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OS SIGNOS DO ZODÍACO

SIGNOS CÁRMICOS

Tudo, num tema, indica, evidentemente, nossas vidas anteriores! Uma vez que a atual encarnação não passa da resultante do passado terrestre e planetário. Nosso mapa do céu de nascimento é como um passaporte: figuram nele os vistos de todos os países visitados... Com a condição de que se saiba lê-los!

Assim, todos os signos são cármicos, mas alguns dão indicações mais fortes que outros, estão mais ligados ao passado: Câncer, Virgem, Escorpião e Peixes. Os nativos cujo tema natal mostra esses signos particularmente cheios têm, mais do que ninguém, a memória de suas vidas anteriores. Verifica-se isso particularmente no caso de Câncer. É provável que Virgem, Escorpião e Peixes tenham sido carregados de dívidas cármicas particularmente pesadas. Porquê? Porque Peixes está no fim de um ciclo zodiacal: é um pouco a idéia do "último enxaguar", na lavagem das impurezas da alma... Nessas provas específicas, físicas, emocionais e sociais, o nativo é ajudado por uma maior faculdade de aceitação: os Peixes sentem a necessidade de sofrer, de se sacrificar; por vezes, parecem antecipar-se às provações. Os outros os acusam de masoquismo porque não compreendem o valor do sofrimento: quanto aos Peixes, são mais aptos que ninguém a

compreendê-lo. Signo do sacrifício final, signo do "Servo sofredor" (o Cristo, tal como é designado pelo profeta Isaías), os Peixes conhecem a alquimia que transmuta o sofrimento em liberação espiritual. Mas devem aceitar não mais fugir diante das provações que escolheram... Pois têm, como ninguém, o espírito da fuga!

Virgem é também uma etapa purificadora: nesse estágio, a Entidade aprende a se eclipsar servindo aos outros, e aprende também o controle de seu corpo. Aí está porque nossos virginianos são apaixonados por medicina e dietética! No estágio de Virgem, aparecem os carmas físicos a liquidar. Virgem é o signo da colheita: colhe-se aí, particularmente, o que foi semeado em vidas anteriores.

Notem também que Peixes e Virgem são signos duplos: são articulações entre o fim de um ciclo e o início de um novo. Virgem, aliás, termina a primeira metade do Zodíaco. Depois dela, Libra inaugura um novo meio-ciclo.

Quanto aos nativos marcados por Escorpião, chegaram certamente a um ponto agudo de suas crises cármicas. Embora Escorpião não seja oficialmente considerado com um signo duplo, ele o é, no entanto, por sua natureza profunda: o oitavo signo está sob o símbolo do número 8. Ora, este último é constituído por dois círculos que se tocam num único ponto. Um desses círculos representa o mundo visível da matéria, e o outro, o mundo invisível. O Escorpião, dilacerado entre dois mundos, está presente no ponto de contato entre os dois: não é preciso dizer como sua situação é desconfortável ! Fortemente ancorado na vida física e terrestre, tem sempre um pé no mundo invisível. Daí sua permanente insatisfação, sua angústia, sua ambigüidade. Dilacerado entre dois mundos, vive numa tensão extrema. Sua significação essencial, "morte e ressurreição", não pode ser mais cármica!

E preciso lembrar também que, na Antigüidade, os "mistérios" e as iniciações realizavam-se em lugares subterrâneos, simbolizados por esse signo.

Assim, o nativo cujo tema põe ênfase no signo de Escorpião chegou a um ponto de morte. Precisa ultrapassar um limite para poder ressuscitar. Morte simbólica de certos hábitos cármicos, de certos apegos que o entravavam em sua marcha para a frente... Em outras palavras, acumulou tanta decadência em suas vidas anteriores, caiu tão baixo no fundo dó buraco de suas paixões, que agora deve tentar iniciar o caminho de uma volta em direção à luz. Pobre Escorpião! Toda uma parte dele mesmo deve morrer, deve ser queimada pelo fogo de Marte, e se desintegrar sob o efeito das radiações plutônicas... Essa morte lhe permitirá livrar-se de suas escórias, que serão decompostas pela água negra dos pântanos... (Já que a água do Escorpião é a dos charcos!) Assim, livre das podridões que acumulou de vida em vida, o Escorpião opera desta vez seu próprio rebirth. Evidentemente, ele tem

consciência disso. Ninguém é mais consciente do que o Escorpião: fortemente introvertido, ele lança sobre si mesmo, como também sobre os outros, um olhar de justiceiro sem complacência...

Se empreende uma pesquisa sobre suas vidas anteriores, irá encontrá- las com mais facilidade do que outros. Pois não tem medo de enfrentar corajosamente seus próprios cemitérios. Destes, aliás, tem habitualmente lembranças bastante vivas. O Escorpião não esquece nada, sabe perfeitamente que tudo está inscrito na Memória do Tempo.

É também o caso de Câncer, para o qual toda a vida é uma meditação sobre o Passado, entre suas origens. O que se pode dizer delas é muito parecido com a significação cármica da casa IV (ver p. 116). O problema de Câncer é que ele ainda está completamente imerso, emocionalmente, na vida precedente. Dizer que se lembra dela é pouco: é obcecado! Pergunto-me, por vezes, se ele é capaz de se interessar por algo diferente do que já conhece (e suas lembranças estendem-se até bem antes do seu nascimento nesta vida! Vejam a análise do tema de Marcel Proust, p. 105, absolutamente típico da ruminação de Câncer sobre seu passado anterior!) Enfim, esta disposição de espírito dá, pelo menos, pessoas dotadas para a História e excelentes psicólogos. Entretanto, esse apego cármico às infâncias anteriores traduz um medo pânico de progredir. Observei que o Câncer tem necessidade dos signos do Fogo para sacudi-lo (Áries, sobretudo Leão, e o fogo marciano do Escorpião). É que o Câncer é o Ovo primordial, dentro do qual se desenvolve o germe de vida. Incapaz por si mesmo de eclodir, necessita calor exterior.

No documento Astrologia Carmica-dorothie k Bizemont (páginas 58-60)