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—O que você acha de um presente, mamãe? Dei-lhe um esboço de minha pilha de novos modelos. Era um vestido com uma cintura assimétrica e franzida. —Eu projetei com uma noiva plus-size em mente, mas eu acho que seria ótimo em uma mulher menor também.

Mesmo tendo sido forçada a deixar de lado o meu sonho de ter minha própria etiqueta de modelos de noiva para assumir os negócios da família, eu não tinha parado de desenhar. Eu tinha conseguido criar e produzir um punhado de vestidos que tinham sido incrivelmente bem recebidos na imprensa local e até mesmo por algumas das revistas de noivas de circulação nacional. Imaginei que o meu objetivo de um império de criação para noivas podia demorar mais alguns anos para conseguir, mas agora que eu estava no caminho, não ia desistir.

Ela agarrou o papel na sua mão direita, aquele com o aperto falho, mas não deixou cair. Todos os dias, ela se esforçava mais, na esperança de recuperar o máximo de suas capacidades físicas quanto possível. Sua luta para a recuperação nunca deixou de me surpreender.

Mais uma vez, ela tinha me mostrado o quão profundo o seu poço de força interior era, e me fez incrivelmente orgulhosa de tê-la como minha mãe.

Depois de um minuto de estudo, ela finalmente deu sua opinião.

Eu estava tão acostumada a sua maneira calma em pronunciar que eu quase não notava mais isso nos dias de hoje.

—Você vai usar seda?

—Sim.

—E a cauda?

—Eu pensei em um estilo longo.

—É um bom equilíbrio. —Ela concordou. Passando os dedos sobre o design, ela comentou: —É muito bonito.

—Mas?

Ela hesitou. Se era seu atraso na fala causado pelo acidente vascular cerebral ou uma mãe tentando escolher cuidadosamente a sua crítica construtiva, eu não poderia dizer.

—Este é um vestido para uma menina com curvas. Você acha que ela precisa mostrar tudo isso? —Sua mão trêmula apontou para o peito.

—Este decote? É demais para uma igreja!

Eu lutei contra a vontade de revirar os olhos para suas ideias antiquadas.

—Mama, nem todas as noivas se casam em uma igreja. Algumas delas são orgulhosas de tudo isso. —Fiz um gesto em direção ao meu próprio busto generoso. —O que há de errado em colocar as meninas para mostrar?

Ela clicou os dentes.

—Realmente, Bianca!

Eu ri.

—Vamos, Mama. Nem toda noiva quer laço do pescoço aos pés.

—Eu só estou dizendo que algumas meninas gostariam de manter um pouco de mistério. Mostrar um pouco de modéstia. —Acrescentou ela. —Desenhe uma segunda opção de busto. Algo com as mesmas linhas limpas, mas mais elevadas. Dê as noivas uma escolha.

Confiando em seu instinto, eu peguei o esboço de volta e coloquei em uma pilha diferente na minha mesa.

—Sim, senhora.

Ela apontou para as revistas empilhadas no canto.

—Catálogos de damas?

Eu balancei minha cabeça.

—Não, eles são, na verdade, vestidos de debutantes.

As sobrancelhas da minha mãe se arquearam.

—Entendo.

—Mama. —Eu disse com cuidado. —Eu não sei se você notou, mas o bairro por aqui está mudando. A população latina está crescendo

e as festas de aniversário de 15 anos são um grande negócio. Já nos encomendaram quatro vestidos de debutantes e vestidos de baile. Por que não adicionar um ou dois vestidos assim no nosso catalogo?

Sempre uma empresária, ela perguntou:

—Você já verificou os custos?

—A maioria dos nossos fornecedores já têm linhas especificamente para isto, então garanti alguns descontos fantásticos e preços de atacado. Se o volume de vendas for alto o suficiente, eu poderia procurar alguns designers diferentes para oferecer uma seleção mais ampla.

—E sobre marketing? Promoções?

—Você conhece minha amiga Benny? A proprietária da padaria mexicana a poucos quarteirões?

—Sim.

—Ela se ofereceu para me deixar colocar materiais promocionais em sua loja. Ela já me colocou em contato com alguns organizadores de eventos que fazem muitas dessas festas.

—E a publicidade?

