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OS SENHORES DE WINTERFELL

No documento O Mundo de Gelo e Fogo (páginas 159-164)

Após a Conquista e a unificação dos Sete Reinos, os Stark se tornaram Protetores do Norte em vez de reis, jurando lealdade ao Trono de Ferro, mas permanecendo supremos em seus próprios domínios em tudo exceto no nome. Embora Torrhen Stark tenha desistido da antiga coroa dos Reis do Inverno, seus filhos ficaram menos felizes com o jugo Targaryen, e alguns deles gostavam de falar sobre se rebelar e erguer o estandarte Stark com ou sem consen- timento de Lorde Torrhen.

44 Na página 141 da edição da LeYa, diz que o último Rei do Pântano foi morto pelo Lorde Rickard Stark. Na verdade, demo-

raria alguns milhares de anos para que os Stark fossem chamados de lordes, pois a Conquista de Aegon aconteceu muito depois da queda dos Reis do Pântano. No entanto, na edição da Bamtam, cita Rickard Stark como o rei que matou o último dos Reis do Pântano: “(...) Whatever the truth, the last man to be called Marsh King was killed by King Rickard Stark (…)”.

Um cranogmanos do Gargalo.

Se os sentimentos antiTargaryen foram agravados pelos esforços da rainha Rhaenys Targaryen de unificar o novo reino com casamentos entre as grandes casas é algo deixado para o leitor pensar a respeito. Que a filha de Torrhen Stark se casou com o jovem e inapropriado Senhor do Vale é bem conhecido; foi um dos muitos ca- samentos forjados por Rhaenys para garantir a paz. Mas há cartas preservadas na Cidadela que sugerem que Stark aceitou esses arranjos depois de muito protesto, e que os irmãos da noiva se recusaram a participar da cerimônia inteira.

Mais tarde ainda, dizem que os Stark ficaram desgostosos com o Velho Rei e a Rainha Alysanne por obrigá-los a abrir mão da Nova Dádiva e dá-la à Patrulha da Noite; esse pode ser um dos motivos pelos quais Lorde Ellard Stark se aliou a Corlys Velaryon e à princesa Rhaenys no Grande Conselho de 101 d.C.

Discutimos anteriormente o papel da Casa Stark na Dança dos Dragões. Deve-se acrescentar que Lorde Cregan Stark recolheu muitas recompensas por seu leal apoio ao rei Aegon III... mesmo que não tenha ocorrido um casa- mento com um príncipe real em sua família, como fora acordado no Pacto de Gelo e Fogo, feito quando o príncipe condenado Jacaerys Velaryon voou a Winterfell em seu dragão.

Após a Dança dos Dragões, os Stark foram ainda mais abertamente leais aos Targaryen do que antes. De fato, o filho e herdeiro de Lorde Cregan Stark lutou sob o estandarte Targaryen quando o Jovem Dragão tentou conquistar Dorne. Rickon Stark lutou bravamente, e seus feitos foram algumas vezes relatados pelo Rei Daeron em sua Con-

quista de Dorne. A morte de Rickon do lado de fora de Lançassolar em uma das batalhas finais foi lamentada pelo

Norte nos anos seguintes por causa dos problemas que perseguiram os governos de seus meios-irmãos.

Nas décadas que se seguiram, o Norte viu os Stark lidando com a rebelião de Skagos, com uma investida reno- vada de destruição dos nascidos no ferro sob comando de Dagon Greyjoy, e com uma invasão selvagem liderada por Raymun Barba-Vermelha, o Rei-para-Lá-da-Muralha, em 226 d.C. Em cada um desses acontecimentos, Starks morreram. Mesmo assim, a casa continuou com a sorte praticamente inabalada ‒ principalmente por causa da firme resolução da maior parte dos Senhores de Winterfell de não se envolver nas intrigas da corte sulista. Quando a li- nhagem Stark foi praticamente destruída pelo Rei Louco Aerys, após o sequestro de Lyanna por Rhaegar, alguns homens equivocados colocaram a culpa nas costas de Lorde Rickard, cujas alianças por sangue e amizade uniram as grandes casas e garantiram que todas agissem conjuntamente em resposta aos crimes do Rei Louco.

WINTERFELL

O MAIOR CASTELO no Norte é Winterfell, sede dos Stark desde a Era da Aurora. As lendas dizem que Brandon, o Construtor, ergueu Winterfell após o longo inverno que durou uma geração, conhecido como Longa Noite, para ser a fortaleza de seus descendentes, os Reis do Inverno. Como Brandon, o Construtor, está ligado a um número improvável de grandes obras (Ponta Tempestade e a Muralha, para citar dois exemplos proeminentes) ao longo de um período de inúmeras vidas, os contos provavelmente transformaram algum antigo rei, ou vários reis distintos da Casa Stark (pois existiram vários Brandons no longo reinado da família), em algo mais lendário.

O castelo em si é peculiar, pois os Stark não nivelaram o solo quando estabeleceram as fundações e muralhas do castelo. Muito provavelmente isso revela que o castelo foi construído em partes ao longo dos anos, em vez de ter sido planejado como uma estrutura única. Alguns eruditos suspeitam que, antigamente, o castelo era um complexo de fortes circulares interligados, apesar dos séculos terem erradicado quase toda evidência disso.

