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Sergei. Sinopse. Her Russian Protector-05 Roxie Rivera

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Academic year: 2022

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Sergei

Her Russian Protector-05 Roxie Rivera

Sinopse

Depois de perder seu irmão mais velho em um assalto violento, a designer de vestidos de noiva Bianca Bradshaw se recusa a namorar homens com antecedentes criminais. Ela nunca foi tentada a cruzar a linha, até Sergei.

O gigante russo trabalha como supervisor para o chefe da máfia Nikolai Kalasnikov e luta como campeão no circuito de boxe do submundo. Sergei é

absolutamente a última complicação que ela precisa em sua vida, mas ele é o único homem que faz seu corpo doer de desejo.

E agora ela precisa de sua ajuda.

Quando ele descobre que alguma coisa errada está rondando Bianca, Sergei Sakharov promete protegê-la a todo custo. Ele está tentando chegar perto da beleza plus-size há meses, mas ela o rejeita todas as vezes. Ele está determinado a mostrar a ela que ele vale como um homem e não por suas conexões criminosas. Mas a lealdade de Sergei a sua família, tanto de sangue como de crimes, o coloca em desacordo com o futuro que ele quer com Bianca.

Ele tem que escolher entre a mulher que ama desesperadamente e a sua lealdade para com o homem que salvou sua vida. Porque as trevas do submundo que ele habita estão prestes a derramar sobre a vida de Bianca e a escolha mais difícil pode ser a única que permita ele protegê-la...

Tradução: Perséfone e Selene Revisão Inicial: Selene

Revisão Final: Perséfone Formatação: Afrodite Disponibilização: Afrodite Grupo Rhealeza Traduções

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Capítulo Um

Eu realmente odiava casamentos.

Sorvendo meu champanhe e mordiscando o bolo de casamento de excelente sabor e requintadamente decorado, silenciosamente reconheci que esse pensamento era quase uma blasfêmia na minha área. Que proprietária e estilista de uma boutique de casamento, gemia cada vez que um convite em relevo dourado entrava em sua caixa de correio? Não era bom para os negócios.

Cutucando o meu bolo, admiti que não era a cerimônia de casamento que realmente eu não gostava. No início da noite, tinha chorado como um bebê quando Ivan e Erin trocaram votos. Ver o par fazendo promessas um para o outro, para a vida que tinham a intenção de construir juntos, havia me tocado profundamente. Os momentos de ternura que o casal recém-casado haviam partilhado por toda a noite, me deixaram ansiando pela mesma coisa.

Eram as recepções que realmente arruinavam os casamentos para mim. Agora entrando em meus vinte e poucos anos, eu parecia ter chegado a um ponto em que já não era aceitável participar sozinha de um casamento. Sem alguém segurando no meu braço, de repente eu recebia olhares piedosos. Isso fazia a minha pele arrepiar.

—Você parece muito pensativa. —Vivian Kalasnikov comentou enquanto se sentava no assento vazio ao meu lado. Vestida com o vestido chiffon de dama de honra, minha amiga parecia absolutamente deslumbrante. Seu cabelo escuro e olhos claros contrastavam com a cor vibrante do chiffon fúcsia. Os detalhes em diamante sob o busto brilhavam a luz das velas e lustres que decoravam o salão de baile do Houston hotel.

Com minha amiga de longa data, me atrevi a ser honesta.

—Eu estou pensando que preciso encontrar alguns homens para adicionar a minha lista de encontros passageiros. Esse negócio de frequentar casamentos sozinha é para os pássaros.

Ela arqueou uma das sobrancelhas em forma de asa.

—Talvez seja a hora de pensar em fazer o oposto.

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—Como assim?

—Talvez você devesse pensar em reduzir gradualmente essa lista de homens para dois ou três, que você poderia levar a sério, sabe? Ou talvez seja hora de começar tudo de novo e encontrar alguém novo e excitante com potencial real.

A simples menção de alguém novo e excitante encheu minha cabeça com imagens de um homem extremamente tentador. Agora, sentada neste salão de baile lotado e cercada por centenas de foliões que dançariam a noite toda, eu sentia sua presença. Ele apareceu em algum lugar atrás de mim, perto de uma das mesas, onde um grupo de homens barulhentos tinha se juntado para conversar. De vez em quando, uma explosão de risos pontuada por uma frase em voz alta em russo, vinha daquela direção. Cada vez, eu controlava o intenso desejo de dar uma olhada para ele.

Como se estivesse lendo minha mente, Vivian sorriu conscientemente.

—Você sabe que ele está morrendo de vontade de pedir-lhe para dançar, certo?

Mesmo que ela tivesse me pegado, fingi confusão quando peguei minha taça de champanhe.

—Quem?

Ela rolou aqueles olhos azuis brilhantes para mim.

—Isso pode funcionar com outra pessoa, Bianca, mas não funciona comigo. Você está de olho em Sergei desde dezembro.

Seu comentário me lembrou da noite fria que Vivian e Nikolai tinham sido atacados. Saber que minha amiga tinha sido sequestrada, tinha sido um soco no estômago. As memórias dos dias cheios de pânico que se seguiram enquanto esperava por qualquer notícia sobre o retorno de Vivi foram colocadas de lado, pelas de Sergei nos acompanhando naquela noite durante o jantar e mais tarde no Faze, a boate mais quente de Houston.

Os olhos e cabelos escuros do gigante russo, tinham tirado a minha respiração, desde o primeiro momento em que eu tinha olhado para ele. No colégio, eu tinha saído com um par de jogadores de basquete, então pensei que conhecia homens altos, mas isso foi antes

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de Sergei. Com os mais amplos e sexys ombros que eu já vi, ele tinha que ter mais de dois metros de altura. Ele tinha um forte nariz aquilino e uma boca pecaminosa que me tentava como nenhum outro. E isso era ruim. Muito, muito ruim.

Sentindo o olhar aguçado da Vivi, dei de ombros e bebi o meu champanhe.

—Eu vou admitir que gostei da mercadoria, mas não tão certa a ponto de experimentar ou levá-lo para casa comigo.

—Eu não sei. —Disse ela um pouco conspiratória. —Eu acho que a minha curiosidade o levaria.

Eu bufei cruelmente.

—Por favor! O jeito como você olha para Nikolai a tornou cega para qualquer outro homem na terra!

