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Capítulo Quinze

No documento Kelly Andrews Por toda a minha vida (páginas 101-108)

Estava tudo escuro, apenas uma luz no topo fazia meus olhos permanecerem fechados, como se todas as minhas forças estivessem dedicadas á luta interminável de mantê-los abertos. Meu corpo não conseguia identificar a dor, de onde vinha, a intensidade, a gravidade. Como se eu tivesse sofrendo por longas eras cruéis. Alguma coisa como que um tubo estava me deixando sufocada, um pregador em meu dedo parecia dar choque em cada movimento meu. Alguém estava me afagando e chorando bastante, algumas lágrimas quentes caiam sobre meu rosto á medida que se debruçava para me beijar. Tentei afastá-lo com a minha mão, mas uma coisa presa em meu dedo pesava mais que meu corpo inteiro, uma pedra gélida chamava atenção de meus olhos mortos.

Foquei o alto do teto com os olhos meio fechados, não tinha mais forças para abri-lo nem que seja um milésimo de um milímetro sequer. A pessoa estranha continuava a afagar-me o rosto e beijar-me a testa. Apenas um nome passava por minha cabeça, o nome da pessoa que sonhei. No sonho andávamos pela noite, sempre abraçados, o nosso amor era maior que qualquer coisa que poderia existir na terra, maior que o próprio amor. Foi tão real que quase morri quando percebi que tinha acordado do sonho, poderia ficar ali por toda a minha vida. Victor. A pessoa com quem sonhei se chamava Victor.

Fiz força para aumentar algum dos meus sentidos. Estava ouvindo tão distante o meu nome que se não o tivesse vendo aposto que estava a vários metros de distância. Ele se contraiu, não sei se percebeu que eu o estava olhando, mas foi como se alguém tivesse dado um chute nas costas.

-Fica firme Kelly, se esforce pra manter ser coração batendo, eu te imploro.

Quem era ele e porque ele estava se dedicando tanto á minha vida? Pra falar à verdade o que aconteceu comigo? Porque meu corpo está dormente e dolorido ao mesmo

tempo? Minha pulsação estava ficando mais forte e por um segundo pensei que fosse morrer sem ar quando ele se debruçou pra me abraçar. Tocou o anel em meu dedo, rodando-o várias vezes, afagou meu rosto com a ponta dos dedos brancos e macios, abri os olhos meio milímetro e pude ver o azul vivo dos seus olhos misturados ás lágrimas, será ele? Será o amor da minha vida, a pessoa com quem sonhei? Não, sonhos não podem tornar-se realidade da noite pro dia. Ou podem?

De repente a dormência passou e uma enorme pontada nas minhas costelas me fez despertar, a dor foi tão grande que provavelmente pulei três metros da cama para livrar-me dela.

Preferia mil vezes ser atacada por uma flecha a curta distância e depois ser atingida por milhares de facas rasgando meu corpo, seria uma dor bem mais agradável. Alguém poderia me livrar dessa tortura interminável? Depois percebi que não tinha movido um centímetro da cama, fora apenas impressão. A dor não passava, estava aumentando cada vez mais. Por favor, meu amor, eu te imploro, me ajude...

-Vic... – não tinha mais forças, todas estavam concentradas em manter a dor menos insuportável, meus dentes estavam trincados para não gritar, se abrisse a boca nem que seja um centímetro sequer poderia duplicar a dor constante. Puxei as forças estagiárias do meu corpo, na verdade fiz um empréstimo, precisava repor assim que pudesse. Porque ninguém poderia me ouvir? Ele estava tão apoiado no meu corpo, deveria sentir o movimento da minha caixa torácica tentando reprimir a dor.

-Victor! – soou tão baixo que quase que não conseguia ouvir. Mas ele ouviu alto e em bom som.

-Kelly? – ele olhou em meus olhos.

-Kelly pelo amor de Deus, o que está acontecendo? Você falou?

-Victor... – era ele sim, o homem dos meus sonhos, o lindo homem o qual entreguei meu coração e minha vida foi junto.

-Eu não acredito, estou aqui meu amor, fala comigo.

-Dor... – iria falar sim, assim que me livrasse de toda aquela dor. Estava falando entre os dentes, não sei como ele podia ouvir.

