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Alguns aspectos da sintaxe espacial da LIBRAS

A sintaxe é o âmbito da lingüística que estuda os modos de organização dos termos constituintes das sentenças de uma língua. No que concerne à sintaxe da LIBRAS, este é um âmbito da língua de sinais cuja análise contrastiva com as línguas orais se afigura mais complexo, pois, como informa Quadros (1997, p. 47), “a diferença de modalidade determina o uso de mecanismos sintáticos especialmente diferentes dos utilizados nas línguas orais”. A LIBRAS dispõe de um tipo de sintaxe espacial, pois o estabelecimento das relações entre os termos constituintes de um enunciado se dá no espaço de enunciação, ou de sinalização, de diferentes formas.

O uso de nomes e o uso do sistema pronominal são fundamentais para as relações sintáticas. “Qualquer referência usada no discurso requer o estabelecimento de um local no espaço de sinalização [...], observando várias restrições” (Quadros; Karnopp, 2004, p. 127). Esse local pode ser referido através dos seguintes mecanismos:

a) fazer o sinal em um local particular (se a forma do sinal permitir; por exemplo, o sinal CASA pode acompanhar o local estabelecido para o referente);

b) direcionar a cabeça e os olhos (e talvez o corpo) em direção a uma localização particular simultaneamente com o sinal de um substantivo ou com a apontação para o substantivo7;

c) usar apontação ostensiva antes do sinal de um referente específico (por exemplo, apontar para o ponto ‘a’ associando esta apontação com o sinal CASA: assim o ponto ‘a’ passa a referir CASA);

d) usar um pronome (a apontação ostensiva) numa localização particular quando a referência for óbvia;

e) usar um classificador (que representa aquele referente) em uma localização particular;

f) usar um verbo direcional (com concordância) incorporando os referentes previamente produzidos no espaço. (Quadros; Karnopp. 2004, p. 27-29).

No que diz respeito à ordem dos termos nas sentenças, a LIBRAS apresenta certa flexibilidade segundo Felipe (1989). Há, assim como no português, várias possibilidades de ordenação dos termos, embora pareça haver, segundo Quadros; Karnopp (2004), uma ordenação mais freqüente que as demais, a ordem Sujeito-Verbo-Objeto (SVO), especialmente no caso das orações simples, nos períodos compostos contendo orações subordinadas, em períodos em que há advérbios, verbos modais e auxiliares. As construções SVO em LIBRAS são sempre consideradas gramaticais, o que não ocorre sempre com os outros tipos de ordenação. No exemplo que apresentamos a seguir, o verbo ‘gostar’ prescinde de marcas de concordância. Por isso, os sinais não-manuais, como direção do olhar voltado para o referente e o movimento de corpo, não são obrigatórios.

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_________________________________________________________________________ FIGURA 11 - Exemplo de uma sentença na ordem SVO na LIBRAS. In: Quadros; Karnopp (2004, p. 139).

Segundo Quadros; Karnopp (2004, p. 140), as ordens OSV e SOV acontecem segundo algumas restrições. Essas ordens “ocorrem somente quando há alguma coisa a mais na sentença, como as concordâncias e as marcas não-manuais”. Os marcadores não- manuais de concordância (direção do olhar, movimento do corpo) co-ocorrem com a sentença quando a concordância é sinalizada manualmente e é opcional nas construções em que não há marcação manual de concordância. Segundo Quadros (1999), a concordância associada à marcação não-manual é importante para determinar mudanças na ordem básica das sentenças em LIBRAS. Segundo essa autora, parece que a marca não-manual torna a frase mais carregada, e isso força mudanças na ordem, o que gera as estruturas diferentes (OSV; SOV).

Tv el@ assiste

_________________________________________________________________________ FIGURA 12 - Exemplo de uma sentença na ordem OSV na LIBRAS. Nota-se a inclusão da direção do olhar

e do movimento do corpo, já que o verbo ‘assistir’ é um verbo direcional ou de concordância. In: Quadros; Karnopp (2004, p. 139).

