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Considerando a análise de Gibson (2009) os materiais possuem inú- meras características físicas distintivas, sendo a sua capacidade de reflexão e resistência num meio real, particularmente de exterior, amplamente antevista. Desta forma, uma vez que a utilização de cor pode diferir bastante consoante o material designado, num projeto de wayfinding devem ser entendidas as características dos diferentes materiais em função das cores desejadas e do impacto pretendido. Mollerup (2013) aborda também as diferenças entre superfícies brilhantes e mate, considerando as brilhantes redutoras de legibilida- de, enquanto que as superfícies mate se tornam mais vulneráveis e difíceis de manter.

Figura 43

Desgaste cromático de MUPI. Arquivo autor

Também neste campo se verifica a necessidade e o cuidado de testar as cores no meio envolvente, de forma a verificar o seu destaque em contexto real, uma vez que a luz, nomeadamente os raios UV e alguns elementos envolventes podem interferir, minimizar ou adulterar a perceção, adulterando o impacto previsto. Neste campo considera-se pertinente a avaliação da orientação solar de forma a minimizar os riscos de perda de cor.

É ainda assim necessário garantir que a cor testada em laboratório funciona em ambiente real, havendo muitas vezes a necessidade de efetuar ajustes à sua tonalidade, assim são essenciais amostras nos materiais específicos. Para tal, reafirmando a exposição de Gibson (2009) após a análise e decisão do conjunto cromático é necessária a capacidade de verificar a concretização e implementação com base na utilização dos códigos cromáticos estabilizados e reconhecidos universalmente, nomeadamente a Pantone Maching System ,PMS . Neste campo específico da análise cromática e baseando-nos na aná- lise de Calori & Vanden-Eynden (2015), a cor possui quatro grandes características que se demonstram essenciais para a eficácia de um programa de wayfinding: no campo da significação traduz-se na sua capacidade de aumentar o significado das mensagens disponibilizada e na possibilidade de distinção entre mensagens; no campo formal, traduz-se na sua habilidade de se destacar no território, como ferra- menta estratégica, e o seu carácter decorativo. Adicionamos ainda a estas características a questão da identidade, na medida em que pode evocar um sentido integrador distintivo num determinado território específico, mais do que apenas no sentido estritamente visual.

Deste modo, relativamente à cor, e respetivas definições para a sua aplicação, realçamos a indicação unânime de que deve ser conside- rada como ferramenta associativa, definidora de identidade, devendo ser usada como elemento distintivo, uma vez que rapidamente se salienta da envolvente, como elemento diferenciador que representa. (Joan Costa, 1989; Enric Satué, 2001).

As preocupações das propriedades cromáticas num projeto, refletindo a análise teórica efetuada, definem-se pela noção de contexto, con- sistência, fácil identificação, visibilidade, legibilidade e compreensão. Concluindo o estudo minucioso sobre a influência da cor, David Gib- son (2009) refere por fim a importância de modelar a escolha da cor consoante o projeto em questão, e não apenas por um conjunto de equações anteriormente formuladas. Esta análise será, no entanto, aprofundada no capitulo 6, no contexto do desenvolvimento do pro- jeto, mais concretamente na definição cromática inerente aos supor- tes do programa de wayfinding.

“planned well, nobody talks about signs;done wrong, they can spoil everything”. (Mollerup, 2013, p.133)

Baseando-nos na definição de código de Fiske (1998), um sistema de orientação não é mais do que um conjunto de códigos de grande difusão, ou seja, um conjunto de signos que deverão ser simples, de atração imediata, que não exijam um sentido educacional. Neste seguimento, para que o sistema de signos seja implementado, existe um sistema de suportes e estruturas que são cruciais para que a men- sagem seja transmitida.

É no plano tangível das formas e objetos que se centra esta análise, nomeadamente no conjunto de suportes e equipamentos, designados por hardware, conforme Calori & Vanden-Eynden (2015), ou de acor- do com Mollerup (2013).

Optamos neste ponto pela referência à denominação “hardware”, como designação aglutinadora de todos os elementos tridimensio- nais, que constituem um programa de wayfinding ou wayshowing, sendo que a designação suporte assume a individualização de cada elemento.

Este fator tridimensional torna a disciplina de wayfinding mais próxi- ma das abordagens do design industrial, equipamento e arquitetura, agregando o seu conhecimento, afastando-se de certa forma do de- sign gráfico e de informação.

É no campo desta materialidade e plasticidade que um projeto de

wayfinding pode assumir um carácter diferenciador, modelando a

informação à tridimensionalidade do território associado.

No nosso esquema triádico, o hardware, representa um dos vértices do programa de wayfinding, que, sob a análise análoga do calei- doscópio, é novamente sujeita a uma divisão tripartida em forma, material e colocação.

No contexto da forma, ou formato, estão incluídas as tipologias de suportes e as análises às dimensões. Segundo Calori & Vanden-Eynden (2015) esta premissa deve ser considerada a expressão mais proemi- nente de um sistema, uma vez que é na forma que se enquadra a visão unitária e distintiva de todo o programa de wayfinding.

No contexto da colocação, estão incluídas as tipologias de monta- gem, das alturas, dimensões tipográficas, aqui Calori & Vanden-Eyn- den (2015) referem a importância desta premissa, para que haja uma consistência intrínseca da forma.

No contexto do material e técnicas procuramos sintetizar as possi- bilidades e contingências das inúmeras hipóteses de utilização nos suportes constituintes de um sistema de wayfinding. Neste contexto foram consideradas as definições destacadas por David Gibson, Chris Calori e Craig Berger.

2.3.5.

TIPOLOGIA DE