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O TECIDO EMPRESARIAL DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL:

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O TECIDO EMPRESARIAL DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL: OS IMPACTOS DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS EUROPEUS NO DESENVOLVIMENTO DO SETOR

Carlos Manuel Barros Lopes

Orientadora:

Professora Doutora Vânia Natércia Gonçalves Costa

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão em Turismo

Este trabalho inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri

julho, 2018

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O TECIDO EMPRESARIAL DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL: OS IMPACTOS DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS EUROPEUS NO DESENVOLVIMENTO DO SETOR

Carlos Manuel Barros Lopes

Orientadora:

Professora Doutora Vânia Natércia Gonçalves Costa

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão em Turismo

Este trabalho inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri

julho, 2018

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DECLARAÇÃO

Nome: Carlos Manuel Barros Lopes

Endereço eletrónico: carlosmbclopes@gmail.com Telem.: 913108520

Número do Bilhete de Identidade: 14386593 Título da dissertação

O Tecido Empresarial do Turismo na Região Norte de Portugal: Os Impactos dos Fundos Comunitários Europeus no Desenvolvimento do Setor

Orientadora: Professora Doutora Vânia Natércia Gonçalves Costa Ano de conclusão: 2018

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Gestão do Turismo

Nos exemplares das Dissertações de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de Provas Públicas, e dos quais é obrigatoriamente enviado exemplares para depósito legal, deve constar uma das seguintes declarações:

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, 31/07/2018

Assinatura: ________________________________________________

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Esta dissertação de mestrado integra-se no âmbito do Projeto

"Perfil e Tendências do Capital Humano no Sector do Turismo"

(SAICT-POL/ 23622/2016), financiado pelos fundos do FEDER através do Programa Operacional para Fatores de Competitividade - COMPETE 2020 e Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para Ciência e Tecnologia.

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O TECIDO EMPRESARIAL DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL:

OS IMPACTOS DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS EUROPEUS NO DESENVOLVIMENTO DO SETOR

RESUMO

O turismo é uma indústria com uma relevância incontestável, pela influência que exerce no desenvolvimento e criação de riqueza nas regiões. A atividade turística gera empregos, aumenta rendimentos e impulsiona o crescimento económico dos países recetores (Lim, 1997).

Os fundos comunitários, estruturais e de coesão, são os instrumentos financeiros da política regional da União Europeia, os quais têm por objetivo diminuir as diferenças entre as regiões dos Estados Membros. No período entre 2007 e 2013 vigorou o programa do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), o qual define as suas orientações para a utilização nacional de fundos comunitários de caráter estrutural e para a estruturação de Programas Operacionais Temáticos e Regionais. No âmbito do QREN vigorou o Sistema de Incentivo à Inovação no setor do turismo, o qual visou a inovação do tecido empresarial.

Dada a importância desta temática, a presente investigação tem como objeto de estudo uma análise ao tecido empresarial do setor do turismo. Concretamente, pretende avaliar o desempenho económico e financeiro, a competitividade e inovação de todo o tecido empresarial do setor do turismo da Região Norte de Portugal. Um segundo objetivo constitui um estudo empírico ao impacto do sistema de incentivo à inovação atribuído no âmbito do QREN a empresas do setor do turismo sediadas na região em estudo.

A metodologia utilizada teve por base a recolha de dados financeiros relativos à totalidade das empresas ativas no setor do turismo da Região Norte de Portugal, concretamente 11 611 empresas, durante o período de 2006 e 2016. A segunda face do estudo aborda os projetos de investimento público realizados na área do turismo, no período compreendido entre 2007 e 2013, na região Norte de Portugal, compreendendo um total de 96 empresas beneficiárias do Sistema de Incentivo Público à Inovação que integram o Programa Operacional Temático – Fatores de Competitividade (COMPETE). Neste sentido, o estudo pretende avaliar a existência de um diferencial na análise económico e financeira entre os períodos ex ante e ex post ao recebimento fundo. Os dados foram recolhidos a partir da Informação Empresarial Simplificada (IES), recolhida na base de dados Sistema de Análise de Balanços Ibéricos (SABI), uma base de dados onde se pode obter demonstrações financeiras anuais oficiais de empresas portuguesas.

Da análise dos resultados quantitativos podemos concluir que, de forma geral, as empresas perderam competitividade e inovação no período em análise. Os resultados dos indicadores económicos e financeiros das empresas do setor do turismo sediadas na Região Norte de Portugal decresceram. Relativamente às empresas em estudo que beneficiaram de projetos aprovados pelo QREN no período entre 2007 e 2013, podemos concluir que o respetivo investimento público em turismo revelou contributos positivos para as empresas, fundamentalmente sob o ponto de vista da

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produtividade, apesar de, sob o ponto de vista financeiro não apresenta mais-valia, concretamente estas empresas apresentam piores resultados nos indicadores financeiros.

Palavras-Chave: Região Norte de Portugal, setor empresarial do turismo, QREN, fatores de competitividade, inovação e desempenho económico e financeiro.

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THE BUSINESS SECTOR OF TOURISM IN THE NORTHERN REGION OF PORTUGAL: THE IMPACTS OF EUROPEAN COMMUNITY FUNDS ON THE DEVELOPMENT OF THE SECTOR

ABSTRACT

Tourism is an industry with an undeniable relevance, by the influence it exerts on the development and creation of wealth in the regions. Tourist activity generates jobs, increases income and boosts the economic growth of the receivers countries (Lim, 1997).

The community structural and cohesion funds are the financial instruments of the European Union's regional policy, which aim to reduce the differences between the regions of the Member States.

During the period between 2007 and 2013 the program of the National Strategic Reference Framework (NSRF) was implemented, which defines its guidelines for the national use of structural community funds and for the structuring of thematic operational program and regional. Within the framework of the NSRF, the system of incentive to innovation in the tourism sector was implemented, which aimed at the innovation of the business tissue.