Apesar de ocorrerem construções do tipo SOV e OSV associadas a marcas não- manuais, Quadros; Karnopp (2004) afirmam que, se houver uma estrutura complexa, uma oração subordinada, na posição de objeto, não será possível mudar o objeto de ordem. Essa é mais uma restrição para a existência da ordem indireta, o que, segundo as autoras, pode indicar que a ordem direta (SVO) é a ordem mais regular na LIBRAS.

_________________________________________________________________________ FIGURA 13 - Exemplo de uma estrutura complexa na ordem SVO na LIBRAS. In: Quadros; Karnopp

(2004, p. 142).

Quadros; Karnopp (2004, p. 143) informam, ainda, que “os advérbios temporais e de freqüência não podem interromper uma relação entre o verbo e o objeto”. Isso seria, segundo as autoras, mais um argumento para conceber a ordem SVO como básica na LIBRAS.

Embora Quadros; Karnopp (2004) sustentem a hipótese de que a ordem SVO provavelmente é a mais comum na LIBRAS, no uso cotidiano, percebemos alta freqüência de sentenças nas ordens indiretas. O fato é que, no dia-a-dia, os usuários da LIBRAS

produzem sentenças em que não só há inversão na ordem dos sintagmas como um todo, mas, freqüentemente, inversões de termos no interior de certos sintagmas. Uma sentença como: “Eu gosto da relação do professor com os surdos”, pode ser sinalizada em LIBRAS, entre outras formas, da seguinte maneira: GOSTAR SURD@S RELAÇÃO PROFESSOR@. Quando existe a necessidade de intensificação de um adjetivo, ou de um advérbio, também é freqüente a inversão de termos, com a repetição da palavra a ser intensificada, repetição que substitui o uso do advérbio de intensidade, numa sentença como: “Bebi um refrigerante muito gelado”, que pode ser sinalizado na seguinte ordem: GELAD@ GELAD@ REFRIGERANTE BEBER.

Segundo Quadros; Karnopp (2004), uma explicação para a aparente flexibilidade da ordem da frase na LIBRAS está relacionada, ao mecanismo gramatical da topicalização. O tópico é o tema do enunciado, que é posicionado no início da sentença a fim de ser enfatizado. Na LIBRAS, o tópico está associado a marcas não-manuais.

_________________________________________________________________________ FIGURA 14 – Sentença em ordem indireta decorrente do fenômeno da topicalização. In: Quadros; Karnopp

(2004, p. 148).

Um outro fenômeno que pode provocar alteração da ordem direta de uma sentença em LIBRAS é o que se denomina foco. As construções com foco apresentam constituintes duplicados dentro da mesma oração. O foco é gerado quando há uma

informação em que há mais ênfase no movimento, o que equivale ao aumento da entonação da voz nas línguas oral-auditivas.

_________________________________________________________________________ FIGURA 15 – Exemplo de sentença com foco. In: Quadros; Karnopp (2004, p. 152).

Segundo Quadros; Karnopp (2004), esse fenômeno possibilita a criação de estruturas derivadas em que a primeira ocorrência de uma palavra em foco — no caso do exemplo dado, o verbo ‘perder’ — pode ser apagada. A ordem da oração SOV, nesse caso, seria derivada da ordem original S(V)OV. Ou seja, a ordem SOV em LIBRAS pode ser uma conseqüência de estruturas de foco.

___________________________________________________________________ FIGURA 16 – Exemplo de sentença com foco. In: Quadros; Karnopp (2004, p. 153).

Existem muitos outros aspectos relacionados ao sistema da LIBRAS e ao seu modo de funcionamento já publicados que devem ser conhecidos pelos interessados nessa língua e na educação de surdos. Entretanto, Quadros; Karnopp (2004) informam que ainda há muito o que compreender sobre a organização sistêmica e o funcionamento da LIBRAS, especialmente porque, sendo uma língua, não é estática e está em constante processo de modificação. Como já informamos, neste capítulo, expusemos apenas os aspectos pertinentes à nossa análise, uma vez que não é objetivo deste trabalho o estudo aprofundado da língua de sinais.