Sorrindo e nem mesmo tentando negar a minha afirmação, ela olhou para a direita e facilmente encontrou o marido. Como se ligados por um sexto sentido, o devastadoramente bonito russo lançou um olhar ardente para ela antes de retornar a sua conversa com dois homens que eu não reconheci.

Uma pontada de inveja apertou meu coração. Deus, eu queria isso. Eu queria um homem que me olhasse como se eu fosse seu mundo inteiro, como se não pudesse respirar sem mim.

Ao meu lado, Vivian tomou um gole da bebida clara, o refrigerante que ela trouxe. Eu nunca percebi que ela gostava da bebida com sabor lima-limão e marquei na lista da minha cabeça. Naquela manhã, eu havia corrido até a casa dela para soltar o busto do vestido de dama de honra. Em todos os anos em que eu conhecia Vivian, o peso dela não se modificou, mas nesta manhã seu peito parecia ter inchado.

Eu estava acostumada a soltar vestidos de noiva e vestidos de dama de honra desde o colégio, então normalmente sabia o que estava acontecendo. Mais do que uma noiva em pânico que tinha me chamado, ou a minha mãe em seu quarto no seu dia muito especial para fazer os ajustes na barriga, quando o bebê começava a aparecer no momento mais inoportuno.

Tanto quanto eu poderia dizer, a barriga de Vivian parecia normal, magra, mas o seio que ela agora ostentava? Oh, esse era um

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indício inegável. Acrescentando isso ao copo de vinho que ela não tinha tocado durante o jantar e o refrigerante sem cafeína em sua mão agora? Não havia muitos outros cenários em que a gravidez não se encaixava. Mesmo assim, eu não pedi para ela confirmar a minha suspeita. Certamente ela tinha seus motivos para manter a notícia em segredo, e eu sufoquei minha curiosidade.

A visão de Benny Stepanov gingando para nossa mesa trouxe diversão para os meus lábios. A cintura do vestido de dama de honra reforçava sua figura arredondada. Grávida e para dar à luz a qualquer momento, a pequena latina baixou seu corpo em uma cadeira com um suspiro alto e descansou a mão em sua barriga.

—Meus pés estão latejando hoje à noite!

—Bem, por que você está usando saltos? —Vivi perguntou com um brilho bem humorado em seus olhos. —Erin disse para usar sapatilhas. Ela queria que você ficasse confortável e fosse com calma.

—Você viu o quão alto o meu marido é? —Ela fez um gesto em direção ao loiro imponente. Braços cruzados e um sorriso no rosto bonito, Dimitri exalava sexualidade crua e poder. Eu não fiquei surpresa que ela já estivesse esperando seu primeiro bebê. Com um homem como esse aquecendo os lençóis, como poderia qualquer mulher resistir aos seus encantos? —Eu gostaria de ter uma ou duas fotos onde as nossas cabeças estão niveladas, sabe?

—Então, sentem-se juntos. — Vivi apontou o óbvio. —Eu aposto que Dimitri adoraria ter você sentada em seu colo.

Benny riu e apontou para sua barriga.

—Tenho certeza de que foi assim que eu acabei nessa situação.

Risadas e gritos excitados atraíram o meu olhar. Yuri Novakovsky tinha tirado Erin bem debaixo do nariz de Ivan. Ela gritou rindo quando o magnata bilionário correu com ela e Dimitri, Sergei e Nikolai bloquearam o caminho de Ivan. O costume de roubar a noiva e o noivo ter que resgata-la me fez sorrir. Eu tinha ido a tantos casamentos ao longo dos anos e achava que tinha visto de tudo, mas eu tive que dar crédito a esses russos. Seus costumes e celebrações eram tão doces e alegres, eles realmente sabiam como fazer uma festa.

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—Erin está linda, Bianca. Esse vestido é perfeito para ela. — Benny me lançou um sorriso de aprovação. —A renda é incrível.

—Obrigada. Esse toque foi uma das sugestões da minha mãe. — Eu imaginei o vestido abraçando o corpo esbelto de Erin. O modelo tinha sido um assunto delicado, porque Erin queria tantas coisas diferentes, decote, cintura baixa, véu que pudesse ser mexido, predas e rendas. —Ela não foi uma noiva fácil de agradar, mas eu estou emocionada com a forma como o vestido ficou.

—Este modelo vai estar disponível para outras noivas?

Eu balancei a cabeça com a pergunta de Benny e deixei o meu olhar se dirigir para o lutador intimidante, tatuado que ganhou o coração de Erin.

—Não, eu prometi a Ivan que nenhuma outra mulher jamais iria usar um vestido como o dela. Ele queria que fosse um presente especialmente para Erin e sempre dela.

—Ah. —Vivian disse com um sorriso cheio de energia. —Poderia imaginar aquele cara sendo mais doce? Quero dizer, você olha para ele, e ele é, tipo, o homem mais assustador do planeta e então ele faz algo tão romântico assim! Erin é tão sortuda por tê-lo.

—Sim, ela é. —Murmurei um pouco com inveja.

Na pista de dança, Ivan uniu o corpo menor de Erin ao seu e envolveu seus braços fortes ao seu redor, num abraço protetor. Sabia que ela sentia muita falta de sua irmã mais velha, Rubi, mas a viciada e presa, tinha dado resultado positivo em um teste de drogas, algumas semanas antes, portanto, qualquer chance de ela ganhar a liberdade da prisão havia acabado.

Erin tinha ido a minha boutique numa manhã para provar o vestido, quando ela recebeu o telefonema do advogado de sua irmã.

Embora nós fossemos amigas, estávamos longe de ser tão íntimas como eu era com Vivian, mas isso não me impediu de abraçar e deixá-la soluçar no meu ombro, pelos anos de frustração reprimidos e da dor que sua irmã mais velha tinha causado.

Eu ainda me lembrava do olhar de dor no rosto de Ivan, quando ele apareceu de repente na sala de provas. Aparentemente, seu advogado o havia chamado com a atualização sobre a situação de Ruby.

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Ele havia percebido instintivamente que Erin precisava dele e veio direto para ela. Quando ele a pegou em seus braços a chamou de seu anjo com aquela voz rouca e com o sotaque, eu entendi porque Erin o amava tanto.

Com seus dedos grossos cobertos de tatuagens, Ivan os passava através de seu cabelo enquanto dançavam, eu decidi que era provavelmente o casal mais incompatível que eu já conheci, mas não havia dúvida do amor profundo e inabalável que compartilhavam.

