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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4.4 Avaliação

“A avaliação é vista como o processo de verificação de objetivos previamente definidos. Tarefa de recolher, analisar e interpretar elementos reunidos ao longo do tempo acerca de um produto ou sistema de ensino, no sentido de dar resposta à questão – em que medida foram alcançados os objetivos de ensino estabelecidos?” (Rosado e Colaço, 2002, cit. por Gonçalves,

Albuquerque e Aranha, 2010, p.18). O processo de avaliação é encarado como um sistema de análise e de reflexão, conjugado em função de vários propósitos, sendo o maior interesse o de justificar toda a planificação do processo de ensino que se avizinha, ou foi realizado até ao momento.

Dada a importância deste fato, a Escola EB 2/3 RT-AVERT progrediu para o ano letivo de 2013/2014 com dois modelos de avaliação: o modelo normal (20% Domínio Cognitivo, 30% Domínio Sócio Afetivo e 50% Domínio Motor) e o

modelo alternativo (60% Domínio Cognitivo e 40% Domínio Sócio Afetivo –

Atestado Médico). Como é natural, após a discussão entre todos os membros do conselho de disciplina, aprovou-se as percentagens conferidas pelos diferentes domínios destes mesmos modelos. Todavia, o modelo normal não viria a perdurar durante todo o ano letivo, uma vez que o pavilhão desportivo foi submetido a obras de remodelação. Assim sendo, o 3º período letivo teve der ser adaptado para o modelo alternativo e as modalidades previstas no planeamento anual, Voleibol, Orientação e Ginástica de Aparelhos, não foram alvo de abordagem prática.

De acordo com o modelo alternativo (60% de domínio cognitivo), o 3º período só se completou com a avaliação sumativa, a qual foi abordada em duas

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fases distintas: a primeira fase através da pesquisa realizada em grupo (5 elementos por grupo), posteriormente apresentada à turma; e a segunda fase através da realização de um teste teórico, englobando as três modalidades.

No geral, a avaliação resulta numa recolha, análise e interpretação dos dados obtidos, que posteriormente serão um utensílio fulcral para as aulas de

EF. Como defende Mesquita (2013), a avaliação na pedagogia “é o processo de

determinar a extensão com que os objetivos educacionais se concretizam”.

Encaro a avaliação como utilidade obrigatória, tratando-se de um procedimento que engloba o interesse do aluno e o trabalho desenvolvido ao logo do ano letivo. Simboliza, então, um processo de aproveitamento educativo, um desenho indispensável para diversificar, acionar e desenvolver um conjunto de aptidões (cognitivas, motores e sociais), mas sempre sob a forma participativa, interativa e responsável. No entanto, esta atuação não foi tarefa fácil para mim!

Todo o processo de avaliação reclamava alguma experiência tanto ao nível da observação, como ao nível do registo. À minha responsabilidade tinha uma turma de 26 alunos, todos eles com características distintas.

4.4.1. Avaliação Diagnóstica

De acordo com o ponto 1 do art. 4º do DN nº24-A/2012, de dezembro de

2012 e com os critérios gerais de avaliação – 2º e 3º Ciclos 2012/2013, a

avaliação diagnóstica “Conduz à adoção de estratégias de diferenciação

pedagógica e contribui para elaborar, adequar e reformular o PAT, facilitando, dessa forma, a integração escolar do aluno, apoiando a sua orientação escolar e vocacional. Pode ocorrer em qualquer momento do ano letivo quando articulada com a avaliação formativa”.

Deste modo, no início de cada UD realizei a respetiva avaliação

diagnóstica, que, “como o próprio nome indica, não é formular um juízo, mas

recolher informações para estabelecer prioridades e ajustar a atividade dos alunos ao sentido do seu desenvolvimento. Permite identificar as competências dos alunos no início de uma fase de trabalho e colocar o aluno num grupo ou

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nível de aprendizagem ajustado às suas capacidades” (Gonçalves, Albuquerque

e Aranha, 2010, p.47).