Given the importance of this theme, this research has as an object of study an analysis of the business tissue of the tourism sector. It aims to evaluate the economic and financial performance, the competitiveness and innovation of the entire business fabric of the tourism sector in the northern region of Portugal. A second objective is an empirical study of the impact of the incentive systems allocated in the field of NSRF to companies in the tourism sector based in the region under study.

The methodology used was based on the collection of financial data relating to all active companies in the tourism sector of the northern region of Portugal, specifically 11 611 companies, during the period 2006 and 2016. The second face of the study addresses the public investment projects carried out in the tourism area in the period from 2007 to 2013 in the northern region of Portugal, comprising a total of 96 companies benefiting from the public incentive system to innovation, that integrate the thematic operational program – Competitiveness factors (COMPETE). In this sense, the study intends to assess the existence of a differential in the economic and financial analysis between the ex-ante and ex-post periods to the fund receipt. The data were collected from the Simplified Business Information (SBI), collected in the database of Iberian balance sheet analysis (SABI), a database where you can obtain official annual financial statements of Portuguese companies.

From the analysis of the quantitative results we can conclude that companies generally lost competitiveness and innovation in the period under review. The results of the economic and financial indicators of the tourism sector companies based in the northern region of Portugal have decreased.

With regard to the companies under study which benefited from projects approved by NSRF in the period between 2007 and 2013, we can conclude that their public investment in tourism has shown positive contributions to companies, fundamentally under the point of in view of the productivity,

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although financially it does not have any added value, these companies specifically present worse results in the financial indicators.

Key words: The Northern Region of Portugal, business sector of tourism, NSRF, competitiveness factors, innovation and economic and financial performance.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração da presente dissertação revelou-se um dos maiores desafios até à data por mim realizados, uma vez que decorreu num período particularmente especial da minha vida profissional.

Concluir este projeto foi para mim uma grande realização, e uma prova que o esforço e a dedicação compensam.

Agradeço acima de tudo á minha família, pelo apoio e por nunca terem duvidado de que este dia chegaria.

Uma palavra especial tem que ser dedicada à Professor Doutora Vânia Natércia Gonçalves Costa, minha orientadora, pela confiança que depositou em mim na concretização deste projeto, pelo apoio e disponibilidade que sempre demonstrou ao longo deste percurso, o meu muito obrigado!

Agradeço aos colegas António Cerdeiras e Bruno Pinheiro do Projeto "Perfil e Tendências do Capital Humano no Sector do Turismo" sediado no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) pela disponibilidade, apoio e companheirismo, os quais se revelaram cruciais para a conclusão deste trabalho.

Aos meus amigos, por toda a confiança e apoio.

Por último, a dedicatória deste trabalho vai para os meus pais, pelo companheirismo e apoio nos momentos mais complicados.

Concluindo, agradeço a todas as outras pessoas que não referi, mas que contribuíram, de alguma forma, para a realização deste trabalho.

Obrigado!

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AR – Alojamento e Restauração

ARC – Atividades Recreativas e Culturais ART – Agenda Regional do Turismo

CAE – Classificação das Atividades Económicas

CCDR-Norte – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte CEE – Comunidade Económica Europeia

CIM – Comunidades Intermunicipais

COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade CST – Conta Satélite do Turismo

EBE – Excedente Bruto de Exploração ECU – European Currency Unit

EM – Estados Membros FC – Fundo de Coesão

FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola FEI – Fundo Europeu de Investimento

FSE – Fundo Social Europeu

IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação ICOTT – Internacional Congresso of Official Tourist Traffic Associantions IES – Informação Empresarial Simplificada

IFDR – Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional IFOP – Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca INE – Instituto Nacional de Estatística

IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo IUOTO – International Union of Official Travel Organizations LFL – Lei das Finanças Locais

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NUTS – Nomenclaturas de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OMT – Organização Mundial do Turismo

PAT – Produtividade Aparente de Trabalho PDR – Plano de Desenvolvimento Regional PENT – Plano de Estratégico Nacional do Turismo PME – Pequenas e Médias Empresas

POE – Programa Operacional da Economia

PRIME – Programa de Incentivos à Modernização da Economia PROT – Programa Operacional Regional

QCA III – Quadro Comunitário de Apoio III

QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional RIME – Regime de Incentivo às Microempresas ROA – Retorno sobre os ativos

SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos SIR – Sistemas de Incentivos Regionais

SPSS – Statistical Program for Social Sciences

SWOT – Strengths, Weaknesses, Oppotunities, Threats TAP – Transportes Aéreos Portugueses

TER – Turismo em Espaço Rural

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação TL – Transportes e Logística

UE – União Europeia

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura VAB – Valor Acrescentado Bruto

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ÍNDICE GERAL

RESUMO ... i

ABSTRACT ... iii

AGRADECIMENTOS ... v

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... vii

ÍNDICE DE FIGURAS ... xi

ÍNDICE DE TABELAS ... xiii

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 Temática ... 1

1.2 Descrição do problema ou questões de partida ... 2

1.3 Objetivos ... 2

1.3.1 Gerais ... 2

1.3.2 Específicos ... 3

1.4 Estrutura da dissertação... 3

CAPÍTULO II. CONTEXTUALIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO TURISMO ... 5

2.1 Turismo mundial ... 5

2.2 Turismo em Portugal ... 11

2.2.1 Turismo na Região Norte de Portugal ... 14

2.2.2 Objetivos e eixos para o setor do turismo na Região Norte de Portugal ... 18

2.2.3 Recurso e produtos turísticos da Região Norte de Portugal ... 22

2.2.4 Análise SWOT da atividade turística da Região Norte de Portugal ... 28

CAPÍTULO III. COMPETITIVIDADE, INOVAÇÃO E DESEMPENHO ECONÓMICO E FINANCEIRO ... 31

3.1 Competitividade e Inovação ... 31

3.2 Desempenho económico e financeiro no setor do turismo ... 35

3.3 Dimensão das empresas ... 39

3.3.1 Evidência empírica e visão europeia sobre as PME na Política de Coesão Europeia 41 CAPÍTULO IV. O TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR DO TURISMO EM PORTUGAL ... 45