Reluzindo felicidade, Erin se enterrou contra o peito de Ivan e fechou os olhos enquanto eles balançavam juntos.

Enquanto eu tentava suprimir a tristeza que ameaçava arruinar a grande noite, o universo parecia determinado a jogar um pouco mais de sal na ferida. Dimitri e Nikolai caminharam em direção à mesa e se juntaram a suas esposas. Nikolai passou os braços em torno de Vivi e arrastou-a para o seu colo, para que ele pudesse acariciar seu pescoço e sussurrar amorosamente para ela em seu idioma.

Do outro lado da mesa, Dimitri colocou os pés doloridos de Benny em seu colo e tirou os sapatos de salto alto, enquanto delicadamente a repreendia e massageava suas panturrilhas. Benny passou a mão em sua barriga e disse que a sua menina estava fazendo uma tempestade.

Quando Dimitri estendeu a mão para sentir pontapés da filha, os futuros pais trocaram um olhar que fez meu coração doer no meu peito.

Decidindo que já tinha tido o suficiente do universo esfregando no meu rosto o que faltava na minha vida para ser feliz, peguei minha bolsa. Antes que eu pudesse abrir a boca para desejar a todos boa noite, uma sombra caiu sobre mim. Eu não tive que olhar para cima para saber que era ele.

Todos os dois metros de Sergei Sakharov deixaram-se cair na cadeira vazia ao meu lado. Instantaneamente meu corpo traidor reagiu à enorme quantidade de calor irradiando de sua enorme presença. O leve cheiro de eucalipto fez cócegas no meu nariz, e tive que lutar contra o desejo de inspirar profundamente para impregnar o cheiro dele em meus pulmões e cérebro.

Lançando um olhar de soslaio furtivo, eu tive a visão dele naquele smoking. Eu não acho que qualquer homem já tenha feito o conjunto

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preto e branco clássico parecer tão bem. Seu alfaiate o vestiu com pura perfeição.

Nikolai se dirigiu a ele em russo e Sergei respondeu com uma risada enquanto tirava sua gravata borboleta e desabotoava o colarinho. Inspirada pela visão dele se despindo só um pouquinho, me recusei a deixar minha mente viajar pelo resto do caminho impertinente, que ela queria seguir.

Meu coração disparou descontroladamente quando ele deslizou seu braço maciço na parte de trás da minha cadeira e se aproximou mais. Incapaz de evitar o encontro com o seu olhar, eu timidamente olhei para ele. Aqueles olhos escuros me enlaçaram, e me fizeram querer deslizar um pouco mais para que eu pudesse contar as manchas cor de âmbar em suas íris. Sua boca se curvou sensualmente, e era tudo que eu não precisava para sentir o impulso desesperado de beijá-lo só para ver se seria tão incrível como eu esperava.

—Você está se divertindo? — Aquela voz de barítono profundo fez o meu núcleo se apertar de desejo.

—Sim. Você? —De alguma forma eu consegui dizer duas palavras sem tropeçar sobre elas.

—Eu amo casamentos.

—Sério? —Eu deixei um pouco do ceticismo invadir meu tom.

Ele fez um gesto a nossa volta.

—Quando foi a última vez que você viu as pessoas se divertindo tanto?

Eu considerei a pergunta.

—No casamento de Vivian.

—Exatamente. —Seus dedos tocaram meu braço nu. —Você gostaria de dançar, Bianca?

Deus, o modo como ele disse meu nome, seu sotaque russo esticando as sílabas e rolando o som das vogais, me deu vontade de desistir e quebrar minha regra número um de namoro. Eu queria ouvi- lo dizer meu nome durante toda a noite, mas não me atrevi a cruzar essa linha. O rosto de meu falecido irmão passou diante de mim, me

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fazendo lembrar exatamente por que Sergei era errado para mim e eu gentilmente recusei.

—Eu não posso. —Levantei e peguei minha bolsa. —Eu estava realmente a caminho de casa quando você sentou aqui.

—Assim, tão cedo? —Vivi saltou do meu lado. —A noite é uma criança e Erin não jogou seu buquê ainda.

Virei a cabeça e dei um olhar que a fez sorrir culpada. Eu sabia exatamente o que ela estava fazendo, mas não devia se dar ao trabalho.

—Eu tenho que levar minha mãe para a igreja na parte da manhã e chegar cedo o suficiente para me vestir para o coral.

Os dedos de Sergei desenharam um traço na minha pele.

—Você canta na igreja?

Virei para ele e tentei ignorar a forma como o seu toque me fez palpitar em todos os lugares certos.

—Sim.

—Então eu vou ter que ir escutar algum dia.

Minhas sobrancelhas se arquearam em direção a meu cabelo enquanto eu tentava imaginar Sergei em um dos bancos da minha igreja desde a infância.

—Se você está pronta para sair, eu vou te levar para casa.

—Não, obrigada. — Eu tive um pressentimento ruim de que eu não seria capaz de afastá-lo com um aperto de mão, do jeito que fiz quando ele tinha me levado para casa na gelada noite de dezembro, quando ele era o guarda-costas e motorista de Vivian. —Eu estou de carro.

—Talvez você devesse deixá-lo levá-la, Bianca. —Vivian interveio muito sutilmente. —Ele poderia verificar sua casa e quintal e ver se tem alguém.

Sergei endureceu e a indicação de paquera desapareceu. Sua mandíbula visivelmente se apertou e sua grande mão segurou meu braço.

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—Tem alguém te incomodando?

Se ele fosse um lobo, suas orelhas teriam se levantado quando ele se virou ferozmente protetor... Por mim. Surpresa com a reação dele, eu rapidamente expliquei:

—Não é nada. Realmente. —A julgar pelo aperto de sua mandíbula, ele não estava acreditando. —Olha, eu apenas pensei ter visto uma coisa na outra noite.

—Na noite de ontem e na quinta-feira. —Vivi se intrometeu novamente. —O cara que lê o medidor do relógio de energia bateu em sua porta para avisar que ele tinha visto alguém correndo para fora de seu quintal.

Se Vivi não estivesse sentada no colo do marido, eu teria a beliscado por ser tão intrometida. Em vez disso, tive que enfrentar Sergei, que tinha uma expressão de irritação total.

—Não é nada.

—Isso não soa como nada. Parece que alguém está tentando entrar na sua casa ou atacá-la.

—Está tudo bem. Eu liguei para Kevan.

—Quem é Kevan?

