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A CÚSPIDE ENTRE DOIS SIGNOS

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 63-65)

OS SIGNOS DO ZODÍACO

A CÚSPIDE ENTRE DOIS SIGNOS

Este é o termo empregado na astrologia para indicar, quer a "ponta" de uma casa, quer o início de um signo (exemplo: 30° Escorpião = 0o

Sagitário). E muito freqüente meus ouvintes, durante conferências ou programas de rádio, dizerem-me, num tom aflito: "Não sei se sou de tal ou tal signo, pois nasci no limite entre os dois!" Por exemplo: "Eu nasci no dia 19 de fevereiro — ainda sou Aquário, ou já sou Peixes?" Essa questão parece atormentar muitas pessoas. Parecem muito perturbadas com a idéia de que se poderia "ser de vários signos"!

Na verdade, para o astrólogo, não há nada de anormal nisso, uma vez que todos nós nascemos sob uma combinação de influências zodiacais múltiplas.

Praticamente, esses nativos situados entre dois signos têm as características dos dois ao mesmo tempo, exatamente como no caso das conjunções entre dois planetas.

Entretanto, as Leituras de Cayce falam muito nisso. Segundo ele, é como se esses nativos estivessem colocados diantes de uma porta estreita, uma passagem difícil. Devem desligar-se da influência do signo precedente, que marcou sua vida imediatamente anterior — para engajar- se no campo do novo signo. Nesta encarnação atual, eles devem liquidar um ciclo de experiências para buscar abrir um outro. Assim, a maioria deles experimenta o penoso sentimento de não estar enraizado em lugar nenhum.

Colocados diante de uma escolha, deverão apelar para sua livre vontade. Tenderão a revoltar-se contra aqueles que gostariam de pesar sobre suas decisões. Aliás, isso lembra também o comportamento dos signos duplos: rebelando-se contra qualquer pressão, acabam sempre por encontrar um meio de se libertar. Os Gêmeos só põem um pé no barco, e estão prontos a retirá-lo, se forem obrigados a embarcar com os dois... O Sagitário engaja-se totalmente, mas não por muito tempo! Os Peixes têm um jeito elegante de escapulir à francesa, entre duas águas. Quanto a Virgem, que se pensava ter-se estabilizado por um certo tempo, "vira a casaca" totalmente, quando julga que chegou a hora (não sem sentir-se culpado, aliás, o que é o seu luxo moral pessoal).

Quanto maior é o número das "cúspides" entre dois signos, num tema natal, mais difícil é a encarnação escolhida pela entidade. Ver, a propósito disso, o capítulo V, sobre os decanatos: aqueles que estão no limite do último decanato (espiritual) de um signo, devem, portanto, entrar no primeiro decanato (físico) do signo seguinte. Sentem, então, grandes dificuldades em negociar essa "virada" cármica: a mudança de orientação entre sua vida precedente e a atual não se faz sem angústia. Situação conflitual, que os leva muitas vezes a mudar totalmente de orientação durante esta vida: sua juventude é empregada em liquidar as influências do signo precedente. Depois, na maturidade, entram no campo de atividade do signo seguinte. O limite entre dois signos do Zodíaco é, portanto, uma articulação difícil: pois os signos seguem-se um ao outro, e não se parecem!

Particularmente penosa é a passagem de uma vida Peixes, com seu abandono emotivo e venusiano, a uma vida Áries, onde se deverá desenvolver a coragem marciana. Mesma dificuldade, aliás, entre Libra, que cultivou a paz, e Escorpião, que deve agora enfrentar a guerra!

Exercício contrário entre Áries e Touro: o soldado, o "duro na queda", o valente legionário deve agora estabilizar-se na vida civil... Mais tarde, ou Touro pesado e lento deverá desenvolver vivacidade e flexibilidade, passando para Gêmeos: deverá aprender a se adaptar, o que não era próprio do caráter desse ruminante!

Os Gêmeos, tão inteligentes, tão racionais, tão seguros de suas certezas cartesianas, deverão abandoná-las para mergulhar naquilo que lhes causa mais medo: a vida emocional! Que é simbolizada por Câncer.

Depois, deixar Câncer, estado bem-aventurado dos verdes paraísos infantis, para expor-se em público como exige Leão, nem sempre é fácil. Sair de um estado de infância para afirmar seu ego diante de todos, e assumir a proteção dos fracos, é infinitamente angustiante.

Será preciso depois sair do egoísmo de Leão — afinal de contas bastante agradável! — para se dedicar ao programa de serviço simbolizado por Virgem. A passagem deste a Libra é, no entanto, menos penosa, pois os dois signos têm muitos pontos comuns. Mas é preciso, entretanto, sair dos limites de um signo da Terra para abrandar-se nas sutis brisas de outono de Libra. A entidade que passa de Escorpião a Sagitário deverá enterrar seu machado de guerra. E reaprender a alegria de viver, o entusiasmo sem crítica... Duro, muito duro, aprender a confiar!

Quanto à entidade que passa de Sagitário a Capricórnio, pede-se-lhe um enorme sacrifício: aceitar estabilizar-se, renunciando à embriaguez das corridas loucas. Renunciar ao atrativo das grandes viagens para enquadrar-se nas duras obrigações do trabalho cotidiano — obrigações que Sagitário, com um coice, teria mandado passear!

Entretanto, passando de Capricórnio a Aquário, a entidade deve novamente exercitar-se em abrir mão das coisas, em aprender a dar generosamente, segundo a inspiração do momento, sem procurar garantir um retorno.

Enfim, de Aquário a Peixes, passa-se das grandes idéias abstratas às dores da vida afetiva. Do espaço ilimitado simbolizado pelo 11º signo, passa-se à prisão cármica dos sofrimentos do 12º: nostalgia da liberdade perdida!

Assim, cada passagem de um signo a outro é um exercício de flexibilidade...

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 63-65)