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As esposas de Maegor, o Cruel

No documento O Mundo de Gelo e Fogo (páginas 68-75)

CERYSE DA CASA HIGHTOWER

Ceryse era filha de Martyn Hightower, Senhor de Vilavelha. Foi oferecida em casamento pelo tio, o Alto Septão, depois que ele protestou pelo noivado do príncipe Maegor, então com treze anos, com a sobrinha recém-nascida, a princesa Rhaena. Ceryse e Maegor se casaram em 25 d.C. O príncipe afirmou ter consumado o casamento uma dúzia de vezes na noite de núpcias, mas nenhum filho veio. Ele logo se cansou do fracasso de Ceryse em gerar um herdeiro e começou a tomar outras esposas. Ceryse morreu em 45 d.C., tomada por uma doença súbita, embora existam rumores de que tenha sido morta por ordem do rei.

ALYS DA CASA HARROWAY

Alys era filha de Lucas Harroway, o novo Senhor de Harrenhal. Um casamento secreto aconteceu em 39 d.C., en- quanto Maegor era Mão, o que levou ao exílio de Maegor para Pentos. Alys se tornou rainha depois que Maegor a trouxe de Pentos. Foi a primeira mulher a ficar grávida do rei, no ano de 48 d.C.13, mas perdeu o bebê logo depois. O que foi expelido de seu útero era uma monstruosidade, sem olhos e retorcido. Em fúria, Maegor culpou e execu- tou as parteiras, septãs e o Grande Meistre Desmond. Mas Tyanna da Torre convenceu o rei de que a criança era produto dos casos secretos de Alys, levando à morte da rainha, de suas acompanhantes, seu pai e Mão do Rei, Lor- de Lucas, e cada Harroway ou parente de Harroway que o rei Maegor conseguiu descobrir entre Porto Real e Har- renhal. Lorde Edwell Celtigar foi nomeado Mão depois disso.

TYANNADA TORRE

Tyanna foi a mais temida das esposas do rei Maegor. Os boatos diziam que era filha ilegítima de um magíster pen- toshi. Foi uma dançarina de taverna que ascendeu e se tornou cortesã. Dizem que praticava feitiçaria e alquimia.

13 Na página 59 da versão física brasileira, assim como na versão estrangeira, diz-se que Alys Harroway foi a primeira de suas

esposas a engravidar em 48 d.C. Foi confirmado para ter sido em 44 d.C.

As esposas de Maegor, o Cruel (esquerda de cima para baixo: Ceryse Hightower, Tyanna da Torre, Alys Harroway; direita de cima para baixo: Elinor Costayne, Jeyne Westerling, Rhaena Targaryen).

Casou-se com o rei em 42 d.C., mas o leito nupcial deles foi tão estéril quanto os demais. Chamada de corvo do rei por alguns, Tyanna era temida pela habilidade em desmascarar segredos, e serviu como mestre dos sussurros. Fi- nalmente confessou sua responsabilidade pelas abominações que nasceram da semente de Maegor, afirmando que envenenara as outras esposas. Foi morta pela mão do próprio Maegor, em 48 d.C., seu coração foi arrancado com a Blackfyre e jogado aos cães.

AS NOIVAS NEGRAS

Em 47 d.C., Maegor tomou três mulheres como esposas em uma única cerimônia ‒ todas mulheres de fertilidade comprovada, e todas viúvas que perderam os maridos nas guerras de Maegor ou sob comando dele. Eram:

ELINOR DA CASA COSTAYNE

Elinor era a mais jovem das Noivas Negras, mas, embora tivesse dezenove anos quando se casou com o rei, já dera três filhos ao primeiro marido, Sor Theo Bolling. Sor Theo foi preso pelos cavaleiros da Guarda Real, acusado de conspirar com a rainha Alyssa para colocar seu filho, o príncipe Jaehaerys, no trono, e foi executado ‒ tudo no mesmo dia. Depois de sete dias de luto, Elinor foi convocada para se casar com Maegor. A moça ficou grávida e, como Alys antes dela, deu à luz a uma abominação natimorta, que dizem ter nascido sem olhos e com pequenas asas. Ela sobreviveu ao trabalho de parto monstruoso, no entanto, e foi uma das duas esposas que sobreviveu ao rei.

