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4.2 A coesão textual

4.2.1.4 Sobre os recursos de conexão

Para Antunes (2005), a conexão corresponde ao tipo de relação semântica que acontece especificamente entre as orações e, por vezes, entre períodos, parágrafos ou blocos supraparagráficos. “Realiza-se por meio de unidades da língua, que preenchem essa função – mais especificamente, as conjunções – ou por meio de expressões de valor circunstancial, inseridas na seqüência do texto. Umas e outras constituem o que tradicionalmente se tem chamado de conectores”. (2005, P. 54-55)

Os conectores, ou juntores, segundo a terminologia adotada por Neves (2000), são algumas palavras e expressões da língua, que têm a função de inter-relacionar partes (palavras, orações, períodos, parágrafos e blocos de parágrafos) de um texto, estabelecendo entre essas partes relações de sentido. Segundo Neves (2000, p. 601), essas palavras que “pertencem à esfera semântica das relações e processos atuam especificamente na junção dos elementos do discurso, isto é, ocorrem num determinado ponto do texto indicando o modo pelo qual se conectam as porções que se sucedem.” Ainda de acordo com Neves, esses elementos “podem ter seu estatuto determinado dentro da estrutura da oração ou dentro de subestruturas delas (caso das preposições, das conjunções subordinadoras e das conjunções coordenadoras), além de poder determinar-se fora da estrutura oracional, ou seja, no âmbito textual (caso das conjunções coordenadoras)” e, acrescentamos, de certos advérbios e locuções adverbiais. Noutras palavras, os conectores são elementos lingüísticos que ligam diferentes partes de um texto, estabelecendo entre essas partes relações de sentido, podendo atuar, inclusive, como organizadores globais de uma superfície textual.

Os conectores são, portanto, recursos de coesão textual, que estabelecem as relações coesivas denominadas por Antunes (2005) de conexão, cuja função é promover a seqüencialização de diferentes porções do texto. Mais do que ligar partes de um texto, esses elementos podem explicitar as relações de sentido entre as porções textuais que conectam e podem, inclusive, assinalar a orientação discursivo-argumentativa de um texto, indicando, por exemplo, que determinado bloco textual se opõe semanticamente a outro que lhe é anterior; ou que determinado bloco textual apresenta as causas do conteúdo informacional exposto noutro bloco do mesmo texto, de modo a embasar a conclusão pretendida.

Segundo Antunes, a conexão se efetua por meio de preposições, locuções prepositivas, conjunções, locuções conjuntivas e alguns advérbios e locuções

adverbiais. Embora outros estudiosos do fenômeno da coesão do texto (HALLIDAY; HASAN, 1976) e (BEAUGRANDE; DRESSLER, 1997), não tenham incluído em suas taxionomias advérbios e locuções adverbiais como elementos de conexão, é bastante recorrente o uso desses elementos lingüísticos nos textos em geral, com o estatuto de conectores, isto é, funcionando como elementos de ligação entre partes de um texto e estabelecendo entre essas partes relações de sentido.

No excerto de um texto que transcrevemos abaixo — um artigo de opinião — pode- se observar o advérbio ‘agora’ exercendo essa função. Essa palavra enlaça dois períodos do primeiro parágrafo, estabelecendo entre essas duas partes do texto uma relação temporal, marcando a divisão do parágrafo, quanto à seqüência de acontecimentos de fatos: um ocorrido num momento anterior ao que o texto foi escrito — marcado pela locução ‘antes de’ — e outro no momento presente à época da escrita do artigo.

EXEMPLO 17

Democracia Analfabeta

Um dos aspectos em que o país mais progrediu no que diz respeito à democracia é o crescimento relativo do eleitorado em relação à população total do país. Antes do início do regime militar os eleitores eram cerca de 20% da população. Agora, em 1998, são cerca de 66%. Tal progresso se deveu em parte à extensão do direito de voto aos analfabetos.

