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As exigências do Sistema de Acreditação no contexto da associação

CAPÍTULO I. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DO ESTÁGIO

1.3 Contextualização específica da actividade formativa da Associação Cultural e

1.3.2 As exigências do Sistema de Acreditação no contexto da associação

O sistema de acreditação foi criado pela Portaria nº 782/97 de 29 de Agosto, onde se entende que esta é “a validação e o reconhecimento formais da capacidade de uma entidade para desenvolver actividades de natureza formativa nos domínios e âmbitos de intervenção relativamente aos quais demonstre deter competências, meios e recursos adequados – humanos, técnicos, instrumentais e materiais” (Portaria nº 782/97 de 29 de Agosto). Neste documento faz-se referência à função privilegiada do Estado em relação à credenciação de entidades formadoras, com relação aos regulamentos dos apoios à formação dados no âmbito do Fundo Social Europeu, sendo que a acreditação é condição necessária para usufruto desses apoios. Prevê-se neste diploma que o estatuto seja acolhido por todas as entidades formativas, mesmo aquelas que não trabalhem com estes fundos devido às vantagens que são oferecidas: “efeitos distintivos e vantagens promocionais”. Os principais elementos de avaliação para a Acreditação são: os Curricula dos recursos humanos; os projectos de intervenção; as

12O programa desta UFCD aborda os conteúdos - Sistema bancário: banca no Sistema Financeiro Português, funções e serviços bancários, Conta (conceito, abertura, tipos); Operações bancárias: depósitos regulares, depósitos irregulares, transferência de fundos, cobrança de valores, desconto bancário, empréstimo, banco e novas tecnologias; Títulos de crédito: conceito de título de crédito, características, representatividade, formas de emissão e transmissão, outros títulos de crédito; Cheque: conceito, características e requisitos, intervenientes, formas de emissão, formas de transmissão, lei uniforme do cheque; Letra: conceito, características e requisitos, intervenientes da letra, funções da letra, operações inerentes à letra, formas de emissão e preenchimento, formas de transmissão, desconto de letras, reforma de letras e a lei uniforme de letras e lideranças.

13Os conteúdos abordados são – Perfil e funções do atendedor: características / qualidades de um Atendedor Profissional; Atendimento, conceitos gerais: atendimento / venda, atitude / comportamento; Diagnóstico de necessidades: origem das motivações / necessidades, análise prévia do perfil de cliente, estrutura de um guião de “perguntas tipo”; Etapas do processo de atendimento: abordagem inicial, prestação do serviço, despedida e operações de caixa.

metodologias e instrumentos técnicos; o acompanhamento dos formandos e a avaliação dos resultados e do impacte da formação e os espaços, instalações e recursos logísticos, em geral.

Efectivamente alguns autores defendem que um efeito da globalização sobre o Estado foi o seu enfraquecimento enquanto entidade soberana, mas que, por outro lado resultou num reforçou enquanto instaurador de políticas avaliativas, que controlam e regulam:

“a avaliação tende a situar-se crescentemente no âmago do paradoxo das políticas educativas actuais: responder à competitividade, à meritocracia, mas sendo, igualmente, um instrumento de regulação equitativa que as retóricas hodiernas de cidadania e de individualismo democrático tão insistentemente reclamam (…) Com efeito, a globalização económica é também a realização da bio-política, na qual, paradoxalmente, o Estado se liberta e nos subtrai da política plena para, por outra via, reassumir uma vigilância sob o signo de uma avaliação omnipresente, intersticial e pretensamente neutra” (Machado, 2008: 190).

O diploma [Portaria nº 782/97 de 29 de Agosto] confia inicialmente a tutela do sistema de acreditação ao Instituto para a Inovação na Formação, reconhecido por INOFOR, criado igualmente em 1997, organismo substituído pelo Instituto para a Qualidade na Formação em 2004, que em 2006 foi extinto e a entidade à qual é actualmente apresentada a candidatura de Acreditação de entidades formadoras é a Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho.

A acreditação pode ser relativa a algumas fases do ciclo formativo ou em relação a todas, tal como o diagnóstico de necessidades; o planeamento, a concepção, a organização, o desenvolvimento; o acompanhamento e avaliação, entre outras formas de intervenção ligadas à formação. São apresentados enquanto objectivos da acreditação a contribuição para: a elevação da qualidade da formação; o crescente rigor na atribuição e acesso a fundos públicos; clarificar a oferta formativa para o seu público; a estruturação do sistema de formação profissional e o apoio às entidades na optimização das suas capacidades e recursos formativos. Assim, a concessão do estatuto de acreditação depende sempre da demonstração de cumprimento dos requisitos de acreditação, que se referem à norma de qualidade do sistema de acreditação e está orientada unicamente para entidades com personalidade jurídica própria com intervenção na formação.

A candidatura ao sistema de Acreditação é conseguida através do preenchimento de formulários, apoiada por um manual de requisitos, que poderão ser gerais (aplicando-se a todas as instituições candidatas) ou específicos (aplicando-se apenas à fase do ciclo formativo a que se

candidata). O processo de preenchimento da Acreditação é orientado por um formulário específico, o chamado

Dossier de Acreditação

que, à medida que vai sendo completado, vai fazendo referência às evidências de cumprimento necessárias requisitos obrigatórios e a outros formulários necessários: formulário de identificação e caracterização da organização; formulário de identificação e caracterização dos recursos humanos; formulário de caracterização e indicadores da actividade formativa desenvolvida; ficha curricular para a equipa formativa; relatório de auto-avaliação e o painel de indicadores da actividade formativa14. Todos estes documentos remetem também para outros relatórios e documentos das organizações candidatas, tais como balanços de actividade, planos de intervenção, programas, metodologias e instrumentos formativos, de recolha e análise de necessidades, de avaliação, de concepção e de desenvolvimento da formação. A ser concedida, a acreditação é validada pelo período de um ano, renovável depois em períodos até três anos.

Uma vez que a instituição na qual se desenvolve o estágio consiste numa associação, como já foi referido, que procura desenvolver a educação de adultos é pertinente a existência de uma reflexão teórica sobre as problemáticas do associativismo e das políticas de educação de adultos em Portugal.