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AS PRODUÇÕES ACADÊMICAS DO CATÁLOGO DE TESES E

No documento patriciamariareiscestaro (páginas 54-69)

1 A FORMAÇÃO DAS PROFESSORAS DA CRECHE: APONTAMENTOS A

1.4 AS PRODUÇÕES ACADÊMICAS DO CATÁLOGO DE TESES E

SUPERIOR (CAPES)

Tendo como objetivo facilitar o acesso às pesquisas defendidas no Brasil, a Capes, desde julho de 2002, criou o catálogo de teses (CT) composto por referências e resumos das teses e dissertações de programas de pós-graduação do país. As informações bibliográficas

publicadas no portal são fornecidas pelos próprios programas de pós-graduação, os quais se responsabilizam pela veracidade dos dados.

O uso das informações da referida base de dados e de seus registros está sujeito às leis de direito autorais vigentes (BRASIL, 1998).

Nessa base, foi localizada a seguinte quantidade de trabalhos, conforme indica a Tabela 3, a seguir:

Tabela 3 – Quantidade de trabalhos dos eixos (A) e (B) encontrados na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Eixos

Quantidade de trabalhos Dissertações Teses

(A) Currículo dos cursos de pedagogia 14 5

(B) Formação específica da professora de creche 1 1

Total: 21 15 6

Fonte: Elaborado pela autora

1.4.1 (A) Currículo dos cursos de Pedagogia

Para uma melhor organização didática, apresento, no Quadro 7, a seguir, os trabalhos referentes ao eixo (A), seguindo conforme sua ordem cronológica.

Quadro 7 – Identificação das pesquisas encontradas na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, de acordo com o eixo (A) - Currículo dos cursos de Pedagogia

Eixo A - Currículo dos cursos de Pedagogia

Título Autores Instituição Ano Natureza

1. A Educação Infantil nos currículos de formação de professores no Brasil

Kiehn UFSC 2007 Dissertação

2. A Educação Infantil no curso de Pedagogia da FE/UFG sob a perspectiva discente

Martins UFG 2007

Dissertação 3. A formação em Pedagogia para a

docência na Educação Infantil: em busca do sentido da qualidade

Oliveira UnB 2007

4. Formação inicial de professores de Educação Infantil: que formação é essa?

Febrônio Unisantos 2010

Dissertação 5. A formação do professor de

Educação Infantil no curso de Pedagogia de um Centro Universitário: uma análise a partir da teoria histórico-cultural

Almada Unesp-Marília 2011

Tese

6. Uma interpretação à luz da ideologia de discursos sobre o bebê e a creche captados em cursos de Pedagogia da cidade de São Paulo

Secanechia PUC/SP 2011

Dissertação

7. Formação de professores de Educação Infantil perspectivas para projetos de formação e de supervisão

Silva Unesp 2011

Dissertação 8. A formação de docentes: relações

entre o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia e os saberes dos egressos que atuam na Educação Infantil

Silva PUC-Goiás 2012

Dissertação

9. Formação docente para Educação Infantil no Brasil: configurações curriculares nos cursos de Pedagogia

Albuquerque UFSC 2013 Tese

10. Necessidades formativas de professores de crianças de zero a três anos de idade

Cordão PUC-Campinas 2013 Dissertação

11. Aguçando o olhar para compreender a criança na creche: contribuições à formação de estudantes de Pedagogia,

Vitória UFP 2013

Tese

12. Formação de professores e professoras de Educação Infantil no curso de Pedagogia: estágio e pesquisa

Drumond Unicamp 2014

Tese

13. Formação (inicial) em Pedagogia: um outro olhar para as infâncias

Lima UFRGS 2015 Tese

14. O profissional da Educação Infantil e os cursos de licenciatura: desencontros na formação inicial

Nascimento Unicentro 2015 Dissertação

15. O curso de pedagogia EAD e a formação para atuação na Educação Infantil: o olhar dos sujeitos no âmbito das práticas

Pomnitz UFSM-RS 2015 Dissertação

16. O estágio supervisionado da Educação Infantil no curso de Pedagogia da FCT/UNESP: a práxis na visão dos alunos.

17. O currículo nos cursos de Pedagogia: reflexões acerca da formação de professores da Educação Infantil

Gonçalves UFTM Uberaba 2016 Dissertação

18. Formação inicial de professores em cursos de Pedagogia em Goiás: contribuições para a Educação Infantil

Silva UFG 2017 Dissertação

19. Cursos de Pedagogia e a formação do Professor de creche

Lizardo Universidade Presbiteriana Mackenzie

2017 Dissertação

Fonte: Elaborado pela autora

Nesse quadro, verifica-se uma concentração maior de trabalhos nas regiões sudeste (9), seguido da região centro-oeste (5). A região sul possui quatro (4) trabalhos e a nordeste, um (1).

