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AS CASAS V, VII, IX, XI E

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 129-138)

OS SIGNOS DO ZODÍACO

AS CASAS V, VII, IX, XI E

Todas elas têm também um conteúdo cármico, embora ele seja menos imediatamente visível do que no caso das "casas de água".

A casa V

Diz respeito aos filhos e aos amores, e indica evidentemente as dívidas cármicas que se acumularam nesse campo: filhos negligenciados, ou amores maltratados... E como somos "filhos de nossas obras", vê-se por essa casa o quanto nossa vida presente é "filha" das passadas!

É por isso que acontece freqüentemente filhos e amores retornarem de uma vida para outra: mesmas entidades, embora situadas diferentemente no "organograma" familiar! Os exemplos de mapas (pp. 301 a 343) mostram vários casos desse "carmas familiares" onde uma filha se reencontra irmã, e vice-versa; onde os amores de um homem se dirigem para uma antiga esposa, ou para um antigo filho... Daí o apego inexplicável e ilógico que liga dois seres, nutridos de experiências comuns durante séculos... ou mesmo — quem sabe — milênios!

As entidades que se encarnam em nós como filhos podem ter sido antigos pais, já antigos filhos, um cônjuge, um amor, um irmão, ou uma irmã.

É por isso que a casa III, que é a dos irmãos e irmãs, dos primos e dos condiscípulos, permite decifrar esse tipo de relações cármicas (ver o exemplo "Pai-irmão e filha-irmã", p. 325, ou ainda o caso dos antigos cônjuges reencarnados como irmão e irmã, "Antonieta"; também o caso dos irmãos gêmeos de uma vida passada, p. 318). De uma vida para outra, como já disse

no início do livro, intervêm freqüentemente mudanças de sexo (que, por vezes, explicam os casos de homossexualidade, não se efetuando a passagem de um a outro senão progressivamente).

A casa VII, que descreve o cônjuge, dá também algumas explicações cármicas. Tal é o caso de Mário, p. 117, que procurou como esposa sua antiga mãe. Por que homens brilhantes e inteligentes, como Goethe e Talleyrand, por exemplo, teriam desposado mulheres que não tinham nem a cultura, nem a educação, nem a inteligência deles? Seus contemporâneos julgaram severamente esses casamentos, inteiramente "descombinados". Para retomar o termo da época, esses "casamentos desiguais" só poderiam ser explicados por uma necessidade cármica. Por que, então, um homem muito brilhante, muito célebre, muito rico, acharia admirável uma pessoa feia, insignificante, ou de muito baixo nível moral? Por que essa atração entre dois seres separados pela nacionalidade, pela raça, pela religião e pela língua? Porque teceram entre eles, outrora, laços que ainda hoje os aproximam. A casa VII indica esses laços. Ela está em analogia com o signo do casamento, Libra. Muitas pessoas se casam essencialmente para liquidar alguma velha dívida oculta no fundo de uma gaveta cármica.

A casa VII deve ser lida tendo constantemente em vista a casa I: não só ela indica as virtudes e lições que faltam ao nativo, e para as quais ele se deve orientar — como também as pessoas indicadas na VII (pelos planetas) são os instrumentos dessa progressão necessária... embora por vezes muito dolorosa!

Do mesmo modo, a casa IX completa a casa III: esta última descreve o círculo de relações imediato (atual ou passado) do nativo; mas a casa IX, a do alhures, indica a via pela qual ele tentava — e continua a tentar — transcender esse imediato — isto é, explicá-lo por uma filosofia, enquadrá-lo numa ética, num ideal que lhe dê um sentido. A casa IX é reveladora dos ideais que motivaram a entidade nas vidas passadas. Ver, por exemplo, a casa IX de Rasputin, carregada desse Saturno retrógrado mal aspectado: eis aí alguém que a sede do poder político devorou numa existência passada — sede que provavelmente motivou sua reencarnação na Rússia em 1871, e que continuou a motivar todos os seus atos nesta vida.

Se a casa III dá informações sobre a instrução, os estudos e o nível intelectual do sujeito (não só para esta vida, mas também para as passadas), a casa IX mostra o que ele faz desse saber intelectual, dessas faculdades mentais; mostra a serviço de que ideal espiritual e religioso ele põe essa bagagem mental.

