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Análise SWOT da atividade turística da Região Norte de Portugal

CAPÍTULO II. CONTEXTUALIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO TURISMO

2.2 Turismo em Portugal

2.2.4 Análise SWOT da atividade turística da Região Norte de Portugal

Segundo Cunha (2006) são diversos os fatores que permitem que o turismo influencie positivamente o desenvolvimento regional. Assim, como evidenciámos anteriormente, o desenvolvimento turístico de uma determinada região depende dos seus recursos endógenos, ou seja, “(…) só é viável quando

existem valores locais que garantam uma vocação turística. (…)” Cunha (2006, p. 391).

Depois de recolher todas as informações relevantes e os recursos existentes na Região Norte de Portugal, é necessário analisar e estruturar os dados para tomar decisões assertivas e que ajudem ao crescimento do setor do turismo na região.

Este processo pode ser feito recorrendo ao método da análise SWOT (Strengths, Weaknesses,

Opportunities, Threats). Em que os prontos fortes (Strengths) e fracos (Weaknesses) dizem respeito

ao destino (Westwood, 2006), enquanto as oportunidades e ameaças se focam muitas vezes nos produtos e no ambiente que os rodeia.

A análise SWOT pressupõe entender e analisar as forças e as fraquezas e identificar ameaças ao mercado assim como oportunidades a ter em conta (Westwood, 2006). Desta forma, poder-se-á explorar os pontos fortes, superar as fraquezas, agarrar as oportunidades e defender-se contra as ameaças (Westwood, 2006). A análise SWOT define um conjunto de perguntas que permite decidir se o destino ou região e o produto de determinada região serão capazes de cumprir o plano e identificar as restrições (Westwood, 2006).

De um lado da balança pendem os principais aspetos que diferenciam a empresa e os seus produtos dos principais concorrentes no mercado considerado, identificando pontos fortes e fracos. Do outro, identificam-se as perspetivas de evolução do mercado, através das principais ameaças e oportunidades (Lindon et al., 2009). No final deve ser possível ver claramente quais são os riscos a ter em conta e quais os problemas a resolver (cf. Tabela13).

Tabela 13: Matriz SWOT da atividade turística da Região Norte de Portugal

Forças (S) Fraquezas (W)

Vasto património histórico, cultural, arqueológico, natural e paisagístico da região, 4 locais classificados

com o estatuto de Património Mundial – UNESCO;

Necessidade de reforço de serviços de informação turística adequados e debilidades na sinalização turística;

Hospitalidade e bem receber das povoações; Fraca dinamização e diversificação empresarial do

sector turístico;

Sossego e tranquilidade da região; Escassez de recursos humanos qualificados;

Segurança pública; Necessidade de reforço ao nível do planeamento

turístico;

Qualidade da oferta de alojamento turístico com especial incidência ao nível do TER;

Falta de oferta de produtos estruturados, que

satisfação diretamente a necessidade do turista;

Localização geográfica (fronteira Portugal-Espanha,

proximidade com o Aeroporto de Vigo);

Visão das restantes sub-regiões (NUT’s) como concorrentes e não parceiros de negócios;

Existência de elementos dinamizadores que

permitem a oferta de diversidade ao nível dos produtos turísticos;

Falta de coordenação entre as sub-regiões na divulgação e comercialização dos diversos produtos;

Diversidade de oferta de companhias e rotas

low-cost do Aeroporto Francisco Sá Carneiro;

Dificuldades de coordenação entre os vários agentes que operam no mercado turístico;

Gastronomia & Vinhos, zona de Portugal

característica pelos seus produtos únicos, com a referência para o vinho do porto, vinho verde vinhos únicos no mundo;

Atividade de Incoming/Recetivo ainda pouco

desenvolvida.

Douro – Região vitivinícola demarcada e

regulamentada mais antiga do mundo; Reduzidas taxas de estada média e de gasto médio

nas zonas mais interiores Boas acessibilidades inter-regionais Norte/ Sul.

Oportunidades (O) Ameaças (T)

Previsão de crescimento da procura turística mundial nos próximos 20 (OMT, 2007) e consequente crescimento do turismo em Portugal;

Fragilidades concorrenciais do destino associáveis à dificuldade de afirmar a Região do Norte nos principais mercados internacionais;

Crescimento em larga escala do turismo na CIM da

Crescimento de mercados emissores na região, principalmente o mercado Brasileiro;

Crise financeira do mercado espanhol (principal mercado emissor da região);

Captação de novas rotas aéreas por parte do Aeroporto Francisco Sá Carneiro;

A necessidade da atuação em rede e de escala, não é compatível com a debilidade da concertação estratégica regional e com a pulverização de atuações;

Rentabilização do Terminal de Leixões e possível inovação do mesmo para melhor captação do Turismo de Cruzeiros Turísticos;

Falta de cooperação da cidade do Porto com as restantes regiões do Norte de Portugal, que se traduz numa saturação turística na cidade;

Procura de novos padrões de consumo e motivações, privilegiando destinos que ofereçam experiências diversificadas e com elevado grau de autenticidade e qualidade ambiental (Cultura, Património, Natureza, Gastronomia, Desporto, produtos oferecidos na Região Norte de Portugal);

Perda de oportunidades na atração de promotores e investimentos turísticos a favor de outras regiões, em parte devido à persistência dos obstáculos de natureza burocrática e jurídico-formal na aprovação e no licenciamento;

Acréscimo de competitividade do negócio turístico na região decorrente do crescimento da oferta de

viagens low cost.

Crescimento em massa de alojamentos turísticos na CIM – Área Metropolitana do Porto, que leva a uma massificação da oferta turística na região.

Fonte: Adaptado do Horizonte 2015-2020, Turismo de Portugal, (2015)

Descortinando a seguinte análise SWOT entende-se que a Região Norte de Portugal já não é desconhecida para os empreendedores e investidores, dado o crescimento do tecido empresarial da região e gradualmente a sua competitividade, segundo a mesma análise, são vários os fatores positivos a ter em conta pelas empresas, contudo grande parte do investimento realizado na região Norte é direcionado para a Região do Grande Porto e Litoral Norte, apresentando alguns fatores de massificação do setor do turismo dessas regiões, a oportunidade e solução deste problema passa pelo redireccionamento do turismo para as outras regiões do Norte de Portugal principalmente o interior, promovendo as suas mais-valias e melhorando a sua economia local, investindo em infraestruturas de apoio local e consequentemente crescimento do setor empresarial de forma a promover investimento nas regiões menos desenvolvidas, elevando assim a Região Norte – Interior em termos competitivos empresariais e turísticos. Oferecendo em grande maioria ao turista que revisita a região Norte de Portugal a ter oportunidades de conhecer novas regiões com condições proporcionais e dignas para serem visitadas.