A primeira pesquisa localizada no sítio da Capes, de autoria de Kiehn (2007), cujo título é “A Educação Infantil nos currículos de formação de professores no Brasil”, teve como objetivo analisar a matriz curricular dos cursos de Pedagogia das universidades públicas federais brasileiras, tomando como foco os fundamentos para a formação de professores da Educação Infantil. Buscou-se, nessa pesquisa de mestrado, identificar como as crianças e infâncias são consideradas nos programas disciplinares, identificando as áreas de conhecimento privilegiadas, as orientações teóricas e as possibilidades de interlocução disciplinar. Com a análise dos documentos, foi possível constatar o predomínio dos fundamentos teóricos, tendo como destaque as seguintes áreas de conhecimento no processo de formação: Psicologia, Filosofia, História e Sociologia. Foram identificadas, ainda, a permanência de práticas escolarizantes vinculadas à Educação Infantil e a pouca representatividade das disciplinas que contemplam a especificidade dessa etapa educacional. Apesar disso, Kiehn (2007) considera que a presença dessas disciplinas indica um movimento na direção do reconhecimento das dimensões peculiares das crianças.

Tendo como intuito compreender o lugar que a Educação Infantil ocupa no curso de Pedagogia da FE/UFG, sob a ótica dos discentes, Martins (2007) desenvolveu uma pesquisa de mestrado, fundamentada no método materialista dialético, analisando o Projeto Político Pedagógico do curso e envolvendo 266 estudantes e professores participantes da elaboração do seu currículo. A análise do Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia indicou não haver pretensão de uma formação escolarizante para os futuros docentes da Educação Infantil. Entretanto, a autora aponta o risco de um enfoque exclusivamente lúdico. Nesse sentido,

conclui-se que não é somente pelo lúdico (como o brincar) que se propicia o desenvolvimento humano. Nas palavras de Martins: “é importante ressaltarmos que defendemos o lúdico para a Educação Infantil, porém, ela tem que dar conta de outras especificidades da criança, que se constitui no processo de aprendizagem, que não só a brincadeira” (2007, p. 206). Ao refletir sobre a necessidade de propostas sólidas de formação nos cursos de Pedagogia, a pesquisadora destaca que a ideia não é aumentar o número de disciplinas de Educação Infantil, ampliar a carga horária dos estágios ou tampouco promover mais propostas formativas de cunho prático, voltadas a essa etapa da educação, mas, sim, garantir uma formação consistente teórico-prática a fim de que o pedagogo possa atuar em todos os campos da Educação Básica.

A pesquisa de mestrado de Oliveira (2007) teve como objetivo avaliar como um curso de Pedagogia de uma universidade pública de um dos estados do nordeste brasileiro tem contribuído na formação para a docência na Educação Infantil. Para tanto, foi delineado um estudo de caso etnográfico, com a utilização dos seguintes instrumentos: análise documental, grupo focal, entrevistas semiestruturadas e observações em três instituições públicas de Educação Infantil. A partir dos dados da análise do Projeto Político Pedagógico, constatou-se que o curso de Pedagogia com habilitação em Educação Infantil e magistério do Ensino Fundamental nas séries iniciais não possibilita as condições de formação necessárias para a organização do trabalho pedagógico e da gestão educacional na instituição da Educação Infantil. Oliveira (2007) aponta que, num currículo desenvolvido para formar competências, esse curso de Pedagogia parte do estudo de conteúdos do Ensino Fundamental como orientação para o trabalho na Educação Infantil.