4.1 Breve contextualização do tecido empresarial Português ... 45

4.2 Segmentos de atividade económica no tecido empresarial do turismo ... 47

4.2.1 Tecido empresarial do setor do turismo em Portugal ... 50

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CAPÍTULO V. ENQUADRAMENTO DOS SISTEMAS DE INCENTIVO EUROPEUS EM PORTUGAL

... 53

5.1 A Problemática europeia ... 53

5.1.1 Instrumentos financeiros europeus ... 55

5.2 Fundos comunitários europeus em Portugal ... 58

5.3 Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) – 2007-2013 ... 62

5.3.1 Agenda para os Fatores de Competitividade (COMPETE) ... 65

5.3.2 Sistema de Incentivo à Inovação no setor do turismo ... 67

CAPÍTULO VI. METODOLOGIA ... 69

6.1 Objetivos da investigação ... 69

6.2 Amostra, recolha e tratamento de dados ... 70

6.3 Formulação de Hipóteses ... 74

6.4 Modelo teórico ... 75

CAPÍTULO VII. ANÁLISE DE DADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO ... 79

7.1 Caraterização do tecido empresarial em estudo ... 79

7.2 Análise descritiva ... 81

7.3 Inferência estatística ... 84

7.4 Discussão de resultados ... 89

CAPÍTULO VIII. CONCLUSÕES ... 95

8.1 Discussão e implicações para a teoria ... 95

8.2 Limitações e futuras investigações ... 98

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 99

(17)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Chegadas de turistas internacionais no mundo [em milhões] (2007-2017) ... 6

Figura 2: Evolução do número de turistas e das dormidas em Portugal ... 13

Figura 3: NUT III – Região de Porto e Norte de Portugal ... 15

Figura: 4 Evolução do número de turistas e das dormidas no Norte de Portugal ... 16

Figura 5: Tecido empresarial em Portugal (2006-2016) ... 45

Figuar 6: Distribuição geográfica (NUTII) das PME em Portugal ... 46

Figura 7: Evolução do número de empresas turísticas ativas em Portugal (2006 - 2016) ... 50

Figura 8: Estrutura do setor do turismo por segmentos de atividade económica em Portugal nos anos de 2006 e 2016. ... 51

Figura 9: Estrutura do setor do turismo por localização geográfica em Portugal – número de empresas (2006 e 2016) ... 52

Figura 10: Evolução temporal dos fundos comunitários e financiamento da política de coesão .... 58

Figura 11: Representatividade das empresas do setor do turismo no mapa da Região Norte de Portugal ... 80

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Chegadas de turistas internacionais nas diferentes regiões do mundo ... 7

Tabela 2: Chegada de turistas internacionais por país de destino ... 7

Tabela 3: Saída de turistas Internacionais por país de destino ... 8

Tabela 4: Balança de pagamentos internacional do turismo (US$) ... 9

Tabela 5: Receitas do turismo internacional por região (Euros) ... 10

Tabela 6: Receitas do turismo internacional por país de destino (Euros) ... 10

Tabela 7: Evolução da balança corrente portuguesa (2007-2017) ... 12

Tabela 8: Número de turistas e dormidas em Portugal por país (2017) ... 13

Tabela 9: Número de turistas e dormidas na Região Norte de Portugal por país no ano de 2017 . 16 Tabela 10: Perfil do turista da Região de Porto e Norte de Portugal ... 17

Tabela 11: Recursos turísticos da Região Norte de Portugal ... 23

Tabela 12: Produtos estratégicos da Região Norte de Portugal ... 25

Tabela 13: Matriz SWOT da atividade turística da Região Norte de Portugal ... 29

Tabela 15: Avaliação dos fatores de competitividade empresarial ... 34

Tabela 16: Avaliação dos fatores de inovação empresarial ... 34

Tabela 17: Indicadores económicos e financeiros ... 37

Tabela 18: Revisão de literatura sobre os indicadores económicos e financeiros ... 37

Tabela 19: Definição dos segmentos empresariais segundo as recomendações da Comissão Europeia ... 39

Tabela 20: Financiamento da política de coesão por grandes domínios de intervenção ... 41

Tabela 21: Evidência empírica sobre as PME ... 43

Tabela 22: Integração das atividades características da CST nos segmentos de atividade económica ... 49

Tabela 23. Repartição do financiamento por Eixo Prioritário do COMPETE (valores em euros) ... 66

Tabela 24: Revisão de literatura sobre a inovação ... 67

Tabela 25: Amostra e segmentos de atividade económica em estudo ... 71

Tabela 26: Empregados em 2016 por segmento de atividade económica ... 72

Tabela 27: Comparação da empregabilidade em 2015 por segmento de atividade económica ... 72

Tabela 28: Total de montante financiado as 96 empresas em análise do setor do turismo na Região Norte de Portugal ... 73

Tabela 29: Ano de aprovação dos projetos do SI Inovação na Região Norte de Portugal ... 74

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Tabela 30: Variáveis de segmentação dos projetos aprovados no QREN ... 77

Tabela 31: Dimensão do segmento empresarial das empresas em estudo ... 79

Tabela 32: Segmentação das empresas por setor de atividade económica ... 80

Tabela 33: Distribuição por distrito ... 81

Tabela 34: Comparação das taxas médias de crescimento ... 84

Tabela 35: Pontos de significância do P-VALEU ... 86

Tabela 36: Análise de dados (Teste da normalidade: Kolmogorov-Smirnov) ... 86

Tabela 37: Matriz de resultados do teste de hipóteses ... 88

Tabela 38. Síntese da análise descritiva e os fatores de competitividade e inovação ... 90

Tabela 39: Síntese da análise descritiva e inferência estatística no SI Inovação ... 93

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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

O presente capítulo tem como intuito a caraterização da dissertação, em termos de temática, questões de partida, objetivos e estrutura.

1.1 Temática

O sector do turismo desempenha um papel importante na economia de diversos país e regiões, sendo considerado como um setor estratégico por parte dos governos, uma vez que o setor surge como a resolução de diversas problemáticas, cria oportunidades de criação de emprego, contribui para a balança de pagamentos e estimula o crescimento económico (Costa, 2012).