—Estou pensando em meninas em vestidos de Cinderela com grandes saias armadas e tiaras lindas. Eu já conversei com o fotógrafo que usamos para a última sessão promocional sobre montar um pacote de impressão e um comercial para as redes locais. Ele fez muitas fotos para debutantes, e conhece bem o mercado e tem uma enorme lista de contatos para que eu use. —Apertei a mão de Mama. —Isso vai ser ótimo para o negócio.

Ela sorriu para mim e deu um tapinha minha mão. —Eu confio em seus instintos. Você praticamente cresceu nesta boutique. Você conhece o negócio por dentro e por fora. — Seu olhar se tornou melancólico enquanto olhava ao redor do escritório. —Você se lembra de quando nós começamos e estávamos naquele minúsculo e apertado espaço da loja, na esquina?

—Não. —Eu admiti. O negócio tinha chegado tão longe desde então e agora ocupava um andar inteiro em um prédio de três andares onde fazíamos tudo, desde a concepção à criação.

—Bem... Você tinha apenas quatro anos, mas, meu Deus! Você mexia em tudo. — Ela riu baixinho. —Eu nunca vou esquecer o dia que você cortou um jersey estampado para fazer um vestido para sua boneca.

—Agora eu me lembro. Eu tinha seis anos?

Ela assentiu com a cabeça.

—Isso mesmo. Nós tínhamos acabado de trazer Maggie como costureira, eu acho.

Rememorando épocas mais felizes fez meu peito doer. Mama deve ter percebido a minha tristeza porque ela esfregou meu braço.

—Eu não sei por que dizem que fica mais fácil, isso não acontece.

Eu coloquei minha mão sobre a dela e tentei imaginar o que deve ter sido perder o marido e o filho, um por dirigir alcoolizado e o outro por um ato insensato de ódio e violência. E pensar que ela tinha superado tudo isso para apenas para ser atingida por um golpe que quase a matou! A vida era tão injusta às vezes.

—Faz 10 anos no próximo mês.

O ligeiro tremor na sua voz tranquila trouxe lágrimas aos meus olhos. Olhei para longe e rapidamente pisquei para limpar a umidade pungente que ameaçou derramar sobre meu rosto. Pensando na terrível tarde, quando aquele monstro tinha atirado em meu irmão no peito, trouxe de volta as piores memórias. Recusei-me a deixá-las ressurgirem e arruinar a nossa tarde.

Limpando a garganta, eu perguntei:

—Você quer fazer algo especial?

—O reverendo mencionou a possibilidade de um serviço memorial. Pensei que poderíamos ver se alguns amigos de Perry gostariam de vir. Você manteve contato com Kevan, não é?

Eu atirei-lhe um olhar.

—Você sabe que nós já namoramos por um tempo.

—Eu pensei que vocês dois tinham terminado em fevereiro?

—Terminamos.

—Então, quem lhe deu essa chupada de amor?

Meu rosto pegou fogo, quando toquei no ponto que pensava estar bem escondido pela gola do meu vestido e o colar duplo de pérolas.

—Bem! Isto é embaraçoso.

Mama sorriu maliciosamente.

—Então, qual é o nome dele?

—Sergei.

Ela pareceu surpresa.

—O menino russo que você me falou?

Eu ri com a ideia de Sergei sendo chamado de menino.

—Ele é um pouco maior do que a sua ideia de menino, Mama.

—E mais perigoso?

Suspirei e esfreguei o lado do meu rosto.

—Eu não sei. Eu pensei que sabia quem ele era, mas agora? —Eu balancei minha cabeça. —Eu não tenho tanta certeza.

—Parece que você deveria estar mais focada no que ele é em vez de quem ele é.

—Pode ser.

—Você gosta dele?

Não havia como negar o que ela podia ver.

—Sim.

—Talvez seja um pouco mais do que apenas gostar dele?

—Pode ser. —Eu não estava pronta para me comprometer com qualquer outra coisa. —Ele é... Tenaz. Sinceramente estou surpresa que ele tem me esperado por tanto tempo. Eu tinha certeza de que ele ia encontrar alguém melhor ou...

—Melhor? —Mama se esticou. —E quem no mundo é melhor do que a minha menina?

—Você sabe o que quero dizer, mamãe.