-Claro meu amor, aguenta firme vou chamar Vicente, ai meu Deus eu não estou acreditando.

Ele se afastou alguns passos, colocou a cabeça na porta e gritou, todas as forças que precisava para gritar por conta da dor ele usou para me socorrer. Antes dos médicos chegarem ele pegou o telefone, a pessoa com quem ele estava falando se chamava John, será meu pai? O que aconteceu comigo para que meus pais viessem de viajem? Menos de dez segundos uma equipe inteira chegou e logo tirou Victor da sala.

O médico passou uma coisa parecida com uma caneta nos meus olhos com uma luz insuportável.

-Siga a luz Kelly, pode fazer isso?

Poderia se não estivesse tentando manter toda a minha concentração na dor, para que ela não se espalhasse pelo resto do corpo que permanecia dormente em algumas partes. Não movi os olhos, nem os bati.

-Kelly você precisa colaborar, é difícil sim, eu sei, mas precisa ser forte, seu namorado está lá fora esperando você, faça isso por ele. Acompanha a luz com os olhos OK? Ele repetiu o processo cinco vezes. Já estava me cansando disso. Uma enfermeira tirou a mangueira grossa que passava por meu pescoço e entrava no nariz, mas substituiu por uma mais fina, que vinha da nuca para o nariz, essa não incomodava tanto. Fizeram uma bateria de exames, durante um Raio X dos ossos adormeci. Foi como se nunca tivesse acordado do sonho, continuou de onde tinha parado. Victor e eu

estávamos sob a luz do luar, abraçados e fazendo planos, ele usava um casaco preto, estava muito frio, seu cabelo balançava de acordo com o vento, um som de um piano no fundo deixou meu sonho um pouco real.

-Kelly? Pode me ouvir?

Tentei abrir os olhos, mas não consegui, não queria nem por um segundo me livrar daquele sonho.

-Kelly? Responda se pode me ouvir.

Levantei o dedo pesado com uma pedra sobre ele.

-Vamos levantar a cama um pouco, se você ficar tonta ou enjoada faça um sinal que pedimos pra parar.

-Vic...

-Victor está lá fora, sua família, seus amigos, todos estão lá fora esperando você. Precisa voltar pra eles, é o que você quer não é?

Levantei o dedo novamente.

Uma moça começou a levantar a cama, a sala inteira girou, mas não fiz sinal nenhum, não queria ficar nem um segundo a mais naquele hospital, mas precisei ser forte porque a dor piorou, dessa vez não deu tempo reprimir o grito e expressei toda a súplica. Foi muito forte, dessa vez vi e ouvi que foi real.

-Kelly o que houve? -Dor...

-Onde? Pode mostrar?

Não, eu não podia. A dor fora multiplicada por mil e somada com cada grão de areia. Não tinha como suportar, alguém colocou uma agulha no meu braço e em questão de segundos eu adormeci.

Por um momento fiquei feliz, não pelo alívio instantâneo da dor, mas por que assim poderia continuar a sonhar, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, dessa vez meu sonho foi completamente diferente. Estava tudo muito escuro, alguém estava chorando sentado ao chão, homem ou mulher, não faço a mínima ideia de quem fosse. Estava com a cabeça entre as pernas, lamentava com algo ou com alguém.

De repente levantou o rosto que estava completamente deformado. Tomei um susto e acordei.

Tudo ao meu redor mudara. Estava num quarto mais claro e vazio, ao meu lado tinha um criado mudo com muitas fotos, um porta retrato em particular me chamou atenção, era uma foto de Victor na praia banhado com a luz do sol se pondo, ele era

perfeitamente maravilhoso. Tinha fotos de Felipe, meus pais no Havaí, Mariani e Leonardo. Todas as pessoas que eu amava estavam perto de mim, um buquê de jasmim aumentava o aroma do local, tentei pegar uma das flores, mas fui ofuscada com o brilho do anel reluzente no meu dedo. Tinha uma pedra enorme no meio, pelo peso só podia ser diamante, o anel em si era dourado, com muitos detalhes ao redor. Não me lembro de ter tido um anel assim antes.