Desde o início do ano letivo e antes da interrupção das aulas práticas, optei por estruturar e realizar em todas as modalidades (Basquetebol, Badminton, Futsal, Atletismo, Ginástica de Solo Tag-Rugby) a avaliação diagnóstica. Esta necessidade deveu-se ao fato de alguns alunos nunca terem tido a oportunidade de realizar algumas modalidades (dados obtidos na ficha de caraterização do aluno) e à integração de novos alunos na turma e na escola. Seguindo a linha de pensamento de Gonçalves, Albuquerque e Aranha (2010, p.47), será “através da avaliação diagnóstica que o professor identifica se o aluno possui os pré-requisitos (conhecimentos e aptidões numa situação inicial) necessários para a atividade”.

Devido à minha falta de prática nas tarefas de observação/registo direto, e a fim de evitar erros de análise no que se refere às dúvidas sobre a classificação a ser atribuída para um determinado desempenho do aluno, a avaliação diagnóstica foi introduzida nos blocos de 100 minutos, facilitando assim este processo. Entretanto, por vezes surgiram dúvidas sobre o desempenho motor dos alunos e qual seria realmente o seu verdadeiro nível de aptidão para com a modalidade. Para não dificultar o processo de aprendizagem ao longo da unidade, caso o aluno não se identificasse com o seu nível e caso o justificasse, eram realizados os devidos reajustes.

“Por vezes, durante a realização da avaliação diagnóstica, foi notório a minha falta de prática, no que respeita a avaliar o desempenho/nível dos alunos. No entanto, tenho consciência de que só com mais avaliações diagnósticas (observação), poderei melhorar este meu processo de análise” (Excerto da reflexão da aula nº4 e 5, de 27 de setembro).

4.4.2. Avaliação Formativa

Apoiando-me novamente no ponto 1 do art. 4º do DN nº24-A/2012, de dezembro de 2012 e nos critérios gerais de avaliação – 2º e 3º Ciclos 2012/2013,

a avaliação formativa (AF) entende-se como a “principal modalidade de

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ensino e da aprendizagem, recorrendo a uma variedade de instrumentos de recolha de informação, de acordo com a natureza das aprendizagens e dos contextos em que ocorrem. A AF fornece ao professor, ao aluno, ao encarregado de educação e aos restantes intervenientes informação sobre o desenvolvimento das aprendizagens e capacidades, de modo a permitir rever e melhorar os processos de trabalho”.

A multiplicidade das práticas pedagógicas tem por si só uma diversidade de desfechos. Esta avaliação, para além de ser entendida como um processo contínuo e regular, teve como utilidade prestar ao professor de EF um forte auxílio sobre o nível em que o aluno se encontrava até ao momento de ceder a informação intercalar à DT.

Quando me encontrava na fase de realizar a avaliação sumativa (AS) à turma, já detinha uma ideia sobre o nível de aptidão de cada aluno, podendo afirmar resultados autênticos sobre a prestação de cada aluno. Além disso, o propósito da avaliação formativa é coadjuvar a avaliação sumativa, no caso de existirem falta de condições para a realização da AS (falta de material, falta de espaço, condições meteorológicos, etc.), como por exemplo, haver um aluno lesionado ou não ser possível realizar por completo a AS.

Finalmente, em relação ao processo de avaliação, a terminologia utilizada nos testes escritos foi a seguinte: Fraco (de 0% a 19%), insuficiente (de 20% a 39%), Insuficiente (de 40% a 49%), suficiente (de 50% a 59%), Suficiente (de 60% a 69%), bom (70% a 79%), Bom (de 80% a 89%) e Muito bom (de 90% a 100%).

“Entretanto, através da aplicação da avaliação formativa, pude concluir que esta situação que decorre ao longo das minhas unidades didáticas – avaliação formativa –, ajudou a entender a falta de regularidade dos alunos, no que se refere ao não conseguirem realizar os conteúdos de uma determinada unidade didática. Esta será alvo de uma investigação mais pormenorizada, podendo assim concluir se existe capacidade ou não de os alunos reterem todos os conhecimentos adquiridos, durante um determinado período de tempo.” (Excerto da reflexão da aula nº29 e 30, de 6 de dezembro).

84 4.4.3. Avaliação Sumativa

Por último, dando seguimento ao ponto 1 do art. 4º do DN nº24-A/2012,

de dezembro de 2012 e aos critérios gerais de avaliação – 2º e 3º Ciclos

2012/2013, este considera a AS como uma “formulação de um juízo globalizante sobre o desenvolvimento das aprendizagens do aluno e das definidas para cada disciplina e área curricular resultado do processo, a realizar no final dos períodos”.