—Não, eu não. Você é bonita, inteligente, bem sucedida e talentosa. Mostre outra mulher que pode projetar vestidos, gerir uma empresa, cantar música gospel e cuidar de sua mãe, como você faz.

—Bem…

—Não há melhor para ele, querida. Há uma razão para este menino ter sido tenaz. Ele reconheceu uma mulher que vale esperar quando viu uma.

Passei o dedo na borda da mesa.

—Como sei se estou pronta para ser pega?

Ela sentou-se para frente e segurou o meu olhar.

—É disso que se trata? É por isso que você nunca leva a sério com qualquer um desses meninos agradáveis? Você tem medo de compromisso?

—Não é o compromisso que me assusta. Eu quero o que você e papai tinham.

—Mas você está com medo de ser deixada para trás. —Ela adivinhou.

Como de costume, ela tinha batido o prego direto na cabeça.

Todo homem que eu tinha amado havia sido tirado de mim. A ideia de dar meu coração a qualquer homem me assustava.

—Eu assisti o que isso fez com você após o papai morrer por que estava bêbado.

Mama soltou um longo suspiro, lento.

—Perder o seu pai foi terrível. A dor foi indescritível. —Ela segurou minha mão. —Mas tudo antes disso? Oh, querida, você não quer perder todo esse amor e felicidade. Se a minha vida me ensinou alguma coisa, é que tenho que viver cada dia ao máximo. — Ela tocou meu rosto. —Sem arrependimentos, menina.

Ela nunca tinha me guiado mal com seus conselhos, mas eu não sabia se estava pronta para aceitá-lo ainda.

—Este menino, Sergei?

—Sim?

—Ele é um gangster?

—Ele parece ter alguns interesses comerciais legítimos, e acho que, tanto quanto suas possíveis ligações criminosas, ele é principalmente legalizado, mas…

—Isso é tudo o que ele quer da vida?

Eu dei de ombros.

—Eu não sei. Tenho a sensação de que ele quer algo mais, algo melhor.

—Então eu acho que você tem que tomar uma decisão, se está disposta a esperar por ele, fazer as mudanças que você precisa.

Ela estava certa. Depois de ontem à noite, porém, não ia ser fácil romper com ele. Isso não era simplesmente o brilho de todo o sexo fantástico que tivemos. Eu reconheci que nós dois compartilhamos uma conexão que era impossível de ignorar. Havia tanta possibilidade em nosso relacionamento se eu fosse corajosa o suficiente para dar uma chance, o suficiente para aceitar quem e o que ele era agora, não o que ele poderia ser em um ano, dois ou três.

O desejo de falar com Vivian era forte. Se alguém pudesse me ajudar a resolver os meus sentimentos conflitantes em relação a Sergei era ela, mas o gigante russo que me tinha presa em sua armadilha de amor estava sempre a guardando. Como no mundo eu poderia ter alguma privacidade com Vivian?

Confusa por aquele pequeno dilema, eu levei a minha mãe de volta para o apartamento dela e fiz com que ela tivesse tudo o que precisava para a noite. Eu esperei sua enfermeira chegar para fazer o check-in com ela antes de sair. Mesmo sabendo que ela estava em mãos extremamente capazes e feliz em sua situação de vida atual, ainda me entristecia me afastar dela.

No início do dia, Sergei abalara minha crença de que era o melhor para ela. Na verdade, eu tinha compartilhado seu desgosto com isso, no

começo, mas Mama tinha me convencido de que era isso que ela queria. Eu tinha sido tão cética naquelas primeiras semanas, mas então notei que ela parecia mais relaxada e à vontade com uma equipe de profissionais em sua cabeceira. Eu tinha finalmente entendido que ela precisava e queria se sentir segura.

Eu decidi dar em Sergei uma boa pancada na próxima vez que me fizesse sentir culpada pelo modo de vida da minha Mama. Enquanto eu considerava onde bateria nele, não pude negar a minha simpatia por sua posição. Ele havia sido reticente sobre a razão pela qual teve de deixar a Rússia ás pressas, mas eu não preciso de todos os detalhes para ver o quanto ele sentiu em deixar sua mãe e irmão.

