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Capítulo Dezessete

No documento Kelly Andrews Por toda a minha vida (páginas 117-143)

Minha cabeça girava bastante, estava muito enjoada, como se tivesse me entupido de comida estragada.

Meu coração batia ritmicamente, tinha certo desconforto em meu tórax, meu braço esquerdo já não doía tanto.

Estava tudo sob controle, meu quarto enfeitado e cheio de ursos estava impecável, e lógico, o amor da minha vida mais uma vez ao meu lado. Ele nunca desiste. Isso para mim era ótimo.

-Olá senhor Oliver. -Kelly, como você está? Levantei um braço. -Bem, eu acho.

-Queda sobre queda, não é nada fácil. –disse ele sentando ao meu lado. -Eu fiz uma cirurgia? Não lembro perfeitamente.

-Sim, você sofreu alguma coisa que eu não sei bem, mas está tudo sob controle, eles colocaram um tubo no seu tórax para ajudar na respiração. Ele serve pra drenar alguma coisa em seu pulmão, não sei bem. Mas acho que é isso.

-Já sei, tive pneumotórax certo?

-Acho que sim. Você é muito inteligente. -Tá no sangue. Meus pais estão ai?

-Sim, conversando com Vicente nesse exato momento, Felipe e Sheylla estão conversando na sala, eles se dão muito bem não é?

-Desde sempre.

-Sempre? Eles já se conheciam?

-Você não sabe de nada... - ele me olhou feio. – mas é uma longa história. Victor fingiu se acomodar na cama. Rimos um para o outro.

- Quando eu nasci meu pai achou melhor mandar Felipe passar um tempo com a minha avó em Londres, como não tinha previsão da minha mãe se recuperar, nossa avó matriculou-o numa escola da cidade, ele tinha seis ou sete anos, não lembro bem, mas foi lá que ele conheceu Sheylla, ele tinha um amigo, acho que o nome era Josh, algo assim, se tornaram um trio inseparável, como Mariani, Elizabeth e eu, eles estavam sempre juntos, isso foi bom para ele, superar a ausência de papai e mamãe. Quando ele fez dez anos voltou para morar com a gente, ele me odiava porque ele achava que mamãe estava numa pior por minha causa, o que não era verdade. Foi a pior época da minha vida, mesmo mamãe saindo do estado de coma, ela perdeu alguns sentidos, não sei o motivo, mas ela não se lembrava de mim e não queria me alimentar, Felipe ficou revoltado comigo, não chegava nem perto de mim, mas Sheylla sempre conversava com ele sobre esse assunto por telefone. Mesmo estando longe um do outro, eles nunca deixavam de se falar. Pelo menos não antes.

-Então desde os dez anos que Felipe não via Sheylla?

-Calma, eu disse que a história era longa, quando ele voltou para casa, acho que não se adaptou a nossa vida, não que fosse ruim, mas eu ainda era muito pequena, tinha bastante atenção, principalmente dos empregados e ele meio que ficou de escanteio, meu pai se sentia culpado por não ter dado tanta atenção para mim. Independente de qual foi o motivo, Felipe achou melhor voltar para Londres e terminar o colégio, sempre com Sheylla e Josh, uma vez fui visitá-lo na casa de vovó, ele era muito mimado, dava até nojo. Eu era pequena, mas percebia que Felipe tinha um apego a

mais com Sheylla, mas ele ficou arrasado quando Josh a pediu em namoro e como se não fosse piorar, ela aceitou, eles ficaram um tempo namorando, dá pra imaginar como Felipe se sentiu, ele só tinha treze anos, foi quando resolveu voltar definitivamente para casa, eles perderam o contato por alguns anos, mas depois voltaram a se encontrar ocasionalmente, frequentavam os mesmos clubes e faziam as mesmas viagens. -Sheylla ainda estava namorando esse tal de Josh?

-Acho que não, sempre achei que ela também gostasse de Felipe, mas quem está de fora vê melhor, demorou muito para que eles se entendessem, até agora. Ela sempre foi apegada com a nossa família, sempre que surgia uma oportunidade levávamos conosco ás nossas férias, passeios, ela ia passar uns dias na nossa casa, e isso foi crescendo nos corações deles. Espero que continue assim por muito tempo. O bom é que eles se

conhecem bastante, podem se separar por qualquer outra coisa, menos por falta de conhecimento.