Eu percebi a sua aspereza.

—Ele é um cara que eu saio, às vezes. Um oficial de polícia. — Acrescentei.

Sergei grunhiu com irritação. Baixando a voz, ele deslizou um pouco mais perto e perguntou:

—Por que você não me ligou?

Meus olhos se arregalaram. Ele era de verdade? Não querendo deixar todo mundo saber do meu assunto pessoal, eu sussurrei um pouco áspera:

—Por que no mundo eu iria chamá-lo?

Algo brilhou em seus olhos escuros. Magoa? Frustração? Por que o pensamento de ferir seus sentimentos fez meu estômago doer tanto?

—Nós somos amigos. —Sergei insistiu.

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Somos? Tentei decidir se o nosso relacionamento se encaixava nessa categoria. Claro, passei muito tempo em sua companhia, mas foi apenas porque Nikolai confiou a Sergei manter Vivian segura. Eu chamava Sergei de sua sombra por isso. Eles estavam praticamente colados o que significava que, tecnicamente, ao longo dos últimos meses, jantei com Sergei mais vezes do que com alguns dos homens que eu tinha namorado.

E, se eu fosse completamente honesta comigo, eu tinha gostado daquelas noites em que ele estava sentado perto ou nos conduzindo em torno de Houston. Sob esse exterior áspero, ele poderia ser um amor. Isso me assustava mais do que qualquer coisa. Ele possuía muitas das qualidades que eu queria em um homem, mas o pacote completo estava todo errado. Ele era muito perigoso para mim e muito sexy para seu próprio bem.

Mesmo agora, eu não conseguia entender por que este modelo escandalosamente bonito e esculpido de macho, está perfeição, parecia com a total intenção de se aproximar de mim. As experiências de minha adolescência me avisavam que um cara como Sergei só queria uma coisa de uma garota como eu. Uma parte de mim temia que tudo isso fosse parte de alguma piada colossal ou ainda pior.

Talvez eu fosse simplesmente uma coceira que precisava ser coçada, uma curiosidade que exigia ser satisfeita. Eu não acho que meu coração poderia lidar comigo sendo pisoteada por seu enorme pé, se ele estivesse simplesmente querendo saber como seria sair com uma menina gorda ou se estivesse tentando descobrir se os estereótipos sobre grandes meninas na cama eram verdadeiros.

—Bianca? —Sergei chamou, sua voz estava ainda mais baixa e mais suave. —Não somos amigos?

Observando seu olhar de questionamento, eu não pude mentir.

—Sim, nós somos amigos.

As linhas apertadas em torno de sua boca relaxaram.

—Então me deixe ajudar.

Certa de que a sua ajuda era a última complicação que eu precisava, eu estendi a mão e acariciei sua bochecha.

—Eu sou uma menina grande, Sergei. Eu resolvo isso.

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Ele cobriu minha mão com a sua, o calor de sua palma queimou minha pele. Fiquei maravilhada com a forma como as nossas mãos pareciam juntas, sua pele bronzeada alguns tons mais claros do que a minha e seus dedos tão longos sobre os meus.

—Isto não é um jogo, Bianca. Você pode se machucar.

Sua advertência gentil me assustou, mas eu me recusei a recuar.

—Eu não vou.

Puxando a minha mão, me levantei da cadeira e inclinei para a bochecha de Vivian para dar um beijinho. Sussurrando contra seu ouvido, eu disse:

—Você está na minha lista.

Ela me deu um abraço.

—Eu tinha que tentar. Além disso, nós duas sabemos que você vai me perdoar.

—Vamos ver. —Eu peguei o olhar divertido do seu marido e toquei seu ombro.

—Boa noite, Nikolai.

—Boa noite, Bianca. Fique bem.

—Eu vou.

Depois de me despedir de Dimitri e Benny, eu contornei a borda da pista de dança movimentada no meu caminho em direção à saída.

Foi quando o casal glamoroso, Yuri e Lena passaram por mim. Lena se afastou de Yuri e me envolveu em um grande abraço. Os diamantes pendurados em suas orelhas e adornando seu pescoço pareceram gelados sobre a minha pele. Até agora, seu dedo anelar permanecia nu, mas eu tinha um sentimento de que Yuri estaria mudando isso muito em breve.

Eu fui até os manobristas e fiquei esperando o meu carro.

Embora tivesse deixado a recepção cedo para escapar da visão de tantos casais apaixonados, pareceu inútil agora. Onde quer que eu olhasse, casais de mãos dadas riam e sussurravam docemente um com o outro. Quando meu sedan prata parou no meio-fio, estava pronta para um copo de vinho e um banho quente.

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Depois que o manobrista desceu, me sentei ao volante e prendi o cinto de segurança. Com a garganta apertada acelerei, me afastei do hotel e tentei não pensar sobre a casa vazia que me aguardava e na outra longa noite sozinha.

Sergei recostou na cadeira para que pudesse assistir Bianca sair.

Apesar de sua frustração com sua rejeição constante, ele teve que admitir que essa visão era extremamente agradável. O vestido que ela usava e que abraçava suas curvas, destacava alguns dos seus melhores atrativos. Mesmo ainda agora, as pontas dos dedos queimavam com a memória de acariciar sua pele morena sedosa. Ele queria fazer muito mais quando deslizou para perto de sua cadeira, mas ele não se atreveu a forçar.

Toda vez que ele a viu, Bianca Bradshaw o afastou para longe.

Esta menina tinha muita classe. Ela conseguia ser sexy pra caralho, mas sem nunca cruzar a linha de vulgar ou fútil. Hoje à noite, ela usava um vestido preto simples e sem adornos, e de alguma forma ela ficou mais quente do que se usasse lingerie minúscula. Será que ela tinha alguma ideia de como era bonita?

Ele mordeu o lábio inferior quando imaginou o que seria tirar a roupa que vestia o seu corpo e descobrir todas as delícias suaves e quentes sob o tecido. Seu doce traseiro gordo tinha sido feito para um grande homem como ele. Esses quadris balançando o fizeram doer de desejo. Imaginou-a montando em seu colo, suas mãos apertando sua bunda incrível, enquanto suas coxas grossas amorteciam seu acoplamento.

Ele a queria. Ele a queria tanto que podia até sentir o gosto, merda! Desde o momento em que a viu entrando no restaurante no final de dezembro, uma noite para se encontrar com Vivian, Sergei tinha ficado cego para todas as outras mulheres do planeta.

