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Ainda que isto seja uma redundância, é necessário lembrar que uma leitura do passado, por mais controlada que seja pela análise dos documentos, é sempre dirigida por uma leitura do presente. Com efeito, tanto uma quanto a outra se organizam em função de problemáticas impostas por uma situação. (CERTEAU, 1982, p. 27)

Realizar esta pesquisa foi trilhar um caminho sempre questionando se o trabalho social, a educação popular/social influencia de fato o mundo e porque tantas pessoas, por mais difícil que seja este trabalho não desistem e dedicam a vida a ele. Questionava-me ainda porque Santa Joana queria ter mil vidas para colocar a serviço da missão. Enfim, neste percurso, não foi apenas a pessoa de Santa Joana de Lestonnac que redescobri e me encantou. Pude me aproximar da teoria de Martín-Baró, Freire, Dussel, conhecer personagens como Bartolomeu de Las Casas, Vicente de Paula, Padre Ibiapina, pessoas que desde a academia ou desde a vivencia prática, colocaram a serviço os dons recebidos por Deus. Juntamente com todas essas personagens pensei em todas as religiosas da Ordem que fizeram com que o carisma deixado por Santa Joana de Lestonnac não sucumbisse e pudesse chegar até nossos dias. Quando me refiro a “todas as religiosas” me refiro às que mesmo sem conhecer nutri profundo respeito ao conhecer um pouco de sua trajetória, e muitas com as quais convivi ou ainda convivo e fazem que esta proposta continue a ser válida.

Todo trabalho é difícil de chegar a uma conclusão, talvez tenha mais considerações finais a fazer do que uma conclusão. Nesse sentido, a primeira consideração que devo fazer é que a Educação Popular/Social trata o sujeito em situação de marginalização como produtor de conhecimento, e, cada experiência, de um jeito ou de outro, contribui para a formação existencial do indivíduo. Pensar a Pedagogia Social ou Educação Social é refletir sobre o encontro com o Outro. A história de Santa Joana e da Ordem é rica em narrativas, como pudemos perceber no decorrer da dissertação. Cada uma destas narrativas pressupõe uma intencionalidade e um jeito de se colocar no mundo e de agir no sentido de transforma-lo. Nesta perspectiva as ideias de Certau nos leva a refletir que, assim como a história, a educação e esta pesquisa tem uma intencionalidade. Nesta pesquisa a intencionalidade foi de perceber e descobrir os reptos de Santa Joana de Lestonnac na práxis da Educação Social na Ordem da Companhia de Maria no Cone Sul.

Então, se surgiu essa necessidade de pesquisar é porque o presente de certa forma está apontando para algo que existe nesta direção que precisava ser confirmado.

A pesquisa tem como pano de fundo as seguintes perguntas: 1 – Qual era a fundamentação teórica que embasava as práticas de educação popular na Ordem da Companhia de Maria, 2 – Se Santa Joana de Lestonnac, Fundadora da Ordem poderia ser chamada de educadora Social e 3 – Se as práticas em meio popular realizadas pela Ordem, principalmente no Cone Sul, poderiam ser consideradas como educação popular, educação social. Na tentativa de responder estas questões fizemos um percurso histórico que percorre toda a dissertação. Retomamos alguns aspectos da trajetória histórica da Ordem para entender quem foi Joana de Lestonnac, sob que influências viveu que a levaram à fundação da Ordem, e o que fez com que quatro séculos depois a mesma seguisse ofertando sua proposta educativa. Quatro séculos, supõe muito tempo de vida, de história escrita em épocas distintas, muitas vezes trazendo novas informações que por alguns momentos, o que parecia certeza se tornava dúvida. Foi uma releitura da História da Ordem desde um outro lugar, um tentar encontrar Joana de Lestonnac caminhando pelas ruas de Bordeaux, ou pelas ruas de Almenara, em Formosa ou Bairro Mitre na Argentina, ou quem sabe em Santa Rosa no Paraguai e não apenas em uma sala de aula em um dos muitos colégios da Ordem.