RHAENA DA CASA TARGARYEN

Quando o príncipe Aegon foi morto por Maegor na Batalha sob o Olho de Deus, Rhaena se refugiou na Ilha Bela, sob proteção de Lorde Farman, que a escondeu, juntamente com suas filhas gêmeas. Mas Tyanna encontrou as gêmeas, e Rhaena foi obrigada a se casar com Maegor. Maegor nomeou a filha dela, Aerea, sua herdeira, ao mesmo tempo em que deserdou o filho sobrevivente da rainha Alyssa, Jaehaerys. Juntamente com Elinor, Rhaena foi a única outra rainha a sobreviver a Maegor.

JEYNE DA CASA WESTERLING

Alta e esguia, a Senhora Jeyne fora casada com Lorde Alyn Tarbeck, que morreu com os rebeldes na Batalha sob o Olho de Deus. Por ter dado um filho a ele postumamente, sua fecundidade era comprovada, e ela estava sendo cor- tejada pelo filho do Senhor do Rochedo Casterly quando o rei mandou buscá-la. Em 47 d.C., ela ficou grávida, mas o trabalho de parto começou três luas antes da data prevista para o nascimento, e de seu útero saiu outro monstro natimorto. Ela não sobreviveu à criança por muito tempo.

JAEHAERYS I

JAEHAERYS SUBIU AO trono em 48 d.C., época em que o reino fora dilacerado pelas ambições dos senhores rebeldes, pela fúria do Alto Septão e pela crueldade de seu tio, Maegor I. Coroado aos catorze anos pelo Alto Sep- tão com a coroa de seu pai, Jaehaerys começou o reinado sob regência de sua mãe, a rainha viúva Alyssa, e orienta- ção de Lorde Robar da Casa Baratheon, Senhor Protetor do Reino e Mão do Rei naqueles primeiros anos. Assim que completou a maioridade, o rei se casou com sua irmã Alysanne, e tiveram um casamento frutífero.

Embora jovem para o trono, Jaehaerys revelou desde cedo ser um verdadeiro rei. Era um belo guerreiro, habili- doso com a lança e o arco, e um cavaleiro dotado. Também montava em dragões, voando em Vermithor ‒ um grande animal bronze e marrom que era o maior dos dragões vivos depois de Balerion e Vhagar. Decidido em pen- samento e ações, Jaehaerys era mais sábio do que a idade que tinha, sempre buscando os fins mais pacíficos.

Sua rainha, Alysanne, também era amada por todo o reino, e era bonita e destemida, assim como encantadora e profundamente inteligente. Alguns dizem que ela governava o reino tanto quanto o rei, e há alguma verdade nisso. Foi por sua ordem que o rei Jaehaerys finalmente proibiu o direito da Primeira Noite, apesar de muitos senhores manterem zelosamente o costume. E a Patrulha da Noite chegou a renomear o castelo de Portão da Neve em sua homenagem, apelidando-o de Portão da Rainha. Os irmãos juramentados fizeram isso em agradecimento ao tesouro em joias que ela lhes deu para pagar a construção de um novo castelo, Lago Profundo, para substituir o imenso e desastrosamente custoso Fortenoite, e por sua participação na conquista da Nova Dádiva, que conteve o declínio da Patrulha.

Por quarenta e seis anos, o Velho Rei e a Boa Rainha Alysanne estiveram casados, e na maior parte do tempo foi um casamento feliz, com muitos filhos e netos.

Dois estranhamentos foram registrados, mas não duraram mais do que um ou dois anos antes que o casal reto- masse sua amizade costumeira. A Segunda Briga, no entanto, é digna de nota, já que se deveu à decisão de Jaehaerys, em 92 d.C., de passar por cima de sua neta Rhaenys ‒ filha de seu filho mais velho já falecido e herdei-

ro, príncipe Aemon14 ‒, a fim de conferir Pedra do Dragão e o lugar de herdeiro aparente a seu filho mais velho seguinte, Baelon, o Bravo. Alysanne não via motivo para que um homem fosse favorecido em relação a uma mu- lher... e se Jaehaerys pensava que as mulheres eram de menos utilidade, então não precisava dela. Eles se reconcili- aram com o tempo, mas o Velho Rei sobreviveu à sua amada rainha, e dizem que, durante seus últimos anos, a dor de sua separação pairava sobre a corte como uma mortalha.

