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4. METODOLOGIA DA PESQUISA

4.3. Construção das Assertivas

Uma vez feita a pesquisa bibliográfica sobre os constructos dessa pesquisa, a coleta de dados precisaria estar baseada na elaboração de roteiros de entrevistas ou questionários que tivessem boa consistência. Para tanto, foram utilizadas assertivas (proposições categóricas afirmativas) abertas na fase exploratória, buscando-se percepção dos respondentes quanto às evidências práticas organizacionais para validação das assertivas fechadas que seriam usadas em fase descritiva.

Na tentativa de operacionalização das variáveis a partir de pesquisa bibliográfica, verificou-se a quase inexistência de artigos que relacionassem as variáveis Riscos, Compras Internacionais e Desempenho. Dessa forma, a operacionalização da variável Desempenho seguiu premissas gerais e mais comuns em relação ao desempenho sob aspecto operacional e de negócio. Quanto às variáveis Compras e Riscos, a grande variabilidade de possibilidades justificava uma compilação de dados de forma mais ordenada para auxiliar na elaboração das assertivas, vide matriz apresentada no Quadro 16.

Quadro 16: Compilação de artigos sobre Gestão de Riscos em Compras Internacionais

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Suprimentos, Operacionais, Demanda, Segurança, Macro,

Políticos, Concorrência e Recursos Identificação, Avaliação, Estratégias de Gerenciamento e mitigação. MANUJ; MENTZER (2008) Interrupções no fornecimento (escassez de material, desastres naturais, instabilidades políticas, colapsos financeiros)

Gestão de Fluxo de Caixa; Balanceamento de baixo custo

x suprimentos de baixo risco; Iniciativas de Compras estratégicas; Incorporação de práticas sustentáveis; Gastos

responsáveis.

BRANDBERRY (2010)

Falta de qualidade e segurança

Cuidados com seleção (qualificação, verificações com entidades legais, acordo escrito etc); ter inspeções regulares nas plantas do fornecedor e na

entrada de mercadorias; Preparar um programa efetivo de recall que inclua problemas de comunicação e nível de atendimento pós-venda, ficar

alerta quanto aos riscos na Cadeia de Suprimento através

de monitoria contínua.

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Desastres Naturais, Riscos de Mercado (incluindo riscos de

greves e falência de fornecedores), Riscos de Transporte (incluindo gargalos

portuários)

Ter planos de Back Up (fornecedores redundantes e redes de logística alternativas)

e Monitorar Saúde dos Fornecedores (especialmente

financeira. Outra alternativa pode ser uso de único fornecedor e reforçar a relação

com este ou fazer compras locais.

BARTHOLOMEW (2006)

Capacidade maior ou menor do que o esperado, Demanda maior ou menor que o esperado

Uso de modernos sistemas de ERP para Planejamento Avançado de Otimizações e melhor entendimento de estoque e fluxos. SPEARMAN (2007) Riscos de interrupção da Cadeia de Suprimentos Mapear a Cadeia de Suprimentos (Entradas, Saídas

e Processos); Gerir gargalos; Identificar principais indicadores

de desempenho; Análise da causa raiz dos problemas;

Análise de causa raiz; Identificar riscos sistêmicos;

Reportar/Compartilhar resultados; Reportar ações em

escala na Cadeia de Suprimentos.

ECKERT; HUGHES (2010)

Demanda (número de envios feitos x esperados), Suprimentos (Capacidade de Produção e Armazenagem) e Prazos de Entrega (fluxos de envio de material x capacidade

de produção e estoque de segurança)

Sistema flexível de apoio a decisões sobre tamanho do estoque, fontes de suprimentos,

localização de filiais e distribuidores, métodos de previsões de demanda etc

ACAR; KADIPASAOGLU; SCHIPPERIJN (2010)

Problemas de Comunicação, Instabilidade Política, Diferenças Sistema Legal,

Maior Tempo de Entrega, Deficiências em Qualidade

Diferenciar estratégia a partir de família de produtos (volume, unicidade etc) considerando-se

relevância financeira e complexidade de Suprimentos,

Custo Total de Aquisição e melhor região de origem.

KAMANN; NIEULANDE (2010)

Flutuação Cambial, Variabilidade de Preços em

Comércio Eletrônico (B2B)

Planejamento de prazos para colocação de pedidos com base em política de descontos e variação de moeda; Troca de

fornecedores para proteger e compartilhar riscos;

ARCELUS.; PAKKALA; SRINIVASAN (2002)

Operacionais (Escasso número de Fornecedores, Qualidade,

capacidade, Problemas de Energia e Infraestrutura, Falhas

de Equipamentos etc); Interrupção (Desastres naturais , Greves, Acidentes Industriais,

Epidemias, Ataques Terroristas)

Tentativa de flexibilização de recursos com dois fornecedores

(interno e externo), pois as empresas que não contam com o risco de interrupções acabam ficando suscetíveis a severos riscos de perdas financeiras ou

de mercado.