Os falsos profetas e gurus malfazejos têm freqüentemente indicadores cármicos nessas casas III e IX: é o caso de Rasputin, de quem acabamos de falar, e de Adolf Hitler. A habilidade deles para fascinar seus contemporâneos provém de aptidões adquiridas numa vida passada.

Infelizmente, o caminho no qual eles decidiram guiar os outros não é mais que o do culto de sua personalidade — disfarçado sob uma ideologia místico-progressísta.

A casa IX está em analogia com o signo de Sagitário.

Para terminar este apanhado das casas, certas pessoas têm mais especialmente um carma amistoso: sua escolha de destino é reencontrar amigos de outrora. Partindo das bases dessas antigas amizades, deverão aprender algumas lições espirituais: por exemplo, o discernimento, a amizade desinteressada, o espírito de colaboração, o respeito aos direitos dos outros etc. A casa XI, em analogia com Aquário, indica a aptidão para uma comunicação mais ampla, para uma comunicação a distância, como permite hoje a mídia. A aptidão para comunicar-se com grupos mais amplos do que a família ou a profissão é, muitas vezes, herança de outras vidas. E possível que civilizações como a dos atlantes e dos primeiros egípcios, que foram herdeiros deles, tenham disposto de meios de comunicação semelhantes ao rádio e à televisão (que pensamos ter inventado!...). Os nativos que tiveram, outrora, tais aptidões, que se haviam tornado amplamente conhecidos num grupo humano ou num país, têm uma casa XI muito habitada. Os planetas retrógrados e os maus aspectos indicam que esta comunicação com grandes grupos humanos fora, no caso deles, pouco satisfatória.

Um exemplo de casa IX: Rasputin

Eis aqui os mapas de dois personagens de quem várias vezes tivemos oportunidade de falar neste livro.

Rasputin (adiante) tem um mapa "em buquê", de cabeça para baixo: a maioria dos planetas, que representariam as flores do buquê, estão em baixo, e "os talos" do buquê estão bem no alto, em tomo do Meio-do-Céu. Como se a única saída de auto-realização (casa X) e o único ideal (casa IX) fosse a ambição do poder político. Este último está claramente designado por Saturno (a política) em conjunção com a Lua (o povo, a popularidade). O mapa, com essa maioria dos planetas sob o horizonte, exprime um mundo de forças subterrâneas, potentes e explosivas (os signos de Fogo estão muito ocupados, e Áries está no Ascendente). Esta sede intensa de poder e de projeção política não data da encarnação atual, mas provém de longas frustrações anteriores, como o indicam:

• A retrogradação de Saturno; • Sua conjunção com o Nó Sul;

• E, também, a casa XII em Peixes; Netuno, retrógrado na XII, não faz mais que acentuar a impressão de vidas anteriores sacrificadas e obscuras, provavelmente já religiosas. O sacrifício mal vivido gerou essa sede de poder, que parece ser a única motivação dessa encarnação. A casa IX assim

Rasputin

29 de julho de 1871, Pokrovskoïa, Rússia (segundo o nosso calendário)

Círculo interior: Zodíaco habitual Círculo exterior: Zodíaco corrigido pelo ayanamsa (cerca de 23°)

carregada é como um ímã que atrai e canaliza todas as forças da entidade. Mas é anormal que essa casa, a do Ideal, contenha o Nó Sul, símbolo das vidas passadas, e Saturno, também símbolo do passado: eis aí, pois, alguém cujos ideais não conduzem ao seu Nó Norte (programa espiritual futuro), mas a um retrocesso...

Parece evidente também que Rasputin, para chegar a seus fins (isto é, reinar sobre a Rússia por intermédio do czar e da czarina), utilizou

conhecimentos ocultos, místicos e mágicos adquiridos em vidas anteriores. Uma outra indicação dessa formação religiosa anterior é dada pelos signos na casa VIII: Sagitário (no Zodíaco habitual), e Escorpião (no Zodíaco corrigido). O regente de Escorpião, Plutão, na casa I, e em Áries-Touro, indica um magnetismo sexual intenso, utilizado para fins pessoais. (A casa I representando o Eu.)