Se Santa Joana de Lestonnac não tinha em mente o conceito de Educação Social, sua prática é repleta de indicativos para a elaboração de um conceito de educação social. Nas máximas, que são repetidas pelas educadoras no decorrer das entrevistas, encontramos o que se poderia chamar de princípios pedagógicos da Ordem uma vez que traçam um caminho para educação, se considerarmos que Santa Joana não acordou um dia pela manhã e elaborou umas quantas frases de efeito e pronto. As máximas contêm uma teoria que as embasa, uma lógica que as sustenta e é por este motivo que elas seguiram sendo repetidas e vivenciadas, pois traduzem as bases da educação para a Companhia de Maria. Lembremo-nos que algumas foram baseadas no pensamento de Montaigne, como por exemplo: nem todas calçam o mesmo sapato, ou partiram da experiência que vivenciou com os Jesuítas, e nos EE (exercícios Espirituais), como a contemplação da realidade que vem da experiência da Encarnação, ou o colóquio, diálogo tão presente nos EE e que Joana colocou com um dos traços mais relevantes no processo formativo das novas religiosas assim como das educandas. Outras máximas possivelmente partem de sua experiência advinda da educação Calvinista. Santa Joana de Lestonnac foi uma mulher culta, que soube aproveitar suas vivencias e experiências,

como também as correntes de pensamento da época para plasmar um projeto educativo que trouxe novidade para aquela sociedade. Explicitamente não vamos encontrar nos seus escritos uma teoria sobre a questão social, mas encontramos apontamentos e princípios para a definição de uma Educação Social e talvez até de uma Pedagogia Social. Em sua prática educativa, as vítimas, como as mulheres excluídas do espaço do saber, as famílias foram o foco de sua atuação. Enxergou a educação como algo que naquele momento poderia “salvar” a mulher. Educar para ela, era mais que ensinar as letras, sua proposta foi a de humanização, das pessoas de forma geral. A história de Santa Joana de Lestonnac e da Ordem nos oferece dados para dizer que sua prática faz dela uma educadora social. Sim, ela pode ser considerada uma educadora social. Sua concepção de mundo encontra eco em muitos outros pensadores da mesma corrente que foram surgindo em sua época e que nos foram dando ciência de que a Ordem foi fundada em um momento privilegiado, em que havia condições históricas favoráveis como: mudança cultural, social, intelectual que exigiram uma nova forma de olhar o mundo, de olhar o homem e de conceber a educação. Joana como mulher, teve o seu olhar direcionado para as mulheres que, como ela, precisavam ser vistas como cidadãs de direitos, necessitavam ser valorizadas enquanto seres humanos intelectualmente capazes, como seres de vontade, como seres de igual valor. Destacamos também que os ecos dos discursos e o testemunho de Santa Joana e da Ordem ressoam nas práticas das irmãs e reverberam nos autores que citamos no decorrer do trabalho, sobretudo os autores da Pedagogia Social que concebem a educação como um projeto radical de transformação política e social. A práxis da Educação Social busca renovar a relação homem / sociedade, o jeito de agir e de pensar influenciando e construindo uma prática social em vista de uma educação libertadora (Cf. GRACIANI et ali, 2011, p. 290).

Após as reflexões dos dados históricos buscamos fazer um confronto entre as narrativas históricas de Santa Joana de Lestonnac e da Ordem, das experiências mais atuais com a teoria, com os pressupostos teóricos da pedagogia social. Muitas vezes, discutimos, vivenciamos e até desenvolvemos práticas educativas que são populares e/ou sociais, que parecem ser realizadas empiricamente. Ao entrar em contato com a teoria, percebemos que têm um sentido e que as mesmas práticas poderiam ser melhor desenvolvidas se tivesse melhor embasamento teórico. Autores como Freire, Dussel, Martín-Baró entre outros, nos ajudaram a verificar a proposta pedagógica da Companhia de Maria nos meios populares e também a perceber onde, nos projetos desenvolvidos pela Ordem na província do Cone Sul se fazia a passagem da educação popular para a social.

