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4. METODOLOGIA DA PESQUISA

4.6 Fase 2: Descritiva (Método Quantitativo)

4.6.6 Análise dos Resultados

4.6.6.3 Avaliação das Relações Estruturais do Modelo de Mensuração

Inicialmente, considerou-se avaliar a modelagem em equações estruturais, com a mediação dos Riscos em Compras Internacionais e, após, sem a mediação dos Riscos em Compras Internacionais. Assim, têm-se:

a) Com mediação dos riscos em Compras Internacionais

Para avaliar a significância estatística dos fatores que compõem o modelo de equações estruturais utilizou-se do software Smart PLS 2.0 M3.

Os resultados são apresentados na Figura 30.

Figura 30: Modelo Estimado Teórico-Empírico com mediação de Riscos Nota: Modelo estimado pelo software SmartPLS versão 2.0 M3 (RINGLE et al., 2005)

Path Weighting Scheme Fonte: Dados da pesquisa

Observou-se que o coeficiente de determinação, dado pelo R2 foi de 0,46 para o

fator desempenho e 0,149 para o fator risco. Como o valor de R2 , segundo Cohen

(1977) deve ser maior do que 0,26, o modelo obtido apresentou, portanto, um bom ajuste de natureza teórico-empírica, para os dados coletados.

Não obstante, como era necessário verificar a significância estatística para o modelo obtido, ainda, utilizou-se do software SmartPLS, versão 2.0 M3, e obteve-se o resultado mostrado na Figura 31.

Figura 31: Modelo Estimado Teórico-Empírico com mediação de Riscos e Bootstraping Nota: Modelo estimado pelo software SmartPLS versão 2.0 M3 (RINGLE et al., 2005) e significâncias

estimadas por bootstrap com n = 149 e 2000 repetições. Fonte: Dados da pesquisa

Utilizou-se do método de reamostragem denominado Bootstraping para dar maior confiança aos dados estatísticos em que n = 149 medidas foram submetidas a 2000 repetições. Pela Figura 29, verificou-se que a Gestão de Compras Internacionais exerce influência nos riscos e no Desempenho e que os riscos continuam sem efeito significativo no Desempenho.

Na Tabela 13, são mostrados os resultados das hipóteses formuladas e os valores do teste t de Student. O nível de significância estatística adotado foi (α ≤ 0,05).

Tabela 13: Coeficientes estruturais e teste de hipótese RELACIONAMENTO

ESTRUTURAL COEFICIENTES ESTRUTURAIS PADRÃO ERRO VALOR t HIPÓTESE DECISÃO Compras Internacionais → Riscos 0,386 0,075 5,283 H1** Suporta

Riscos → Desempenho 0,099 0,066 1,606 H2** Suporta Não

Compras Internacionais →

Desempenho 0,634 0,071 8,881 H3 Suporta

(**) < 0,01: level of significance (t > 2,58); (*) < 0,05: level of significance (t > 1,96) Fonte: Dados da pesquisa

Assim, para as hipóteses, obteve-se:

• Hipótese 1 – Relação entre Gestão de Compras Internacionais e Riscos: teve valores de coeficientes estruturais de 0,386 e de Estatística t de Student de 5,283, suportando a referida hipótese;

• Hipótese 2 – Relação entre Riscos e Desempenho: teve valores de coeficientes estruturais de 0,099 e Estatística t de Student de 1,606, indicação de que a hipótese não pôde ser suportada, fato que pode ser justificado porque a presença do risco, unicamente, não tem percepção clara por parte dos respondentes, que atuam mais em cargos operacionais do que estratégicos e já vivenciam práticas de gestão de riscos inseridas nas atividades de Compras Internacionais;

• Hipótese 3 – Relação entre Compras Internacionais e Desempenho teve coeficiente estrutural de 0,634 e Estatística t de Student de 8,881, cujos altos índices podem ser indicativo de que as empresas já encarem com maior naturalidade a rotina de atividades que considerem gestão de riscos em relação às Compras Internacionais.

b) Sem mediação dos riscos em compras internacionais

Da mesma forma que no caso anterior (Com mediação dos riscos em Compras Internacionais) para avaliar a significância estatística dos fatores que compõem o modelo de equações estruturais utilizou-se do software Smart PLS 2.0 M3.

Figura 32: Modelo Estimado Teórico-Empírico sem mediação de riscos Nota: Modelo estimado pelo software SmartPLS versão 2.0 M3 (RINGLE et al., 2005)

Path Weighting Scheme Fonte: Dados da pesquisa

Conforme demonstrado na Figura 32, a Gestão de Compras Internacionais influencia no desempenho. Comparando-se as Figuras 30 e 32, verificou-se que o coeficiente de correlação entre Compras Internacionais e Desempenho, passou de 0,634 (com mediação) para 0,674. Os outros índices do modelo sem mediação também tiveram ligeiro aumento. Em função do aumento do coeficiente de correlação, sem a mediação de riscos, ainda não se evidencia a influência da gestão dos riscos em compras internacionais na relação entre gestão de compras e desempenho. É necessário verificar se as relações estruturais do modelo são estatisticamente significantes. Da mesma forma que no caso anterior, considerou-se Bootstraping (n = 149 medidas e 2000 repetições).

Figura 33: Modelo Estimado Teórico-Empírico sem mediação de riscos e Bootstraping

Nota: Modelo estimado pelo software SmartPLS versão 2.0 M3 (RINGLE et al., 2005) e significâncias estimadas por Bootstrap com n= 149 e 2000 repetições.

Fonte: Dados da pesquisa

Observou-se pelas Figuras 31 e 33, que o valor do teste de t de Student entre Compras Internacionais e Desempenho, passou de 8,881 (com mediação) para 10,518. Em ambas análises, os valores, foram estatisticamente significantes para (α ≤ 0,01). Embora o valor do teste t de Student tenha aumentado entre Compras Internacionais e Desempenho, não se pode considerar que o risco é um fator mediador, pois que, a relação entre risco e desempenho (t de Student = 1,606) é estatisticamente não significante para (α ≤ 0,05).

Para evitar quaisquer dúvidas em relação à validação da H2: Quanto maior a

probabilidade de incidência de riscos, menor será o índice de desempenho, buscou- se um modelo explicativo mais didático para justificar o fato desta hipótese não ter sido validada. Na Figura 34, foi destacado o fato de que a relação entre A (Gestão de Compras Internacionais) e B (Desempenho) foi significante, embora a relação entre C (Riscos) e B (Desempenho) não tenha sido significante. Numa nova simulação, ao se retirar a mediação dos Riscos, contudo, a relação deu significância, fato que poderia trazer alguma dúvida sobre essa situação.

Figura 34: Modelo Didático explicativo sobre H2 não confirmada

Buscou-se amparo na literatura para justificar a possibilidade de validação da H2 e o artigo de Baron e Kenny (1986) trouxe a informação de forma clara: A relação entre A e B deveria diminuir na ocasião em que se retirasse a mediação dos riscos, fato que não ocorreu, nem mesmo com Bootstraping.