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BARGANHA OU NEGOCIAÇÃO

No documento Coaching Gerando Transformacoes (páginas 77-82)

Nesta fase há promessas de mudança, de ser outra pessoa, fazer o que o outro pede, mesmo que há anos não se tenha tentado: “agora vamos fa- zer aquele curso de dança que você sempre quis”, “voltarei a visitar seus parentes junto com você no Natal” e assim o casal faz algumas mudanças, mas que se forem apenas “superfi ciais” e não man das com o tempo, logo trarão de volta as difi culdades e levarão ao término irreversível.

RAIVA

Quando os fatos já não permitem que con nuemos negando as difi - culdades, quando a separação realmente acontece, surge o sen mento de RAIVA – do outro, por estar “me abandonando”.

Aqui há o risco de assumir uma posição de ví ma, o que difi cultaria reconhecer que o relacionamento agora é apenas a fantasia de um dos dois, pois para o outro já acabou. Quando a RAIVA se volta contra você mesmo, surge o sen mento de CULPA, onde você se cobra que deveria ter feito diferente, quase “ser” outra pessoa. E a culpa pode te levar a um processo de DEPRESSÃO.

DEPRESSÃO

A DEPRESSÃO é uma reação patológica, quando você se culpa pelo re- lacionamento não ter um “fi nal feliz”, quando você se tortura com lem- branças, se cobra como a única pessoa responsável pela separação. Dá

uma parada na sua vida, mesmo após aquele período esperado de seis meses de luto. Nesse caso precisa buscar ajuda profi ssional.

A depressão não deve ser confundida com TRISTEZA. Sen r tristeza é normal, é necessário “lavar a alma” com muitas lágrimas, para apren- dermos com a experiência, afi nal a dor tem que ter algum sen do. A dor deve funcionar como uma mola que nos impulsiona a um crescimento e desenvolvimento pessoal. Só quando você encarar que realmente a rela- ção acabou poderá iniciar seu caminho em direção à cura das feridas aber- tas pelo relacionamento não ter dado certo. Aí entrará na fase seguinte.

ACEITAÇÃO

Aceitação de quem você realmente é, de quais são suas necessidades atuais, enfi m, um maior nível de AUTOCONHECIMENTO.

É bom lembrar que essas fases podem se alterar, podemos fi car em al- guma mais tempo do que em outras. Mas passar por elas é como um pro- cesso de aprender a se conhecer, para aprender a se amar de verdade.

Para passar por essas fases em direção à aceitação da separação de forma saudável, precisamos parar, pensar e repensar algumas ideias sobre o amor e relacionamentos que atrapalham nossa vida. É neces- sário tomar consciência para mudar algumas crenças e consequente- mente mudar aƟ tudes para renascer como uma pessoa melhor depois da separação.

1. ACEITE-SE - Você é como pode ser

Quando não é você quem pede a separação, tende a achar que de- veria ter feito diferente, que deveria SER diferente, como o outro queria que você fosse. Mas lamento dizer que isso não é possível. Lembre-se: somos o que podemos ser a cada momento, fruto de nossas vivências, experiências, educação, não dá para nos transformamos de uma hora para outra...É um processo lento.

O importante é você pensar que fez o melhor que pode, que fez o que achava que era certo fazer. Sim, devemos refl e r sobre como foi nosso relacionamento, o que foi mudando e não percebemos, mas como uma forma de olhar o passado para se conhecer melhor e não para simples- mente culpar-se de não ter dado certo. É permi r a si mesmo ser uma pessoa autên ca, exercitar a verdadeira liberdade!

2. ESFORCE-SE para lembrar-se também do que não era bom Temos que estar atentos à tendência de só nos lembrarmos das coi- sas boas. Temos que nos esforçar conscientemente para pensar nas difi - culdades do relacionamento, nos “buracos” que não quisemos enxergar, de como você também não estava feliz. É bom pensar que se você não serve mais para a outra pessoa, ela também certamente não serve mais para você, não pode mais fazer você feliz.

3. PARE de achar que o(a) ex é perfeito(a)

Se houve traição é preciso entender que quem trai é porque não te- ve coragem de olhar a relação e admi r que não estava bem! É na ver- dade uma pessoa covarde, é alguém que não te respeitou como pessoa, como companheira(o)!

E é por alguém assim que você está chorando? Está lamentando perder essa pessoa real ou um sonho de pessoa que você construiu e existe só na sua cabeça? Se essa pessoa realmente fosse essa maravi- lha, jamais faria isso com você, com seus fi lhos (se verem) e suas res- pec vas famílias. Sim, todos sofrem juntos! Todos são envolvidos, não somente o casal.

Uma pessoa legal, madura, conversa, ques ona os problemas e se separa antes de se envolver com outra. No mínimo em respeito ao ou- tro ser humano.

4. ADMITA que não temos garanƟ a de que o amor é para sempre! O amor não resolve tudo, não supre todas as nossas carências! An gamente o casamento era “para sempre” porque as pessoas mor- riam cedo, antes dos 50 anos. Ainda assim era aceito que o homem ves- se outros relacionamentos fora de casa, como eu disse antes. Estamos em outra época! As mulheres também buscam sua realização pessoal e profi ssional, não se submetem mais a ser “Amélias” para apenas “servir” ao homem. Aprenda que você só pode ajudar o outro a ser feliz se tam- bém es ver feliz!