Nesta análise pudemos perceber que no decorrer da história da congregação, em alguns momentos, as ações da Ordem se tornavam pobres e às vezes até mesmo sem sentido por falta de uma reflexão sobre a prática, ou seja, aquilo que Paulo Freire chama de ação, reflexão, reflexão e ação. Quando a Ordem desenvolve suas ações nesta dinâmica todos crescem e as suas ações são transformadoras levando alguns educadores e educadoras a pagar com a própria vida. Tivemos a oportunidade de ver em algumas experiências na América Latina as consequências de uma pedagogia da libertação que foram fundadas na relação teoria e pratica que não só transformava o cotidiano das ações, como afetava também a sociedade e até mesmo o Estado.

A ideia de uma educação dialógica de reflexão e ação, ação e reflexão e problematização do oprimido e do opressor, nos levou a analisar os reptos de Santa Joana e da Ordem, nos Encontros de Educação Popular do Cone Sul como também nos depoimentos das entrevistadas. Verificamos que nos encontros e nas práticas cotidianas a educação popular/social na Ordem vai se dando a cada encontro pessoal das irmãs, a cada grupo que é acompanhado, a cada projeto realizado. A educação popular e a educação social vão acontecendo sucessivamente. Em alguns momentos acontece uma e em outros a outra e assim se formos pensar na teoria, ela tanto pode respaldar uma quanto a outra. O que se percebe através das entrevistas é que isto não está claro para as educadoras, isto é, elas têm a clareza que desenvolvem a educação popular, mas não fazem referência à educação social. Ao pensar este trabalho, existia uma preocupação de fundo em relação à formação dos educadores já que uma das grandes preocupações da Comissão de Educação Popular da Ordem no Cone Sul, da qual eu fazia parte, era a formação teórica dos educadores, assim como os princípios básicos de uma educação popular/social. Entendíamos que não se educa apenas com a boa vontade, principalmente nos meios populares, queríamos ter a certeza de que estávamos no caminho certo no tocante à prática educativa. No decorrer da dissertação pudemos concluir que sim, o caminho é este mesmo. O que ainda fica a desejar em relação à formação das educadoras da Ordem, é um maior aprofundamento da teoria para que não se torne uma prática empírica, mas que garanta resultados concretos no fazer social. Ainda assim, as entrevistas apontam um caminho concreto no que diz respeito ao acompanhamento, neste deixar-se afetar pela dor, pelo sofrimento das vítimas.

Ao analisar os projetos pedagógicos desenvolvidos pelas irmãs nos centros sociais e até mesmo nas entrevistas fomos tecendo uma concepção de educação social fundada no consenso entre a Sociedade, Estado, Instituições e os próprios sujeitos envolvidos. A

outra descoberta é que a educação social não nega a metodologia, as experiências e narrativas da educação popular, mas busca avançar na linha da negociação e da superação em vista da libertação. A educação social se aproveita da perspectiva da política, dos direitos humanos na América Latina