Ainda que nos dias de hoje alguns digam que Lorde Ellard Stark ficou feliz em ajudar a Patrulha da Noite com a Dádiva e consigam convencer um pouco, a verdade é diferente. Cartas do irmão de Lorde Stark à Cidadela, pedindo aos meistres para fornecerem precedentes contra a doação forçada da propriedade, deixam claro que os Stark não estavam ansiosos em atender ao pedido do rei Jaehaerys. Pode ser que os Stark temessem que, sob controle do Castelo Negro, a Nova Dádiva entrasse em inevitável declínio ‒ pois a Patrulha da Noite sem- pre olhou para o norte e nunca deu muita atenção aos novos arrendatários ao sul. Não demorou para que isso acontecesse, e dizem que agora a Nova Dádiva é em grande parte despovoada graças ao declínio da Patrulha e ao número crescente de saqueadores vindos do outro lado da Muralha.

As muralhas externas de Winterfell foram erguidas durante as últimas décadas do reino do rei Edrick Barba de Neve. Embora Edrick seja famoso por um reinado que durou quase um século, seu governo na velhice foi fi- cando cada vez mais errático. Ao perceber isso, diferentes facções tentaram assumir o controle do reino titube- ante. As ameaças mais óbvias vinham de seus próprios numerosos ‒ e rebeldes ‒ descendentes, mas outros se arriscaram também, incluindo homens de ferro, traficantes de escravos do outro lado do mar estreito, selva- gens e rivais nortenhos, como os Bolton.

Estima-se que as muralhas internas, que antes eram apenas defensivas, tenham cerca de dois mil anos, e talvez algumas partes sejam ainda mais antigas. Em anos posteriores, um fosso defensivo foi cavado ao redor dela, e uma segunda muralha foi erguida depois do fosso, dando ao castelo uma defesa formidável. As muralhas internas têm mais de trinta metros de altura, as muralhas externas têm vinte e cinco; qualquer atacante que consiga tomar a mu- ralha externa ainda encontra defensores nas muralhas internas disparando lanças, pedras e flechas nele.

Dentro das muralhas, o castelo se espalha por vários acres de terra, abrangendo muitos edifícios independentes. O mais antigo deles ‒ uma torre há muito abandonada, redonda e achatada e coberta de gárgulas ‒ ficou conhecida como Primeira Fortaleza. Alguns acham que isso significa que ela foi construída pelos Primeiros Homens, mas Meistre Kennet provou definitivamente que ela não podia existir antes da chegada dos ândalos, uma vez que os Primeiros Homens e os primeiros ândalos erguiam torres quadradas e fortalezas. Torres redondas surgiram em al- gum momento mais tarde.

Para o olho treinado, a arquitetura de Winterfell é um amálgama de muitas eras distintas. E sua vastidão abrange não só os edifícios, mas também as áreas abertas. Na verdade, três acres são destinados apenas para um antigo bos- que sagrado, onde as lendas afirmam que Brandon, o Construtor, rezava para seus deuses. Se isso é verdade ou não, a antiguidade do bosque não pode ser contestada. E o bosque sagrado sem dúvida se beneficia das fontes termais contidas dentro dele, protegendo as árvores do pior do frio do inverno.

De fato, a presença das fontes termais ‒ que salpicam a terra ao redor de Winterfell ‒ pode ter sido a principal razão pela qual os Primeiros Homens se estabeleceram ali. É fácil imaginar o valor que uma fonte de água ‒ e água quente, mais ainda ‒ teria no auge do inverno nortenho. Em séculos recentes, os Stark ergueram estruturas que fazem uso direto dessas fontes com o propósito de aquecer suas habitações.

Podemos descartar a afirmação de Cogumelo em seu Testemunho que o dragão Vermax deixou uma ninhada de ovos em algum lugar nas profundezas das criptas de Winterfell, onde as águas das fontes termais correm perto das muralhas, enquanto seu cavaleiro tratava com Cregan Stark no início da Dança dos Dragões. Como o Arquimeistre Gyldayn observa em sua história fragmentada, não há registros de que Vermax tenha botado um único ovo, o que sugere que o dragão era macho. A crença de que os dragões podiam mudar de sexo se neces- sário é errônea, segundo a obra Verdade, do Meistre Anson, enraizada em uma má interpretação de uma metá- fora esotérica que Barth proferiu enquanto discutia os mistérios mais elevados.

Fontes termais como as que estão sob Winterfell têm mostrado ser aquecidas pelas fornalhas do mundo ‒ o mesmo fogo que forma as Catorze Chamas ou a montanha fumegante de Pedra do Dragão. De fato, os plebeus de Winterfell e da cidade de inverno são conhecidos por afirmar que as fontes são aquecidas pelo hálito de um dragão que dorme embaixo do castelo. Isso é uma tolice ainda maior do que as afirmações de Cogumelo e não deve ser levada em consideração.

No documento O Mundo de Gelo e Fogo (páginas 159-164)