Viva cada dia por vez, não tente controlar tudo. VIVA O HOJE, pois o passado não dá para mudar e o futuro é construído no HOJE.

5. QUESTIONE-SE - quais necessidades você buscava suprir na relação? Os relacionamentos são como peças de quebra-cabeça que vão se unindo e ajudando na formação de nossa personalidade, buscamos nos relacionamentos suprir algumas necessidades e é importante que saiba- mos quais. Geralmente procuramos curar feridas de nossa infância, do- res que estão inconscientes na maioria das vezes.

Por exemplo: uma mulher insegura pode ter se casado com um ho- mem que a tratava como uma fi lha, fazendo sen r a segurança que seu pai não dava na sua infância. Porém com o passar dos anos ela foi se de- senvolvendo, fi cando realmente mais segura de si, até como resultado das aprendizagens com o próprio marido. Então ela muda suas necessi- dades, buscando agora uma maior independência no casamento.

No caso citado, se o marido não mudar também na mesma direção, aceitando esse novo papel mais igualitário (não mais de pai-protetor), a relação pode fi car insustentável e ocorrer a separação.

Então você precisa examinar as suas atuais necessidades e as de seu ex para entender por que o relacionamento acabou, só assim terá pre- paração para con nuar o processo de desenvolvimento interno e com a autoes ma preservada. Responsabilize-se pelas suas escolhas!

6. APRENDA a diferença entre QUERER e PRECISAR de alguém “Querer” estar com alguém é quando você é autossufi ciente, sabe se cuidar e deseja dividir a vida com outra pessoa. Trata-se de uma opção. Enquanto você “precisar”, trata-se de desespero, de não saber esperar, não saber fi car consigo mesmo, não saber fi car sozinho. Lembre-se, vo- cê tem que ser uma pessoa INTEIRA para poder relacionar-se com pes- soas também “inteiras”. Nada de procurar a “metade” de sua laranja. Já viu por aí alguém que é “uma laranja e meia”?

7. AJA, MOVIMENTE-SE!

Alternando com momentos de solidão você também deve usar o tem- po como uma oportunidade para agir, fazer coisas para que aquelas fases sejam mais curtas, para que haja a SUPERAÇÃO - SUPER AÇÃO - em dire- ção a um novo eu. Como dizem, “água parada, apodrece”! Gente também!

Gosto da imagem de que é como se mergulhássemos no fundo do poço, mas para pegar impulso para retornar à super cie. A água tam- bém simboliza o renascimento. Procure preencher seu tempo com coi- sas interessantes: pra que a vidades ao ar livre, ou em grupos, faça yo- ga, passeie, viaje, converse, faça trabalhos voluntários, alimente-se cor- retamente, etc. Procure fazer as coisas que você deixou de lado porque seu parceiro(a) não gostava.

Não quero dizer para a rar-se em a vidades como uma fuga da dor. Não adianta querer adiantar um processo - isso só causará mais estres- se. O importante é estar aberto a descobrir coisas novas, ou resgatar coi- sas que você havia abandonado. No mínimo sua vida fi cará mais interes- sante e rica em realizações.

8. CURTA a solidão como momento DE APRENDIZADO

Com a separação, muito provavelmente você descobrirá que tem mais tempo para você, ainda que seja nos dias da visita dos seus fi lhos ao ex. Use esse tempo para refl e r sobre os pontos levantados acima, pa- ra propiciar mais autodescoberta. Curta sua casa, medite, cozinhe, cos- ture, leia, assista fi lmes, faça exercícios sicos, faça o que lhe der prazer, mesmo que seja fi car com “as pernas pro ar”. Aprenda a se sen r melhor com a sua própria companhia.

9. BUSQUE APOIO!

Apoio social com amigos que já passaram pela mesma situação pode ser de grande ajuda, principalmente se você avaliar que essa pessoa es- tá muito melhor que antes. Ela certamente poderá trocar ideias e dar su- gestões de como deve agir para fi car bem. Ajuda profi ssional também po- de ser necessária – tanto de advogado, um orientador fi nanceiro, como de psicólogo, principalmente quando há brigas e disputas sobre fi lhos e bens.

10. CELEBRE seus avanços:

Por menores que sejam, celebre cada SUCESSO, cada passo em dire- ção de seu NOVO EU. Não encare o divórcio como um fracasso, mas co- mo um ato de coragem e de força.

Saiba que não será fácil, mas você descobrirá que é mais forte e mais resistente do que imagina. E, se desejar, você poderá abrir-se para um novo AMOR depois de ter aprendido a AMAR-SE DE NOVO.

Iniciei com uma música e termino com outra, que resume minhas ideias: Começar de novo e contar comigo,

vai valer a pena ter amanhecido, ter me rebelado, ter me debaƟ do, ter me machucado, ter sobrevivido, ter virado a mesa, ter me conhecido... (Ivan Lins)

No documento Coaching Gerando Transformacoes (páginas 77-82)