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4. CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO SOCIAL NO CONE SUL DESENVOLVIDA PELA ORDEM

4.4 Os Procedimentos da Pesquisa

4.4.1 Análise das entrevistas

Algumas das religiosas entrevistadas tiveram a oportunidade de realizar a missão educativa em outros países onde também está presente a Ordem, mas como disse uma delas: “Os lugares são diferentes, mas o projeto é o mesmo”. Isso é fato?

O que se percebe nas respostas é a coesão. As máximas de Santa Joana, que, mais que máximas, são frases que norteiam toda a ação educativa da Ordem, aparecem o tempo todo, principalmente no que tange à pergunta sobre os princípios pedagógicos, e na fala das entrevistadas parece ser algo que faz parte da vida delas.

Na concepção das entrevistadas, a educação é um processo contínuo que serve para o fortalecimento das pessoas e para a transformação da sociedade e do indivíduo. É um descobrir-se e descobrir o outro, abrindo-lhe possibilidades, desenvolvendo valores que, gerando um processo de igualdade, leva o indivíduo a acreditar em si mesmo, o que possibilita um caminho de humanização e o leva a comprometer-se com o outro.

Um dos meios de comunicação utilizados por Santa Joana de Lestonnac foram as cartas, assim, podemos então analisar que a PALAVRA ou as palavras são geradoras de força motriz dentro deste projeto. São as palavras que se repetiram e ainda de repetem ano após ano, século após século, que também ajudaram a manter a unidade e o propósito do Instituto. Optamos então, por fazer um levantamento das palavras que mais aparecem nas entrevistas e que nos deram uma percepção de educação sobre a prática das educadoras da Ordem.

A Educação se define na Companhia no campo relacional. E na vida cotidiana das irmãs, das educadoras, nas escolas, programas, em cada pessoa que é acolhida. No encontro com o outro se materializa uma visão de educação e aparece o rosto do Projeto Pedagógico. Não é uma educação de um sozinho, é a prática pedagógica do um com outros. É o sendo no mundo e nas relações que se descobre o educando e educador. Nesse sentido, Brandão começa a nos ajudar a revelar o rosto do projeto pedagógico da Ordem na América Latina. Autores como Brandão, nos ajudam a aproximar-nos desta perspectiva de educação, quando constata que a educação é:

Ao mesmo tempo em que socialmente a educação, um domínio da cultura entre outros, é condição da permanente recriação da própria cultura, individualmente a educação, uma relação de saber entre trocas de pessoas, é condição da criação da própria pessoa. Aprender significa tornar-se, sobre o organismo, uma pessoa, ou seja, realizar em cada experiência humana individual a passagem da natureza à cultura. (BRANDÃO, 2015, p.10)

Mas para se chegar a esse ponto, é preciso que a educação seja dialógica, integradora, articulada para que o educador e educando possam deixar-se afetar. Ela se desenvolve em um espaço de proximidade, encontro, partindo de práticas pedagógicas que contemplem o acompanhamento, a troca, a ternura e que prepare a pessoa para o futuro, articulado com a justiça, a solidariedade e a participação social.

[...] a educação problematizadora coloca, desde logo, a exigência da superação da contradição educador-educandos. Sem esta, não é possível a relação dialógica, indispensável à congnoscibilidade dos sujeitos cognoscentes, em torno do mesmo objeto cognoscível.

O antagonismo entre as duas concepções, uma, a “bancária”, que serve à dominação; outra, a prolematizadora, que serve para a libertação, toma corpo exatamente aí. (FREIRE, 1970, p. 68)

Essas dimensões todas se integram nos encontros, pessoas a pessoas, pessoas e comunidade, pessoas e as experiências cotidianas:

Para mim, partindo daquela realidade de ouvir o grito do outro, deixar- se afetar, eu sinto que o projeto de Educação Popular se coloca na lama do povo para poder pisar na lama, estar na realidade do povo, escutar, olhar, como uma utopia que, onde a gente sonha com a transformação de um mundo novo e ver que a Companhia de Maria se preocupa pensa em transformar a realidade difícil do povo em oportunidade as dificuldades do povo para transformar na Educação Popular a gente mergulha muito no conflito, financeira, psíquica humana, mas com essa utopia que isso é possível, algo novo, vem desta esperança de Santa Joana que a credita no ser humano que é capaz e

merece, o desejo de fazer caminho com outras pessoas que buscam o bem, querem fazer o bem”. (Sujeito 6)