Uma casa VIII mal-assombrada: Hitler

Adolf Hitler

20 de abril de 1889,18h21min, Braunau-sur-Inn (Áustria)

Círculo interior: Zodíaco habitual

Círculo exterior: Zodíaco corrigido pelo ayanamsa (cerca de 23°)

Seu mapa é incompreensível no Zodíaco habitual, não corrigido pelo ayanamsa. Sol, Ascendente e Lua ocupam nele signos pacíficos: Touro, Libra e mesmo Capricórnio nunca foram símbolos guerreiros!

Em compensação, se corrigirmos o Zodíaco, subtraindo os 23° do ayanamsa para a época do seu nascimento, tudo se esclarece: o Sol, Marte, Vênus e Mercúrio caem em Áries, o próprio símbolo da Guerra. O Ascendente cai em Virgem, signo da organização... E também da Terra, e da posse: a sede de anexações territoriais que motivou a guerra é perfeitamente Áries-Virgem!

A Lua, enfim, cai em Sagitário, onde está poderosamente sustentada por Júpiter. No que se refere a este signo, nunca esqueçam sua ambigüidade: o Sagitário, jovial e caloroso, pode tornar-se ferozmente destruidor. Como todos os signos de Fogo: a chama que alegra e aquece pode, um dia, tudo devastar... A flecha de Sagitário indica bem seu potencial agressivo! E nos lembraremos de que, em mitologia, Júpiter, patrono do signo, detinha o uso do raio... Portanto, no Zodíaco corrigido, o mapa flameja como todos esses signos de Fogo... Estamos longe do retrato de um tranqüilo pequeno burguês.

Notaremos também o quanto os Nós estão aspectados, e o quanto sustentam Marte com aspectos exatos: carma militar e ciência das armas adquirida em outras vidas...

A casa VIII está carregada de quatro planetas entre os quais aquele Marte em estreita conjunção com Vênus: dinamite! Netuno lá dentro, em conjunção com Plutão, envolve esse barril de pólvora numa bruma mística: verdadeira cortina de fumaça que enganou tanta gente...

Não se pode ter uma casa VIII assim tão assombrada, sem possuir uma força carismática, um poderoso magnetismo, que atrai as multidões dispersas como um farol no meio da noite.

O mapa está cheio de estranhas particularidades, que o tornam difícil de interpretar à luz da astrologia esotérica habitual. Em primeiro lugar, todos os planetas, exceto Saturno, estão associados em estreita conjunção (Lua-Júpiter, Sol-Mercúrio, Vênus-Marte, Netuno-Plutão, Urano- Ascendente)... Como se esses planetas se reforçassem mutuamente — e, no entanto, há aí uma ambivalência, uma ambigüidade que deveria ter preocupado os admiradores do Führer! E também o número inusitado de quincúncios: oito! Aspecto inegavelmente ambíguo — aspecto que os astrólogos atuais hesitam sempre em interpretar.

Que diz a casa XII? Seus três regentes (Sol e Mercúrio para Leão e Virgem, no Zodíaco corrigido, Vênus para Libra, no Zodíaco habitual) caem todos os três em Áries: não se poderia indicar melhor uma vida passada marciana, destinada à guerra. Urano retrógrado chega a tornar preciso que se tratava de revolta ou de revolução. Alguns pensam que Hitler é a

encarnação de um demônio, de uma entidade negra. O mapa não contradiz essa teoria: Marte sempre foi considerado, nos textos esotéricos, como o lugar habitado por demônios. Seus símbolos: o Fogo, o Ferro, o Sangue, a Guerra são altamente maléficos. Mas essa força tem sua utilidade: tudo é útil no Cosmos, de um modo misterioso, por vezes difícil de ser compreendido por nós. Eis aí, em todo caso, uma natividade marcada pelo carma da guerra, que uma forte casa VIII combina com uma iluminação mística: lembramo-nos de que a casa em questão é a dos magos negros e dos falsos profetas... Sintomáticas, todas essas ambigüidades do mapa, inclusive a defasagem dos Zodíacos, que fez tomar um vil Áries-Bode por um Touro-Libra pacífico... A mentira é o uniforme obrigatório dos Espíritos malfazejos.

CAPÍTULO VII

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 129-138)