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UM PONTO IMPORTANTE: OS SIGNOS DO ZODÍACO E A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 47-54)

ASTROLOGIA E REENCARNAÇÃO

UM PONTO IMPORTANTE: OS SIGNOS DO ZODÍACO E A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS

Nas páginas que se seguem, trataremos dos planetas nos signos do Zodíaco. Ora, impõe-se um acerto: o astrólogo sério, reencarnacionista ou não, deve levar em consideração a precessão dos equinócios.

O grande público, muitas vezes mal-informado sobre a astrologia, pensa que esta se resume aos signos do Zodíaco. "Ah, você é Touro? Como eu gosto desses bichos!" O estudante pôde se dar conta de que os signos do Zodíaco eram apenas uma das "chaves" da astrologia. Os planetas são tão ou mais importantes do que eles! Alguns astrólogos não vêem os signos do Zodíaco senão como um jogo de filtros coloridos: cada planeta nos envia suas vibrações através do filtro do signo zodiacal que as colore.

Por vezes, espantamo-nos: certos nativos só têm poucas características descritas pelos signos... em compensação, comportam-se mais como o signo precedente. Muita gente, ainda assim, espantou-se com o fato de Hitler ter nascido com o Sol1 em Touro — signo pacífico por excelência!

Teria sido bem mais lógico que seu Sol estivesse em Áries, signo da guerra, sob a regência de Marte. Ora, é esse o caso... se levarmos em consideração a precessão dos equinócios!

Assim também Luís XIV, que escolhera como símbolo o Sol e se comportou como um verdadeiro Leão, evidentemente não nasceu com o Sol em Virgem — signo do perfeito subordinado! (5 de setembro de 1638).

Assim o Zodíaco no qual trabalhamos está alterado. Atualmente, as constelações não coincidem mais com os signos do mesmo nome.

Lembro que os astrônomos reagruparam as estrelas fixas em 89 constelações. Esses grupos, evidentemente, são arbitrários... Mas não se podia deixar de rotular o céu, para poder se orientar nele! Ora, o Sol não dá cambalhotas ao acaso nessas 89 constelações: limita-se comportadamente às 12 que percorre todo ano, e que constituem, para ele, uma espécie de auto-estrada celeste. A essas constelações os Antigos haviam dado nomes de animais: ignora-se completamente por que... Mas não se deve pensar que fosse pura fantasia: os astrônomos-astrólogos da Caldéia possuíam profundos conhecimentos esotéricos sobre o reino animal.

Em suma, o início do ano zodiacal, o "ponto vernal", ou "grau 0 de Áries", deve coincidir com o primeiro dos 12 setores — ou signos — repartidos no céu no caminho anual do Sol (é a auto-estrada celeste que chamamos de Zodíaco). Esses 12 setores do céu, de 30° (30x12 = 360), são batizados de acordo com os nomes das constelações que devem enquadrar.

Ora, em virtude da precessão dos equinócios, o Sol hoje em dia não nasce mais, no dia 21 de março, na constelação de Áries. Em 228 depois de Cristo, era assim: o Sol nasceu bravamente, como lhe haviam mandado — ao mesmo tempo em Áries-signo do Zodíaco e em Áries-constelação. Depois, pouco a pouco, começou a nascer no fim do signo de Peixes. Os astrólogos, como Ptolomeu, não prestaram mesmo muita atenção nisso: era uma

aproximação... O mal é que, hoje em dia, a "aproximação" tornou-se "bem pouco próxima"!

O eixo da Terra gira lentamente sobre si mesmo em 26.000 anos: e é esse fenômeno, chamado "precessão dos equinócios", que faz com que o Sol nasça, todo dia 21 de março, um pouco mais atrás nos signos.

Em virtude dessa progressiva defasagem, os 12 setores de 30° repartidos no céu não coincidem mais com as constelações que lhes haviam dado o nome. A defasagem é mesmo tão importante que atinge hoje em dia (em 1983) cerca de 24°.

Os astrólogos indianos conhecem perfeitamente essa defasagem, que chamam de ayanamsa, e que levam em consideração na interpretação dos horóscopos.

Assim, um nativo de 1983, com o Sol a 5o de Escorpião estaria, para os

astrólogos de 20 séculos atrás (assim como para os astrólogos indianos atuais) com o Sol a 11o de Libra. Não será de estranhar, então, que em sua

juventude ele apresente tantos traços de caráter de Libra.

Essa defasagem progressiva irá levar pouco a pouco o Sol a nascer, em 21 de março, na constelação de Aquário (mas sempre no signo, isto é, no setor de Áries). Desde o ano 228 da era cristã até agora, o Sol nascera na constelação de Peixes. Irá deixá-la por volta do ano 2 377, para entrar na de Aquário.