Mas o que tinha acontecido ali? Foi algo realmente ruim? Deve ter sido, certo? Por que mais ele deixaria sua terra natal correndo? E o que tinha acontecido para ter apenas um irmão agora?

Eu queria respostas. Teria sido muito fácil perguntar a Vivian. Ela teria me dito tudo o que eu queria saber, mas eu queria ouvir a história de Sergei. Eu precisava me sentar em frente a ele e olhar em seus olhos quando ele falasse sobre o seu passado. Não acho que ele iria mentir para mim, mas eu tinha que admitir que realmente não o conhecia bem o suficiente para fazer esse pedido.

Mas isso não era exatamente verdade, não era? Talvez eu não soubesse de cada detalhe de sua vida, mas eu o conhecia. Era quase um sexto sentido que me permitia enxergá-lo da mesma forma que ele parecia ser capaz de me ler. Estávamos na mesma sintonia porque tínhamos ambos sobrevividos a algo escuro e terrível?

Anos atrás, antes que qualquer coisa remotamente romântica tivesse ocorrido entre eles, Vivian tinha tentado explicar a conexão que dividia com Nikolai. Eu não tinha entendido seu vínculo intenso até então, mais do que eu realmente entendia agora. Que eles se amavam era óbvio o suficiente para qualquer um que os visse, mas eles pareciam estar ligados a um nível quase de alma gêmeas.

Mesmo que eu trabalhasse com casamentos, tinha sempre zombado da ideia de almas gêmeas e considerava a ideia fantástica e fantasiosa. Observar Nikolai e Vivian juntos havia eliminado minhas dúvidas. Algumas pessoas estavam destinadas a ficarem juntas. Alguns

casais simplesmente não podiam ser separados, não importa o que o mundo tentasse contra eles.

Eu não me atrevo a achar que algo tão incrivelmente maravilhoso me aguarda. Após a longa fila de encontros e relacionamentos que fracassaram depois de alguns meses, eu não era exatamente uma excelente candidata para uma história de amor épica. Eu tentei tudo, mas desisti da perspectiva de encontrar um homem que me fizesse doer com desejo ou pulsar com a necessidade.

Até Sergei…

Naquela noite, no Faze, quando ele ficou me olhando do canto da área VIP com esses escandalosamente braços fortes cruzados na frente do seu peito largo, eu tinha vibrado com a consciência mais deliciosamente pecaminosa dele. Nenhum homem jamais olhou para mim assim. Ele olhou para mim como se quisesse me deixar nua e adorar cada centímetro do meu corpo.

E ele tinha feito exatamente isso ontem à noite, não tinha? Sergei não tinha a necessidade de fazer discursos elaborados para me dizer o que ele sentia por mim. Ele me mostrou os seus sentimentos de uma forma que tinha me deixado estremecendo com o êxtase e me sentindo bonita e especial.

Ok. Então, derrubar minha porta foi um exagero, mas eu entendi por que ele tinha feito isso. Perceber que ele era protetor comigo tinha me cativado. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa para chegar até mim, quando pensou que eu estava em apuros. Depois de tantos anos sendo independente e por conta própria, havia algo terrivelmente sedutor em ter um homem tão forte e protetor na minha vida. Sem sombra de dúvida, eu sabia que podia contar com Sergei para tudo.

Eu ainda estava pensando sobre as possibilidades quando me virei para o beco estreito que dava acesso à parte traseira da minha casa. O portão se abriu ruidosamente, lembrando-me de que eu precisava ter alguém aqui para consertá-lo, eu entrei. Eventualmente, eu esperava ser capaz de usar a cobertura de carro como uma garagem, mas a estrutura estava em ruínas e precisava de um monte de reparos.

—Quando foi a última vez que as dobradiças do portão foram lubrificadas?

A voz profunda de Sergei me assustou quando eu saí do meu carro. Saltando, virei e o encontrei em pé ao lado da cobertura de carro caindo aos pedaços. Com a mão no meu peito, eu resmunguei para ele.

—Você quase me deu um ataque do coração!

Ele ofereceu um sorriso de desculpas.

—Desculpe. —Acrescentou rapidamente. —Eu não queria assustá-la.

Fechei a porta do carro com um solavanco do meu quadril.

—O que você está fazendo aqui?