(Folha de S. Paulo, 04 /08/ 1998)

Entre os conectores, estão as conjunções, que são responsáveis pelo encadeamento sucessivo de enunciados, períodos, parágrafos e até de blocos supraparagráficos, e pela explicitação das relações de sentido que há entre eles. Os conectores assinalam as interdependências semânticas — que também podem ser marcadas por meio de pausa — que existem entre as várias partes do texto. Por outras palavras: esses elementos desempenham a importante função de alinhavar os diversos segmentos (micro e macroestruturais) textuais, orientando-os em determinada direção discursivo- argumentativa, contribuindo para o estabelecimento de sua unidade. Koch (1987, p. 55) denomina de frástica essa espécie de seqüenciação, obtida através do encadeamento por conexão, segundo a autora. O acima referido acerca dos conectores encontra apoio em Ducrot (1981, p. 178), que afirma:

muitos atos de enunciação têm uma função argumentativa, [...], objetivam levar o destinatário a uma certa conclusão, ou dela desviá-lo. [...] Essa

função tem marcas na estrutura do próprio enunciado: o valor argumentativo de uma frase não é somente uma conseqüência das informações por ela trazidas, mas a frase pode comportar diversos morfemas, expressões ou termos que, além de seu conteúdo informativo, servem para dar uma orientação argumentativa ao enunciado, a conduzir o destinatário em tal e qual direção.

Por serem alguns dos conectores interfrásticos elementos que, de acordo com Ducrot, marcam a orientação discursivo-argumentativa de um enunciado, eles são responsáveis por grande parte da força argumentativa do texto. Esclarecendo essa idéia, Ducrot (1981, p. 182 e 183) discorre sobre as noções de classe argumentativa e de escala argumentativa. A classe argumentativa consiste num argumento, ou numa seqüência de argumentos de igual valor, presentes num texto, direcionados para determinada conclusão (p é argumento para a conclusão r). Uma escala argumentativa seria uma série de vários argumentos, indo dos mais fracos aos mais fortes, apontando para a mesma conclusão (p, p’ são argumentos para a conclusão r).

A título de exemplo, imaginemos que, devido aos problemas nos aeroportos do Brasil, que se convencionou chamar de “caos aéreo”, um jornalista tenha publicado uma notícia sobre algumas das conseqüências desse problema vivido pela população, em que aparecesse o seguinte trecho:

EXEMPLO 18

Em 17, teríamos um exemplo de classe argumentativa em que:

Apesar de nesse exemplo a palavra ainda não estar desempenhando a função de conector, é relevante que se façam alguns comentários acerca de sua força argumentativa. Ainda aparece funcionando como operador temporal, marcador de excesso, na terminologia adotada por Koch (1987, p. 106), dando uma orientação argumentativa ao

A população brasileira ainda sofre as conseqüências do caos aéreo que atormenta todos há meses. Muitos vôos são cancelados diariamente em todo o país.

p = Muitos vôos são cancelados diariamente em todo o país.

r = A população brasileira ainda sofre as conseqüências do caos aéreo que atormenta todos há meses.

enunciado, do qual se depreende que, neste momento, a população brasileira já não deveria estar sofrendo as conseqüências do caos aéreo iniciado há meses.

Se o jornalista ampliasse o comentário desta forma:

EXEMPLO 19

teríamos um exemplo de escala argumentativa, em que a alusão à falta de manutenção dos equipamentos de controle de vôo põe em risco a vida dos passageiros que conseguem embarcar apresenta-se como um argumento mais forte do que “muitos vôos são cancelados diariamente”, introduzido pelo conector além disso, denotador de acréscimo de informação. Esse conector pertence ao grupo que acrescenta um argumento decisivo.

Os exemplos 17 e 18 mostram que o estudo dos conectores implica muito mais que a simples identificação das unidades lingüísticas que servem de elo entre as diversas partes do texto; implica, na verdade, o reconhecimento das especificidades semântico- pragmáticas de seu uso, já que se prestam, em alguns casos, a acrescentar à dada informação força argumentativa. Declarar que a população brasileira sofre as conseqüências do caos aéreo que atormenta todos há meses seria restringir a comunicação ao seu conteúdo informacional, ao passo que dizer que a população brasileira ainda sofre as conseqüências do caos aéreo que atormenta todos há meses dá uma orientação argumentativa ao que é dito, já que ao uso do conector ainda subjaz uma crítica à morosidade das autoridades que, meses depois do início do caos aéreo, não tomaram as providências cabíveis para se evitarem novos problemas.

