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As crianças no centro do Mundo As necessidades e os interesses no

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.4. As crianças no centro do Mundo As necessidades e os interesses no

Ao longo dos séculos, tem-se constatando uma evolução em relação à pedagogia educativa, sendo ela entendida como uma mais-valia para a criança. A criança era entendida como um membro ativo e cooperativo no seio da família, protegido ao máximo de possíveis ameaças, das ligações com outras populações, do dinheiro, mas utilizada como uma mão-de-obra para a maioria dos afazeres da família. No entanto, os tempos passam e as vivências são outras, sendo a criança na maioria das vezes entendida como uma “representação do casal” ou até mesmo um “utensílio na procura de benefícios”. As crianças dos tempos modernos são recetoras de muito afeto, amor e estão acostumadas a serem ouvidas e a darem a sua opinião sobre diversos assuntos.

Apesar de toda esta discussão histórica, “de um modo geral, pode constatar-se

que os interesses da criança constituem um instrumento de suporte ao desenvolvimento de programas de estudo definidos em função dos seus vínculos àquele campo pedagógico, o qual deriva da afirmação dos alunos como centro de gravidade dos projetos de educação escolar” (Trindade, 2012, p.89).

“ O sentido do trabalho do aluno organiza-se através da relação com o professor e exige uma criatividade constante, construída a partir da inovação e sedimentada na disciplina e

na exigência da escola”.

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A escola não é sinónimo de sofrimento nem de competição, mas sim uma opção útil, harmonioso e vantajosa. Apesar da maioria das escolas já se encontrar na era moderna, alguns valores tradicionais ainda deveriam continuar bem presentes. De fato, a boa vontade e o trabalho já não são assim tão visíveis nem tão pouco empregues, quando o objetivo é somente o desenvolvimento da cultura e personalidade dos alunos. Entende-se que a escola não deve procurar meramente a excelência do resultado. A forma de aquisição e de tratamento dos diferentes conhecimentos por parte dos alunos, ao longo do seu ciclo académico, implica um acompanhamento minucioso por parte de todos os educadores do respetivo estabelecimento de ensino.

Desta forma, Cunha (1997) explica que a excelência educativa tem sido acusada de não se relacionar com o possível progresso de competências que auxiliem a cultura ou de não beneficiar com as carências futuras da profissão. Efetivamente, o seu interesse passa apenas por averiguar a aquisição de capacidades que permitam a passagem com sucesso pelo percurso escolar.

Este é certamente um acontecimento muito provável nos tempos de hoje. “Todas

as instituições visam o sucesso educativo e académico das crianças e dos jovens, por outro lado, é aqui bem marcado que a cada uma delas cabem funções, responsabilidades e direitos específicos, estando sujeitas à influência de fatores internos e externos a essas instituições” (Zenhas, 2006, p.163).

Como refere Médici (2002, cit. por Trindade, 2012, p.98), este “conjunto

de ideias nucleares são o centro de interesses, cuja função é, sobretudo, a de criar laços entre as matérias atomizadas dos programas escolares, fazendo-as convergir para um mesmo centro ou fazê-las divergir dele”. Assim, a composição

para uma aprendizagem saudável tendo o aluno como “centro do Mundo”, “está

dependente da maturação, capacidades e nível de desenvolvimento do educando” e “relacionada com aprendizagens e experiências anteriores, isto é,

“As escolas devem deixar de ser locais de passagem para estarem sobretudo atentas à pessoa de cada aluno, capazes de criar, com autonomia, respostas credíveis e eficientes à

heterogeneidade social que carateriza a sua população”

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com o facto de possuir ou não aptidões e conhecimentos pré-requeridos para a tarefa de aprendizagem proposta” (Ribeiro, 1993, p.56).

A escola deve então promover um conjunto de finalidades, na busca de múltiplas primazias, tais como: o bem-estar, a qualidade de acolhimento e a regulação de comportamentos. Outra aspeto relevante, é a necessidade dos educadores conseguirem promover o melhor sucesso académico dos alunos, criando o maior número de oportunidades possível, durante o ciclo de ensino escolar. É importante incutir desde cedo nos jovens qualidades, como: flexibilidade, criatividade e competências, tendo em vista prepara-los para resolverem os inúmeros problemas com que poderão defrontar-se no futuro. Assim, mais tarde poderão ser considerados como profissionais competentes e competitivos, mas conscientes de que só o conseguirão ser através de um enorme esforço e dedicação. Tudo se desenrola à volta de um mero presságio de adaptações, que cabe ao aluno resolver, tendo como base os padrões da sociedade que são sem dúvida provenientes, em parte, da família, da escola, colegas ou até mesmo da população local.

De acordo com esta referência (adaptações/meio), surgem inúmeras dúvidas em relação a que tipo de necessidades e interesses têm os alunos durante o seu processo escolar, tais como: Qual é o perfil ideal para os alunos? Que espécie de pessoas queremos que eles sejam? A escola consegue responder a todos os interesses e necessidades dos alunos? A verdade, é que os interesses e as necessidades dos alunos antecipam a imagem que é definida antes e durante a passagem de qualquer ano letivo. Esta imagem reflete toda a formação escolar possível de processar.

Segundo Ribeiro (1997), existem parâmetros/capacidades que qualquer escola ou docente deve tentar escoltar e introduzir no processo de aprendizagem

do aluno, visto ambos serem uma parte integrante das “necessidade e

interesses” deles:

 “O educando deve ser capaz de ler bem, falar e escrever de modo claro”;

 “O educando deve ser um cidadão inserido na comunidade de que faz

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 “O educando deve ser consciente dos seus problemas e aspirações

fundamentais e defensor de valores e bens comuns”;

 “O educando deve adquirir um reportório básico de conhecimentos

culturais, científicos e tecnológicos, suscetível de ser utilizado na análise e solução de problemas reais do mundo físico e social”;

 “O educando deve ser autónomo no modo de pensar, atuar e aprender”;

 “O educando deve ser capaz de analisar criticamente situações e

informações”;

 “O educando deve promover a resolução de problemas e racional na

tomada de decisões”;

 “O educando deve ser um cidadão empenhado no desenvolvimento e

participação social, enquanto interveniente produtivo e não apenas consumidor de bens e serviços.”

3.5. As diversas Naturezas do Estágio Profissional… Legal, Institucional e