Como refere Costa (2012, p.58), “dada a importância económica, social e política deste setor [do turismo], é fundamental analisar e avaliar a forma como o setor público pode e deve intervir no turismo, e quais as razões do seu envolvimento”. Ao longo dos últimos anos, as empresas têm sido alvo de fortes alterações estruturais, nomeadamente ao nível da competitividade e inovação, onde os fundos públicos desempenharam um papel essencial no apoio ao tecido empresarial e no desenvolvimento local. É relevante ter em conta que o desenvolvimento regional e local influencia duas partes: por um lado, as pessoas (indivíduos e famílias); por outro lado, os espaços locais e territórios, tais como comunidades, vilas, cidades, regiões e países (Pike, 2006).

Nesse sentido, é necessário prestar atenção às empresas que operam no setor turismo e compreender se os diferentes segmentos de atividade económica que operam no setor acompanharam o crescimento, inovaram e se adaptaram à diferente procura do mercado. Para além disso, compreender se o crescimento do setor permite que as empresas sejam mais competitivas e resistentes à constante mudança, ou se por outro lado, a estrutura empresarial é frágil e instável.

Dada a importância desta temática, a presente investigação tem como objetivo principal analisar o tecido empresarial do setor do turismo na Região Norte de Portugal, numa perspetiva de avaliação da competitividade, produtividade e rendibilidade.

Como segundo objetivo surge a análise das empresas do setor do turismo da Região Norte de Portugal beneficiárias do Sistema de Incentivo Público à Inovação (SI Inovação), nomeadamente o que integra o Programa Operacional Temático - Fatores de Competitividade (COMPETE) no Eixo II - Inovação e renovação do modelo empresarial e do padrão de especialização, no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), ao nível da criação de competitividade e inovação para as empresas.

De acordo com o COMPETE (2012), o SI Inovação visa a inovar o tecido empresarial, pela via da produção de novos bens, serviços e processos que acrescentem valor e o reforço na integração nos mercados internacionais, bem como no investimento ao empreendedorismo qualificado e de natureza estruturante. Na atualidade, a inovação e a competitividade assumem-se como temáticas cada vez mais num plano de destaque e justificam uma reflexão sobre o modelo empresarial e os

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programas de financiamento passados no sentido de avaliar a trajetória de programas atuais e futuros.

1.2 Descrição do problema ou questões de partida

Correia e Costa (2016), desenvolveram um estudo cujo objeto se foca na análise do impacto do QREN no desempenho económico e financeiro das micro, pequenas e médias empresas (PME’s) do setor da indústria transformadora, no período 2007-2013. Do estudo realizado as autoras concluem que, de uma forma global, vários indicadores económicos apresentaram crescimentos significativos.

A análise do estudo realizado por Correia e Costa (2016) motivou à sua aplicação ao tecido empresarial setor do turismo, contudo tendo como amostra principal todo o setor do turismo da Região Norte de Portugal, e como amostra secundária as empresas financiadas pelo Sistema de Incentivo à Inovação no setor do turismo no período de vigência do QREN, 2007-2013.

Numa primeira fase, recorreu-se à base de dados do Sistema de Balanços Ibéricos (SABI), onde se contabilizou as empresas do setor do turismo na Região Norte de Portugal entre 2006-2016, agrupou-se os diferentes indicadores económicos e financeiros, de modo a que os mesmos consigam medir a evolução da competitividade e inovação nas empresas.

No segundo objetivo do presente estudo procura-se estimar o impacto do incentivo público, em concreto o Sistema de Incentivo à Inovação, no desempenho das empresas financiadas recorrendo a uma lógica contra factual. Assim, o impacto ao nível do desenvolvimento deste estudo pretende dar resposta às seguintes questões:

Qual o impacto do SI Inovação nas empresas?

Permitiu criar competitividade nas empresas?

Contribuiu para o aumento do valor interno das empresas?

Permitiu alcançar eficiência inovadora e produtiva?

1.3 Objetivos

1.3.1 Gerais

Como referido anteriormente, o objetivo central deste estudo é avaliar o desempenho económico e financeiro das empresas do setor do turismo da Região Norte de Portugal, perceber se as mesmas apresentam um crescimento nas diferentes variáveis económicas e financeiras.

Como segundo objetivo, pretende-se avaliar se os montantes de incentivo atribuídos, no âmbito do SI Inovação, tiveram impacto no estímulo de fatores de competitividade, influenciando o desempenho financeiro das empresas abrangidas.

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Para o estudo foram selecionados indicadores de rendibilidade, produtividade e equilíbrio financeiro, cumulativamente com os indicadores económicos e financeiros adotados pelos sistemas de incentivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) na seleção e avaliação dos projetos a concurso. Deste modo foram selecionados 9 (nove) variáveis económicas e financeiras, concretamente: (i) Volume de Negócios (VN), (ii) Retorno sobre o ativo (ROA), (iii) Valor Acrescentado Bruto (VAB), (iv) Produtividade Aparente do Trabalho (PAT), (v) Liquidez Geral (LG), (vi) Autonomia Financeira (AF), (vii) Solvabilidade, (viii) Endividamento, (ix) Excedente Bruto de Exploração (EBE).

1.3.2 Específicos

Os objetivos específicos do presente estudo são:

Objetivo. 1: Avaliar se no período de 2006-2016 as empresas do setor do turismo na Região Norte de Portugal apresentaram crescimento significativo em termos competitivos e inovadores, medindo as nove variáveis descritas no ponto anterior.

Objetivo. 2: Avaliar a importância e impacto do sistema de incentivo à Inovação no estímulo de fatores de competitividade e inovação no tecido empresarial do setor do turismo da Região Norte de Portugal.

Objetivo. 3: Avaliar se existem diferenças estatisticamente significativas dos indicadores económicos e financeiros entre os anos que antecedeu o recebimento do incentivo à Inovação (T- 1) e os anos posteriores ao seu recebimento (T+2), medindo as nove variáveis descritas nos pontos anteriores.