Como já citamos, Dussel enfatiza a experiência do encontro com o outro pela ótica da solidariedade e não da dominação e exploração. Na matriz pedagógica da Ordem, a solidariedade ocorre num caminhar juntos, um descobrir juntos, num produzir juntos. A experiência de solidariedade é que faz com que os princípios, os projetos, a prática da educação sejam sempre novos, conforme constata Dussel, ao analisar a matriz da pedagogia e da política na América Latina.

Você se coloca na pele do outro e não tem como falar diferente, você se faz guia do outro, mas também se faz companheiro e então, nessa proximidade se se descobre as habilidades daquela situação tão limitada da Educação Popular, para ressurgir junto, como quem planta ver a plantinha saindo da terra. (Sujeito 6)

Mas, como diria Paulo Freire, nenhum dos dois é menos e nem mais, mas é um jeito dialógico de viver e provocar um processo de libertação de si, do outro e de seus companheiros. É uma pedagogia que recria e cria em cada lugar, em cada tempo. Ela não tem um rosto, a priori, seu rosto se constrói na relação.

Por esse motivo, os princípios pedagógicos da Companhia de Maria podem ser uma pista para, tanto na educação escolar, quanto na Educação Popular e Social, ajudar a fazer um caminho de humanização. Esse projeto, busca, mais do que levar a pessoa a assimilar muitos conteúdos, leva-a a comtemplar a realidade, já que a proposta educativa sugere um caminho a partir da vida e para a vida, levando o educando a questionar a realidade pois é melhor “uma cabeça bem feita, que uma cabeça cheia”.

La Compañía de María forma en el pensamiento crítico. Esto de tener una mirada sobre la realidad que no sea dada, que se pueda cuestionar en el proyecto pedagógico de la Compañía de María enseñamos a que se cuestiona, que haya una consciencia crítica. En el proceso con los vulnerables de la sociedad más aún porque son muy pisoteados y necesitan de una consciencia critica para darse cuenta de lo que están viviendo para poder transformar y reconocer lo que podem. (Sujeito 3)

A concepção de crítica que aqui se coloca leva o indivíduo a questionar não só a realidade, mas o seu estar no mundo, o seu quehacer.

No sentido de aproveitar todo o potencial [...] levando a pessoa a ser protagonista de sua própria história. (Sujeito 5)

Essa forma de pensar a educação, em que as pessoas simplesmente não recebam, mas que estejam no mundo e tenham uma reflexão crítica, vem ao encontro do que Paulo Freire nos fala sobre a educação bancária e a educação problematizadora,

[...] enquanto a prática bancária [...] implica uma espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, a problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica um constante ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a imersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade. (FREIRE, 1987, p. 70) Esses mesmos princípios acontecem a partir de uma “leitura de fé” e nos convida a “estender as mãos” a pessoas e a situações “mais necessitadas de salvação”, ou seja, aquelas que por qualquer que tenha sido o motivo, esteja em uma situação vulnerável,

Estender a mão é isso: estar próxima, acolher, escutar, levar a pessoa a descobrir o que ela tem de positivo, de bom, o que ela pode desenvolver apesar de toda gestação de degradação. (Sujeito 1)

Esse processo de estender a mão leva o educador a entender que a sua missão é a de ser um facilitador do processo libertação do outro.

[...] tender la mano es situarse al lado del otro e caminar junto con el otro es dejar sorprender abrirse a la novedad, poner la bondad, la misericordia [...] tender la mano me sitúa en una relación de igual para igual, una mano que se ofrece y no se impone. (Sujeito 2)

Deve se dar desde uma proposta “transformadora” que contemple a formação de valores, que ajude a pessoa a “dar o melhor de si”, fazendo com que o indivíduo “desenvolva todas as suas potencialidades; por isso mesmo a expressão “nem todos calçam o mesmo sapato”, vem carregada de significado...

