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4. PARTE IV Trabalho de campo

4.4. Análise de dados

4.4.3. Alunos de PLE no mercado de trabalho

Esta parte do nosso estudo diz respeito a 8 dos 21 inquiridos no nosso questionário, pois são os que já acabaram o curso de PLE há menos de 3 anos e que já estão inseridos no mercado de trabalho ou que estão em fase de procura do primeiro emprego pós- graduação.

Foram poucos os alunos de PLE que tendo acabado o curso há pouco tempo e estando já a trabalhar responderam ao nosso inquérito, no entanto, resolvemos incluir estes resultados por ser importante comparar as expectativas dos alunos com a realidade vivida pelos que já entraram no mercado de trabalho, e também como ponto de partida para futuras investigações. Abordamos neste capítulo os seguintes temas: a situação profissional dos ex-alunos, as suas condições laborais, e as suas motivações para a continuidade dos estudos académicos em Portugal.

4.4.3.1. Situação profissional pós-curso

A situação dos 8 inquiridos que já terminaram os seus estudos superiores de PLE em Portugal é variável em termos de intervalo temporal desde o fim do curso até ao momento deste estudo. 25% acabou o curso há menos de um ano, 12.5% há um ano,37.5% acabou o curso no período entre 1 e 2 anos atrás. 12.5% há 2 anos e 12.5% há mais de 3 anos. Analisando no global, a maioria, 62,5%, acabou há mais de um ano, um quarto dos estudantes há menos de um ano e 12.5% há cerca de um ano atrás. A maioria já está no mercado de trabalho em situação de procura de emprego há mais de um ano.

A ocupação profissional destes jovens varia, tendo cada um dos respondentes selecionado as opções que correspondem à sua ocupação profissional no presente: 4 traduzem; 3 estão no ensino; 3 no turismo; 2 no imobiliário e 1 pessoa na área administrativa, pelo que há várias combinações resultantes das suas escolhas: “ensino, tradução e turismo”, “ensino e tradução”, “ensino, tradução, imobiliário e turismo”. Ou seja, temos a mesma pessoa a trabalhar simultaneamente em ramos diferentes. Isto é possibilitado pela sua valência bilingue e pela grande dinâmica de investimento e turismo no nosso país de clientes chineses. A grande procura no mercado será provavelmente a razão de todos os respondentes considerarem que fazer o curso de Português Língua Estrangeira lhes permitiu ter uma vida profissional com mais oportunidades na pergunta correspondente, o que é uma meta alcançada no caso da nossa problemática de estudo. Estas respostas dão força às motivações de estudo de PLE ligadas à carreira e às possibilidades no mercado de trabalho e vão de encontro às expectativas de empregabilidade da língua portuguesa para os estudantes chineses de PLE.

4.4.3.2. Condições laborais

A maior parte dos inquiridos (62,5%) trabalha por conta própria, contra 37.5% que trabalha por conta de outrem. Parece-nos que estes resultados se relacionam essencialmente com dois fatores: o facto de haver muita procura no mercado de trabalho por talentos bilingues Chinês-Português leva a um grande leque de opções e permite que os jovens se deem ao luxo de trabalhar por conta própria, de forma a assumir formas mais flexíveis de trabalhar e de executar várias tarefas profissionais em paralelo. Por outro lado, são o tipo de setores de atividade onde há mais procura e que nem sempre exigem a existência de um trabalho a tempo inteiro com vínculo contratual: turismo, imobiliário, ensino e tradução.

Para os 5 inquiridos que responderam que trabalham por conta de outrem, apenas 20% trabalha para empregador chinês, o que denota já uma maior independência face à comunidade de origem e uma integração na comunidade local.

Quanto questionados sobre o rendimento mensal médio com o trabalho em Portugal, os inquiridos tiveram uma resposta que poderá surpreender. Todos ganham em média um mínimo de 1000 euros, sendo que 50% diz ganhar em média 1000 euros por mês e outros 50% chegam aos 1500 euros mensais. Um cenário muito animador para estes

jovens, que investiram bastante na sua formação, mas parece terem o retorno no investimento com um rendimento mensal bastante elevado para a média portuguesa. O facto de conseguirem auferir um valor mensal relativamente alto com o seu trabalho, acrescido à vasta panóplia de oportunidades em diferentes sectores da economia faz com que a escolha do português enquanto aposta profissional faça todo o sentido. Por isso, quando questionados se “Considera que fazer o curso de Português Língua Estrangeira lhe permitiu ter uma vida profissional com mais oportunidades?” todos os respondentes disseram que sim.

4.4.3.3. Continuação dos estudos de PLE

Quisemos saber se os ex-alunos de PLE perspetivavam no futuro seguir os seus estudos em Portugal, e a resposta foi maioritariamente (75%) que sim.

Quando questionados sobre qual o principal motivo para prosseguir aprendizagem a possibilidade de “adquirir diplomas académicos elevados” revelou-se como a principal escolha com 6 votos, seguido de razões de “interesse pessoal” com 3 votos e de “obter acesso a uma promoção na sua carreira” com 2 votos.

4.4.3.4. Conclusões sobre ex-alunos de PLE no mercado de trabalho

Resumindo a informação relativa à situação dos 8 ex-alunos que já acabaram o curso de PLE há menos de 3 anos e que já estão inseridos no mercado de trabalho ou que estão em fase de procura do primeiro emprego pós-graduação, a maioria já está no mercado de trabalho em situação de procura de emprego há mais de um ano. 62,5% acabou o curso há mais de um ano, um quarto dos estudantes há menos de um ano e 12.5% há cerca de um ano atrás.

A ocupação profissional destes jovens varia, estão no mercado de tradução, no ensino, no turismo, no imobiliário e também na área administrativa e vários trabalham simultaneamente em ramos diferentes. Isto é possibilitado pela sua valência bilingue e pela grande dinâmica de investimento e turismo no nosso país de clientes chineses. Todos eles consideram que fazer o curso de Português Língua Estrangeira lhes permitiu ter uma vida profissional com mais oportunidades.

A maior parte dos inquiridos (62,5%) trabalha por conta própria, contra 37.5% que trabalha por conta de outrem. Para os 5 inquiridos que responderam que trabalham por conta de outrem, apenas 20% trabalha para empregador chinês, o que denota já uma maior independência face à comunidade de origem e uma integração na comunidade local.

Quanto questionados sobre o rendimento mensal médio com o trabalho em Portugal, todos ganham em média um mínimo de 1000 euros, sendo que 50% diz ganhar em média 1000 euros por mês e outros 50% chegam aos 1500 euros mensais. Um cenário muito animador e elevado para a média portuguesa.

A maior parte dos ex-alunos de PLE perspetivavam no futuro seguir os seus estudos em Portugal, sobretudo pela possibilidade de “adquirir diplomas académicos elevados”.