• Nenhum resultado encontrado

TÉCNICAS PARA REENCONTRAR NOSSAS VIDAS ANTERIORES

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 35-39)

A partir do dia em que você começa a admiti-las, tudo se toma possível. Diferentes técnicas, tanto orientais quanto ocidentais, permitem retroceder no tempo, à procura das existências passadas.

Na índia, essas técnicas são conhecidas e utilizadas desde sempre. Swami Vivekananda indicava a seus adeptos posturas e exercícios que permitiam banir da mente os turbilhões de pensamento (vrittis) que a agitam. Chega-se, assim, à calma espiritual que permite que as lembranças das vidas anteriores retornem ao plano consciente.

Denise Desjardins narra em seu La Mémoire des vies antérieures como praticou esse método, na Índia, sob a orientação de um importantíssimo mestre indiano. Este último mandava primeiro que seus "pacientes" se deitassem para ajudá-los a se acalmar, donde a expressão lying (do inglês: repousar deitado). Swami Prâjnanpad não utilizava nem mesmo a hipnose (ver adiante), mas desaconselhava empreender esse trabalho sem a ajuda de um guia experimentado. Uma vez que se começou a apreender o fio que liga as encarnações precedentes, estas assomam pouco a pouco à superfície, liberando antiquíssimas emoções esquecidas. Os bloqueios desaparecem progressivamente, o ser toma-se mais lúcido e mais forte, e reencontra sua verdade profunda.

Os monges budistas fazem exercícios cotidianos de concentração mental, que devem aprimorar sua memória. Um desses exercícios — importantíssimo —consiste em rememorar toda noite, antes de dormir, os acontecimentos do dia. Mas cuidado! É preciso fazê-lo "em marcha-à-ré", começando pelos fatos mais recentes. Ao despertar, é também importantíssimo lembrar-se dos sonhos: alguns têm relação com vidas anteriores.

Os indianos utilizam a música: eu mesma fiz um ateliê de "carmasom". A voz do "mestre" (ou do animador), acompanhada de certo tipo de música, permite descer ao fundo de si mesmo. Depois de alguns exercícios clássicos de relaxamento, dizem-nos: "Você está no alto de uma montanha, e vai

_____________________

1 Dr. Stevenson, Twenty cases suggestive of reincarnation. American Society for Physical Research, Nova Iorque, 1966.

descer para o vale, por pequenos caminhos cavados. Desce mais, mais, vê os seixos, os rochedos, as árvores, a paisagem etc. Desce, desce. Chega ao fundo do vale, e ali se abre a entrada de uma gruta; você penetra ali, avança para uma passagem estreita muito sombria, progride, desce mais etc. Chega a um corredor guarnecido de portas. Uma delas é a sua... Você a abre... e a primeira coisa que vê é uma imagem surgida de suas vidas anteriores."

Eu, pessoalmente, abri minha porta e fiquei ofuscada, quase agredida pela luz do golfo Pérsico: estava à beira do mar, na gruta de Ali Babá (mas os quarenta ladrões estavam ausentes!), o mar muito azul, o céu muito suave, o rochedo muito amarelo... Por outro lado, sei que vivi certas vidas anteriores na Idade Média, no Irã e no Egito, e me sinto sempre muito em forma nesses países.

Podemos também procurar um médium clarividente ou "clariaudiente"; é o que muita gente faz. A pessoa dotada de poderes parapsicológicos pode, assim, dizer a você em que país ela o vê, com que tipo de roupa etc.

Como ter certeza? Para mim, a verdade tem um cheiro sui generis que não engana: uma coisa verdadeira lhe provoca um choque (agradável ou desagradável). Se você tem "o" choque ao visitar pela primeira vez a Bretanha ou o Egito, se sente uma familiaridade com os lugares, a língua falada, é um indício bastante seguro.

Muitos de nós temos assim, espontaneamente, um flash onde entrevemos, durante alguns segundos, uma paisagem ou uma pessoa conhecida nas nossas vidas anteriores: não é uma ilusão.

Em 1911, o coronel de Rochas publicou um livro, Les Vies successives, que era o fruto de suas pesquisas. Contava ali como, utilizando a sugestão hipnótica, provocava em seus pacientes uma regressão de memória que lhes permitia reviver suas encarnações precedentes. Rochas era um precursor: foi muito pouco compreendido na França, em sua época.

"A técnica da hipnose consiste em adormecer a pessoa pela sugestão. O "hipnotizador" utiliza uma voz especial para fazer perguntas, e a pessoa "sugestionada" responde, em estado de "transe hipnótico". Foi esta a técnica utilizada por Edgar Cayce, e que lhe permitiu dar essas extraordinárias "leituras" que mencionamos acima. A sugestão por hipnose foi também utilizada por Morey Bernstein quando ele encontrou, em 1952, a vida anterior irlandesa de uma de suas pacientes.1

Obtém-se o sono por hipnose não só pela voz e pela sugestão do prático, mas também por técnicas de respiração: o controle de certos ritmos respiratórios traz estados de consciência especiais; é o que acontece não só na ioga, mas também em técnicas ocidentais como o Renascimento, onde o sujeito revive seu nascimento para se libertar dos traumatismos que o

____________________

acompanharam. Os transes dos cultos africanos podem levar também a um mergulho nas vidas anteriores.

Todas as técnicas de pesquisa, quaisquer que sejam, repousam no grande princípio da "Memória do Universo" (ver p. 18): Tudo o que existiu um dia está escrito em algum lugar e pode ser reencontrado!

Prece e meditação constituem uma grande ajuda, qualquer que seja a religião, e fazem avançar nesse conhecimento de si mesmo. Um grande número de místicos fizeram essa experiência. Penso particularmente em Anne-Catherine Emmerich, que se via a si própria acompanhando o Cristo, na época histórica. Descreveu "como se ali estivesse", aqueles tempos antigos, seus trajes, seus costumes, suas paisagens, com uma assombrosa precisão (mas sem empregar, parece-me, o termo "encarnação anterior" ou "metempsicose").

Se você procura conhecer suas vidas anteriores com vistas a um progresso humano e espiritual, tudo lhe será dado em seu devido tempo, quando tiver atingido a maturidade suficiente.

Entretanto, hipnose, lyng, sophro, técnicas de respiração etc. não deixam de oferecer perigos. E preciso fazer-se assistir por um técnico prudente: a descoberta brutal de uma vida anterior dramática pode causar um traumatismo.

É aqui que a astrologia é útil: a memória do Universo está inscrita nas estrelas; basta que você as leia! A procura das vidas anteriores através da astrologia não é traumatizante, porque solicita mais a reflexão e a meditação do que o jogo de emoções violentas. O trabalho que ela exige é, entretanto, em si, um exercício de concentração mental. Outra vantagem, que não é das menores: a astrologia reencarnacionista lhe dá respostas sem colocá-lo na dependência de outrem, de um "guru" que poderia abusar de seus poderes (como acontece freqüentemente...). E quando você, graças à astrologia, tiver redescoberto seu programa de encarnação, ficará feliz: saberá, enfim, o que veio fazer neste planeta... A paz interior não o deixará mais!

CAPÍTULO II

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 35-39)