CAPÍTULO 3

PRINCÍPIOS GERAIS DA TEXTUALIDADE

Inúmeros estudos feitos pelos pesquisadores da área da Lingüística em diversas partes do mundo, ao longo do século XX, possibilitaram a ampliação do conceito de linguagem e mais particularmente de língua, compreendida como forma de ação, por meio da qual um indivíduo pode interferir na realidade social, através da interação com os demais indivíduos. Para a compreensão das formas de realização da linguagem, entretanto, não se pode desconsiderar o fato de que cada grupo humano dispõe de uma língua que pode ser definida — lato sensu — como um sistema abstrato, constituído por signos arbitrários e convencionais — as palavras, nas línguas oral-auditivas, e os sinais, nas línguas gesto-visuais — que são combinados pelos indivíduos, obedecendo a padrões específicos de organização. Mas esse sistema abstrato só funciona na relação de um eu para um tu, no processo da enunciação, que dá à língua a propriedade de ser, como afirmou Bakhtin (2004), eminentemente dialógica, o que corrobora a supracitada concepção de língua como forma de ação.

Para esse autor, a “enunciação, compreendida como uma réplica do diálogo social, é a unidade base da língua, já que cada locutor tem um ‘horizonte social’. Há sempre um interlocutor, ao menos em potencial” (2004, p. 16). Ao participarem de um evento enunciativo, as pessoas organizam os elementos constituintes da língua de acordo com padrões lingüístico-formais relativamente estáveis, socialmente consolidados — os gêneros textuais.

A vontade discursiva do falante se realiza antes de tudo na escolha de um certo gênero de discurso. Essa escolha é determinada pela especificidade de um dado campo da comunicação discursiva, por considerações semântico- objetais (temáticas), pela situação concreta de comunicação discursiva, pela composição pessoal dos seus participantes, etc. [...] Falamos apenas através de determinados gêneros do discurso, isto é, todos os nossos enunciados possuem formas relativamente estáveis e típicas de construção do todo. (Grifos do autor) (BAKHTIN, 2003, p. 282)

que envolvem o uso da linguagem — os atos de enunciação — se concretizam no que denominamos gêneros textuais, que, segundo Marcuschi (2002, p. 23), “são realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas”, que organizam nossa vida diária. Assim, por outras palavras, para interferir nos fenômenos constitutivos da vida social, produzimos atos de linguagem, que se explicitam por meio das modalidades oral-auditiva, gráfico-visual ou gesto-visual de uma língua. Cada ato enunciativo envolve, pois, um texto, que pode ser definido, ainda, como uma macroestrutura semântica, produzida para estabelecer a interação entre os indivíduos, em determinadas situações. O texto é uma atividade sociointeracional, cujo sentido é construído através da relação entre seu produtor, o próprio texto e seu leitor/observador/ouvinte8, indivíduos sócio- historicamente situados, que estão, no momento da produção textual, envolvidos numa atividade cognitiva centrada.

Halliday; Hasan (1976) consideram texto qualquer unidade da língua em uso, de qualquer extensão (daí podermos considerar textos inclusive os enunciados monolexemáticos, constituídos por apenas uma palavra), falada, escrita ou sinalizada, produzida com um objetivo interacional definido em determinado contexto sócio-histórico. A constituição de um texto envolve uma série de processos de textualização, que consiste em passar da globalidade do sentido à linearidade da seqüência discursiva. Entretanto, para que um texto seja reconhecido como tal, é necessário que, sob a linearidade, a globalidade persista. Como são processos que possibilitam a existência da textualidade, esta resulta de relações dinâmicas, estabelecidas em função de uma complexa rede de elementos constitutivos de determinado ato de enunciação, da qual fazem parte os interactantes e todas as demais condições de produção do texto. A fim de imprimir à determinada configuração lingüística a textualidade, ou seja, para produzir uma macroestrutura semântica reconhecível como tal e que cumpra adequadamente o objetivo interacional pretendido, um produtor organiza os elementos que integrarão a superfície lingüística do texto, os quais constituirão um conjunto de instruções textuais explícitas que guiarão o leitor/observador/ouvinte à construção de seu sentido global. A constituição desse conjunto de instruções é feita pelo produtor levando-se em consideração não apenas o interlocutor, mas também todos os elementos integrantes do contexto situacional em que o