14

O trecho em itálico, referente à página 60 da versão física nacional, foi retraduzido de forma livre, mas aproveitando o que a editora LeYa já tinha traduzido, e provém do seguinte fragmento da versão estrangeira: “The Second Quarrel, however, is of

note, as it was due to Jaehaerys’s decision in 92 AC to pass over his granddaughter Rhaenys—the daughter of his deceased eldest son and heir, Prince Aemon—in favor of bestowing Dragonstone and the place of heir apparent on his next eldest son, Baelon the Brave”. Temos aí três trechos em negrito: o primeiro, o ano em que ocorreu a Segunda Briga, não estava presente

no livro físico da editora LeYa; no segundo, é um equívoco da edição nacional onde topava-se com Rhaena no lugar de Rha- enys, visto que o príncipe Aemon tivera somente uma única filha com Jocelyn Baratheon (veja a árvore genealógica da Casa Targaryen no final do livro) e ela é justamente a princesa Rhaenys, que mais tarde seria conhecida como a Rainha que Nunca Foi ‒ e não sem motivo, já que fora desconsiderada pelo rei Jaehaerys I na sucessão ao Trono de Ferro; e no terceiro, o trecho em negrito fora excluído e é uma informação valiosa que diz que o príncipe Aemon já havia falecido quando a Segunda Briga aconteceu.

DA HISTÓRIA DO ARQUIMEISTRE GYLDAYN

O grande torneio organizado em Porto Real em 98 d.C., para celebrar o 50º ano do reinado do rei Jaehaerys certamente alegrou o coração da rainha também, pois todos os seus filhos, netos e bisnetos vivos voltaram para participar dos banquetes e celebrações.

Desde a Perdição de Valíria que tantos dragões não eram vistos em um mesmo lugar ao mesmo tempo, di- zia-se com razão. Conta-se que a disputa final, na qual os cavaleiros da Guarda Real, Sor Ryam Redwyne e Sor Clement Crabb, quebraram trinta lanças um contra o outro antes que o rei Jaehaerys proclamasse ambos campeões, foi a melhor apresentação de uma justa jamais vista em Westeros.

Se Alysanne era o grande amor de Jaehaerys, seu maior amigo era o Septão Barth. Nenhum homem de nasci- mento humilde subiu tanto quanto o septão sincero, mas brilhante. Era filho de um ferreiro do povo, e fora dado à Fé ainda jovem. Mas sua genialidade o fez conhecido, e com o tempo acabou servindo na biblioteca da Fortaleza Vermelha, cuidando dos livros e registros do rei. Ali Jaehaerys I o conheceu, e logo o nomeou Mão do Rei. Muitos senhores de grandes linhagens olharam de soslaio para essa decisão ‒ e dizem que o Alto Septão e os Mais Devotos ficaram ainda mais preocupados a respeito de questões da sua ortodoxia ‒, mas Barth provou ser mais do que ca- paz.

Com a ajuda e os conselhos de Barth, o rei Jaehaerys fez mais para reformar o reino do que qualquer outro rei que viveu antes dele. Se seu avô, o rei Aegon, deixara que as leis dos Sete Reinos ficassem ao capricho das tradi- ções e costumes locais, Jaehaerys criou o primeiro códice unificado, de modo que do Norte até as Marcas dornesas, o reino partilhasse uma única lei. Grandes obras para melhorar Porto Real também foram implementadas ‒ fossas, esgotos e poços, em especial, pois Barth acreditava que água potável e a retirada dos dejetos e lixos eram importan- tes para a saúde da cidade. Além disso, o Conciliador começou a construção de uma grande rede de estradas que um dia uniria Porto Real à Campina, às terras da tempestade, às terras ocidentais, às terras fluviais e até ao Norte ‒ entendendo que, para unir o reino, devia ser mais fácil viajar entre as regiões. A estrada do rei era a maior de todas essas estradas, avançando por milhares de quilômetros, até Castelo Negro e a Muralha.