—Eu estava dando uma olhada em sua estrutura. Esta terrível, Bianca.

—Eu sei. Eu chamei dois empreiteiros que fazem reformas em casa antigas para virem aqui para dar uma olhada, mas a maioria deles sugeriu que eu salvasse o que pudesse e depois a derrubasse. Só um cara tinha um plano para consertá-la, mas seu preço foi tão baixo que eu tive dúvidas de que ele pudesse terminar o trabalho dentro do orçamento.

Sergei fez um grunhindo baixo, que parecia acompanhar qualquer coisa que ele não gostasse.

—Ele provavelmente estava tentando enganá-la. Ele teria chegado até a metade do trabalho, tornado a sua vida miserável e, em seguida, pediria mais dinheiro, até mesmo mais do que a sua melhor oferta.

—Eu não sei nada sobre isso. — Ele me lançou um olhar duvidoso. —Não, realmente. Marcus, o empreiteiro, disse que cresceu por aqui e queria ver este lugar restaurado do jeito que era quando ele era criança.

—Isso soa como uma história boba para te comover e fazê-la assinar um contrato com ele para que ele pudesse jogar fora.

—Uau! — Eu disse com um barulho exagerado. —Alguém está cinzento esta noite?

Sergei estremeceu e esfregou as costas de seu pescoço. O movimento esticou sua camiseta preta apertada sobre o peito largo. A

flexão dos músculos enormes em seus braços me fez sentir um pouco tonta.

—Eu sinto muito, Bianca.

Percebendo que algo estava errado, eu diminuí a distância entre nós e peguei sua mão. Entrelacei nossos dedos e olhei para o meu grande gigante sexy.

—O que há com você?

—Foi um longo dia para mim. Eu tive que cuidar de uma coisa muito feia.

Engoli em seco.

—Algum dia vamos falar sobre o que você faz? Sobre o que você é?

Seus dedos apertaram ao redor dos meus.

—Eu acho que você sabe o que eu sou e o que eu faço.

—Eu não sei detalhes.

—E você não vai saber. —Alertou. —Eu não vou envolver você nessa parte da minha vida.

—Você não acha que mereço saber no que estou entrando se...

—Se? —Ele aproveitou a palavra. —Eu ainda estou em avaliação por você?

—Eu não sei, Sergei. Você não pode ficar aqui e me dizer que você teve que fazer algo feio hoje e, em seguida, se recusar a me dar mais detalhes. O que eu estou imaginando é provavelmente mil vezes pior.

—O que você está imaginando? —Quando eu não respondi, ele falou com aquela sua voz retumbante. —Bianca, o que você acha que eu faço todos os dias?

—Eu sei que você protege Vivian. —Depois de alguma hesitação, acrescentei: —Ouvi dizer que você luta por dinheiro.

—Eu luto.

—E que você às vezes, você sabe, bate nas pessoas.

—Não há às vezes nisso, Bianca. Quando alguém pisa fora da linha, eu sou o único que os convence a voltar.

—Ao surrá-los?

—Eu não tenho que bater-lhes muitas vezes.

Avaliando-o, eu percebi que provavelmente era verdade. Se Sergei atravessou minha porta e eu sou amiga de seu chefe, com os outros seria muito persuasivo.

—Você gosta de fazer isso?

Ele visivelmente se encolheu, apertou as bochechas e franziu os lábios.

—Você realmente acredita que eu gosto de magoar as pessoas?

Eu balancei minha cabeça.

—Mas por que fazer isso?

Seus ombros largos saltaram.

—O que mais eu poderia fazer? Quando eu cheguei aqui, tinha muito poucas opções, Bianca. Eu trabalhei no Samovar como uma máquina de lavar louça até que Nikolai me viu lutando. Mandou-me para Ivan para ser treinado, e, eventualmente, fui transformado em seu executor. Esta não era a vida que eu queria, mas não havia outra

—O que mais eu poderia fazer? Quando eu cheguei aqui, tinha muito poucas opções, Bianca. Eu trabalhei no Samovar como uma máquina de lavar louça até que Nikolai me viu lutando. Mandou-me para Ivan para ser treinado, e, eventualmente, fui transformado em seu executor. Esta não era a vida que eu queria, mas não havia outra