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Incluímos o termo ‘observador’ e, assim, configuramos a tríade ‘leitor/observador/ouvinte’, a fim de aludir, mais adequadamente, aos interlocutores surdos usuários de uma língua de sinais. Pelo mesmo motivo, aparecerá, ao longo desta tese, termo ‘sinalizado’, para fazer referência à modalidade de explicitação das línguas usadas por surdos.

texto é produzido, que determinarão o registro mais ou menos formal, a quantidade de informações, a seleção vocabular, a natureza mais ou menos complexa das estruturas sintáticas constitutivas da trama textual, entre outros aspectos. Segundo Antunes (1996, p. 32), a organização superficial de um texto “deve orientar-se de modo a instaurar e assinalar seu caráter de continuidade”, mas também, garantir a progressão.

Ou seja, se na continuidade da seqüência do texto, num jogo de reocorrências e retomadas, algo mantém-se, prevalece,

sustenta-se, como na integridade de um fio, algo, também, deve ir, como num programa de afluências, somando-se, acrescentando-se, ampliando-se, progredindo. (Grifos da

autora).

Os falantes de uma comunidade lingüística conhecem e reconhecem os esquemas de organização dos textos. Como afirma Bakhtin, todo falante sempre escolhe “uma forma padrão relativamente estável” para dar corpo aos seus enunciados. Esses esquemas de organização dos textos são denominados por Van Dijk (1989, p. 142) de superestruturas ou hiperestruturas. As superestruturas são espécies de esquemas abstratos que estabelecem a organização global dos textos e que se compõem de uma série de categorias, cujas possibilidades de combinação se baseiam em regras convencionais. Segundo Van Dijk (1989, p. 154), a superestrutura de um texto narrativo, por exemplo, se caracteriza pela apresentação de ações de personagens, de maneira que as descrições das circunstâncias, objetos e acontecimentos estejam claramente subordinadas. Essa característica gera estruturas lingüísticas recorrentes, reconhecíveis pelos falantes de uma língua. Num conto infantil, por exemplo, são comuns estruturas iniciais como “Era uma vez...”, ou “Certo dia...”; para marcar a continuidade dos fatos apresentados no corpo do texto, aparecem expressões que indicam a passagem do tempo no mundo textual como “Enquanto isso...”, “Depois...”; e para encerrar a seqüência de fatos que constituem a narração, pode aparecer a expressão “E foram felizes para sempre.”

Além de determinar a natureza formal e a ordem de aparecimento das informações na superfície de um texto, as superestruturas impõem certas limitações ao seu conteúdo semântico, ou seja, circunscrevem o que seriam informações adequadas na composição de uma macroestrutura semântica, que, segundo o autor, é o sentido global de um texto. Van Dijk (1989, p. 152) explica que a macroestrutura é equivalente ao tópico de um texto. Para

Charolles (2002, p. 48), a macroestrutura é equivalente a uma proposição ou a uma seqüência de proposições de superfície obtida(s) depois de realizado um certo número de “regras de redução” sobre o conjunto de frases que compõem um texto. Dependendo da extensão do texto, o tópico se constrói por meio de um conjunto de segmentos textuais — os subtópicos — que abarcam diferentes aspectos semânticos desse tópico, cuja articulação permite ao leitor, ao ouvinte ou ao observador o acesso ao sentido global do texto. Em outro nível de análise, há que se considerar alguns princípios da constituição dos textos, isto é, de fatores que propiciam a existência da textualidade.