Para mim, como se tratou de uma avaliação contínua e regular ao longo do ano letivo, nos momentos exatos da realização da mesma, esta serviu para retirar dúvidas consequentes da avaliação formativa. Foram realizadas entre 3 a 4 AS, em cada período letivo, no final de cada UD (bloco de 100 minutos). Relativamente aos instrumentos de avaliação utilizados ao longo das aulas de EF, estavam predefinidos pelo grupo de EF (definição realizada em anos anteriores). Desta forma, optei por utilizar todos os instrumentos, desde as primeiras avaliações: fichas de trabalho, testes escritos, questionários escritos/orais, trabalho de pesquisa individual/coletivo, registos de observação de aula, relatórios, fichas de autoavaliação e heteroavaliação. A sua utilização era da responsabilidade de cada docente. Contudo, entre todos os instrumentos de avaliação utilizados, o teste teórico era aquele que nunca poderia ser considerado como - “dispensável”. No início do ano letivo, como é habitual num processo de ensino, foi realizada uma reunião de grupo disciplinar, ficando definido a aplicação de um teste teórico por período. Desta forma, os docentes de EF tinham como obrigação: planear, estruturar e realizar pelo menos um teste teórico por período.

O teste teórico entende-se por norma, como uma atuação integrante e o

complemento de um processo de avaliação contínuo – no domínio cognitivo.

Converte-se em mais um documento de análise, sobre o nível de conhecimentos teóricos que os alunos demonstram e conseguiram reter, após a lecionação de um determinado número de aulas.

No início do ano letivo, aquando da fase do planeamento anual, mas em consonância com a PC e com os restantes professores da turma G do 7º ano

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(calendário de testes teóricos), definiram-se as datas de realização dos testes, nomeadamente os de EF, de modo a que depois não surgissem estados de “sobreposição” entre dois ou mais testes.

Após estas definições, foi necessário definir uma estrutura do teste, seguindo uma linha de organização, isto é, envolvendo perguntas de resposta direta, perguntas de escolha múltipla e perguntas de “V” e “F”. Todas estas opções tinham como objetivo envolver aspetos ao nível da componente técnica, bem como ao nível da componente tática de cada uma das modalidades, e respetivos regulamentos, trabalhadas ao longo do período.

No geral, posso afirmar que os alunos conseguiram obter resultados positivos, tendo sido o teste teórico a melhorar e a definir por último, a nota final de certos alunos. Acresce que com a obtenção de resultados positivos no domínio cognitivo, foi possível entender que, na sua maioria, os alunos para além de conseguirem desempenhar com êxito as tarefas da componente motora, também desenvolveram outras competências, nomeadamente ao decifrarem, entenderem e descreverem os diferentes conteúdos técnico-táticos e as regras básicas de jogo.

“A maioria dos alunos conseguiu aplicar todos os conteúdos no momento da avaliação sumativa, embora existam alguns que, apesar de terem sido abordados sistematicamente durante as aulas, chegam ao fim desta unidade sem capacidades de os realizar. Isto é, após realizar a síntese, relativa às prestações de todos alunos, chego à conclusão que existem alunos com falta de regularidade e que se deve ao fato da unidade didática ser curta, resultando assim na falta de tempo para os alunos sistematizarem as aprendizagens. Esta minha conclusão tem vindo a repetir-se imensas vezes nas minhas reflexões anteriores” (Excerto da reflexão da aula nº14 e 15, de 8 de novembro).

4.4.4. Autoavaliação

Aceitando esta premissa, foi determinante realizar no último dia de aulas de cada período letivo, um diálogo sobre as melhorias e os erros detetados nas

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aulas de EF (consciencializar as suas ações). Os alunos tiveram a oportunidade de compreender e expor o seu ponto de situação ao nível da aprendizagem, para que no futuro melhorassem as suas capacidades cognitivas, sociais e motoras. A verdade é que com este método de reflexão, cria-se uma avaliação mais responsável e realista, sobre as prestações (erros ou melhorias) que tiveram ao longo do seu processo de ensino-aprendizagem, valorizando assim a correção de alguns comportamentos menos desejados.

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5. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL