das empresas e dos “elementos materiais e imateriais” que realizam atividades ligadas ao turismo, com procedimentos, ideias, doutrinas e princípios ordenados. Enumeradas, de acordo com estudos desenvolvidos pelo SEBRAE (2011) , elas seriam divididas nas seguintes áreas: 1) Agência de viagens: a primeira porta de entrada ao turista, responsável pela emissão de passagens, pacotes, hotéis, e informações e assessoria sobre os destinos turísticos e a devida organização de itens de viagem; 2) Transporte: pode ser rodoviário, aéreo, ferroviário e aquaviário. As atividades envolvidas incluem assessoria a novas rotas, aluguel de veículos, fretamento e pacotes promocionais; 3) Alojamento: são os diversos meios de hospedagem, como hotéis, resorts, cama e café e pousadas. Serviços demandados neste setor são os mais variados, como a manutenção e segurança, serviços de reserva e telecomunicações, gerenciamento e suporte para negócios e convenções, além da construção e infraestrutura; 4) Alimentação: inclui desde estabelecimentos de bares e restaurantes, a empreendimentos de alimentação fora do lar, como quiosques e ambulantes. Os serviços relacionados vão do abastecimento aos meios de hospedagem às atividades de valor agregado como rede de distribuição, agricultura, logística e consultoria. 5) Atividades recreativas e desportivas: refere-se ao uso e benefício de equipamentos turísticos ou de uso da comunidade, como parques temáticos, unidades de conservação ambiental, eventos culturais e desportivos. 6) Outras atividades recreativas: em geral, relacionado ao comércio local com compras, artesanato, shopping e a inclusão da cadeia de produção regional. A devida identificação de cada ator, dentro da realidade local de um município ou Estado, é um desafio para gestores e empreendedores. Depois do devido diagnóstico da cadeia produtiva, os governos locais terão os meios para incentivar a criação e o fortalecimento de novas micros e pequenas empresas voltadas ao turismo, gerando mais emprego e sustentabilidade. Além das áreas citadas acima, o leque de beneficiados na cadeia produtiva inclui artesãos, agricultores, transportadores, pecuaristas, artistas, comerciantes, industriais e até empresários da saúde que conseguem ver no setor uma alternativa de desenvolvimento econômico. Do ponto de vista dos segmentos turísticos , estes podem se dividir em: a) Ecoturismo: segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Considerando os aspectos peculiares que o caracterizam e lhe conferem identidade – os recursos naturais –, o Ecoturismo exige referenciais teóricos e práticos e suporte legal que orientem processos e ações para seu desenvolvimento, sob os princípios da sustentabilidade; b) Turismo Cultural: o patrimônio cultural, mais do que atrativo turístico, é fator de identidade cultural e de memória das comunidades, fonte que as remete a uma cultura partilhada, a experiências vividas, a sua identidade cultural e, como tal, deve ter seu sentido respeitado. O uso turístico deve sempre atuar no sentido do fortalecimento das culturas. Assim, a atividade turística é incentivada como estratégia de preservação do patrimônio, em função da promoção de seu valor econômico. Assim, a definição dada pelo Ministério do Turismo para o “Turismo Cultural” compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura; c) Turismo de Aventura: o “Turismo de Aventura” compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo. Consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, prazer, superação, a depender da expectativa e experiência de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade. Devido à dimensão econômica, às especificidades desse segmento turístico e às inter-relações com outros tipos de turismo, principalmente, quanto à segurança, o Ministério do Turismo delimitou em “Turismo Aventura: orientações básicas” a abrangência conceitual dessa atividade e de definiu suas características, aspectos e atributos peculiares que lhe conferem identidade; d) Turismo de Sol e Praia: esta modalidade, mais conhecida e divulgada, praticada em cidades com praia, envolvendo uma gama de serviços de apoio, tais como serviços de hotelaria, alimentação, além de passeios diversos, comércio local etc; e) Turismo de Pesca: compreende as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora, ou seja, atividade praticada com a finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem finalidade comercial. O Brasil dispõe de recursos com potencial para atrair pescadores do mundo todo, representados pela diversidade de seus peixes, suas vastas bacias hidrográficas e seus oito mil quilômetros de costa, aproximadamente. f) Outros segmentos de Turismo: o Ministério do Turismo publicou um documento, parte do Programa “Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil”, onde se analisam 12 categorias do Turismo nacional, incluindo, além dos anteriormente supracitados, os de: Turismo Social, Turismo Cultural, Turismo de Estudos e Intercâmbio, Turismo de Esporte, Turismo Náutico, Turismo de Negócios e Eventos, Turismo Rural e Turismo de Saúde.

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Quadro 14. Número de Empresas de Alojamento e Alimentação, por Faixa de Pessoal Ocupado em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 493 513 4,1% 5 a 9 61 74 21,3% 10 a 19 37 57 54,1% 20 a 29 5 16 220,0% 30 a 49 4 6 50,0% 50 a 99 3 5 66,7% Total 603 671 11,3%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

A expansão das empresas ligadas ao lazer, no período considerado, é bastante tímida, cerca de 5,3%, no número de empreendimentos, constituindo um conjunto de 119 engajados nessa finalidade, fundamental para o

desenvolvimento da atividade de turismo, especialmente, pelo estímulo a permanência dos visitantes. Os empreendimentos relacionados a artes, cultura, esporte e recreação, de pequena escala de ocupação, até 19 pessoas, apresentaram um crescimento importante. No caso das unidades de mais de 20 pessoas ocupadas, ocorreu a queda na ocupação de pessoas, provavelmente, em atividades do setor público e organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, cuja redução dos empreendimentos, pode ser em parte explicada pelo aumento de empreendimentos de grande escala, com mais de 50 pessoas ocupadas.