Mesmo assim, alguns dizem que a realização mais importante do governo de Jaehaerys e do Septão Barth foi a reconciliação com a Fé. Os Pobres Companheiros e os Filhos do Guerreiro, não mais caçados como nos dias de Maegor, estavam muito reduzidos e eram oficialmente foras-da-lei, graças a Maegor, mas ainda estavam presentes. E ainda inquietos, na ânsia de restabelecer suas ordens. Mais premente, o direito tradicional da Fé de julgar seus próprios membros começou a se provar incômodo, e muitos senhores reclamavam de septãs e septões sem escrúpu- los se aproveitando das riquezas e das propriedades de seus vizinhos e daqueles para quem pregavam.

Alguns conselheiros insistiram para que o Velho Rei lidasse com os remanescentes da Fé Militante com dureza ‒ para eliminá-los de uma vez por todas antes que seu fanatismo trouxesse o caos de volta ao reino. Outros se preo- cupavam mais em garantir que os septões respondessem para a mesma justiça que o resto do reino. Em vez disso, Jaehaerys mandou o Septão Barth para Vilavelha, para falar com o Alto Septão, e os dois começaram a forjar um acordo duradouro. Em troca das últimas Estrelas e Espadas baixarem de vez as armas, e por concordar em aceitar a justiça externa, o Alto Septão receberia um juramento do rei Jaehaerys de que o Trono de Ferro sempre protegeria e defenderia a Fé. Dessa maneira, o grande cisma entre a coroa e a Fé foi resolvido para sempre.

Assim, o maior problema dos últimos anos do reinado de Jaehaerys foi o fato de que havia Targaryens demais, e muitos possíveis sucessores. A má sorte deixara Jaehaerys sem um herdeiro claro não uma, mas duas vezes, após a morte de Baelon, o Bravo, em 101 d.C. Para resolver o assunto de seu herdeiro de uma vez por todas, Jaehaerys convocou o primeiro Grande Conselho, no ano de 101 d.C., para colocar a questão para os senhores do reino. E de todos os cantos do reino os senhores vieram. Nenhum castelo daria conta de tanta gente, exceto Harrenhal, então foi lá que se reuniram. Senhores grandes e pequenos vieram com suas comitivas de porta-estandartes, cavaleiros, escudeiros, cavalariços e criados. E atrás deles vinham ainda mais ‒ as seguidoras de acampamento e lavadeiras, os falcoeiros, ferreiros e carreteiros. Milhares de tendas brotaram com o passar do tempo, até que a cidade de Harren- ton15, aos pés do castelo, foi considerada a quarta maior cidade do reino.

Nesse conselho, nove requerentes menores foram ouvidos e indeferidos, deixando apenas dois principais candi- datos ao trono: Laenor Velaryon, filho da princesa Rhaenys ‒ que era a filha mais velha do filho mais velho de Jaehaerys, Aemon ‒, e o príncipe Viserys, filho mais velho de Baelon, o Bravo, e da princesa Alyssa. Cada um tinha seus méritos, pois a primogenitura favorecia Laenor, enquanto a proximidade favorecia Viserys, que também fora o último príncipe Targaryen a voar em Balerion, antes da morte do dragão, em 94 d.C.

O próprio Laenor recentemente adquirira um dragão, um animal esplêndido que chamou de Seasmoke. Mas, pa- ra muitos senhores do reino, o que mais importava era que a descendência masculina tinha precedência sobre a feminina ‒ sem mencionar que Viserys era um príncipe de vinte e quatro anos, enquanto Laenor era apenas um garoto de sete.

15 Na página 63 do livro nacional, há um possível erro que a edição nacional herdou da versão estrangeira. É Harrentown ao

Mas, contra tudo isso, Laenor tinha uma vantagem brilhante: era filho de Lorde Corlys Velaryon, a Serpente do Mar, o homem mais rico dos Sete Reinos. A Serpente do Mar recebera seu nome por causa de Sor Corlys Velaryon, primeiro Senhor Comandante da Guarda Real, mas sua fama não vinha de sua habilidade com a espada, lança e escudo, mas por suas viagens pelos mares do mundo, buscando novos horizontes. Era um herdeiro da Casa Ve- laryon: uma família de descendência antiga e reconhecidamente valiriana que viera para Westeros antes dos Tar- garyen, como as histórias concordam, e que com frequência fornecia os navios da frota real. Muitos Velaryon servi- ram como senhores almirantes e mestres dos navios ‒ que era, na época, quase considerado um posto hereditário.