-Isso é verdade, que história. Nunca pensei que Felipe fizesse o tipo Don Juan.

-Ele sofreu muito sabendo que o amor da sua vida namorava com o seu melhor amigo, mas amor de verdade só existe um e por ironia ou não, eles estão juntos agora.

-Que legal. História fascinante pode dá um livro. -Pode crer. Victor eu quero conhecer seus pais, agora. -Agora?

-Sim, agora. Eu fico um pouco confusa, você nunca fala deles, como se tivesse alguma coisa, e você mesmo disse que eles iriam gostar de mim, estou pronta para conhecê-los e me apresentar como a futura senhora Oliver.

-Vou ligar para eles, eu prometo. -Obrigada. Pode ser agora? -Agora amor? O que é isso? -Agora, quero ver você ligar.

-Eu vou ligar, tenha calma. Mas não agora, daqui a pouco tá bom? -Victor...

-Daqui a pouco Kelly, não insista. -Tudo bem, daqui a pouco.

-Eu prometo. Eu quero ficar um pouco com você, só nós dois. Está tão bom aqui, você não acha?

-Quanto a isso não tenho o que questionar.

Ficamos ali juntinhos, ele ao meu lado, fazendo carinhos em meu braço, foi dura a tentação de um abraço forte, mas não podia, minha cirurgia tinha apenas horas. Estava quase adormecendo, quando senti que Victor estava se levantando da cama. -Pra onde você vai? – fiz força pra abrir os olhos.

-Vou lá fora um pouco, temos um trato esqueceu? – ele levantou o celular lembrando- me de sua promessa. – mas acho que não vou estar presente quando eles chegarem. -Por quê? – perguntei assustada.

-Preciso resolver algumas pendências, faz quase três dias que não apareço no hotel, preciso ver como estão às coisas.

-Volta ainda hoje?

-Acho que sim, você não vai se livrar de mim tão fácil. – ele beijou a ponta do meu nariz e meu queixo. Saiu feito raio.

Pouco tempo depois do isolamento total Sheylla me livra da tortura deprimente da solidão.

-Oi Cherry. -Oi. Tudo bem?

-Eu que pergunto você está bem?

-Acho que sim, como Victor disse queda em cima de queda, mas nada grave, pelo menos eu acho. Onde está Felipe?

-Saiu agora pouco, acho que com Victor. -Vocês estão bem?

-Sim, melhor impossível.

-Está acontecendo alguma coisa? Estão todos estranhos. – ela pegou em minha mão. -Fica tranqüila, tudo sob controle.

-Não sei por que, mas eu não acredito.

-Você sempre foi teimosa. Mas de verdade, está tudo ótimo.

-Bom saber, estou cheia de confusões. Nada poderá estragar esse momento, os pais de Victor virão me visitar.

-Quando?

-Acho que hoje, não sei ainda, mas estou muito ansiosa. – alguém bateu na porta, era a enfermeira que cuidou de mim.

-Senhorita Andrews, tem alguém querendo lhe ver. -Deve ser os pais de Victor, deixe-os entrar.

Para a minha surpresa não era os pais de Victor, era uma garota loira, não

necessariamente uma garota, tinha mais aparência de mulher, elegante, bem vestida e muito, muito bonita.

-Você deve ser Kelly, acertei? -Desculpa, mas quem é você?

-Ai que indelicadeza da minha parte, me chamo Jessica Benz, prazer. -Kelly, eu vou deixá-las a sós. Depois eu volto.

-Diga a Felipe que depois quero falar com ele. Até mais cunhada. -Eu direi sim, se cuida cunhadinha.

Ela beijou minha cabeça, eu a amava como uma irmã, uma irmã mais velha. Ela também cuidou de mim quando eu ainda era pequena, mesmo tendo a rejeição de Felipe.

-Então, o que você quer comigo? E quem é você realmente?

-Já disse eu me chamo Jéssica e sou a namorada de Victor. Bom, graças á você a ex. -O que você está falando? – com muito esforço tentei me sentar na cama, o impacto da notícia foi de mais para o meu estado de espírito.

