3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL
3.5. As diversas Naturezas do Estágio Profissional Legal, Institucional e
O EP define-se por ser uma unidade curricular do 2º. Ciclo de estudos em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, sendo dividido em três contextos diferentes: o Legal, o Institucional e o Funcional. Pretende atribuir o grau de mestre, visando um sistema agrupado por diferentes objetivos, tais como (FADEUP, 2014):
“A discussão pelo domínio do ensino da EF”;
“Formar profissionais competentes e comprometidos com os desígnios da
profissão”;
“ É preciso que exista uma confiança básica entre as gerações. Para estruturarem a sua personalidade, os jovens precisam de regras fornecidas por adultos seguros do seu papel e
sem medo das suas convicções.”
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“Desenvolvimento do pensamento pedagógico em EF e a atualização das
bases de legitimação da EF e do Desporto como meios e conteúdos de educação”.
Em termos legais, a adequação deste modelo de EP e de acordo com
Amândio Graça (2011, p.28) “as exigências resultantes do Decreto-Lei
nº74/2006 de 24 de Março; do Despacho Nº7287-C/2006 (2ªsérie), de 31 de Março de 2006 e do Decreto-Lei nº43/2007 de 22 de Fevereiro de 2007 vêm impor uma nova configuração da formação inicial de professores, através da definição de critérios e condições necessárias à atribuição e obtenção da habilitação profissional para o ensino da EF e Desporto nos Ensinos Básico e Secundário” - O Processo de Bolonha.
Atualmente, o processo de Bolonha está subscrito por 45 estados europeus e deve seguir as seguintes formalidades (Costa, 2012, p.16):
“Um sistema de graus académicos comparáveis e compatíveis”;
“Dois ciclos de estudo de pré-doutoramento”;
“Sistema de créditos”;
“Suplemento ao diploma”.
Neste contexto, o EP está abrangido com base no artigo nº 1 do Regulamento da Unidade Curricular (RUC), visto que a “Prática de Ensino Supervisionada (PES) e o correspondente Relatório de Estágio (RE), se regem pelas normas da instituição universitária e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência. A estrutura e funcionamento do EP consideram os princípios decorrentes das orientações legais, nomeadamente as constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro e têm em conta o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto (UP), o Regulamento Geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de EF.
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O EP é uma UC do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de EF da FADEUP e decorre nos terceiro e quarto semestres do ciclo de estudos” (Matos, 2014, p.2), num total de 120 créditos ECTS.
Dando seguimento ao RUC no que concerne à organização do EP, o artigo nº2 “visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionada em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão. Estas competências profissionais, associadas a um ensino da EF e Desporto de qualidade, reportam-se ao Perfil Geral de Desempenho do Educador e do Professor (Decreto-lei nº 240/2001 de 17 de agosto) e organizam-se nas seguintes áreas de desempenho:
I. Área 1 - “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”; II. Área 2 - “Participação na Escola e relação com a comunidade”; III. Área 3 - “Desenvolvimento profissional.”
Em termos institucionais e funcionais e em conformidade com os aspetos anteriormente referidos, para a obtenção deste grau de Mestre, é necessário acumular as seguintes competências (FADEUP, 2014):
“Aptidão para aplicar conhecimento e resolver problemas complexos
inerentes ao exercício da atividade profissional especializada de professor de EF e Desporto;
Conhecimento e capacidade para adotar uma atitude investigativa no
desempenho profissional baseada na compreensão e análise crítica da investigação educacional relevante;
Capacidade para refletir e intervir com sentido de responsabilidade sobre
os problemas éticos e cívicos colocados à atividade docente;
Sensibilidade e abertura de espírito para estar atento e compreender os
grandes problemas do mundo contemporâneo e as suas repercussões no sistema educativo e no quotidiano da comunidade educativa;
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Capacidade para avaliar, fundamentar e justificar a sua intervenção de
uma forma clara e sem ambiguidades;
Competências que permitam, de um modo autónomo, procurar recursos
de aprendizagem e continuar a aprender ao longo da vida”.
Visto que o EP se divide em três áreas distintas: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem, Participação na Escola e relação com a comunidade e Desenvolvimento Profissional, de acordo com as Normas Normativas (2013, p.3) e com o suporte de base o RUC, o nível de desempenho obtido por qualquer EE, cumpre-se em função dos diferentes aspetos específicos:
Âmbito;
Objetivo geral;
Competências gerais a desenvolver pelos estudantes-estagiários;
Tarefas gerais a realizar.
No âmbito da estruturação acima referida, a área 1 tem como objetivo
“construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da EF e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF – Engloba a conceção, Planeamento, Realização e Avaliação” (Normas
Orientadoras, 2013, p. 3).
Já a área 2 visa “contribuir para a promoção do sucesso educativo, no
reforço do papel do professor de EF na escola e na comunidade local, bem como da disciplina de EF, através de uma intervenção contextualizada, cooperativa, responsável e inovadora - engloba todas as atividades não letivas realizadas pelo estudante-estagiário, tendo em vista a sua integração na comunidade escolar e que, simultaneamente, contribuam para um conhecimento do meio regional e local tendo em vista um melhor conhecimento das condições locais da relação educativa e a exploração da ligação entre a escola e o meio” (Normas
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Por último, a área 3 foca o “perceber a necessidade do desenvolvimento
profissional partindo da reflexão acerca das condições e do exercício da atividade, da experiência, da investigação e de outros recursos de desenvolvimento profissional. Investigar a sua atividade em toda a sua abrangência (criar hábitos de investigação/reflexão/ação) - engloba atividades e vivências importantes na construção da competência profissional, numa perspetiva do seu desenvolvimento ao longo da vida profissional, promovendo o sentido de pertença e identidade profissionais, a colaboração e a abertura à inovação” (Normas Orientadoras, 2013, p. 7).
“O Estágio Profissional visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionada em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão”
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