Outra importante característica dos conectores diz respeito à multifuncionalidade de alguns desses elementos. Nas línguas naturais, os conectores não funcionam do mesmo jeito que na lógica, uma vez que, na lógica, elimina-se o contexto, de modo que, nessa perspectiva, um e será sempre um conector aditivo. Já nas línguas naturais, um e poderá indicar, além de soma, adversidade, causa/efeito, tempo, ordenação.

Os autores afirmam que, com exceção da relação de disjunção, nos outros tipos de relações, o uso de conectores não seria, na maior parte dos casos, obrigatório, pois as

A população brasileira ainda sofre as conseqüências do caos aéreo que atormenta todos há meses. Muitos vôos são cancelados diariamente em todo o país. Além disso a falta de manutenção dos equipamentos de controle de vôo põe em risco a vida dos passageiros que conseguem embarcar.

relações entre enunciados são, por vezes, bastante evidentes. A necessidade de uso desses elementos se apresenta quando a relação semântica entre os enunciados não é clara, ou quando, acrescentamos nós, o produtor deseja explicitar determinada orientação discursivo-argumentativa ao texto. Tomando-se os dois seguintes enunciados: 1. Pedro chegou à casa dos meus pais. 2. Saí, temos, pelo menos duas possibilidades informacionais de natureza semântico-pragmática distinta a serem explicitadas. O elemento que poderá dar à primeira informação caráter de (a.) causa da segunda, ou indicar que aquela foi (b.) uma ocorrência anterior à segunda é um conector. Assim:

EXEMPLO 20

Dependendo do contexto discursivo, um ou outro conector seria não só adequado para enlaçar esses dois enunciados, mas necessário para precisar o objetivo informacional do produtor do texto. Como afirmam Beaugrande; Dressler (1997, p. 126), com o uso de conectores, o produtor do texto pode controlar as relações textuais, organizando a apresentação do mundo textual de maneira mais eficaz e facilitar o processamento do texto por parte do leitor. Os autores consideram ainda que “é provável que os conectores sejam simplesmente um detalhe de cortesia do produtor com respeito ao receptor.” É possível que, em alguns casos, por exemplo, naqueles em que as relações de sentido são evidentes, o uso de conectores seja de fato um detalhe de cortesia. Cremos, no entanto, que, como evidenciam as construções do exemplo 21, determinadas injunções discursivas recomendam o uso de conectores, a fim de que se evitem a imprecisão ou a distorção de intenções comunicativas.

Segundo Halliday; Hasan (1976, p. 226), os conectores são de natureza bastante diferente da dos demais mecanismos coesivos por eles descritos, a saber, referência, substituição, elipse e coesão lexical. Isso se deve ao fato de a coesão promovida por esses últimos mecanismos se efetivar, em geral, por meio de relações sintático-semânticas, estabelecidas, na maioria das vezes, por nexos anafóricos. Já os elementos conjuntivos, segundo esses autores, não são recursos para remeter ao segmento textual precedente, não sendo, portanto, anafóricos. Para os autores, considerar a conjunção um recurso coesivo é atentar para um aspecto particular das relações semânticas, ou seja, a função de relacionar

a) Saí, porque Pedro chegou à casa de meus pais. b) Saí, quando Pedro chegou à casa de meus pais.

entre si os elementos lingüísticos que ocorrem em sucessão, mas que não estão relacionados por outros meios estruturais. Os autores advertem que as formas gramaticais que tais recursos conjuntivos irão assumir são algo secundário, importando, essencialmente, as relações de sentido por eles estabelecidas.

Na categorização de Antunes (2005), que adotamos para a análise do corpus, a autora dispensa o esquema tradicional que separa as conjunções em coordenativas e subordinativas. Sobressai no trabalho da autora “o entendimento da função textual e dos tipos de relações semânticas e pragmáticas que as conjunções e outros operadores de conexão assumem no texto”. (Antunes, 2005, p. 160). A autora apresenta as conjunções organizadas de acordo com as relações de sentido que estabelecem entre as porções textuais que ligam.

A primeira relação de sentido apresentada por Antunes é a de causalidade, “estabelecida sempre que, em um segmento (oração, período) se expressa a causa da conseqüência indicada em outro”. (p. 146). A autora esclarece que o uso das expressões

porque, uma vez que, visto que, já que, dado que e como por vezes, dá mais saliência

sintática à expressão da conseqüência do que da causa propriamente dita. Segundo Halliday; Hasan (1976), entre as conjunções que unem sentenças entre as quais existe uma relação de causa e conseqüência, estão os conectores que, em português, indicam o motivo de determinado fato, como os que introduzem sentenças que expressam o resultado de certa ação. Apresentamos enunciados, alguns criados ad hoc, para a exemplificação das relações de sentido aqui mencionadas.

EXEMPLO 21

A segunda relação indicada por conjunções apresentada por Antunes é a de condicionalidade. Essa relação se estabelece, segundo a autora, quando um segmento expressa a condição para o conteúdo de outro. Isto é, uma condição que, cumprida, permitirá que um determinado fato ocorra. A condicionalidade pode ser representada lingüisticamente pelas seguintes expressões: se, caso, desde que, contanto que, a menos

que, sem que, salvo se, exceto se.

EXEMPLO 22

Houve enchentes em Recife, porque choveu demais.

Antunes (2005, p. 147) apresenta, em seguida, a relação de temporalidade que expressa “o tempo, a partir do qual são localizados as ações ou os eventos.” Os conectores temporais listados por Antunes são: quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que,

logo que, assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada vez que.

Essa relação pode indicar: (a) eventos sucessivos no tempo e (b) simultaneidade de ações; ou a organização da estrutura interna do texto, (c) seqüência de eventos lingüísticos; (d) enumeração de pontos de um argumento, ou (e) indicação da organização de partes do texto.

EXEMPLO 23

Em seguida, a autora apresenta a relação de finalidade, que se manifesta “quando um dos segmentos explicita o propósito, ou o objetivo pretendido e expresso pelo outro” (p. 150). As expressões conectivas indicadoras dessa relação semântica são para que e a

fim de que.

EXEMPLO 24

A matança criminosa de focas é conhecida no mundo inteiro. Atualmente, já existem certas medidas de proteção à fauna, para que tais caçadas não se repitam. (Conhecer nosso tempo, 1074)

In: Antunes, 2005, p. 150

Antunes apresenta, na seqüência, a relação de alternância que pode ocorrer de duas maneiras: “em primeiro lugar, sendo sinalizada pelo ou exclusivo” (p. 150), que implica que os elementos em alternância se excluem mutuamente. E, em segundo lugar, quando o conector sinaliza uma relação em que os elementos envolvidos não se excluem, ou seja, é o

a) Carlos saiu, depois que leu o jornal.

b) Enquanto Carlos lia o jornal, escutava música. c) Primeiro estou cansada, depois quero ficar sozinha.

d) Em primeiro lugar, é dever da polícia proteger os cidadãos; em segundo lugar, o salário dos policiais vem dos impostos que pagamos.

e) Primeiramente, explicarei as bases teóricas da pesquisa; em seguida, apresentarei os resultados.

tipo de alternância inclusiva. Beaugrande; Dressler (1997) denominam esse tipo de relação semântica de disjunção, que pode ser (a) exclusiva, em que apenas uma das informações unidas pelo conector é verdadeira, e (b) inclusiva, em que as duas informações unidas podem ser verdadeiras no mundo textual. O autores esclarecem que, no interior da oração, o conector ou se presta a unir alternativas; entre orações, esse conector poderá, além de conectar alternativas, (c) introduzir uma informação adicional.

O conector que habitualmente marca esse tipo de relação é ou, de cujo uso não se pode prescindir, segundo os autores.

EXEMPLO 25

Antunes também apresenta a relação de conformidade “que se estabelece quando um segmento expressa que algo foi realizado de acordo com o que foi pontuado em um outro” (p. 152). Os conectores apresentados por Antunes como indicadores dessa relação de sentido são conforme, consoante, segundo e como.

EXEMPLO 26

Os alunos apresentaram bem seus trabalhos, conforme o professor previra.

A próxima relação de sentido apresentada por Antunes é a de complementação. Essa relação, indicada lingüisticamente por conectores como que, se, como, “ocorre sempre que um segmento funciona como complementar de outro” (p. 152) e introduzem todas as chamadas orações subordinadas substantivas. No exemplo abaixo, a oração introduzida pela conjunção ‘que’ funciona como objeto direto da oração anterior.

EXEMPLO 27

Sabemos que os surdos escrevem de modo atípico.

a) Amanhã, escreverei outro artigo, ou lerei os textos indicados por meu orientador.

b) Posso ler a revista ou o jornal.

c) Meu orientador não telefonou para mim. Não deve ter lido meu artigo. Ou, talvez prefira comentá-lo pessoalmente.

Antunes informa que há orações que delimitam ou restringem o conteúdo de outra. Essas orações, introduzidas por pronomes relativos, indicam a relação de delimitação ou restrição. Chamamos a atenção aqui para o fato de esse conector ter um estatuto diferente das conjunções. Como já foi dito, são pronomes, isto é, palavras fóricas. Alguns deles remetem a referentes anteriormente mencionados, substituindo esses referentes nas orações que introduzem, orações que exercem a função de adjuntos adnominais.

Como funcionam também como conectores, mencionamos essas palavras também nesta seção.

EXEMPLO 28

Aproveite a liberdade que a maturidade te dá.

(Concurso Banco Real Talentos da Maturidade. Veja, 13/04/05, p.123)

In: Antunes, 2005, p. 153

A adição também é mencionada por Antunes, que explica que essa a relação “se estabelece quando um item é introduzido num conjunto ou, do ponto de vista argumentativo, quando mais um argumento é acrescentado em favor de uma conclusão.” (p. 154). Segundo a autora, a adição se expressa lingüisticamente por meio das expressões:

e, ainda, também, não só...mas também, além de e nem. Esta última expressa uma forma de

adição negativa.

EXEMPLO 29

Quanto à relação de oposição, Antunes informa que esta “implica um conteúdo que se opõe a algo explicitado ou implicitado em um enunciado anterior.” (p. 155). As expressões que indicam esse tipo de relação são as que a gramática tradicional classifica como conjunções adversativas e concessivas, como, por exemplo: mas, porém, contudo,

entretanto, embora, se bem que, ainda que, apesar de.

EXEMPLO 30

a) Maria ensina português e João ensina LIBRAS. b) Maria não ensina inglês, nem João ensina LIBRAS.

a) Eu estudo alemão, mas não gosto. b) Embora esteja cansada, vou trabalhar.

Antunes (2005, p. 157) apresenta, em seguida, a relação de justificação ou explicação, que “ocorre quando um segmento tem a finalidade de justificar, explicar, ou esclarecer um segmento anterior”, podendo ser explicitada por conectores como: pois, que e porque, além das expressões isto é, quer dizer, ou seja. No caso do uso dessas expressões, o segmento explicativo, as mais das vezes, constitui-se de uma paráfrase.

EXEMPLO 31

A penúltima relação de sentido apresentada por Antunes é a de conclusão. Segundo a autora, essa relação acontece sempre que, em um segmento, se expressa uma conclusão que se obteve a partir de fatos ou conceitos expressos no segmento anterior. Pode ser sinalizada pelos conectores logo, portanto, pois, por conseguinte, então e assim.

EXEMPLO 32

NOSSA GRANDE VANTAGEM: Todos já sabemos português! Não precisamos, portanto, partir do zero.

(Carlos Alberto Faraco, 2003, p. 3)

In: Antunes, 2005, p. 158

Por último, Antunes (2005, p. 159) apresenta a relação de comparação, que se dá quando, em segmentos distintos, pomos em confronto dois ou mais elementos com a finalidade de identificar semelhanças ou diferenças entre eles. Essa relação pode se explicitar pelo conector como e pelas expressões correlatas mais (...) do que, menos (...) do

que, tanto (...) quanto, entre outras, informa a autora. a) Não venha à escola, pois não haverá aula.

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