[...] en mi parece como descubrir esto que el otro tiene que lo hace único, cuando se toca esa dimensión en la otra persona se produce el encuentro donde la dignidad de la persona la experiencia de Dios, la dimensión más linda do que es ser hermano, ser amigo, es que hace extrañar el otro, hermanarse. (Sujeito 2)

O sapato toma as formas dos pés do seu dono, cada pé é único, com seu formato único, uns são chatos, outros têm curvas, leves ou acentuadas. Cada pé traz em si, a necessidade de um determinado sapato, de um determinado cuidado, de uma determinada atenção. É algo personalizado, único.

Busca ofrecer una propuesta educativa que responda a las necesidades de cada persona y que desarrolle toda la potencialidad, siendo la

misma la principal protagonista de su propio proceso de aprendizaje, utilizando diferentes recursos. (Sujeito 7)

Considerar a pessoa por aquilo que ela é harmoniza firmeza e doçura, amorosidade e diálogo, partindo de uma relação que integra, ajuda e faz crescer, já que entende que a educação deva ser integral e que ela se dá em todas as etapas da vida, em um acompanhamento constante. Esta proposta pedagógica é direcionada a todos sem exclusão, tendo o jovem, a criança e a mulher como seu destinatário preferencial.

Doña Nena asistió a muchas de esas capacitaciones. “Yo me fui a todos lados con ellos. Aprendí muchas cosas porque viste que yo no sé ni leer ni escribir casi. Tampoco sabía como vivir. Vivíamos solos en el campo y yo aprendí muchas cosas con ellos. Inclusive, mi marido primero como que me quería tener aplastada. Luego yo aprendí que no, que tengo que valorarme, hacerme respetar. Y todo eso aprendí, por eso le agradezco yo a que sí, que muchas cosas me enseñaron”. Las capacitaciones y los encuentros de género fueron dando a las mujeres espacios de participación. “Después de tanta capacitación que hicimos del Campesino, ahí aprendimos que si, que las mujeres también tenemos el mismo derecho tanto como los hombres. Por eso que algunas se animaron y están también a la par de los hombres. Que también tenemos que saber que nosotras podemos hacer reclamos, opinar para mejorar más la comunidad, dentro de la comunidad”, explica Norma, de Osvaldo Quiroga”. (EDUPOSAN, 2016, p. 57)

Partindo do carisma deixado por Santa Joana de Lestonnac, as educadoras buscam oferecer uma educação que “vai além da sala de aula”, isto é, em contínuo discernimento tratam de desenvolver sua proposta educativa buscando que a pessoa seja o “principal protagonista de seu processo”, visando a inclusão, o empoderamento para a superação da condição oprimido/opressor, no intuito de evitar que a mesma caia no abismo, pois, segundo Paulo Freire, esse é o caminho da recuperação da humanidade dos oprimidos, para que eles cheguem a ser não opressores dos opressores, “[...] mas restauradores da humanidade em ambos. E aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – libertar-se a si e aos opressores” (FREIRE, 1970, p. 30).

As educadoras veem que a Educação Popular na Companhia de Maria tem a capacidade de se adequar, de se colocar ao lado do outro, do que sofre, em qualquer lugar, já que parte de situações específicas de cada realidade, pois, onde quer que a Ordem esteja, os princípios pedagógicos são os mesmos. Nas entrevistas foram narradas experiências de Educação Popular não apenas neste continente:

Mire, la educación popular no es solamente nuestra, de Latinoamérica, la educación popular en Asia y en las Filipinas, sobre todo, donde las personas pierden todos los años todo por los tifones, los maremotos y

vuelven otra vez de la cero y no se dejan estar porque entienden que tienen que tener más esperanza, tienen que reclamar sus derechos, porque es un proceso educativo que no se corta, a pesar que se pierde todo, todas las veces, porque se sigue apostando por esa comunidad.

(Sujeito 3)

Esta proposta de educação se desenvolve em qualquer etapa da vida, assim como em situações onde a vida deve ser cuidada, onde a esperança deve ser fomentada, onde as pessoas possam, apesar dos percalços da vida, não deixar que isso determine o seu futuro, mas confiar em suas próprias capacidades, desenvolvendo suas ferramentas internas e empreender sua jornada de libertação. Também na África...