1.4 Estrutura da dissertação

De forma a explorar a temática em estudo e, atendendo aos objetivos da mesma, a presente dissertação encontra-se organizada em oito pontos principais, sendo constituída da seguinte forma:

1. Introdução;

Contextualiza e apresenta o tema em estudo, as linhas da investigação e os objetivos do mesmo.

2. Contextualização e evolução do turismo;

Aborda alguns conceitos cruciais ao enquadramento do tema, tendência do turismo internacional e nacional, com foco na Região Norte de Portugal.

3. Competitividade, inovação e desempenho económico e financeiro;

Apresenta os conceitos de inovação, competitividade, e a importância destes fatores nas empresas.

Pretende-se ainda fazer uma abordagem ao desempenho económico e financeiro, o seu conceito e os indicadores que serão estudados, por fim a dimensão das empresas presentes no segmento

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empresarial europeu. Ao longo do capítulo serão elencados os autores que se debruçaram sobre os diferentes estes temas.

4. O tecido empresarial do setor do turismo em Portugal

Aborda uma breve contextualização do tecido empresarial português, os segmentos de atividade do setor do turismo e o tecido empresarial do turismo português. Descriminando o setor do turismo na Região Norte de Portugal.

5. Enquadramento dos sistemas de incentivo europeus em Portugal;

Realiza um enquadramento geral da União Europeia, e de todos os programas de financiamentos associados. Relativamente à realidade Portuguesa pretende-se contextualizar a estrutura de financiamento, os programas públicos passados e futuros. Este ponto aborda ainda as linhas estratégicas, eixos prioritários e aos principais sistemas de incentivo e objetivos estratégicos do QREN, o fundo estrutural em estudo.

6. Metodologia;

Neste ponto do estudo são apresentados os objetivos e métodos, os procedimentos de recolha e análise dos dados, a formulação das hipóteses e o modelo teórico a utilizar no processo de inferência estatística.

7. Análise de dados obtidos e discussão;

A análise de dados e discussão consagra os principais resultados do estudo, onde se apresenta a análise descritiva e inferência estatística e são descritos os diferentes resultados e por fim a discussão dos resultados ao tecido empresarial em estudo.

8. Conclusões;

A parte final do presente estudo aborda a discussão e implicações para a teoria, limitações e futuras investigações.

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CAPÍTULO II. CONTEXTUALIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO TURISMO

O presente capítulo II pretende objetivamente caracterizar os dados estatísticos do turismo em termos mundiais, nacionais e regionais, concretamente da Região Norte de Portugal, descortinando o setor do turismo da região com uma análise SWOT.

2.1 Turismo mundial

O setor do turismo aumentou significativamente a sua dinâmica num contexto global. Ao longo das últimas décadas tem registado um crescimento e diversificação contínuos, tornando-se um dos setores de maior e mais rápido crescimento em todo o mundo, afirmando-se como um motor de crescimento social e económico (Organização Mundial do Turismo (OMT), 2007). Dada a elevada importância deste setor para as diferentes economias mundiais, tornou-se necessária a criação de uma entidade que reúna e uniformize a informação das diferentes regiões e países. A Organização Mundial do Turismo (OMT) é, nos dias de hoje, a entidade máxima para o turismo, porém, anteriormente, existiram outras entidades. Em 1929 surgiu a primeira instituição, conhecida como

“Primeiro Congresso Internacional de Associações Oficiais de Tráfego Turístico” (ICOTT- Internacional Congresso of Official Tourist Traffic Associations), que tinha como principal objetivo discutir o crescimento do turismo. Após a segunda grande guerra mundial a ICOTT foi rebatizada como “União Internacional de Organizações Oficiais de Viagens” (IUOTO- International Union of Official Travel Organizations). O primeiro congresso internacional foi realizado em Londres, em 1946, cidade onde estava sediada, tendo sido foi transferida em 1951 para Genebra (Suíça) onde se manteve até 1975. Em 1975, com a transferência para Madrid, surge a OMT, onde se mantém até aos dias de hoje (Pakman, 2014).

Nos anos 90, precisamente em 1991, surge a primeira definição de turismo da OMT: “O turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas durante as suas viagens e a estadia em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, tendo em vista lazer, negócios ou outros motivos.” OMT (1995, p.6).

A atividade turística gera empregos, aumenta rendimentos e por fim resulta em crescimento económico para os países recetores (Lim, 1997), contudo o seu papel não é apenas gerar receitas, mas contribuir para o crescimento económico e social das localidades e países (Akinboade &

Braimoh, 2010).

O turismo promove um maior desenvolvimento social local, pela capacidade de gerar receitas e cria infraestruturas que servem a comunidade e os visitantes. Estas receitas permitem o desenvolvimento de empresas que direta e indiretamente interagem com a atividade e traduzem-se num aumento positivo da balança corrente de pagamentos dos países. Neste sentido, o turismo i) gera emprego; ii) gera receitas; iii) promove a multiculturalidade; iv) é um fator de desenvolvimento (infraestruturas, empresarial e serviços) e v) integra uma multiplicidade de agentes económicos e sociais.

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Num contexto mundial, ao longo dos últimos anos verifica-se um aumento sistemático do número de chegadas de turistas internacionais, com exceção do ano de 2009, ano da crise económica a nível mundial, foram alcançados valores recorde que confirmam a robustez do sector com um significativo contributo para o crescimento económico e criação de postos de trabalho em variadas partes do mundo.

O turismo é considerado uma atividade estratégica, face à importância que atingiu em termos económicos, sociais e intersetoriais. Nas duas últimas décadas do século XX é visível o crescimento mundial das chegadas de turistas, crescendo de 287 milhões em 1980 para cerca de 700 milhões em 2000, ao qual corresponde uma taxa média de crescimento anual de 5,7% (Pinto, 2008).

No século XXI, “O aumento da população e do urbanismo, com o desenvolvimento de máquinas e tecnologias que permitem maior tempo de lazer, o turismo surge com uma maior importância no dia- a-dia do mundo” (Pinto, 2008, p. 6).