Mas Bianca não queria nada com ele.

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Observando ela abraçar Lena, Sergei se perguntava que diabos ele faria para convencer Bianca que ele estava falando sério sobre ela.

Ela não era um encanto passageiro para ele. Ele tinha tido isso bastante em seus 31 anos para saber que ela era diferente, que o que ele sentia por ela era real.

Ele esfregou as costas de seu pescoço e lembrou que Vivian o alertou alguns meses atrás que Bianca não se interessaria pelo tipo dele. Consciente de que ela tinha perdido seu irmão em um ato de violência sem sentido, ele entendeu por que Bianca se esquivava de homens que não eram estritamente do lado certo da lei. Embora ele possuísse parte de uma empresa de construção bem-sucedida, Sergei permanecia firmemente na folha de pagamento de Nikolai. Ele fazia tudo o que seu chefe lhe pedia, sem perguntas e isso não funcionaria com Bianca.

Ela era diferente de qualquer mulher com quem ele já namorou.

Havia a questão óbvia, que ela não queria ter nada a ver com ele. A contragosto, ele admitiu que seu ego tinha sido acostumado com o sucesso. Ele tinha se acostumado a mulheres tropeçando para sair com ele. O olhar correto, o sorriso certo e algumas palavras doces e ele estava certo de que conseguiria sair com qualquer mulher que quisesse.

Mas nada disso funcionava com Bianca.

Ele sempre soube que ela estava fora de seu alcance. Talvez fosse hora de aceitar que ela estava muito longe e nunca o veria como outra coisa senão: o grande e mudo guarda costas que rondava e que vigiava a amiga.

—Seryozha.

Ouvir Vivian chamá-lo pelo seu apelido de infância o fez sorrir. Ao longo dos últimos meses, tinham se aproximado muito. Ele pensava nela como a irmã mais nova que nunca teve, e ela tinha admitido vê-lo como um irmão mais velho agora.

Desviando seu olhar para longe das costas de Bianca, ele olhou para Vivian e perguntou:

—Sim, Sra. Chefe?

Ela sorriu para sua resposta provocativa e acenou com um smartphone para ele.

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—Eu acho que Bianca deixou isso para trás.

Nikolai bufou baixinho e esfregou o braço de Vivian.

—Não, eu acho que a minha esposa roubou da bolsa de Bianca, enquanto elas estavam se abraçando.

Vivian estreitou os olhos para o marido.

—Roubou é uma palavra tão dura, Kolya. Peguei emprestado.

Nikolai passou os dedos ao longo de sua mandíbula.

—Por quê?

—Porque Bianca tem alguém espreitando em suas janelas e ela é teimosa demais para deixar que alguém a ajude. —Vivian colocou o telefone em cima da mesa. —Pegue, Sergei. Vá resgatá-la em seu cavalo branco. Quero dizer, SUV.

Sergei olhou para o telefone que Vivian havia tomado de Bianca.

Era um truque dissimulado, mas ele era um homem sem opções. Antes de pegar o telefone, ele olhou para Nikolai, que deu um pequeno aceno de encorajamento. Sentindo uma vibração de esperança em seu peito, ele pegou o dispositivo.

—Obrigado, Vivian.

Ela o empurrou com as mãos.

—Bem vá. Se eu conheço Bianca, ela vai abrir uma garrafa de vinho assim que der vinte passos para dentro da porta da frente. Se você pegá-la depois do primeiro copo, ela vai estar de bom humor e pode até mesmo convidá-lo a entrar.

Ele riu quando Vivian sugestivamente balançou as sobrancelhas.

—Eu não vou perder minhas esperanças. Eu vou ter sorte se ela não bater à porta na minha cara.

—Ela não vai.

—Eu gostaria de ter a sua confiança.

Pouco tempo depois, ele dirigiu pelas ruas do bairro histórico onde Bianca morava e relembrou sua curta conversa. Ele não podia acreditar no quão evasiva ela tinha sido sobre a situação do gatuno. Ele

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se recusava a sequer pensar sobre esse cara Kevan a quem ela tinha pedido ajuda.

Um policial. Claro. Um homem que era tudo o que Sergei nunca poderia ser para ela. O próprio pensamento de Bianca buscando ajuda de algum outro homem o deixou frustrado. Ele queria ser o único em quem ela pensasse quando estivesse assustada ou precisasse de ajuda.

Inferno, a esta altura, ele queria ser o homem que podaria seu gramado ou consertaria seu cano furado!

Dirigindo pelas ruas antigas, ele admitiu que Bianca podia estar certa sobre a situação do gatuno. Talvez não fosse nada. Poderia ser um adolescente cortando caminho pelo seu quintal para se esgueirar em sua casa tarde da noite ou alguma outra coisa igualmente inocente.

Ou talvez não fosse. Ela era uma mulher solteira que vivia sozinha em um bairro conhecido por suas casas espaçosas, repletas de antiguidades. Sabendo que ela havia comprado sua casa em uma venda com um grande desconto, ele duvidava que ela tivesse móveis caros e bugigangas, mas um ladrão não sabia disso.

Se alguém estivesse vigiando sua casa, Bianca poderia estar em uma lista de casas para um próximo assalto. Ele conhecia homens desse tipo para saber que muitos deles preferiam invadir uma série de casas em uma noite para melhorar suas chances de sucesso e fugir da polícia.

O pensamento de Bianca sendo aterrorizada por uma invasão de domicílio azedou seu estômago. Ele pisou um pouco mais no acelerador e decidiu que iria procurar saber pela manhã se algum dos suspeitos de costume estava planejando algo neste bairro. Ele não se importava no quanto custaria ou quantos favores ele teria que cobrar ou fazer. Ele faria qualquer coisa para proteger Bianca, ela querendo sua ajuda ou não.

Parando na calçada em frente à seu grande terreno de esquina, Sergei desligou o motor e estudou sua casa. The Queen Anne precisava de um novo telhado e um pouco de tinta, mas tinha boa estrutura. Ele nunca tinha estado mais longe do que a porta da frente, mas o que ele tinha vislumbrado do interior precisava de um monte de reparos. A partir das conversas que ouviu entre Vivian e Bianca, parecia que ela estava tentando fazer mais do que conseguia. Ele achava que era uma maneira de Bianca ocupar sua cabeça.