Portanto, os astrólogos verdadeiramente honestos, verdadeiramente preocupados com a verdade, deveriam levar em consideração a defasagem ayanamsa em suas interpretações. Uma Lua natal a 6o de

Touro, por exemplo, é, no dia do nascimento, o que há de mais Áries! Nos capítulos que se seguem, cada vez que eu mencionar um planeta (ou um nó) num signo, entenda-se que se trata do signo real, depois de feita a correção pelo ayanamsa.

Dito isto, a "progressão" dos planetas os faz evoluir através do Zodíaco. Assim, a criança que nasce atualmente com o Sol a 5o de

Sagitário, nasceu na verdade em Escorpião — e manifestará as características deste. Entretanto, por progressão de um grau por ano, o Sol, aos 25 anos, entrará no lº grau de Capricórnio. Se subtrairmos o ayanamsa de 24°, esse Sol estará na verdade a 6o da constelação de

Sagitário. É então que esse jovem terá um comportamento sagitariano. Na prática corrente, seria preciso considerar os dois signos, antes e depois da subtração do ayanamsa.

Os astrólogos da Pérsia antiga, os caldeus e os babilônios levavam em conta esse fenômeno e corrigiam seus horóscopos a partir disso. Mas os egípcios, depois os astrólogos do Baixo Império romano, seus sucessores

na Idade Média e depois os modernos esqueceram o ayanamsa, que não pára de crescer de século para século.

Para concluir, a astrologia ocidental comum, atualmente, trabalha sobre bases em parte falsas, a menos que leve em consideração o ayanamsa — cuja tabela para o século XX é apresentada abaixo:

PARA CALCULAR O AYANAMSA, DEFASAGEM A SUBTRAIR TODO ANO

(os números são dados para o dia 1º de janeiro de cada ano)

Círculo interior: Zodíaco habitual

Círculo exterior: Zodíaco corrigido pelo ayanamsa (cerca de 23°)

Exemplo muito significativo: o tema de Hitler

Para o seu nascimento, em 20 de abril de 1889, às 18h21min, em Braunau am Inn, na Áustria, o Zodíaco habitual dá 0o 48 Touro.

Corrigindo a posição do Sol, pela subtração do ayanamsa, encontramo-lo no início de Áries, a = 7o 48, o que dá a esse signo de guerra e de fogo

toda a sua força (ver análise completa do tema, p. 129). E A LIBERDADE, O QUE SE FAZ DELA?

A Tradição afirma, desde sempre: Astra inclinant, sed non cogunt, isto é: "Os astros influem, mas não obrigam." Assim, segundo Tomás de Aquino:

"Tudo o que existe na superfície deste mundo sublunar está sujeito à influência dos astros — mas o sábio domina os astros."

Cayce está inteiramente de acordo com essa ótica. Eis o que ele diz, textualmente: "A mais forte influência exercida sobre o destino do homem é, em primeiro lugar, a do Sol, depois a dos planetas mais próximos da Terra, ou então dos que são ascendentes na hora do nascimento. Mas é preciso entender aqui que nenhuma ação, de qualquer planeta, nem as fases do Sol, da Lua ou de qualquer corpo celeste é mais forte do que a vontade do homem." (Traduzo a "leitura" 3744-3, citada no início do livro de Margaret H. Gammon.)

É, portanto, claro: o sábio domina os astros.

Nenhum astrólogo sério, seja oriental, indiano ou chinês, pensa realmente que sejamos totalmente determinados pelos astros, como se fôssemos fantoches manobrados por alguém.

Só as pessoas que têm noções muito superficiais de astrologia ainda imaginam que ela seja determinista, e que nosso destino estaria organizado de antemão nos seus mínimos detalhes. A "roda das reencarnações", o samsara dos astrólogos budistas, não é uma fatalidade: os textos sagrados indianos afirmam que é preciso sair dela, para isso utilizando nossa liberdade!

Tomás de Aquino manifestou-se a respeito, de modo magistral, em sua Suma teológica (questão 96, "Da Adivinhação pelos astros"): "Quando um médico — diz ele —, à cabeceira de um doente, faz um diagnóstico a partir de determinados sintomas, e depois faz um prognóstico sobre a evolução da doença, diz-se por acaso que ele faz profecias? É evidente que não! Ele apenas exerce sua profissão de médico. Assim também o astrólogo: ao ver tal ou tal configuração no céu, deduz dela tal ou tal previsão." Tanto o médico como o astrólogo deixam, em seu "prognóstico", uma grande margem para a liberdade do doente (ou nativo). Este último pode, por sua atitude mental, fazer fracassar os prognósticos do médico (ou do astrólogo). Sabe-se de tantos doentes que se deixam morrer, e de tantos outros que ressuscitam pela força de vontade!

Toda astrologia que negue a liberdade seria totalmente débil. Todo aquele que pretende abusar de seu poder em nome dos astros, aterrorizando seu consulente, sacudindo-lhe no nariz um destino implacável ("Está escrito no céu"), não é digno do nome de astrólogo...

CAPÍTULO III

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 47-54)