Nos últimos dez anos (2007-2017), a chegada de turistas internacionais apresentou um aumento de cerca de 45%, passando de 911 milhões em 2007 para 1 322 mil milhões de turistas em 2017. (cf.

Figura 1).

Figura 1: Chegadas de turistas internacionais no mundo [em milhões] (2007-2017) Fonte: Adaptado de OMT (2018)

A Europa é a região mais visitada do mundo tendo, em 2017, registado a maior variação de turistas em termos absolutos. Foram mais 51 milhões de turistas, alcançando o valor total de 671 milhões (+8%) (cf. Tabela1).

Todas as regiões apresentaram um crescimento bastante acentuado em relação ao ano de 2016.

As regiões, Ásia-Pacífico e África, registaram nos últimos 3 anos, cada uma, um crescimento de cerca de 8%. Na região da Ásia-Pacífico verificou-se um aumento de 18 milhões para 323.7 milhões de turistas, enquanto, na África, o aumento foi de cerca de 4.5 milhões para 62.1 milhões (cf.

Tabela1).

911 930 892 952 997 1043 1095 1141 1193 1239

1322

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

(27)

Na região das Américas o número de turistas internacionais aumentou apenas 3%, registando o menor aumento quando comparado com as restantes regiões, representando um aumento de 5.8 milhões face a 2016 (cf. Tabela1).

A região do Médio Oriente ultrapassou a recessão de 2016 e apresentou um crescimento de 5%, mais 2.7 milhões de visitantes estrangeiros que no ano de 2016 (cf. Tabela1).

Tabela 1: Chegadas de turistas internacionais nas diferentes regiões do mundo

Regiões Chegadas /2017 Chegadas /2016 Chegadas /2015

Europa 671.100.000 619.300.000 604.900.000

Ásia-Pacífico 323.700.000 305.800.000 284.000.000

Américas 206.600.000 200.800.000 193.700.000

Africa 62.100.000 57.600.000 53.500.000

Médio Oriente 58.300.000 55.600.000 57.000.000

Fonte: Adaptado de OMT (2018)

De modo a contextualizar o crescimento das diferentes regiões acima apresentas concebeu-se a seguinte tabela para perceber quais foram os países do mundo com mais chegadas de turistas internacionais nos diferentes anos em análise (cf. Tabela2).

Tabela 2: Chegada de turistas internacionais por país de destino

Países Recetores Chegadas/2016 Países Recetores Chegadas/2015

1. França 82.600.000 1. França 84.500.000

2. Estados Unidos 75.900.000 2. Estados Unidos 77.500.000

3. Espanha 75.300.000 3. Espanha 68.200.000

4. China 59.300.000 4. China 56.900.000

5. Itália 52.400.000 5. Itália 50.700.000

6. Reino Unido 35.800.000 6. Turquia 39.500.000

7. Alemanha 35.600.000 7. Alemanha 35.000.000

8. México 35.100.000 8. Reino Unido 34.400.000

9. Tailândia 32.600.000 9. México 32.100.000

10. Turquia 30.300.000 10. Tailândia 29.900.000 *25. Portugal 18.200.000 *26. Portugal 10.100.000 Fonte: Adaptado de OMT (2018)

A chegada de turistas internacionais aumentou significativamente na generalidade dos países, embora os resultados, nos anos em análise, apresentem uma ligeira variação da procura dos destinos turísticos. Vários fatores podem justificar essa variação, nomeadamente a variação cambial, principal fenómeno de influência nos destinos e gastos dos turistas nacionais e estrangeiros. “De fato, o turismo é um dos setores mais sensível à influência do câmbio. A variação cambial influencia tanto os gastos dos turistas nacionais e estrangeiros, quanto a tomada de decisão de destinos turísticos.” (Henry, Hyeongwoo & Ka, 2013, p.9). A baixa do preço do petróleo e outros produtos e a crescente preocupação com a segurança, devido aos casos de terrorismo,

(28)

nomeadamente em países como a França, Estados Unidos e Turquia, contribuíram para uma diminuição do número de turistas, no ano de 2016.

Segundo a OMT (2018), todas as região e sub-regiões do mundo apresentaram crescimento em termos de visitantes estrangeiros, o que contraria os acontecimentos dos anos anteriores (cf.

Tabela2).

De acordo com o (OMT, 2018, p.7) “O sector do turismo tem mostrado uma notável capacidade de se adaptar às novas condições de mercado, aos desafios económicos e políticos, consolidado o crescimento e a criação de emprego em todo o mundo.”

A circulação de visitantes, de forma geral, foi estimulada pelo enfraquecimento cambial do euro face às restantes moedas, principalmente relativamente ao dólar e às moedas de países da região Ásia- pacifico, provocando assim uma maior emissão de turistas por parte desses países.

Analisando as duas principais potências mundiais e grandes emissoras de turistas, verificou-se na China um crescimento de 5%, representando cerca de 235,9 milhões de turistas, e nos Estados Unidos da América um crescimento de 8%, representando cerca de 111,7 milhões de turistas.

Na região da Ásia-Pacífico verificou-se um forte impacto na emissão de turistas, principalmente na região de Hong Kong, apresentando um crescimento de 5% e um total de cerca de 21,9 milhões de saídas de turistas face ao ano de 2015, seguindo-se a Coreia do Sul, com um crescimento de cerca de 8% face a 2015 e cerca de 24,6 milhões de turistas e, por último, a Austrália, apresentando um crescimento de cerca de 6% e um total de 27,8 milhões de turistas face ao ano de 2015.

A região da Europa manteve o crescimento das saídas de turistas internacionais dada a recuperação económica da maioria dos países (cf. Tabela 3).