-Ele não te contou? Fomos namorados por muitos anos, na verdade desde a nossa infância, éramos pequenos quando nos casamos embaixo de uma figueira, lógico que foi uma mera brincadeira infantil, mas marcou a nossa vida. Acho que você e eu temos algo incomum.

-Não, não temos.

-Pensei que você também o amasse, mas vejo que me enganei.

-É lógico que o amo, está vendo isso aqui? – mostrei-lhe o anel no dedo. – estamos noivos, entendeu?

-Ele me contou esse detalhe insignificante da vida de vocês. Na verdade só passei para lhe conhecer, saber o quanto que você é uma ameaça para mim. – ela sorriu e me olhou fixamente. – percebi que você não me intimida nem um pouco, fosse você tomava

cuidado, muitas coisas acontecem enquanto você está ai, impossibilitada. -Saia daqui agora. Sheylla!!!!

-Não se desgaste minha querida, já estava de saída. Mas desejo um lindo faz de contas para você, não se preocupe, Victor será bem cuidado, eu garanto.

-Vá embora daqui. Sai daqui!! – Felipe entrou na velocidade da luz. Pensei que tivesse saído com Victor. Mas gostei de vê-lo a minha disposição.

-Kelly alguma coisa? O que houve?

-Tira ela daqui Felipe, agora, tira!! – Felipe tentou pegá-la pelo braço, mesmo sem entender absolutamente nada.

-Não toque em mim, já estou de saída.

Ela saiu do quarto, mas deixou marcas da visita desagradável.

-Meu amor o que houve? Fala comigo Kelly. –ele acariciou meu rosto. -Foi horrível Felipe, ela me disse coisas horríveis.

-Você quer me contar o que ela disse?

-Não, eu não quero. Porque ele fez isso comigo? Eu não mereço isso. -O que houve Kelly? Fala comigo. Quer que eu chame Sheylla para vocês conversarem? – fiz que não com a cabeça.

-Não, por favor, não me deixa sozinha, fica comigo Felipe, por favor. – Felipe começou a acariciar meus cabelos levemente.

-Eu fico meu amor, sempre estarei aqui com você. Calma, vai passar. – minhas lágrimas quentes caiam sobre o braço de Felipe, ele parecia nem ligar. Sonhei com esse momento a minha vida toda, deitada junto á Felipe, com ele afagando meus cabelos e cantarolando para que eu dormisse e isso aconteceu, mas não no melhor dia da minha vida.

Dormi profundamente, as lágrimas secaram em meu rosto e atenuaram a dor do meu coração. Um dia, pelo menos um dia, espero ter paz no meu peito, quando tudo estava indo bem, piorou de vez. Era inacreditável.

Quando mamãe chegou tomou a posição de Felipe, senti a diferença das mãos suaves e frias, mas muito delicadas em minha nuca. Acordei com a mudança de colo.

-Quer conversar comigo? -Não.

-Mas Felipe disse que uma mulher veio aqui e você gritou bastante e chorou muito, o que houve Kelly, fala comigo, deixa eu te ajudar.

-Por que só acontece comigo mamãe? Por quê?

-Eu só vou responder quando você me contar o que está havendo. -Eu não quero falar, é tão difícil assim?

-Tudo bem, quando você quiser conversar você fala tá bom? -Acho que sim.

-Que tal ver um filme? Trouxe um ótimo, você vai amar. O seu favorito. -Qual? – perguntei enxugando as lágrimas.

-Shrek.

-Depois eu vejo.

-Tá bom. Antes que eu esqueça, Mariani está ali fora, ela quer... -Mande-a entrar, preciso falar com ela.

-Tudo bem. Te amo meu bebê.

-Também te amo mamãe. – uma lagrima se formou no canto dos meus olhos, que foi descendo suavemente à medida que mamãe me abraçava.

Fiquei sentada na cama por muito tempo, bom, não tanto tempo assim, mas para quem está na minha situação, um segundo é mil anos.

-Oi amiga.

-O que foi Kelly? O que você tem?

-Mariani, foi horrível, ela disse coisas terríveis, eu sei que dessa vez, eu tenho certeza que...

-Do que você está falando?

-Eu vou perder Victor para sempre.

-Como é? Que loucura Kelly, isso não iria acontecer nunca, imagina, Victor te ama. -Ele mentiu pra mim. Ele disse que nunca havia se apaixonado e eu conheci a namorada dele, a namorada de Victor. Você tem noção?