... a preocupação não é que a Companhia de Maria continue sendo doutoras e enfermeiras, mas preparar que o povo seja enfermeira, doutor para que assumam [...] Quando se trata de desnutrição, como as irmãs formadas em nutrição acompanham as famílias, as mães, preparando-as para desenvolver algumas criatividades, iniciativas, adaptando à pobreza e à cultura. (Sujeito 6)

Partindo do exposto acima, pode-se refletir que a Ordem, conseguiu construir em sua práxis educativa nos meios populares, os mesmos pressupostos elencados no comentário abaixo:

A educação é popular quando, enfrentando a distribuição desigual de saberes, incorpora um saber como ferramenta de libertação nas mãos do povo. Pelo que foi exposto antes, o fato é que se a Educação Popular pode ser entendida como uma atividade específica (não é toda ação assistencial, de trabalho social ou de política educativa) ela, por outro lado, não requer ser realizada no interior do sistema educativo formal, separada do conjunto de práticas sociais dos indivíduos. Muito ao contrário, a Educação Popular vem sendo desenvolvida no interior de práticas sociais e políticas e é aí precisamente onde podem residir a sua força e a sua incidência. (La Educación Popular Hoy em Chile: Elementos para Definirla, ECO, Educación y Solidariedad — sem indicação de autor, p. 9, apud BRANDÃO. 2015, p. 47-48)

Na América Latina vamos ver esse projeto desenvolvido com a população urbana, como também com a campesina e a indígena; com adultos, mas também com adolescentes, jovens e crianças; com as mulheres, não importa que fase da vida esteja vivendo: pode ser adolescente, jovem, gestante ou mãe, já que esta proposta se desenvolve desde a perspectiva daquelas pessoas que tem sua vida ameaçada, pela pobreza, pela ignorância, pelo descaso das autoridades, pela saúde deteriorada, pelo desanimo, pela tristeza... enfim, aqueles que estão excluídos.

[...] a exclusão moderna é um problema social porque abrange a todos: a uns porque os priva do básico para viver com dignidade, como cidadão; a outros porque lhes impõe o terror da incerteza quanto ao próprio destino e ao dos filhos e dos próximos. A verdadeira exclusão está na desumanização própria da sociedade contemporânea, que ou nos torna panfletários na mentalidade ou torna indiferentes em relação aos seus indícios visíveis no sorriso pálido dos que não tem teto, não tem trabalho e, sobretudo, não tem esperança. (MARTINS, 2002, p. 21)

Para a Companhia estar no meio dos mais pobres é por acreditar, como sua fundadora, que o “inferno é hoje, é agora” e que nessa sociedade de mudança e tão desigual, as pessoas, umas mais e outras menos, estão constantemente correndo o risco de não serem ouvidas, educadas, compreendidas acolhidas, mas principalmente os jovens, correm o risco de caírem na drogadiacção, na prostituição, estão “a ponto de caírem no abismo, se alguém não lhes estender a mão”.

Refletindo sobre abismos de hoje poderíamos pegar emprestada a definição de Martins (2002) de que abismo em nossa sociedade contemporânea, seria situar-se na “perspectiva das populações cuja vida se desenrola nos extremos das situações sociais adversas” o que seria para ele situar-se no fundo do abismo social e quiçá, pudéssemos, a partir dessa perspectiva, ver nos que padecem “a dimensão reveladora do que é limite e de quem está no limite” (MARTINS, 2002, p. 22)

Da mesma maneira, Santa Joana ao apresentar seu projeto às primeiras companheiras, usa o termo “Apressuremo-nos”, ao que a Companhia toma hoje para si: “Comunicar esta boa notícia, para nós é uma urgência”.

Urgência com a convicção que somos instrumentos simples, como Nossa Senhora e urgidas pela maior glória de Deus, buscaremos [...] em cada situação, em cada país, em cada cidade... (Sujeito 1)

Urgência porque os tempos mudam, os poderes hegemônicos continuam a criar novos abismos, novos infernos, novas formas de exclusão.

