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INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DOS DECANATOS

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 101-106)

OS SIGNOS DO ZODÍACO

INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DOS DECANATOS

Poderia parecer que, em cada signo, o primeiro decanato (decanato físico) fosse o mais influenciado pela herança do passado cármico. Há pessoas que têm todos os planetas, Ângulos-do-Céu e Luminárias, nos primeiros decanatos: estes têm uma infinita dificuldade em alçar vôo, funcionam ainda como nas vidas anteriores. Só com grande esforço conseguem livrar-se de seus hábitos cármicos. (Ver o tema de Blaise Cendrars, p. 189.)

O segundo decanato (decanato mental) indicaria a maneira pela qual a entidade decidiu pôr em prática, no plano terrestre, os conhecimentos adquiridos em outros planos planetários.

O terceiro (decanato espiritual) indica a direção provável do progresso do nativo. As pessoas cujos planetas, Luminárias e Ângulos-do- Céu ocupam predominantemente o fim de um signo, vivem uma encarnação de transição. Tendo liquidado o passado, pode-se esperar vê- las dar uma virada na maturidade; seu fim de vida será muito diferente do início. (E também o caso dos signos duplos e daqueles cujos planetas estão entre dois signos.)

Em geral:

O primeiro decanato de cada signo ainda é receptivo às influências terrestres, físicas, carnais, às quais reage fortemente, como no passado. Seus hábitos emocionais anteriores ainda têm poder sobre ele: só lentamente irá desligar-se deles.

O último decanato, ativo, dinâmico, voltado para o futuro, em constante progressão, indica um estado de desligamento dos antigos hábitos cármicos. As dívidas estão quase pagas, aproxima-se a libertação. Se o ser não cria um novo carma, logo sairá da roda das reencarnações.

O decanato do meio é uma transição entre os dois.

Conta-se o número de primeiros, segundos e terceiros decanatos ocupados para ter uma idéia global.

O decanato habitado pelo Sol ou pela Lua indica o estado de progresso, em relação com o "estado celeste" dos regentes desse decanato.

Um grande número de primeiros decanatos ocupados indicaria uma alma ainda pouco evoluída, que arrasta um pesado carma, ou uma alma jovem (que passou ainda por poucas encarnações).

Uma maioria de planetas situados no decanato do meio anuncia alguém que adquiriu um certo domínio de suas pulsões físicas e de suas emoções.

Enfim, uma pessoa cujas posições planetárias ocupam os últimos decanatos de cada signo está no caminho da liberação, da iluminação, tendo

aprendido a controlar suas pulsões físicas, suas emoções e sua mente: pode dirigir seus pensamentos para uma via espiritual, ou se empenhará por completo.

Constatou-se que as pessoas que fazem parte do mesmo grupo humano têm os mesmos decanatos ocupados. Pensa-se que isso indica que pertencem a um mesmo grupo cármico (pessoas que já viveram juntas anteriormente).

É por isso que, nas famílias, reencontram-se planetas ocupando o mesmo decanato, e até os mesmos graus. Por exemplo, uma mãe tem Marte a 3o de Touro, seu filho tem Vênus a 5o do mesmo signo —

portanto ambos no mesmo decanato. Isso põe o astrólogo na pista de uma relação amorosa numa vida anterior (se o conjunto do tema o confirma). Entre dois temas, pode-se comparar não só os decanatos, mas também os planetas que os regem, dando assim indicações úteis; se Júpiter intervém, os dois nativos podem ter sido casados anteriormente (em caso de aspecto harmônico com Vênus); Mercúrio pode indicar um laço cármico fraterno, Urano um laço amistoso, a Lua um laço materno etc. A interpretação dos planetas regentes dos decanatos segue as mesmas regras práticas da interpretação clássica dos temas comparados, mas à luz dos conhecimentos reencarnacionistas.

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CAPÍTULO VI

AS CASAS

Haveria muito a dizer sobre a forma redonda do horóscopo: o círculo é um perfeito símbolo de unidade. O tema é uma mandala, isto é, uma visão do mundo, encerrada num círculo geometricamente dividido, cuja estrutura deve ajudar a meditação.