Prestei mais atenção ao meu redor, uma mesa redonda com um jarro de flores diversas bem no meio da sala, um sofá no canto e várias cadeiras espalhadas, parece que recebi visitas enquanto dormia. O quarto estava completamente enfeitado com balões e ursos, tinha um que provavelmente fosse maior que eu. Fruto do exagero do meu pai aposto. Enquanto ainda estava admirando o local, o médico entrou. Ele era um homem de uns quarenta e tantos anos, tinha cabelos grisalhos, parecido com os cabelos do meu pai, olhos verdes e nariz úmido. Ele era muito engraçado, não de forma palhaça, mas engraçado de se olhar.

-Olá Kelly, como vai?

Não falei absolutamente nada. -Kelly?

Levantei as sobrancelhas. -Responda, está sentindo dor? Fiz que não com a cabeça.

-Você prometeu colaborar com os exames, se não falar vou achar que está pior e levarei você de volta...

-Não. – disse baixinho.

-Ótimo, faremos alguns exames simples, apenas para avaliar como está sua memória. Você vai colaborar?

-Sim.

-Promete mesmo?

Ele estava parecendo uma criança grotesca. -Prometo.

Ele pegou uma prancheta grande e começou a escrever. -Você sabe onde está?

-Sim.

Ele riu. – Quero respostas objetivas, onde você está? -Hospital. – fitei meus olhos mais uma vez no teto. -Sabe o que aconteceu?

-Eu cai. Eu acho.

-Não Kelly, você sofreu um acidente muito grave, ficou muitos dias desacordada, mas esta tudo bem agora, você vai sentir algumas dores.

Abri os olhos três vezes maiores do que o tamanho original. Outra vez aquela dor, não poderia aguentar.

-Calma, não tão forte, um pouco desconfortável, mas dá pra suportar, você quebrou a clavícula, por isso sente tantas dores, mas já tomamos providencias referente a isso. -Onde está Victor?

-Gostaria de vê-lo? -Quero.

-Só um instante. – ele pegou o telefone que estava pregado na parede atrás da minha cama e mandou que chamassem Victor.

Poucos segundos ele entrou pela porta á minha frente. O tempo que passei

desacordada fez com que o céu mudasse de cor, o ar ficasse mais frio, os pássaros cantassem mais, e Victor ficasse mais belo.

-Meu amor. – ele me beijou. Não um beijo na testa vazio, mas um beijo repleto de amor, ternura e dedicação.

-Victor.

Ele tentou me abraçar, mas me contrai com o aperto dos seus braços. -Dói.

-Desculpa, estou muito... - ele suspirou como se tivesse tentando reprimir uma lágrima. – Eu te amo minha doce princesa.

E nos beijamos novamente, por um segundo esquecemos completamente de que não estávamos sozinhos, o que fez meu rosto corar.

-Podemos continuar com os exames? -Sim senhor.

-Ual, que evolução. Duas palavras, isso é bom. Agora quero que você me responda em que mês nós estamos.

-Julho. Eu acho. – olhei para Victor, ele estava fitando-me seriamente. Vicente sorriu novamente e perguntou: - Quem é esse que está do seu lado? -O amor da minha vida. – beijei Victor novamente.

-Você está perfeita Kelly, nem parece que sofreu um acidente, vou pedir que seus pais e seus amigos entrem, eles estão ansiosos para lhe verem.

-Tá bom.

Senti um frio na barriga, ter Victor ao meu lado novamente fez com que meu coração acelerasse de novo. As borboletas no meu estômago estavam descontroladas. Ele se debruçou na cama para me beijar, coloquei meu dedo polegar em sua boca, impedindo o ato.

- O que houve?

Levantei a mão e mostre-lhe o dedo. Ele ficou um pouco assustado, mas eu fazia ideia do que se tratava.

-Victor, eu diria sim em todas as línguas se assim soubesse, mas digo sim, por toda a minha vida eu quero ter você pra mim, só pra mim, sempre, sempre, sempre.

- Meu amor, eu te amo tanto. - ele beijou minha mão novamente, quando estava vindo na direção do meu rosto abriram a porta e ele apenas beijou a minha testa.

- E como está essa princesa linda? – falou papai.