IAKOVOU; VLACHOS; XANTHOPOULOS (2010)

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Maiores distâncias, Maior número de regras e regulamentos, flutuações de moeda, Requerimentos alfandegários, Diferenças culturais e de tempo Comprometimento dos executivos com suprimento global; Processos rigorosos e bem definidos; Disponibilidade

dos recursos necessários; Integração através de tecnologia da informação; Suporte organizacional; Apoio estruturado para comunicação; Metodologias para mensuração

de Savings;

TRENT; MONCZKA (2005)

Suprimentos (políticos, fusões e aquisições, desastres naturais, guerra e terrorismo,

capacidade, propriedade intelectual, fornecedor único, atrasos, qualidade, estoque),

Demanda (reputação, tecnologia ou competição, preferência do consumidor, recessão mundial, forecast, recebíveis), Contextuais (cultura, meio-ambiente, custos,

regulamentações, flutuação de moeda, riscos financeiros,

sistêmicos)

Uma estratégia de sucesso de gestão de riscos deve ser iniciada a partir dos vários aspectos individuais e coletivos com o devido cuidado para que a mitigação de um risco não implique no aumento de índice de outro risco.

SODHI; LEE (2007)

Demanda, Custos e Tempo de Trânsito (Congestionamento de

portos, Estrutura inadequada de Transportes, Aumento dos

custos de Transportes, Problemas com Segurança)

Ir além dos riscos de demanda, incorporando riscos de custos e

de tempo de trânsito: mudanças na gestão de estoques e transportes uso do

transporte de maneira mais eficiente, re-examinar estratégia de Suprimentos.

CRONE (2006)

Riscos Políticos, Econômicos, Legais e de Segurança

Contexto da América Latina (México)/multinacionais com

gestão de riscos sob 03 aspectos: recursos utilizados, sistemas de rede e critérios de

desempenho.

LASSAR et al (2010)

Riscos de preços, qualidade, desempenho de entrega, situação financeira, localização

e direção estratégica dos fornecedores, sistema de informações, ciclo de vida de

produtos/serviços e continuidade de negócios

Reconhecimento da diversidade entre os segmentos

como indicativo de outros diferentes perfis de risco

associados a diferentes negócios. PECK (2006) Confiabilidade dos Fornecedores, Riscos de Mercado e Demanda, Desastres Naturais, Problemas

de Qualidade, Gestão de Estoque e falta de produtos, Gestão Estratégica exposta a

riscos

O desenvolvimento de um novo produto deve estar em consonância com o modelo de

gestão de riscos de uma Cadeia de Suprimentos a partir da probabilidade de ocorrência,

impacto dos riscos e disponibilidade dos dados.

CLAYPOOL; NORMAN; NEEDY (2010)

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Segurança da Informação, Forecast, Propriedade Intelectual, Terceirização de Tecnologia da Informação Confiança mútua em relacionamentos de longo prazo, Estratégias para toda Cadeia de Suprimentos, Apoio

da alta gerência, Fundo de Reserva para mitigação de

riscos, Alinhamento de Incentivos, Métricas para contínuo monitoramento de

riscos de informação.

FAISAL; BANWET; SHANKAR (2007)

Riscos variam de acordo com: experiência com determinado

item, Complexidade do Produto, Importância, Volatilidade da demanda, Características do Mercado de

Suprimentos

Integração das informações em caso de produtos categorizados, incertezas do

ambiente de Suprimentos, interdependência recíproca.

TRAUTMANN et al (2009)

Capacidade, Custos, Tempo do Ciclo, Desastres, Desempenho

do Ambiente, Saúde Financeira, Logística de Entrega, Compatibilidade de

Informações, Gestão de Estoques, Preocupações

Legais, Visão Gerencial, Aumento de Preços, Número de Fornecedores disponíveis, Mudanças nos processos tecnológicos, Mudanças no design do produto, Qualidade, Variações na demanda (volume

e tipo de produto fornecido)

Criar uma ferramenta para avaliação de riscos em Suprimentos, Incluir o elemento de risco na seleção e avaliação

de fornecedores,

ZSIDISIN (2003)

Riscos na coordenação de Suprimentos e Demanda,

Riscos associados à interrupção das atividades

normais

Especificar fonte de riscos e vulnerabilidades, Avaliar Riscos

e Mitigá-los com o uso de técnicas de Gestão da Qualidade. Processo parte da própria empresa para depois ir para a Cadeia de Suprimentos

em 03 subsistemas de relações: Fornecedores,

Internas e Clientes.

KLEINDORFER; SAAD (2005)

Interrupções, Atrasos, Problemas com Sistemas de

Informação, Forecast, Propriedade Intelectual,

Processo de Compras, Recebíveis, Estoque,

Capacidade

Ter múltiplos fornecedores, rápida capacidade de resposta

e flexibilidade, aumentar capacidade, Política efetiva de

Gestão de Estoque, Lidar melhor com demanda, aumentar capabilidade.

CHOPRA; SODHI (2004)

Mudanças no ambiente (perda ou ganho de clientes, atualização de demanda de vendas, mudanças de custos e

capacidade etc)

Otimização de atividades operacionais e estratégicas. Planilha e dados estatísticos podem ser boa opção, desde que se tenha cautela com possíveis erros de fórmulas.