Ainda nessa perspectiva de compreender qual a contribuição do curso de Pedagogia para a formação de docentes da Educação Infantil, encontrou-se a pesquisa de mestrado de Febrônio, concluída em 2010. Esta teve como principais objetivos: compreender a concepção de formação dos alunos do último período do curso e identificar o quanto se sentem preparados para o exercício profissional docente. A partir dos dados produzidos, a pesquisadora afirma que a contribuição do curso de Pedagogia pesquisado para a formação docente na Educação Infantil é ainda parcial e restrita. Nesse contexto, observam-se propostas tímidas em relação ao currículo, estágios pouco planejados, o que gera dificuldades na integração teoria e prática e na definição da identidade do curso. Entretanto, considera que há preocupação por parte da Universidade de rever anualmente suas propostas curriculares, tendo a intenção de incluir disciplinas e estágios voltados para o conhecimento das infâncias e suas aprendizagens (FEBRÔNIO, 2010).

Almada (2011), em sua pesquisa de doutorado, buscou analisar a importância da compreensão do desenvolvimento infantil na formação do professor e como lidar com as especificidades desse desenvolvimento. A partir da teoria histórico-cultural, o autor desenvolveu uma análise sobre o curso de Pedagogia do centro universitário localizado na cidade de Imperatriz, Maranhão (MA). O pesquisador chegou à conclusão que o curso estudado não tem uma concepção definida de criança e Educação Infantil. Os conteúdos contemplados nas ementas das disciplinas, especificamente voltadas para a Educação Infantil, levam à adoção de práticas de escolarização. Assim, os docentes se identificam mais com a formação para o Ensino Fundamental do que com a Educação Infantil. Existem, ainda, práticas que comprovam que alguns buscam formas humanizadoras para conduzir suas atividades pedagógicas. Para Almada (2011), a formação dos professores para o exercício da docência na Educação Infantil deve ser assumida e realizada em instituições de Ensino Superior, devendo as propostas dos cursos de Pedagogia conterem fundamentações mais claras acerca das singularidades do trabalho com crianças na primeira infância.

A pesquisa de mestrado de Secanechia, também do ano de 2011, tem por objetivo interpretar discursos sobre o bebê e creche, no contexto de alguns cursos de Pedagogia, a partir da análise dos planos de ensino das disciplinas de EI e entrevistas com os seus docentes. A pesquisadora aponta que, nos documentos, o tema creche é pouco referenciado e os bebês tornam-se invisíveis, apesar da centralidade na Educação Infantil. Com relação aos docentes, observaram-se discursos breves em relação à creche/bebê e ausência dos temas evidenciando a pré-escola e as séries iniciais do Ensino Fundamental, mesmo não se tratando desses temas nas disciplinas. No entanto, destacou-se a necessidade da formação da professora de EI ser realizada no curso de Pedagogia, buscando garantir os conhecimentos relativos à prática educativa com os bebês. Segundo a pesquisadora, os professores de Ensino Superior são pouco ouvidos pelas IES no que se refere às reflexões, constituição e avaliação dos planos de ensino das disciplinas que ministram, inclusive e principalmente, sobre as propostas das instituições para o curso de Pedagogia, o que, infelizmente, faz com que não haja o aproveitamento dos saberes experienciais e acadêmicos dos docentes.

Diante desse cenário, Secanechia sugere alguns pontos direcionados tanto aos cursos de Pedagogia, quanto aos demais atores sociais, resguardando os âmbitos de competência para reverter o quadro insatisfatório de formação inicial da professora de EI, a saber: revisar a legislação do curso de Pedagogia de modo que defina paritariamente a carga horária para as três etapas da Educação Básica: creche, pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental; incorporar ao currículo de Pedagogia os Estudos Sociais sobre a Infância;

incentivar a participação das IES e dos docentes do curso de Pedagogia nos debates das políticas públicas voltadas para os direitos dos bebês nas creches; promover a discussão sobre a fragilidade da formação nos cursos de Pedagogia com entidades sindicais no que diz respeito às ações do Estado brasileiro, IES e sindicatos, dentre outros.

Em sua dissertação intitulada “Formação de professores de Educação Infantil perspectivas para projetos de formação e de supervisão”, Silva (2011) apresenta o desenvolvimento de sua pesquisa bibliográfica e documental que teve, como objetivo geral, identificar as necessidades formativas dos docentes da EI para evidenciar pressupostos para a formação no curso de Pedagogia, a partir do mapeamento de dissertações e teses no site da Capes, no período de 2006 a 2011, e de documentos legais, tais como diretrizes e resoluções. A investigação aponta avanços, impactos e desafios aos profissionais da EI e às políticas direcionadas para a infância, assim como limitações dos cursos de Pedagogia, com base na resolução CNE/CP nº1/06. Vejamos as palavras da própria autora confirmando essa última discussão:

Diante de tantas necessidades formativas, concluímos que o curso de Pedagogia precisa ser repensado no sentido de atender às funções a que se destina, inclusive zelando pela formação a partir das especificidades necessárias aos professores na Educação Infantil. (SILVA, 2011, p. 162).