Quadro 15. Número de Empresas de Artes, Cultura, Esporte e Recreação, por Faixa de Pessoal Ocupado em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 92 103 12,0% 5 a 9 8 5 -37,5% 10 a 19 3 6 100,0% 20 a 29 2 2 0,0% 30 a 49 7 - -50 a 99 1 3 200,0% Total 113 119 5,3%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

O lento crescimento das atividades interconectadas de turismo, como se procurou mostrar, com os números referentes à escala das empresas administrativas, complementares, alojamento e alimentação, artes, cultura, esporte e recreação, com taxa respectivamente de 11,4%, 11,3% e 5,3%, é acompanhado também do

crescimento da escala dos empreendimentos. Por onde podemos deduzir o desenvolvimento da especialização, qualificação e a valorização dos serviços e do trabalho ocupado.

5.2.3.d. Serviços Públicos e Sociais

A importância da população municipal constitui-se numa riqueza relativa, que contribui ao desenvolvimento local na medida, em que estimula a diversidade e a especialização dos serviços públicos e sociais na economia local. As atividades de educação, saúde humana e serviços sociais, profissionais, técnicas e cientificas, informação e

comunicação, finanças e seguros e outras, apresentaram distintos resultados em seu desempenho, em relação ao número de empreendimentos e a capacidade da sua escala de ocupação de pessoas.

Tratando-se da atividade de educação, observa-se o crescimento importante das unidades de pequena e média escala, com menos de 30 pessoas ocupadas, a manutenção dos empreendimentos de média e grande escala e o surgimento de mais um estabelecimento de mais 100 pessoas ocupadas, o segunda do município.

Quadro 16. Número de Empreendimentos de Educação, por Faixa de Pessoal Ocupado em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 59 77 30,5% 5 a 9 15 21 40,0% 10 a 19 14 18 28,6% 20 a 29 7 10 42,9% 30 a 49 7 7 0,0% 50 a 99 3 3 0,0% 100 a 249 1 2 100,0% Total 106 138 30,2%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

No campo da saúde e serviços sociais, tem havido a expansão da rede de atendimento do município, tanto por unidades de pequena escala, com menos de 20 funcionários, como de média escala, com menos de 50 pessoas ocupadas. O município possui somente uma unidade de mais de 250 trabalhadores, existente já no ano de 2006.

Quadro 17. Número de Empresas de saúde humana e serviços sociais, por Faixa de Pessoal Ocupado em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 61 74 21,3% 5 a 9 19 20 5,3% 10 a 19 3 8 166,7% 20 a 29 4 4 0,0% 30 a 49 1 3 200,0% 250 a 499 1 1 0,0% Total 89 110 23,6%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

Um bom indicador da especialização dos serviços, de um determinado conjunto econômico é a condição das atividades profissionais, técnicas e científicas, que possibilitam a transformação qualitativa das relações

econômicas. O pequeno crescimento, de apenas 4 empresas no intervalo analisado, de 2% em relação ao período anterior, não reflete o incremento ocorrido na estrutura das empresas, com o crescimento da escala e do número de empreendimentos por faixa de ocupação.

Quadro 18. Número de Empresas de atividades profissionais, científicas e técnicas, por Faixa de Pessoal Ocupado, 2006, 2010 e Taxa de crescimento

Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 172 159 -7,6% 5 a 9 12 18 50,0% 10 a 19 6 15 150,0% 20 a 29 1 2 100,0% 30 a 49 1 1 0,0% 50 a 99 1 1 0,0% 100 a 249 - 1 -Total 193 197 2,1%

87 Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

Por outro lado, as atividades financeiras e de seguros, apresentaram uma importante redução no número de unidades ativas (-11,3%), com a queda da escala de ocupação de pessoas. O que denota uma forte retração da atividade no município.

Quadro 19. Número de atividades financeiras e de seguros, por Faixa de Pessoal Ocupado em 2006, 2010 e Taxa de crescimento Faixa de Pessoal Ocupado 2006 2010 Taxa de Crescimento 0 a 4 58 50 -13,8% 5 a 9 2 4 100,0% 10 a 19 - 1 -50 a 99 1 - -500 e mais 1 - -Total 62 55 -11,3%

Fonte: IBGE-SIDRA-CCE 2010 (Elaboração do Instituto Pólis).

As atividades relacionadas à informação e comunicação, foram as que apresentaram o maior retrocesso (-22,7%), seja com respeito ao número de unidades, como em relação a escala de ocupação de pessoas dos

empreendimentos. Isso ocorreu especialmente em relação às pequenas unidades. A empresa de maior porte em 2006 perdeu destaque em 2010. No final do período o mercado apresentou uma tendência de permanência