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Ele destrancou e abriu a porta, e correu os dedos sobre os arabescos do portão de ferro com apreciação. Este rangeu e se fechou atrás dele com um som muito alto para este bairro tranquilo, e ele fez uma careta. Caminhando pelo calçamento, ele observou que a pavimentação precisava de substituição e o paisagismo estava irregular.

Uma ideia começou a se formar, a de que poderia mostrar a Bianca que ele valia mais como homem do que suas conexões com o lado negro.

Na porta, tocou a campainha duas vezes e bateu. Enquanto esperava que ela respondesse, tentou pensar em algo espirituoso. Ele não mentiria para ela sobre como o telefone tinha acabado com ele.

Vivian provavelmente o chutaria na canela antes de sua próxima corrida, mas ele não começaria errado com Bianca. Ele não queria nada, mas a verdade com Bianca, mesmo em algo tão pequeno como isso.

Quando ela não respondeu, ele bateu novamente, desta vez mais alto e começou a se aproximar da campainha. Assim que a ponta do dedo pressionou o botão, um grito de pânico atravessou a casa e fez seu sangue gelar. Outro grito de terror, seguido de outro um segundo mais tarde.

Dominado pelo instinto de proteção, Sergei tentou a maçaneta da porta, mas estava trancada. Desesperado para chegar até Bianca, ele deu um passo para trás para examinar a porta de madeira maciça e seu batente. Ele calculou o ponto mais fraco, inalou uma respiração profunda e plantou o pé contra o local, no lado da fechadura. O chute explodiu de forma satisfatória e ele bateu o pé duas vezes mais. A porta voou para dentro e quase para fora de suas dobradiças.

Enquanto corria pela casa de Bianca, ele ouviu um baque alto no andar de cima. Correndo em direção à escada, ele pulou de dois em dois os degraus.

—Bianca!

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Capítulo Dois

Eu não deveria ter esperado para tomar um copo de vinho. O zumbido agradável do meu vinho Shiraz favorito poderia ter suavizado o golpe de quão ruim tinha sido a minha tentativa de reformar o banheiro. Estando lá sob o jato irregular, o gotejamento de água morna e examinando minhas falhas embaraçosas como encanadora, eu só queria chorar.

O chuveiro vazava terrivelmente. Eu tinha claramente pulado algum passo durante a instalação. A torneira parecia um chocalho com a trepidação, e eu me perguntava quantos mais eu conseguiria usar antes que ele finalmente morresse. A baixa temperatura e a quantidade lamentável de pressão serpenteando através das tubulações me convenceu que um problema no encanamento estava se formando. Eu me encolhi com o pensamento de quanto custaria.

Correndo os dedos ao longo de uma junta irregular de argamassa, com relutância admiti que o azulejo bonito que eu tinha meticulosamente colocado no início da semana provavelmente teria de ser arrancado e refeito. Não que isso fosse muito trabalhoso. Bastaria arrancar na referida junção.

Com um suspiro, dei um passo adiante para enxaguar a espuma do meu corpo. Quando me virei para lavar minhas costas, eu acidentalmente bati o cotovelo contra a parede e descolei uma fileira inteira de azulejo. Engoli em seco e tentei pegar, mas caíram bem no meu pé. Eu gritei de dor e puxei meu pé.

Mal movimento!

Perdi o equilíbrio, e procurei freneticamente me apoiar em qualquer coisa para parar a minha queda. Agarrando o chuveiro, eu consegui me equilibrar por uma fração de segundos antes que a maldita coisa encostasse à direita na minha mão. Uma explosão de água morna salpicou meu rosto. Eu pulei para trás para escapar do jato e comecei a cair para fora da banheira.

Em pânico, eu gritei e agarrei a cortina do chuveiro em uma tentativa final desesperada, mas não foi o suficiente para me salvar. Os anéis de plástico se soltaram e eu estava em queda livre.

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—Ufa! —Eu bati no chão duro. Felizmente o tapete amorteceu a minha queda, mas eu ainda fiz uma careta quando a dor apareceu na minha bunda e nas costas. —Ai!

Entre o zumbido da água e a queda na banheira, pensei ter ouvido um trovão. O som me confundiu, porque o céu estava claro e não havia a menor chance de chuva na previsão. Outro grande estrondo e depois outro chegou aos meus ouvidos. Que diabos?

E então eu ouvi o som inconfundível da voz de Sergei.

—Bianca!

Ainda atordoada com a minha queda, me perguntava se estava tendo alucinações. Por que Sergei estava berrando para mim? Por que ele estaria dentro da minha casa?

—Bianca! —Soou como se um touro estivesse subindo as escadas e correndo solto no corredor. Esses passos pesados ecoaram no meu quarto. Sem aviso, a porta do banheiro se abriu e Sergei apareceu de repente. Eu pisquei e tentei conciliar a visão dele em minha casa.

Seu belo rosto estava marcado com preocupação, e ele examinou a cena na frente dele antes de expirar com o que parecia ser alívio.

—Graças a Deus. Eu pensei que alguém estava tentando atacá-la, milaya Moya.

—Não alguém. —Eu gemi minha resposta. —Só o meu chuveiro.

Muito alto para entrar pela porta sem se abaixar, Sergei também teve de virar os ombros porque eles eram muito amplos para caberem entre o batente. Ele agachou-se ao meu lado e passou os dedos cheios de cicatrizes ao longo da minha bochecha.

—Você está bem? Eu preciso levá-la para a emergência? Você bateu sua cabeça?

—Não, só o meu orgulho está ferido.

Sergei agarrou suavemente meu braço e me arrastou para uma posição sentada. O movimento me fez estremecer com desconforto.

—Ai. Ok. Meu bumbum está provavelmente machucado.

Um sorriso travesso curvou a boca pecaminosa dele.

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—Eu ficaria feliz de dar uma olhada nele para você.

Lembrando-me do meu estado escandalosamente mal vestida, eu puxei a cortina do chuveiro que estava enrolada em volta do meu corpo um pouco mais para cima, apenas para ter certeza de que meu decote estava totalmente coberto. Ignorando a oferta de paquera de Sergei, apontei para a porta.

—Você poderia, por favor, pegar meu roupão?

—Mais tarde. —Ele disse suavemente e deslizou os braços sob meu corpo. Mostrando o quão forte ele era, Sergei me levantou do chão e me embalou em seu peito.

Com os olhos arregalados, eu endureci.

—Ponha-me no chão! Você vai quebrar a sua coluna.