No trabalho, foi possível identificar, a partir do diálogo com outros autores, a presença ainda de professoras leigas atuando junto aos bebês e crianças pequenas, além de insuficiências, lacunas e precariedade na proposta de formação inicial para os professores que vão trabalhar nas instituições de EI geradas, possivelmente, pelas muitas atribuições ao pedagogo e pelo tempo restrito de atendimento a todas essas demandas. Há autores que defendem a necessidade de se fazer uma reformulação nos cursos de Pedagogia, levando em consideração os saberes e os fazeres pedagógicos específicos voltados para os bebês e crianças pequenas. A pesquisadora conclui seu trabalho, indicando a urgência de uma discussão curricular no que se refere à formação dos professores de EI no Brasil. Tal contexto aponta a necessidade de criar parcerias entre instituições de EI, supervisores e universidades, de modo a vislumbrar propostas de desenvolvimento de projetos de formação e de supervisão.

A pesquisa de mestrado desenvolvida por Silva (2012) consistiu em analisar a consonância entre o Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia da Universidade de Rio Verde (Fesurv), em Goiás (GO), e os saberes das professoras egressas do curso, que estão atuando na Educação Infantil em instituições da Rede Municipal de Ensino de Rio Verde. Para

tanto, a pesquisadora utilizou, como procedimentos metodológicos, análise documental e entrevistas semiestruturadas com a diretora e a coordenadora do curso de Pedagogia, além de 10 professoras que concluíram o curso no período de 2005 a 2009. Os resultados da pesquisa indicaram que as propostas de formação de professores para a Educação Infantil não são suficientes para a compreensão das especificidades do trabalho pedagógico com crianças pequenas. Sendo assim, é evidenciado, nos relatos dos egressos do curso de Pedagogia entrevistados, que boa parte da compreensão do exercício docente na Educação Infantil ocorreu por meio do próprio exercício da profissão, ou seja, na prática da docência.

Albuquerque (2013), em sua tese “Formação docente para Educação Infantil no Brasil: configurações curriculares nos cursos de Pedagogia”, analisa a estrutura curricular de 33 cursos de Pedagogia das universidades federais do país, em função da disponibilidade de informações, considerando que, no total de 57 instituições, 47 oferecem o curso presencial de Pedagogia. Por meio da análise de conteúdos, foi possível estudar as disciplinas e suas respectivas ementas e, em alguns casos, as bibliografias e a carga horária presentes na estrutura geral do curso. A análise do currículo permitiu compreender o percurso de formação do professor para atuar com crianças pequenas e suas especificidades, assim como visualizar o lugar que a criança e a infância ocupam na formação dos cursos de Pedagogia. A partir da análise de muitas disciplinas e ementas, a pesquisadora percebeu alguns avanços da EI nos cursos de Pedagogia estudados, em relação aos seus estudos anteriores e das Diretrizes Curriculares (BRASIL, 2006), tais como: número maior de disciplinas que contemplam a infância e a EI; mobilidade das disciplinas ao longo do curso, evitando a concentração delas nos últimos períodos, tal como se fazia quando sua organização era efetuada por habilitações; movimento em relação à articulação teoria e prática; especial atenção às linguagens, às interações, às brincadeiras e à organização dos espaços e tempos.

Por outro lado, verifica-se, em alguns cursos, a centralidade do processo de escolarização e da ideia de criança-aluno ainda na formação docente e a predominância das disciplinas de fundamentos gerais como Psicologia, Sociologia, História e Filosofia, porém, com uma maior articulação junto a outras áreas do conhecimento. Diante desse aspecto, pode- se concluir que o discurso do esvaziamento da função teórica nesses cursos não aparece na análise curricular, reforçando a importância do caráter teórico na formação docente. Entretanto, pode-se considerar, no âmbito geral, um movimento de reconhecimento da especificidade dessa formação indicando que “as crianças e a infância começam a ocupar um lugar de importância nos currículos dos cursos de Pedagogia” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 165).