-Me conta essa história completa, não estou entendendo absolutamente nada. -Uma moça muito linda, super elegante, bem vestida, veio aqui, ela disse que se chamava Jéssica e que tinha sido a namorada de Victor, desde quando eram crianças, ela disse que graças á mim eles não estão mais juntos e pediu que eu tomasse cuidado, porque eu não sabia o que acontecia fora desse hospital, que eu não era ameaça nenhuma para ela, foi horrível.

- Que horror Kelly, e por que ela faria isso?

-Se eu soubesse não estaria nessa tortura. –ela se aproximou de mim e falou baixinho. -A única pessoa que pode responder é Victor.

-Não, com ele não falo mais, nunca mais. Eu aceitei que ele me escondesse sobre a vida dele, mas mentir pra mim é de mais. Não dá Mariani. Acabou.

-Vocês não podem terminar, foram feitos um para o outro. -Foi o que eu pensei, mas vejo que me enganei novamente.

- Não é só por isso, pensa Kelly, se você terminar com Victor só vai provar que ela estava certa, é isso o que você quer? Perder Victor para uma qualquer?

-Não, eu não quero isso. Mas ele mentiu pra mim Mariani, ele mentiu.

-Vocês precisam conversar de uma vez por todas. Só ele quem vai dizer se mentiu ou não.

-Mariani você é terrível.

-Mas tenho razão. Viu? Eu te fiz mudar de ideia.

-Tudo bem, eu falo com ele. Mas eu não sei se irá me convencer. -Acho que tem outra coisa que irá fazer você mudar de ideia. -O quê?

-Um presentinho. Olha só, eu estava passeando no shopping com Leonardo e uma coisinha me chamou atenção em particular. Lembra que um dia você disse que sonhava em conhecer pessoalmente os Jonas Brothers?

-Mariani não brinca comigo, pelo amor de Deus.

Ela abriu um leque de quatro papéis quadrados com quatro pulseiras vermelhas. -Eles virão fazer um show aqui, em Nova York, semana que vem, tenho quatro convites. Um para você, outro pra Victor, é claro, um para Leonardo e outro pra mim.

-Eu te amo amiga, muito. Não sei o que dizer, só tem uma coisinha. Eu não posso sair, vou ficar alguns dias aqui, acho que não vai dar tempo.

-Isso é mole, lembra quando você ficou doente na mesma semana do show da Avril e você fingiu estar boa só pra ir? É só bancar a atriz novamente, isso você sabe fazer muito bem.

-Tudo pelos Jonas. Meus queridos Jonas Brothers.

Gritamos tanto, que parecia que o quarto fosse á baixo. Estava nas nuvens, os meninos mais gatos da América, essa era a minha chance, esqueci até da minha recuperação. Pra quem não podia falar muito, não estava cumprindo tanto as regras assim.

Victor entrou com um sorriso imenso e um lindo buquê de jasmins. Foi cruel para quem já estava decidida a romper.

-Até Mariani.

Ela saiu e deu um abraço em Victor, por incrível que pareça, gostei de ter visto isso, foi bom para o meu ciúme bobo, sem cabimentos, pelo menos com Mariani, ela seria incapaz de me trair. Não posso dizer o mesmo de Victor e daquela coisa.

-Meu amor, estava morrendo de saudade. – ele se inclinou para me beijar, mas com muito esforço virei o rosto.

-Já sei, lá vamos nós de novo. Qual é o dilema dessa vez? – ele sentou na beira da cama, ainda com as flores da mão. – Antes de você falar, preciso colocar essas flores no vaso, caso você fique brava e jogue-as em mim. São lindas de mais para ser desperdiçadas á toa.

Tentei segurar um sorriso. O que fez minha boca ficar torta. Ele era impressionante. Apaixonante era a palavra certa.

-Pronto amor, pode falar o que aconteceu?

-Victor não mente pra mim, por favor, por que você faz isso?

-O que eu fiz Kelly? Meu amor, eu sai pra comprar flores, estava tudo bem, o que há de errado nisso? Qual é a mentira?

-Você me contou que nunca havia se apaixonado, que não tinha namorada porque não tinha tempo para isso.