—Não seja boba. — Na verdade, ele sorriu. Girando, ele me levou para o quarto e me colocou cuidadosamente sobre a cama. —Não se mexa.

Abraçando a cortina do chuveiro em volta do meu corpo nu, eu assisti ele voltar para o banheiro. Ele desapareceu atrás da porta por um minuto, provavelmente para fazer um levantamento dos danos no chuveiro, antes de voltar com meu roupão fofo e uma toalha dobrada.

Rindo, ele os estendeu para mim.

—Então, acho que nós aprendemos uma lição valiosa sobre como escolher a argamassa adequada e preparar a superfície antes dos azulejos.

Carrancuda, eu resmunguei:

—Em minha defesa, esses blogs fazem isso parecer tão fácil.

—Essa é a função deles. —Ele cruzou aqueles braços enormes. — Eu avisei que isso era muito trabalho para ser feito sozinha.

Tentando esquecer o quão bem tinha me sentido em ter aqueles braços me segurando firme, me lembrei da manhã de janeiro em minha boutique, quando ele tinha ajudado a costurar a bainha do vestido de casamento de Vivian.

—Não, você disse que era trabalho de homem. Em um tom muito condescendente. —Acrescentei para esclarecer bem.

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Seu sorriso desapareceu.

—Isso foi um erro meu. Eu não deveria ter sido condescendente.

Eu sinto muito.

Eu dei de ombros.

—Está tudo bem. Quero dizer, acho que de alguma maneira você estava certo. — Descartando o meu olhar com vergonha, eu gesticulei para o meu pé latejante. —Talvez eu esteja sendo presunçosa.

Sergei se aproximou e se ajoelhou na minha frente. Ele segurou meu pé na sua mão grande e meu pulso disparou. Seu dedo traçou a mancha inchada lá.

—Você vai ter que usar alguns sapatos confortáveis por alguns dias, mas vai ficar bem.

Engolindo em seco, eu murmurei.

—Você ainda não viu meu armário. Um sapato sensato não pode ser encontrado lá dentro.

Ele bufou e delicadamente baixou meu pé.

—Eu não estou surpreso. —Seu polegar desenhou um círculo em volta do meu tornozelo. —Mas, se você deixar de usar esses sapatos desconfortáveis, ficará muito bem também.

Seu elogio me pegou de surpresa. Com a boca seca, tentei pensar em algo para dizer. Sergei parecia não notar como havia me afetado.

Erguendo-se em toda sua altura, ele deu um tapinha na cortina do chuveiro.

—Você deve vestir seu robe agora. Você tem uma caixa de ferramentas?

Eu balancei a cabeça.

—Está no quarto de hóspedes do outro lado do corredor.

Depois que ele saiu do meu quarto, eu me livrei do tremor temporário de ser tocada por ele e rapidamente me desenrolei da cortina do chuveiro. Eu estava amarrando a faixa do roupão quando ele voltou. O olhar cômico em seu rosto me fez sorrir.

—O quê?

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Ele levantou uma maleta de ferramentas e o martelo cor de rosa.

—Ferramentas cor de rosa? Sério?

—Elas são projetadas para a mão de uma mulher. —Disse eu, defensivamente.

—Elas parecem brinquedos na minha.

—Bem, você parece uma criança com dois metros de altura.

Todos os tipos de coisas de tamanho normal provavelmente parecem brinquedos para você.

Os lábios de Sergei se separaram, mas ele segurou a resposta na ponta da língua. Eu não consegui evitar me perguntar o que foi que ele ia dizer e porque se calou.

Ele inclinou a cabeça em direção ao banheiro.

—Eu vou fixar seu chuveiro, depois a gente conversa.

—Sobre?

O olhar ardente de Sergei tomou conta de mim.

—Nós.

Não me dando uma chance de pensar na minha rejeição habitual, de que haja um nós, ele girou sobre os calcanhares e desapareceu no banheiro. Sentindo-me totalmente deslocada com o grande sexy russo arrumando minha casa, eu sequei minha pele molhada com a toalha. O que eu faço agora?

Tinha que haver uma maneira fácil de tirá-lo pela porta da frente sem parecer muito estranho. Enquanto eu passava hidratante e tentava descobrir o que dizer a ele, um terrível barulho irrompeu do banheiro.

Sergei praguejou em russo e Inglês, ou foi em espanhol também?

Curiosa, me aproximei da porta e peguei-o tirando sua camisa encharcada e os sapatos. Minha respiração ficou presa na garganta.

Meu Deus, eu não tinha ideia de que um homem poderia parecer tão perfeito.

Ele era todo músculo, liso, sem sequer uma sugestão de gordura.

Contei os cumes ondulantes de seu abdômen e me perguntei qual seria a sensação de correr minhas mãos por seu corpo poderoso. Oh, eu definitivamente perderia o meu tempo para seguir aquelas tatuagens

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que ele mantinha cuidadosamente escondidas sob suas roupas. O pequeno medalhão de ouro pendurado em uma corrente fina em volta do seu pescoço chamou minha atenção.

Imagens de Sergei debruçado sobre mim na cama, minhas coxas envolvida em torno de sua cintura enquanto ele empurrava para dentro de mim, me atormentou. A visão tentadora dele derreteu a parede de gelo que eu tinha erguido entre nós. De repente, comecei a questionar por que ele era tão errado para mim.

Como se estivesse sentindo o meu olhar intenso, Sergei se virou para mim.

—Onde está o registro de água?

—Meu o quê? — Sua pergunta simples me pegou de surpresa.

—Para fechar a água. —Repetiu ele. —Você está com dificuldades em abrir e fechar a água aqui na torneira do chuveiro?

—Oh. Bem... Sim. —Eu olhei para o chuveiro, onde uma explosão de água quente saía do cano quebrado. Parecia ainda mais forte do que antes. Não há dúvida de que tinha sido a causa da maldição de Sergei.

—Eu comprei uma torneira para substituir e as ferramentas necessárias para fazer, mas eu não tinha certeza de como começar.

—É preciso fechar a água e esvaziar o cano em primeiro lugar.

Não há nenhum registro aqui, então vamos ter que fechar o registro geral.

—Espere. Será que é a pequena coisa engraçada em uma caixa lá fora?

A boca de Sergei se inclinou para um lado.

—Sim, querida, é a coisa engraçada.