A especificidade da formação de professores de EI, especialmente da creche, constitui foco da dissertação de Cordão (2013), conforme anunciado no seu próprio título “Necessidades formativas de professores de crianças de zero a três anos de idade”. O estudo identificou essa demanda por meio de depoimentos de professoras dessa faixa etária de dois centros municipais de Educação Infantil e análise da matriz curricular e ementas de disciplinas de EI de cursos de Pedagogia. A pesquisadora enfatiza que a docência de crianças de 0 a 3 anos requer conhecimentos teóricos e práticos. Todavia, essa prática não pode se vincular apenas às experiências profissionais dos professores. É necessária uma formação científica e técnica que auxilie o docente no enfrentamento das mais diversas situações vivenciadas no cotidiano da creche. Uma formação que contemple conhecimentos acerca da política, da Sociologia, da Filosofia, da Psicologia, da História e da Antropologia, de modo que o professor tenha compreensão crítica da realidade que o cerca e que seja capaz de assumir o seu papel social, levando os alunos a refletirem sobre a realidade em que vivem também. A articulação teoria e prática é vista como a principal lacuna nos cursos de formação docente. A indissociabilidade desses aspectos precisa estar presente em todas as disciplinas do curso de Pedagogia, não apenas no estágio. Para isso, é fundamental construir um trabalho coletivo dos formadores, aproximando os seus discursos teóricos da prática, das especificidades da docência e da realidade educativa, buscando melhorar a formação daqueles que vão trabalhar no contexto das instituições.

Cordão também aponta a relevância da valorização da professora que atua com bebês e com as crianças pequenas e da necessidade de sua formação, considerando que ela também ensina, assim como os demais docentes de outras etapas da educação. Há, nesse sentido, a necessidade de que a professora da Educação Infantil seja reconhecida como um docente que contemple, em sua prática, “um trabalho intelectual, intencional e consciente, visando o desenvolvimento e aprendizado das crianças” (CORDÃO, 2013, p. 7).

A tese de Vitória (2013) “Aguçando o olhar para compreender a criança na creche: contribuições à formação de estudantes de Pedagogia” teve, como objetivo geral, examinar possíveis transformações nas concepções de criança e desenvolvimento de graduandos do curso de Pedagogia a partir de situações vivenciadas no cotidiano de uma creche. Para o estudo, foi feito um convite aos estudantes do curso de Pedagogia para participarem de uma experiência sequenciada de nove oficinas de observação e interpretação de episódios de interação vivenciados pelas crianças. A pesquisa teve como propósito avaliar se essas oficinas de formação, tendo como base a reflexão coletiva, considerada instrumento de formação, provocariam mudanças em relação às concepções iniciais dos alunos. A investigação revelou

que houve uma junção entre os conhecimentos prévios dos futuros docentes e as recentes informações, possibilitando descobertas, percepções, (re) criação ou ampliação de suas teorias referentes a como são as crianças pequenas, o que elas fazem, qual o papel do professor no trabalho educacional. A pesquisadora destaca que a profissionalização docente tem sido evidenciada há algum tempo, porém, mais recentemente no campo da Educação Infantil, principalmente na creche. Esse fato associa-se à urgência de os cursos de Pedagogia avançarem no que diz respeito à formação do docente para a atuação junto aos bebês e crianças pequenas. É fundamental que os programas de formação inicial e continuada “desenvolvam didáticas que permitam aos formandos uma participação mais ativa, como vimos defendendo para a educação infantil e, especialmente, para as creches” (VITÓRIA, 2013, p. 124).

“Formação de professores e professoras de Educação Infantil no curso de Pedagogia: estágio e pesquisa” é a tese de doutorado defendida por Drumond (2014). O estudo teve como objetivo central analisar uma experiência de uma turma de estudantes-estagiárias da Universidade Federal do Tocantins no campo da Educação Infantil, considerando creche e pré- escola. Enfatizou-se a necessidade de os estágios serem desenvolvidos ao longo do curso, não somente em um único semestre, conforme vem acontecendo na maioria dos cursos de Pedagogia, de modo que haja a articulação entre teoria e prática, contribuindo, assim, para a

No documento patriciamariareiscestaro (páginas 54-69)