-Sim, isso é verdade, onde está à mentira na historia? -Então, quem é Jessica Benz? –ele se contraiu. -Como você sabe sobre ela?

-Viu? Essa era a mentira. Acontece que eu sei, mas não foi por você. Ela veio até aqui e disse coisas horrendas, falou coisas que, sinceramente, eu acreditei. Ela me contou que vocês namoraram desde crianças, chegaram a se casar de brincadeira é lógico, mas casaram.

-Kelly isso é mentira. Você é tão ingênua que acredita. Jessica é aquela amiga da qual te falei, fomos criados juntos, como irmãos, ela me ajudou na morte de Lucas, na verdade, ela queria sim que namorássemos, mas eu nunca quis e nunca a amei da forma que ela dizia amar, a única pessoa que é capaz de fazer meu coração bater mais forte...

Ele pegou meu queixo e levantou a minha cabeça.

-Olha pra mim Kelly, essa pessoa é você meu amor. Nunca existiu ninguém e nunca irá existir.

-Tem certeza? Ela é muito bonita. –ele deu uma risada de deboche.

-Eu conheço Jéssica desde quando éramos crianças, ela nunca despertou nada em mim, fomos criados como irmãos, coloque uma coisa na sua cabeçinha, só tem você meu amor, só você. E por favor, não vamos mais brigar, já estou cansado de ver você chateada comigo. O que eu posso fazer para você se redimir? Eu faço qualquer coisa. -Qualquer coisa mesmo?- levantei as sobrancelhas esperançosas.

-O que você tem em mente?- ele sorriu.

Contei-lhe tudo sobre os ingressos, sobre o show, sobre os Jonas Brothers, tudinho. Ele fez uma cara feia de reprovação.

-Você disse que faria tudo. – falei.

Ele sorriu novamente, aquele sorriso que me faz derreter por dentro, meu coração acelerar, minhas pernas adormecerem, as mãos soarem, e várias, muitas borboletas cantarem no meu estômago. Aquele sorriso que iria compartilhar o resto da minha

vida. O motivo pelo qual eu seria capaz de dar a vida, de fazer loucuras, só para deixá- lo mais próximo de mim. O sorriso do homem que eu amava que fazia parte de mim e que nada nem ninguém seriam capazes de interferir, não mais.

-Eu não faria Kelly, eu faço. Então é isso, vamos ao show. Quando será?

-Semana que vem. Eu preciso fingir estar recuperada, preciso convencer meus pais de que seria boa uma mudança de ares, quem sabe ir á praia, coisa assim, mas eu tenho um plano B, caso esse não venha dar certo.

-OK. Você manda. – ele pegou minha mão e a beijou. – você disse que queria conhecer meus pais, certo?

-É o que mais quero.

-Eles estão na sala, vou chamá-los, nem precisei ligar para eles, vieram por conta própria.

-Espera Victor, como eu estou? Essa roupa está legal? E o meu cabelo? -Calma Kelly, você está perfeita, como sempre. Relaxa.

-Sua opinião não vale.

-Vale mais que qualquer uma. Você sempre foi linda, com esses olhos castanhos tão meigos, que eu amo. Essa pele rosada que me faz suspirar, esse cabelo lindo de princesa e essa pureza de um anjo. Você é toda linda meu amor.

-Chega isso é de mais pra mim, você mente que a vergonha não sente.

Ele sorriu novamente e saiu. Tentei arrumar meu cabelo, infelizmente não daria tempo trocar de roupa, me cobri com o lençol que minha mãe havia comprado nas férias, tinha meu nome bordado. E era rosa, o que o deixava mais charmoso.

Primeiro entrou uma mulher, ela era simplesmente deslumbrante, sua pele era

surpreendentemente alva, seus cabelos até o ombro impecavelmente preto, os olhos cor do céu, Victor era muito lindo, mas com certeza não havia herdado a metade da beleza da mãe, ela era incrivelmente bela. Fiquei até sem jeito a sua frente.

-Kelly?

Abri um sorriso. Um pouco desconcertada confesso.

-Victor, ela é linda. – linda eu? Ela não tinha espelho em casa não? -Obrigada senhora.

-Michele, me chame apenas de Michele. Ainda estou encantada com a sua beleza, mesmo estando doente, você é incrível.

No documento Kelly Andrews Por toda a minha vida (páginas 117-143)