Assim, o tema se torna um "suporte de mancia": um objeto que, por sua forma, permite que a intuição seja liberada. Os videntes de toda a Antigüidade utilizaram o fogo, a fumaça, os seixos (ou os talos de aquiléia, como na China) jogados ao acaso no solo etc.

A intuição divinatória tem necessidade de um suporte para se manifestar: não há dúvida de que o tema representa esse papel; sua forma redonda, suas divisões geométricas ativam os mecanismos secretos da intuição. A cruz formada pelo horizonte e o meridiano, inscrita nos 360° da circunferência, são os símbolos eternos que falam ao subconsciente de cada um de nós.

A divisão do espaço celeste em quatro quadrantes, cada um com três casas, ou seja, 12, tem ressonâncias numerológicas e simbólicas tão fortes, que todas as religiões do mundo o utilizaram. Mandala é uma palavra indiana, mas a realidade é universal... A estrutura íntima do cosmos está provavelmente baseada nos números três, quatro e 12. As religiões cristãs falam das "Doze tribos de Israel", dos 12 Apóstolos, dos quatro Evangelistas, da Trindade etc. quatro e três são sete, e se combinam ainda em nove, 12,45, tantos números "sagrados" utilizados pela astrologia.

A divisão do tema em 12 "casas" delimitadas pelos quatro Ângulos-do-Céu é fundamental.

As casas são campos vitais, nos quais se aplica nossa energia. Isso é válido não só para esta vida, como também para toda a nossa trajetória cósmica — compreendendo também nossas vidas precedentes.

Teoricamente, a Terra está no centro do tema. Os detratores da astrologia vêem nisso uma prova de sua falsidade, já que sabemos bem que a Terra não é o centro do nosso sistema solar. A isto pode-se responder que o tema descreve o nosso ponto de vista de terrenos. Quando tivermos adquirido perfeição e objetividade, quando estivermos livres das cargas terrestres, passaremos para um plano cósmico solar: poderemos ter então um tema "visto do sol" — heliocêntrico. Atualmente, aliás, muitos astrólogos utilizam tais temas, nessa perspectiva esotérica. O ASCENDENTE

Representa o estado presente da entidade, o "ponto" de sua evolução para esta encarnação.

A partir desse local-chave organiza-se todo o horóscopo, esse mapa do céu que o nativo "assinou" antes de nascer.

O Ascendente e a casa I exteriorizam a personalidade do nativo nesta encarnação — mas não necessariamente seu ser profundo. Certos espaços dele mesmo podem permanecer secretos, ocultos enquanto dura esta vida... Muito simplesmente porque a entidade decidiu desenvolver uma aptidão, em vez de outra, que está programada para a vida seguinte: não se pode procurar um desenvolvimento em todos os sentidos, ao mesmo tempo! O crescimento da alma é um longo trabalho que se faz de vida para vida, um detalhe após o outro. Assim, quando Edgar Cayce narrou sua vida precedente como guarda de fronteira, não mencionou que seus dons de vidente tivessem, então, representado qualquer papel.

Recantos inteiros do nosso ser permanecem adormecidos a cada encarnação...

A partir do Ascendente, pensa-se que as casas II, III etc. indicam vidas a vir, ao passo que, regredindo no sentido inverso, as casas XII, XI, X etc. significam as vidas precedentes, a começar pela última.

Inúmeros autores pensam então que nos encarnamos segundo a ordem dos signos, de modo a aprender sucessivamente as 12 lições cósmicas inscritas no Zodíaco (cf. p. 53).

Pensa-se que os nativos que têm uma casa XII muito "habitada" por um número importante de planetas, entre os quais Netuno, já cumpriram todo um ciclo. Seria sua última encarnação, para esse ciclo. Mas é provável que percorramos várias vezes o Zodíaco a fim de rematar o que não fora terminado. A roda das casas e dos signos representa a "roda das reencarnações", ou samsara indiano.

O Ascendente seria então como um dos ponteiros de um relógio sobre um quadrante, indicando a hora da evolução da alma... em suma, em que ponto ela está, na sua jornada cósmica. (Cf. a Bíblia: "Para mim, um dia é como mil anos", diz o Senhor.) O Ascendente indica onde plantamos nossa tenda, nessa viagem através do tempo e dos espaços interplanetários. É exatamente uma etapa...

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 101-106)