Tabela 3: Saída de turistas Internacionais por país de destino

Países Emissores Saídas/2016 Países Emissores Saídas/2015

1. China 235.900.000 1. China 225.200.000

2. Estados Unidos 111.700.000 2. Estados Unidos 103.400.000

3. Alemanha 72.100.000 3. Alemanha 69.900.000

4. Reino Unido 58.500.000 ↓ 4. Reino Unido 60.100.000

5. França 36.600.000 5. França 35.400.000

6. Austrália 27.800.000 6. Federação da

Rússia 31.500.000

7. Canada 26.000.000 ↓ 7. Canada 27.100.000

8. Coreia do Sul 24.600.000 8. Austrália 26.300.000 9. Itália 22.500.000 9. Coreia do Sul 22.800.000

10. Hong Kong 21.900.000 10. Itália 22.000.000

*46. Portugal 3.800.000 *47. Portugal 3.600.000 Fonte: Adaptado de OMT (2018)

(29)

Analisando a balança de pagamentos internacional do turismo verifica-se, no período 2010-2014, um aumento significativo nas contas externas internacionais. A rubrica “Bens e Serviços” registou um crescimento de cerca de 25,68% e a rubrica “Viagens e Turismo” apresentou um saldo positivo de 31,13%.

No ano de 2015 registou-se uma recessão em todas as contas face ao ano anterior, verificando-se, na conta de “Bens e Serviços”, o maior decréscimo com uma variação negativa de 11,61%, a rubrica

“Viagens e Turismo” apresentou uma quebra de 4,69%.

No ano 2016, a conta “Bens e Serviços” voltou a apresentar uma quebra de cerca de -2%, quando comparado ao ano anterior, fixando o resultado nos 20 864 mil milhões de dólares, e a conta

“Viagens e Turismo” conseguiu recuperar face ao ano anterior, apresentando um crescimento de 1%, fixando os resultados em 1 442 mil milhões de dólares [parte deste crescimento é relativo às receitas do turismo internacional que apresentaram um crescimento de 2% face ao ano de 2015]

(cf. Tabela 4).

Tabela 4: Balança de pagamentos internacional do turismo (US$)

Fonte: Adaptado de OMT (2018)

No ano de 2016, as receitas turísticas internacionais apresentaram um crescimento de cerca de 2,1% (+23 mil milhões de euros), face ao ano de 2015, fixando-se em 1 106 mil milhões de euros.

Analisando por regiões, no ano de 2016, a região da Ásia-pacifico é aquela que mais se destaca, com um crescimento de 4,6% (14,8 mil milhões de euros) face ao ano anterior, a região do Médio Oriente foi a única a apresentar um decréscimo de 1%, representando menos 500 milhões de euros face a 2015.

Em média as receitas do turismo internacional cresceram cerca de 1,9% confirmando o bom panorama turístico mundial (cf. Tabela 5).

Mundo 2010 2011 % 2012 % 2013 % 2014 % 2015 % 2016 % Exportações (US$)

Bens e

Serviços 19,220 22,744 18,34% 23,026 1,24% 23,773 3,24% 24,155 1,61% 21,350↓

-

11,61% 20,864↓ -2%

Viagens e

Turismo 1,137 1,277 12,31% 1,326 3,84% 1,423 7,32% 1,491 4,78% 1,421 ↓ -4,69% 1,442 1%

Receitas Turismo Internacional

629 713 13,35% 728 2,10% 790 8,52% 837 5,95% 779 ↓ -6,93% 793 2%

Transporte de Passageiros Internacionais

123 141 14,63% 145 2,84% 147 1,38% 155 5,44% 146 ↓ -5,81% 144 ↓ -1%

(30)

Tabela 5: Receitas do turismo internacional por região (Euros)

Regiões Receitas /2016 Receitas /2015 Diferença

Mundo 1.106.000.000 1.083.000.000 +23.000.000

Europa 406.000.000 405.400.000 +600.000

Ásia-Pacífico 334.800.000 320.000.000 +14.800.000

Américas 282.800.000 275.800.000 +7.000.000

Africa 30.300.000 29.400.000 +900.000

Médio Oriente 52.400.000 52.900.000 -500.000

Fonte: Adaptado de OMT (2018)

Analisando as receitas de turismo internacional, por país de destino, verifica-se um crescimento geral em todos os destinos, contudo, a China, França e Reino Unido destacam-se pela negativa, decrescendo, respetivamente, 1%, 4,95%, e 8,54% face ao ano anterior.

O país que apresentou um crescimento mais favorável foi Espanha com um crescimento de cerca de 7,25% face a 2015 representando mais 3,7 mil milhões de euros no ano de 2016. Portugal, apesar de não estar presente no ranking dos dez países com melhores receitas no turismo, apresentou um crescimento bastante significativo, cerca de10,4% que representa um crescimento nas receitas de cerca de 1,3 mil milhões de euros face a 2016, passando assim da 30º posição, para a 18º.

Analisando os dez países de destino com maior volume de receitas turísticas internacionais, em média, cresceram cerca de 0,6% face a 2015. (cf. Tabela 6).

Tabela 6: Receitas do turismo internacional por país de destino (Euros)

Países de Destino Receitas/2016 Países de Destino Receitas/2015 1. Estados Unidos 186.100.000 1. Estados Unidos 185.100.000

2. Espanha 54.700.000 2. Espanha 51.000.000

3. Tailândia 44.100.000 3. Reino Unido 41.000.000

4. China 40.100.000 ↓ 4. China 40.500.000

5. França 38.400.000 ↓ 5. Tailândia 40.500.000

6. Reino Unido 37.500.000 ↓ 6. França 40.400.000

7. Itália 36.400.000 7. Itália 35.600.000

8. Alemanha 33.800.000 8. Alemanha 33.300.000

9. Austrália 33.500.000 9. Hong Kong

(China) 32.600.000

10. Hong Kong

(China) 29.700.000 ↓ 10. Austrália 30.900.000

*18. Portugal 12.700.000 *30. Portugal 11.500.000 Fonte: Adaptado de OMT (2018)

(31)

2.2 Turismo em Portugal

Em 1840, nasceu a primeira operadora de viagens em Portugal, a “Viagens Abreu”, responsável, entre outros serviços, pela organização de viagens entre Brasil e Portugal (Pina, 1988). Mas é no início do século XX que em Portugal surge a primeira tentativa para a criação de organismos legislativos para o turismo uma organização capaz de enquadrar e dinamizar a atividade turística do país. De acordo com o mesmo autor, em 28 de fevereiro de 1906 foi aprovada a constituição da Sociedade Propaganda de Portugal, e em 4 de julho do ano seguinte são aprovados os seus estatutos, dando-se assim início às primeiras atividades institucionais do Turismo Português. Esta instituição começou por dar os primeiros passos ainda na Monarquia, mais tarde institucionaliza-se com a República.