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Econômicos (efeitos econômicos de eventos mundiais diversos) Geopolíticos

e Infraestrutura (Aumento de custos de investimento, infraestrutura de transporte,

barreiras de entrada)

Macro (relações econômicas e políticas entre os EUA e China) e Micro (empresa com busca de outros parceiros no mundo,

proteção de moeda, mais de um agente de cargas para

minimizar problemas com embarques etc) KUMAR; DUFRESNE; HAHLER (2007) Ataques terroristas, Calamidades Naturais ou Epidemias contagiosas, Sazonalidade, Volatilidade de

inovações, adoção de novos produtos, pequeno ciclo de vida

de produtos, etc

Moldar gestão de riscos a partir das percepções do cliente: Compartilhar informações, Manter relação de colaboração

e confiança, Alinhar incentivos e acordos propícios para compartilhamento de lucros, Conhecimento sobre riscos e

análise.

FAISAL; BANWET; SHANKAR (2006)

Disponibilidade de matéria- prima, Conflito de Métricas,

Incertezas em tecnologia, Conflitos em requerimentos O&M, Competições em custo,

Falta de transparência, Colaboradores que viram

concorrentes, Diferentes padrões de comunicação, Incerteza no mercado, Falta de

Qualidade

Identificar riscos, Avaliar riscos, Planejar e Implementar Soluções, Conduzir análise de

falhas e efeitos, Implementar ações de Melhoria Contínua.

SINHA; WHITMAN; MALZAHN (2004) Volatilidade de mercado, Especificações incompletas, Dificuldades de medição de desempenho, dificuldades de se desenvolver novas competências de gestão e de

tomada de decisão e outros riscos diversos em negócios

internacionais

Terceirização da produção deve ter mitigação de riscos que considere condições muito

claras em caso de alta especificidade de contratos,

aumento da capacidade de resposta com comunicação

clara e colaboração.

SCHOENHERR (2010)

Riscos de interrupção da Cadeia de Suprimentos

Modelo para proteção do cliente a partir da rede de Suprimentos, quer seja com fontes alternativas de matéria-

prima, quer seja com gestão que balanceie atitudes pró-

ativas e reativas de manutenção de estoque ao longo da rede. A gestão irá depender do setor de atuação, nível de tolerância aos riscos e

ações para mitigação dos riscos.

Riscos em Compras

Internacionais Formas de Gestão de Riscos Autores

Acesso à obra, Disponibilidade e produtividade de mão-de-obra e equipamentos, Desastres Naturais, Regulamentos governamentais, Defeitos, Disputas trabalhistas, Segurança, Inflação, Competência do subcontratado,

Mudanças nas condições negociadas, Atrasos (terceiros,

resoluções de problemas, pagamento de contratos, Falência financeira de alguma

parte etc

É importante considerar especificidade das Cadeias de

Suprimentos da Construção Civil para gestão de riscos. Embora o alcance da Cadeia de Suprimentos seja grande, as

possibilidades de conflito normalmente ocorrem nas relações mais próximas de subcontratados e no decorrer

do projeto.

LOOSEMORE; MCCARTHY (2008)

Riscos que interrompem operações (greves trabalhistas,

ataques terroristas, desastres naturais etc), Riscos que afetam as metas (atrasos em entregas, variações no custo, problemas de capacidade, falta

de qualidade etc)

Manter comportamento pró- ativo e tentar eliminar os riscos

antes que estes ocorram a partir da severidade do impacto e frequência de ocorrência com

um modelo matemático que adote múltiplos critérios no

processo de seleção de fornecedores

RAVINDRAN et al (2010)

Fontes internas (Capacidade disponível, regulamentos alfandegários, informações sobre atrasos, organização interna), Fontes externas (ações concorrentes, ambiente de produção, ambiente político, flutuações de preço, custos de

estoque, qualidade do fornecedor)

Analisar a Cadeia de Suprimentos, Identificar fontes

de incerteza, Examinar os riscos subsequentes, Gerir os

riscos, Individualizar a opção real mais adequadas, Implementar gestão de riscos

na Cadeia de Suprimentos

CUCCHIELLA; GASTALDI (2006)

Ataques terroristas, Riscos Financeiros, Riscos ligados a

pessoas chave, Riscos Trabalhistas, Riscos de Flutuação de moeda, Riscos

Políticos etc

Identificar riscos, Avaliar riscos, Priorizar Riscos, Gerenciar Riscos (Escolha de Fornecedor,

Diversificação, Armazenamento, Compartilhamento de Recursos, Ações Legais, Contratos de Manutenção,

Riscos Residuais)

BERGER; ZANG (2006)

Riscos relacionados a fornecedores não confiáveis:

atrasos em entregas, problemas de qualidade, falta

de componentes etc)

A gestão de riscos quanto a fornecedores não confiáveis deve ser feita com a alocação de pedidos a partir do valor em

risco de cada item comprado, considerando-se os valores

gastos com atrasos, penalidades, etc

SAWIK (2011)