Hoy urge esa realidad y tiendo la mano de esa manera [...],

El infierno es hoy, las niñas están hoy al abismo a lo infiernos. No puedo pensar para dentro de diez años, para dentro de cinco años. Me urge hoy. (Sujeito 3)

Nesse projeto utópico, porque leva em seu bojo o sonho de uma sociedade de cidadãos, onde todos e todas são incluídos, o conhecimento é partilhado, a comunidade de aborígenes troca experiência com os campesinos, os jovens da periferia fazem bazar

para ajudar os adultos da pastoral familiar, pois o que importa neste tipo de educação, é promover a vida, no pequeno de cada dia, nas ações solidárias, na inclusão da menina prostituída, do deficiente físico, da criança desnutrida [...] enfim, de todos aqueles que seguram na mão que lhes é estendida. Para Santa Joana “estender a mão” a alguém é um acolher a quem sofre, a uma situação de desumanização, de sofrimento, mas cabe esta reflexão:

[...] a verdadeira generosidade está em lutar para que desapareçam as razões que alimentam o falso amor. A falsa caridade da qual decorre a mão estendida do “demitido da vida, medroso e inseguro, esmagado e vencido. Mão estendida e trêmula dos esfarrapados do mundo, dos “condenados da terra”. A grande generosidade está em lutar para que, cada vez mais, estas mãos, sejam de homens ou de povos, se estendam menos em gestos de súplica. (FREIRE, 1987, p. 31)

A companhia tem a ousadia de lutar contra a morte a partir de uma proposta educativa que não seja autoritária, mas que se alimenta de uma espiritualidade ecumênica, e também mariana, já que Maria, a Nova Eva, é aquela que, pisando na cabeça da serpente, que aqui é a personificação do mal, do egoísmo, da exclusão, “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes”, (Lc 1, 52).

A experiência de ser educadora da Ordem, em contextos de pobreza e vulnerabilidade, supõe um desafio que requer um dinamismo, pois a partir da “profunda capacidade que Joana tinha de intuir algo novo”, as educadoras também são convidadas a fazer o mesmo em diferentes contextos,

Siempre hay algo que se ten que incorporar [...] porque estamos delante de nuevos sujetos y tal vez por estar tan cerca de esa situación y de ese proceso de cambio no alcanzamos en desplegar todo lo que ese proyecto nos invita a vivir. (Sujeito 2)

A se debruçar sobre a realidade e a estar atentas, em contínuo discernimento, a “ouvir o grito do outro”, através de respostas atualizadas,

[...] nós vamos vendo e cada momento histórico como nós, como educadoras, como podemos estender as mãos, que resposta podemos dar, como podemos estar ali ajudando as pessoas a descobrirem o que elas têm de mais positivo para construir um mundo melhor. (Sujeito 1)

“Sem a pretensão de ser todo-poderoso” desbravando caminhos, entretecendo laços de amor, amizade, proximidade entre os mais pobres; gestando comunidade, formando multiplicadores,

[...] mas sobre todo lo que me ha enseñado el proyecto de Compañía en el barrio Mitre ha sido el empoderamiento de las personas, y las hermanas siempre han sido una a más, todo se hacía y se piensa de manera conjunta, nadie tiene una voz de autoridad mayor. Marta lleva adelante el proyecto. Todo se lo pensamos juntos, eso tiene sus cosas buenas y sus cosas malas, sus posibilidades. (Sujeito 3)

Assim, as educadoras desenvolvem a proposta educativa caminhando em forma de processo, e como Santa Joana junto com a menina, no ícone da Sagrada Família, pode- se perceber que neste processo,

[...] é fundamental que o educando seja protagonista e o projeto da Companhia tem que possibilitar isso. A gente se dá conta com a própria imagem de Santa Joana com a menina, que aponta o caminho: Vai porque estou contigo e você é capaz. Ela vai acompanhando o processo educativo do educando. (Sujeito 5)

É nesse sentido que essa proposta educativa vai apontar possibilidades de futuro, onde a menina, a jovem, a dona de casa, a mulher lutadora, possam acreditar que é possível superar a pobreza, o abandono, o preconceito, o machismo,

Según las encuestas del equipo, este trabajo ha contribuido a que campesinos y aborígenes ya hablen acerca de equidad de género, salud