As educadoras não falam em nome de si próprias, assim como não educam por sua própria conta. Por isso em algumas das entrevistas percebemos que as mesmas citam etapas de seu próprio processo formativo e é a partir dele, isto é, depois de terem vivenciado em sua própria vida a dinâmica da formação, é que se sentem aptas para formar a outros, e isso passa tanto com as educadoras religiosas como com as leigas. Entendemos também que os educadores populares, ou sociais, pelo fato de estarem tão próximos à carência das pessoas, a vivências extremas, de pobreza, vulnerabilidade e exclusão na qual padecem grande parte das pessoas do nosso continente, agem e educam desde o coração, desde as entranhas. A formação acadêmica ajuda na hora da tomada de decisões estratégicas (como preparar uma reunião, como se dirigir a autoridades para exigir direitos, etc.), mas, a educação, o ato de educar, parte de decisões tomadas desde o coração e é isto que faz a diferença de se educar nos meios populares, pois este educador tem o tempo e a sensibilidade para realizar um encontro profundo com o educando, os conteúdos são importantes à medida que a vida do mesmo também conte. É um educar a pessoa como um todo. Educar desta maneira necessariamente não se dá somente no meio popular, desde que o educador se proponha a entender que o sujeito do aprendizado é o mais importante desta relação e que educando e educador constroem juntos o saber que possibilitará o crescimento de ambos. Retomar o percurso histórico da Ordem, desde o nascimento de sua Fundadora até os dias atuais, recolhidos através de livros, documentos históricos, a partir da perspectiva da Educação Social; e comparar essa prática com alguns teóricos como Freire, Dussel e Martín-Baró, levou-nos a encontrar elementos que confirmam essa prática na atividade das educadoras da Companhia de Maria no Cone Sul.

Ao buscar capturar os reptos de Santa Joana de Lestonnac na práxis da educação social na Ordem da Companhia de Maria Nossa Senhora, não tivemos a intenção de fazer uma análise e uma construção histórica, mas de evidenciar nesta história as práticas, atitudes e pensamentos que iluminam a ação pedagógica da mesma. Verificamos que os princípios, o carisma da Companhia de Maria, ainda ecoam nas práticas das irmãs e das educadoras da Ordem e se misturam nos procedimentos práticas e atitudes da Igreja da América Latina, especialmente nos documentos do CELAM. Ressalta que a luta em defesa dos oprimidos e a opção pelos pobres presente nos documentos da Igreja após o

Concilio Vaticano II tem levado a Ordem a descobrir uma nova forma de viver o carisma de Santa Joana de Lestonnac na América Latina. A este novo jeito de viver, de pensar, de agir, estamos denominando aqui de uma pedagogia social ou de uma educação social. Isto fica patente ao nosso juízo nos depoimentos das entrevistas, das irmãs e educadoras da Ordem. É bom ressaltar que os documentos dos Papas João Paulo II e Paulo VI chamavam a atenção para a necessidade de se construir uma base teórica e evangélica para a educação social ou uma pedagogia da libertação que não só ajudasse a educação das escolas religiosas, mas também nas escolas públicas e na pastoral (Cf. Doc. de Medellin, Educação Libertadora. 21/73). Olhando para as entrevistas, para a teoria e, para dos documentos da Ordem e da Igreja temos um desenho de uma educação como um meio para libertar os oprimidos da América Latina, levando-os a ascender de uma condição de vida menos humana para uma condição de vida mais humana. Esta configuração que no decorrer do trabalho denominamos de educação popular/educação social

A práxis social da Ordem na América Latina/Cone Sul vem responder aos apelos da Igreja na opção pelos pobres, feita principalmente através dos documentos de Medellín e Puebla, mas a possibilidade de responder a esse apelo se concretizou pelo fato de a Companhia de Maria analisar a realidade e buscar responder educativamente às necessidades urgentes e que necessitavam de uma resposta imediata. Por este motivo, apesar de todos os percalços que podem ter havido na caminhada, sempre esteve clara a proposta educativa da Ordem.

No decorrer do trabalho ao descrevemos os Encontros de Educação Popular do Cone Sul, ficou-nos a impressão de que a Ordem no Cone Sul ainda está a caminho do entendimento teórico do que é Educação Social/Pedagogia Social, mesmo que, na prática, muito já esteja sendo realizado. Da mesma maneira que o conceito de educação popular foi sendo construído aos poucos, através de encontros, partilhas e assessorias, podemos entender que a assimilação do conceito de educação social também está em construção.