Lorde Corlys viajou muito, tanto para o sul quanto para o norte, e certa vez procurou uma passagem que supos- tamente existiria no extremo de Westeros ‒ embora tenha dado meia volta no navio, o Lobo do Gelo, quando só encontrou icebergs marítimos gigantes. Mas suas maiores viagens foram no Serpente do Mar, nome pelo qual fica- ria conhecido mais tarde. Muitos navios de Westeros tinham viajado até Qarth para comercializar especiarias e seda, mas ele ousou ir mais longe, alcançando as fabulosas terras de Yi Ti e Leng, cujas riquezas dobraram as da Casa Velaryon em uma única viagem.

Nove grandes viagens foram feitas com o Serpente do Mar, e na última Corlys encheu os porões do navio de ou- ro e comprou mais vinte embarcações em Qarth, carregando-as com especiarias, elefantes e com as sedas mais finas. Algumas embarcações se perderam, e os elefantes morreram no mar, segundo As Nove Viagens, do Meistre Mathis, mas a riqueza que restou fez da Casa Velaryon a mais rica do reino ‒ mais rica até do que os Lannister e os Hightower durante um tempo.

Corlys Velaryon se tornou lorde após a morte do avô e usou sua riqueza para erguer uma nova sede, Maré Alta, para substituir o castelo úmido e apertado de Derivamarca e casa do antigo Trono de Madeira do Mar ‒ o trono dos Velaryon, cujas lendas afirmavam que lhes fora dado pelo Rei Bacalhau para selar um pacto. Tanto comércio co- meçou a fluir de e para Derivamarca que as cidades de Hull e Vila Condimento cresceram, tornando-se os princi- pais portos comerciais da Baía da Água Negra por um tempo, ultrapassando até mesmo Porto Real.

A fama, a reputação e a riqueza de Corlys Velaryon foram importantes para apoiar a reivindicação de seu filho Laenor. Boremund Baratheon também apoiou Laenor, assim como Lorde Ellard Stark. E também Lorde Blackwo- od, Lorde Bar Emmon e Lorde Celtigar. Mas eram poucos. A maré estava contra eles, e embora os meistres que contaram o resultado nunca tinham divulgado os números, havia rumores de que o Grande Conselho votara vinte a um a favor do príncipe Viserys. O rei, ausente nas deliberações finais, nomeou Viserys príncipe de Pedra do Dra- gão.

Em seus últimos anos, o rei Jaehaerys nomeou Sor Otto Hightower sua Mão, e Sor Otto trouxe a família consigo para Porto Real. Entre eles estava a jovem Alicent ‒ uma esperta garota de quinze anos, que se tornou acompanhan-

O Grande Conselho de 101 d.C.

DA HISTÓRIA DO ARQUIMEISTRE GYLDAYN

Aos olhos de muitos, o Grande Conselho de 101 d.C. estabeleceu um precedente de ferro nos assuntos de su- cessão: independentemente da antiguidade, o Trono de Ferro de Westeros não podia passar para uma mulher, nem por meio de uma mulher para seus descendentes masculinos.

te de Jaehaerys na velhice. Ela lia para ele, buscava suas refeições e até ajudava a banhá-lo e a vesti-lo. Dizem que, às vezes, o rei a confundia com uma de suas filhas. Rumores menos gentis afirmam que ela era sua amante.

O rei Jaehaerys, Primeiro de Seu Nome ‒ conhecido como o Conciliador e o Velho Rei (sendo o único Tar- garyen que viveu até idade tão avançada) ‒, morreu pacificamente em seu leito em 103 d.C., enquanto a Senhora Alicent lia para ele A História Antinatural, de seu amigo Barth. Ele tinha sessenta e nove anos, e governara sabia- mente e bem por cinquenta e cinco. Westeros ficou de luto, e afirma-se que até em Dorne homens choravam e mu- lheres rasgavam as roupas em lamento por um rei que fora tão justo e bom. Suas cinzas foram enterradas com as de sua amada, a Boa Rainha Alysanne, sob a Fortaleza Vermelha. E o reino nunca mais viu outros iguais a eles.

Os filhos de Jaehaerys I, o Conciliador, e da Boa Rainha Alysanne,

No documento O Mundo de Gelo e Fogo (páginas 68-75)