Portugal é o principal pioneiro do turismo moderno, tanto pelas organizações que desenvolveram em volta do mesmo, como pelas ideias de promoção, divulgação e manutenção de espaços turísticos e de lazer, mas também as iniciativas que foram concretizando juntamente com os seus parceiros. “Foram quase sempre, é certo, atos mais ou menos isolados sem a identificação de uma linha de rumo e sem ter sido possível definir uma estratégia para garantir o nascimento de uma verdadeira atividade económica, mas isso não lhes diminui o mérito de terem levado Portugal a situar-se entre os primeiros países do mundo a adotar ações concretas para desenvolver o turismo.”

(Cunha, 2010, p.147).

Entre 1911 e 1927 são lançadas as bases legislativas e organizativas para a atividade turística em Portugal e nesse mesmo período em congresso nasce, no Ministério do Fomento, o Conselho de Turismo associado a uma Repartição de Turismo. Começou embrionariamente pelo setor empresarial da hotelaria, os órgãos locais de turismo, as agências de viagens, o jogo e a propaganda internacional e o apoio financeiro ao turismo. Foram monárquicos e republicanos, que com muita perseverança, desilusões e hesitações levaram o turismo a alcançar o êxito em termos económicos, sociais e culturais em Portugal. Segundo, Cunha (2010) é essa a grande força do turismo. Contribuir para a paz e prosperidade, para o respeito universal e observância dos direitos e liberdades fundamentais, como proclama a Organização das Nações Unidas – (ONU).

O turismo é influenciado pelo progresso económico e social e, por sua vez também influencia esse mesmo progresso. O turismo em Portugal vai emergindo da crise e atualmente regista crescimentos nunca antes vistos. Nos anos anteriores ao período de ajustamento (2009-2010), Portugal registou défices externos sucessivos nas suas contas com o exterior. Em particular, o saldo da Balança Corrente foi sistematicamente negativo em anos sucessivos, contribuindo e alimentando uma dívida externa, que se demonstrou bastante catastrófica para o país. Desde 2012, segundo ano de implementação do designado programa de ajustamento externo, Portugal tem conseguido manter saldos externos excedentários, mesmo num contexto de recuperação da procura interna, como se verifica desde 2014, evolução que constitui um elemento de suporte fundamental aos olhos dos avaliadores e investidores externos. Em termos médios anuais, a taxa de desemprego em Portugal

(32)

foi 8,9% em 2017, o que representa uma diminuição de 2,2%. No segmento mais jovem (15 a 24 anos), a taxa de desemprego situou-se em 23,9%, menos 4,1% face a 2015 INE (2018). Neste contexto, é importante salientar a importância das receitas geradas pelo sector do turismo para este equilíbrio.

Em 2017 Portugal registou pelo sexto ano consecutivo um excedente das contas externas e em particular, na conta de Bens e Serviços, que superou 3.5 mil milhões de euros, superou as expectativas, (+16.0%) face ao ano de 2016 reflexo, em grande parte, do reforço do saldo da balança turística (+23.0%). Assim, mantém-se a capacidade de financiamento da economia, ainda que se tenha reduzido ligeiramente o saldo face a 2016, o PIB atingiu, em termos nominais, os 193,1 mil milhões de euros em 2017, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmou o crescimento da economia portuguesa em 2,7% face ao ano de 2016, desde do ano de 2000 que a economia portuguesa não atingia tal crescimento (cf. Tabela 7).

Em 2017, Portugal registou 15 153 mil milhões de euros de receitas turísticas o que representou uma subida de 16% face ao ano anterior (Banco de Portugal, 2018) (cf. Tabela 7).

Tabela 7: Evolução da balança corrente portuguesa (2007-2017)

Portugal 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 % Exportações

Bens e

Serviços 54,896 56,223 47,588 54,139 61,595 64,372 68,587 70,747 74,064 75,828 84,316 11,19%

Serviços 16,891 17,668 16,165 17,223 19,299 20,063 22,111 23,511 25,073 26,725 30,270 13,26%

Viagens e

Turismo 7,402 7,440 6,908 7,601 8,146 8,606 9,250 10,394 11,362 12,681 15,153 19,49%

Importações

Bens e

Serviços 67,796 72,993 59,427 66,943 68,048 64,204 65,455 68,781 70,950 72,012 80,805 12,21%

Serviços 9,796 10,486 9,878 10,760 11,287 10,569 10,928 12,060 12,795 13,263 14,651 10,47%

Viagens e

Turismo 2,869 2,939 2,712 2,953 2,974 2,946 3,120 3,318 3,612 3,850 4,293 11,51%

Saldo

Balança corrente

- 17,089

- 21,691

- 18,285

- 18,260

-

10,572 -3,202 2,478 212 813 1,101 879 -20%

Bens e serviços

- 12,900

- 16,770

- 11,839

-

12,804 -6,452 169 3,132 1,965 3,114 3,816 3,511 -7,99%

Serviços 7,094 7,182 6,288 6,463 8,012 9,494 11,183 11,451 12,278 13,462 15,619 16,02%

Viagens e

Turismo 4,533 4,501 4,196 4,648 5,172 5,660 6,130 7,076 7,750 8,831 10,860 22,98%

Fonte: Adaptado de Banco de Portugal (2018)

Relativamente aos países emissores de turistas para Portugal do top 5 de países emissores, Reino Unido tem a maior cota parte, com 3 725,249 milhões de turistas, segundo as tabelas estatísticas do turismo para o ano de 2017 apresentado pelo INE (2018). De seguida segue-se a Espanha,

Referências

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