Observamos que as entrevistadas não usam a terminologia de educação social ao se referirem às atividades que desenvolvem em meio popular, mas se não o expressam, pode ser porque ainda não se fizeram conscientes do conceito, mas na maneira como concebem o acompanhamento dos educandos, na atenção ao Outro, no compromisso com a humanização, com a solidariedade e a fraternidade; na forma como expressam que deva ser esta educação, no entendimento de que o saber se constrói junto com o outro; nos campos de atuação, na opção pela mulher, criança, adolescente e jovem, a Educação

Social já está acontecendo. Na fala das entrevistadas existe muitos traços que revelam como esta educação vai acontecendo cotidianamente na tarefa educativa das mesmas. Assim, tanto através das falas das educadoras quanto nos Encontros de Educação Popular, percebe-se que a prática desenvolvida na Ordem caminha para o que se pode entender como Educação Social. Ressalto que, vivemos um processo de construção e desconstrução da educação e ao mesmo tempo do projeto político e pedagógico da educação latino americana que sempre esteve a serviço do sistema de opressão e agora urge na América Latina a necessidade de um projeto pedagógico que ajude os oprimidos a encontrar o caminho para serem protagonistas da história no sentido de libertarem-se não somente a si, mas também o opressor. Esta perspectiva de educação social também está em sintonia com a visão de Santa Joana de Lestonnac. Os conflitos e a violência generalizada na América Latina nos levam a descobrir a forma amorosa, generosa e humana de Santa Joana no acolhimento e na forma de ajudar o outro a se descobrir. A educação social nesta sintonia se faz e se refaz no encontro com o Outro. Os espaços educativos da Ordem são espaços de encontro de pessoas, de encontro de saberes em que todos se descobrem como pessoas, o Outro não é inimigo, mas é alguém que pode me ajudar a me descobrir como gente. Quando Santa Joana se encontra com as mulheres ela também se descobre como pessoa humana. Em sua visão pedagógica, me parece que não há santidade sem humanização. Para viver a santidade e a própria vocação de ser religiosa, significa em primeiro lugar ser humana, saber entender o Outro.

Essas questões se tornam mais claras nas entrevistas em que se percebe que há consenso com relação ao acompanhamento dos educandos, verifica-se que o trabalho educativo junto às pessoas marginalizadas, é um processo de constante acompanhamento, paciência e proximidade, que não aponta apenas para que o indivíduo adquira conceitos teóricos, mas que possa sim, adquirir habilidades para desenvolver suas capacidades, levando-o a um processo de empoderamento assumindo assim a direção da própria vida. Não se pode dizer que esta forma de educar dê resultado em todos os casos e se desenvolva cem por cento em todos os projetos, pois a realidade, a experiência e formação de cada educador tem um papel decisivo, como também a abertura do educando em deixar-se acompanhar. Trata-se de uma proposta humanizadora que coloca a pessoa como protagonista de seu processo formativo.

Apenas no relatório do IX Encontro de Educação Popular do Cone Sul é que a terminologia Educação Social/Pedagogia Social aparece da parte dos assessores e não das educadoras, contrário do que se passa na Europa, em que esse conceito é comum e

corrente nas atividades sociais desenvolvidas pela Companhia de Maria. Isso porque os europeus já conquistaram o Estado de direito e possuem políticas voltadas para as questões sociais, abrindo assim espaço de atuação para a Pedagogia Social. Nos países do Cone Sul houve um avanço no que tange às políticas públicas, tendo alguns setores sido contemplados com políticas de direitos. Muitas conquistas se deram a partir de lutas de movimentos sociais sob a bandeira da Educação Popular. Hoje este espaço de luta segue pela manutenção das conquistas e por outros direitos necessários para a sociedade.

Neste momento estamos presenciando retrocessos políticos em alguns países que compõe a província do Cone Sul, ainda assim, podemos ver como os processos de