-Estou bem papai, um pouco de dor, mas nada do que reclamar.- sorri.

-Que susto que você nos deu meu bebê. Ficamos muito preocupados com você, graças á Deus que tudo passou.

-Foi só um susto mamãe, nada de mais. – olhei por trás do ombro de mamãe, Felipe estava em pé de mãos dadas com uma garota loira linda.

-Não. – Balbuciei.

-O que foi minha filha? Tá sentindo dor?

-Eu não acredito que é você Sheylla. –abri os braços.

-Pensei que não fosse me reconhecer, faz tanto tempo que nos vimos você ainda era uma criança.

-Mas lembro perfeitamente de você. – olhei mais uma vez para Felipe, ele estava com os olhos nadando em lágrimas.

-Fiquei muito preocupada com você, mas graças á Deus está tudo bem.

-Parece que faremos parte da mesma família. – ela se inclinou para falar algo em meu ouvido, e sussurrou baixo.

-Espero que sim.

Mariani estava tão assustada que não conseguiu falar uma palavra sequer. O clima estava muito monótono, até que Leonardo sempre extrovertido, lembrou a todos que tínhamos um DVD para assistir.

-DVD? –Victor tocou meu braço.

-Sim meu amor, fui forçado a me formar e resolvi, quer dizer, Mariani resolveu por mim, que seria melhor filmar para quando você acordasse pudesse ver.

-Só podia ser Mariani, estou louca pra ver.

O Central Park estava lotado, Mariani havia filmado tudo mesmo, desde o nervosismo de Victor até o êxtase da família dele. Fiquei admirada em como à senhora Oliver era linda, agora sei onde Victor herdara tanta beleza.

Quando o evento começou uma mulher muito bem vestida por sinal entrou no palco e anunciou os formandos, o meu amor estava deslumbrante á frente da orquestra. Sempre soube que ele cantava perfeitamente bem, mas tive plena certeza quando ele começou a cantar minha musica favorita e ofereceu á mim.

Acho que continuo dormindo e que tudo isso não passou de um sonho. Foi tudo tão perfeito, tão lindo, eu não merecia tantos presentes, só em ter minha família, meus amigos e o amor da minha vida ao meu lado eu não precisava de nada, já tinha tudo que qualquer garota gostaria de ter.

- O que achou filha?

-Pai foi tudo tão... - Lágrimas quentes envolveram meu rosto, descendo por meu pescoço. – Perfeito.

-Ele é um ótimo músico minha filha, todos ficaram admirados com a magnífica apresentação.

-Eu sei papai, ele é ótimo e eu o amo. -Percebi.

- Queria agradecer á todos pelo maravilhoso presente, nem sei o que dizer. –Olhei para o fundo da sala, Mariani estava banhada em lágrimas. Abri meus braços para abraçá- la, todos saíram da frente.

-Espero que não fique com raiva de mim por não ter ido fazer compras esses dias todos. -Quanto a isso... - Ela se endireitou na cama, Victor ficou um pouco envergonhado. – acho que encontrei uma companhia melhor.

-Quem? Vai dizer que fez as pazes com Elizabeth?

-Elizabeth? Não, muito melhor e tem olhos azuis por sinal.

Não foram exatamente ciúmes, mas não posso dizer que estava feliz por meu noivo estar saindo para fazer compras com a minha melhor amiga, se bem que eu estava em falta com ela sobre Leonardo. Não queria magoá-la dizendo o quanto que fiquei chateada por ela estar saindo com Victor, por um lado fico feliz por eles estarem se dando bem.

-Fico feliz.

Victor percebeu que eu havia mudado de humor, eu estava séria o tempo todo. Mas não podia negar para mim mesma, estava com ciúmes sim.

-Vamos sair um pouco pessoal, Kelly parece cansada, não pode se esforçar muito. Depois voltamos.

-Pai!

-Oi princesa.

-Quero falar com Victor a sós.

-Lógico. Vamos gente. Até mais minha princesinha linda. – ele beijou minha testa também, depois recebi milhares de beijos na testa e na bochecha.

Victor continuava imóvel sentado ao meu lado na cama, como se tivesse adivinhando a conversa que teremos.