No estudo pioneiro, em que discorreram sobre os princípios da textualidade, Beaugrande; Dressler (1997) apresentaram sete fatores: os dois primeiros, segundo eles, “centrados no texto”, a saber, coesão (princípio relativo a todas as formas lingüísticas de interligação entre as diferentes partes de um texto) e coerência (princípio relativo aos aspectos conceituais, que viabilizam o caráter da interpretabilidade do texto), e os outros cinco fatores, quais sejam, intencionalidade (princípio vinculado à intenção que o produtor do texto tem de construir um texto inteligível, interpretável), aceitabilidade (princípio ligado à disposição do ouvinte/observador/leitor de aceitar um texto como interpretável), situacionalidade (princípio vinculado ao grau de adequação de um texto aos contextos situacionais em que deve circular), intertextualidade (princípio que traz à tona o fato de que todo texto abarca, em certo grau, outros textos) e a informatividade (esse princípio indica o grau de novidade, ou de imprevisibilidade que determinado texto apresenta em relação ao seu conteúdo informacional).

Koch (2004, p. 43) apresenta algumas restrições à lista de fatores formulada por Beaugrande; Dressler, esclarecendo, primeiramente, que:

dentro de uma perspectiva pragmático-cognitiva, não faz sentido a divisão entre fatores “centrados no texto” e “centrados no usuário”, já que todos eles estão centrados simultaneamente no texto e em seus usuários. Mesmo o uso (ou não) dos recursos coesivos e a sua seleção são determinados, essencialmente, por fatores de ordem pragmático-cognitiva.

A mesma autora afirma ainda que a lista de fatores não é, de forma alguma, exaustiva. Além disso, segundo Koch, a coerência não é apenas um critério da

textualidade, nem está centrada no texto, uma vez que “constitui o resultado da confluência de todos os demais fatores, aliados a mecanismos e processos de ordem cognitiva”. Para a autora, a coerência resulta de uma construção dos usuários do texto, numa dada situação comunicativa, para a qual contribuem não só os demais fatores formulados por Beaugrande; Dressler, 1997), como também os fatores de contextualização, consistência e relevância, focalização e conhecimento partilhado.

Reconhecemos a relevância dos papéis desempenhados por todos os fatores acima mencionados para o estabelecimento da textualidade e, em especial, para o reconhecimento por parte dos usuários da língua de uma determinada configuração lingüística como sendo um texto. Entretanto, sabendo que todo texto é um sistema cuja estabilidade depende dos elementos lingüísticos que o constituem e que obedecem a determinados padrões organizacionais (BEAUGRADE; DRESSLER, 1997, p. 89), entendemos que, entre os princípios da textualidade, a coesão ganha relevo em estudos como o presente, cujo foco é a organização da superfície textual de textos escritos por surdos, uma vez que os mecanismos coesivos são responsáveis pela articulação dos elementos lingüísticos que se assentam na superfície dos textos que se organizam por mais de um lexema e pela linearização da seqüência discursiva, a qual possibilita a percepção da coerência. Como informa Charolles (2002, p. 49),

os constituintes frásticos, seqüenciais e textuais figuram sob forma de uma cadeia de representações semânticas ordenadas de tal maneira que sejam manifestadas suas relações conectivas. As regras de coerência agem sobre a constituição dessa cadeia, sendo que as restrições que elas estipulam incidem, portanto, sobre traços (lógico) semânticos, isto é, afinal de contas, lingüísticos.

Por esse motivo, são principalmente os traços lingüísticos dos textos de nosso corpus que serão o objeto de nossa análise. Especificamente os modos em que estes se organizam na superfície dos textos escritos por surdos, que apresentam um sistema coesivo peculiar.

CAPÍTULO 4

OUTROS ASPECTOS TEÓRICOS E ANÁLISE DO CORPUS