-Gostou de fazer compras com Mariani? Ela é muito exigente. – passei a mão no seu braço.

-Está com ciúmes? Pode falar Kelly, está com ciúmes de Mariani, é isso?

-Não estou com ciúmes, é um pouco diferente, eu queria ter ido ao shopping com você. Só isso.

-Você mudou Kelly, eu percebi, na verdade todos perceberam inclusive a própria Mariani.

-Tá bom, eu fiquei sim, mas isso é normal.

-Mariani é a sua melhor amiga, precisa da sua confiança, e o que te faz pensar que um dia irei te trocar? Ciúmes é a falta de confiança, se eu não tiver a sua confiança o que estamos fazendo aqui?

-Calma Victor não foi nada de mais, não precisa ficar chateado comigo.

-Não estou chateado com você meu amor, não estou. Só estamos conversando, mas vou lhe pedir um favor.

-Tudo bem, o que é?

-Prometa que vai pedir desculpas para Mariani, ela ficou constrangida e com razão. -Eu prometo. Desculpa também Victor, foi impensado, mas fiquei feliz por você ter se divertido um pouco.

-Ela é muito divertida sim, fizemos tantas coisas legais, ela me ouviu e pra você ter uma ideia, foi ela quem me convenceu a comparecer á formatura, caso contrário hoje não seria nada.

-Sua formatura foi linda, pena não ter estado lá com você.

-Mas você estava sim. – Ele colocou a mão no peito. – Bem aqui, no coração. Beijamo-nos ternamente como fazíamos antes. Já estava com saudades do calor dos seus lábios, da pele suave e surpreendentemente alva, dos seus cabelos negros

descendo pelo pescoço com um corte muito bem feito e lógico, dos seus olhos azuis cor de céu ao entardecer.

-Nossa!

-Me desculpa você está cansada, mas estava morrendo de saudades de você e dos seus beijos.

-Não é isso, é que nunca nos beijamos assim antes, não com tanta intensidade. Foi ótimo eu amei, e... – me inclinei para beijá-lo novamente. – Acho que quero mais. Ficamos alguns minutos abraçados na cama, ele cantarolando baixinho pra mim, parecia uma canção de ninar.

-É uma das músicas de Tchaikovsky? – dei um sorriso.

-Não, é uma das músicas de Oliver. – ele abriu meu sorriso predileto. -Sua? Que versátil.

-Foi minha agora é sua. Como o meu coração, era meu, mas agora é seu. Tudo o que eu tenho e tudo o que sou é tudo seu.

-Victor...

-Não quero esperar mais, casa comigo Kelly.

-Você está louco? Ninguém sabe sobre isso, você acha que John Andrews vai permitir que sua única filha se case aos dezessete anos?

-Então prometa que quando fizer dezoito anos você irá se casar comigo. -Mas já é mês que vem.

-Tempo de mais, você não entende? Eu não vou esperar nenhum minuto a mais para ter você comigo pelo resto da vida.

-Eu prometo, com uma condição. -E qual é?

-VOCÊ quem vai contar para Felipe.

Ele deu uma gargalhada. Não era essa a reação que eu esperava, pensei que ele fosse hesitar ou ficar assustado, coisa do tipo, menos rir da situação;

-Então essa é a sua condição?

-Sim, eu falo com meus pais e você se encarrega de contar a Felipe. -Vai ser moleza.

-Hum...

-Você é muito linda sabia? Eu sou o cara mais sortudo do mundo. -O que é isso? Um delírio?

-Não. É amor, todos esses dias eu fiquei te admirando, você é tão linda, principalmente dormindo, eu quero acordar um dia e ter você ao meu lado, quero levar café da manhã na cama, quero te fazer a pessoa mais feliz do mundo.

-Mais eu já sou, será que você não percebe?

-Fico feliz por saber, mas você merece mais, muito mais. E nos beijamos novamente.

-Também quero te fazer um pedido, eu posso? -Pode é lógico, o que você desejar eu te darei.

-Queria que você passasse a noite aqui comigo. - Ele levantou uma sobrancelha maliciosa. – Não é nada disso, deixa de ser bobo, queria ficar juntinha de você,

No documento Kelly Andrews Por toda a minha vida (páginas 101-108)