Havia diversão em sua voz, sem deboche. Eu me recusei a dar atenção à forma como a minha barriga tremeu ao som dele, me chamando de querida. Passando rapidamente meus dedos pelo cabelo, me afastei dele. —Isso está no jardim entre as roseiras.

—Claro que está. —Ele resmungou. —Espere, aqui. Eu trouxe isso para você.

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Girando para encara-lo eu o observei tirar meu celular do bolso de seu smoking.

—Como é possível?

—Vivian. —Disse ele. —Ela o tomou emprestado de sua bolsa.

—Emprestado, hein? —Revirei os olhos para a interferência dele.

—Eu amo essa garota, mas ela sabe como forçar a barra.

Sergei riu.

—Tente protegê-la. É impossível para ela manter-se longe de problemas.

—Parece estressante. —Estremeci ao pensar no que faria Nikolai, se Vivian fosse ferida sob a proteção de Sergei.

—Você não tem ideia. —Ele segurou o meu telefone. —Acho que devemos agradecê-la. Se eu não tivesse chegado à sua porta quando você gritou...

—Ei, espere um segundo. —Eu levantei minha mão quando outro pensamento me atingiu. —Como diabos você entrou na minha casa?

—Sobre isso… —Sergei esfregou as costas de seu pescoço e fez uma cara de desculpas. —Eu conheço um cara que constrói casas. Ele usa algumas reproduções de antiguidades. Vou ligar para ele, na primeira hora na parte da manhã para que obtenha uma nova porta.

—Uma nova porta? —Com a boca aberta, saí do banheiro, atravessei meu quarto e fui até a escada. Encostada no corrimão, eu olhava para baixo, para a porta da entrada da minha casa para ver os cacos e estilhaços espalhados pelo chão. A porta estava pendurada em suas dobradiças. Um furacão provavelmente a derrubou. —Meu Deus.

—Sinto muito.

Assustada com a proximidade de sua voz, eu olhei para ele com admiração. Ele agora estava a menos de dois metros atrás de mim com apenas suas calças do smoking.

—Como você pode se mover tão silenciosamente?

Ele encolheu seus ombros largos.

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—É uma habilidade útil.

Eu decidi não perguntar a ele por que ele precisava dessa habilidade em particular. Olhando para trás em direção a minha porta destruída, eu perguntei:

—Você usou uma marreta?

—Não, meu pé.

—Você está falando sério? —Eu me virei e analisei seus enormes pés. Eles eram surpreendentemente agradáveis, com unhas bem aparadas. —Você pôde derrubar a porta com as pernas?

Ele sorriu.

—Eu posso fazer um monte de coisas com meu corpo, você ficaria surpresa.

—Uh-huh. —Eu nem sequer tentei parar o sorriso que saiu dos meus lábios. —Você nunca para de tentar, não é?

Sergei fechou a distância entre nós e colocou suas grandes mãos em cada lado de mim no corrimão. Encaixotada por seu enorme corpo seminu, engoli em seco. A quantidade de calor que exalava do corpo dele me surpreendeu. Ele baixou o rosto até que estávamos respirando o ar um do outro.

—Não quando se trata de uma mulher tão especial como você.

Eu? Especial? Por um momento, considerei que isso fazia parte do seu jogo, mas então percebi que ele estava falando sério. Ele realmente achava que eu era algo especial.

Minha barriga tremia quando sua boca desceu para a minha. Com o coração acelerado, prendi a respiração e esperei o toque dos lábios.

No último segundo, ele desviou e divertidamente bicou minha bochecha. Mesmo que esse não tenha sido o beijo que eu queria, ainda me sentia como se um choque elétrico tivesse me atingido.

Ele deve ter visto a ligeira decepção nos meus olhos, porque ele sorriu docemente e deslizou o dedo ao longo da minha mandíbula.

—Eu vou lá fora desligar a água. Se você colocar uma vassoura e uma pá de lixo perto da porta, vou limpar essa bagunça.

—Eu vou fazer isso.

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Sergei sacudiu a cabeça.

—Eu fiz a bagunça. É minha responsabilidade.

Ele se afastou de mim. Imediatamente senti a perda da sua proximidade e a queria de volta. Ao observá-lo descer as escadas e sair pela porta que ele havia demolido com aquelas pernas, eu finalmente entendi que Sergei era muito mais perigoso para mim do que eu tinha imaginado.

Eu finalmente tinha sentido um gosto de como doce, gentil e protetor ele poderia ser e já queria mais.

Grunhindo, Sergei reabriu a válvula de água da casa e limpou a testa suada com as costas da mão. A sensação sufocante e abafada do lugar fez com que as tarefas simples que ele tinha que fazer demorasse dez vezes mais tempo. Pensando em por que ele não imigrou para algum lugar mais fresco e seco, ele recolocou a tampa de metal pesada que protegia o registro no lugar, e voltou para a varanda.

Ele usou a toalha de cozinha que estava caída sobre o parapeito para limpar a mão suja, os dedos e as solas dos seus pés antes de entrar na casa. Uma vez dentro da casa de Bianca, ele tentou pensar numa solução rápida para o que tinha feito em sua porta da frente. Ele havia encontrado um pouco de madeira extra em um dos quartos, ele a tinha usado para consertar a porta estilhaçada. A porta antiga era uma causa perdida, então ele pregou uma placa no local para manter a porta fechada durante a noite.

—Tudo feito?

—Quase. —Sergei respondeu e olhou em volta para se certificar.

Quando ele se virou para ela, um traço de calor correu através de seu

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estômago. Seu pau pulsava com a visão sexy diante dele. Vestida com um robe de seda, Bianca encostou-se na porta entre a sala de estar e a entrada. Suas pernas nuas apareciam por debaixo da bainha para provocá-lo. O pensamento de empurrá-la contra a parede mais próxima e ir beijando das pontas dos dedos dos pés para o V escondido entre suas coxas o afetou bastante.

Ela estendeu uma cerveja gelada.

—Eu pensei que você poderia querer isso.

Surpreso com a oferta, Sergei aceitou a longneck gelada e tomou um gole lento. O sabor o agradou e ele olhou para o rótulo.

—Isso é bom. Não é uma marca que eu conheço.

—Um amigo meu tem uma micro cervejaria ligada ao seu restaurante. Eu não sou normalmente uma bebedora de cerveja, mas vou saborear uma das suas todo o dia.

Ele odiava a simples menção de um amigo do sexo masculino, e sentiu espetadas de ciúmes irracional nele. Ele não tinha o direito de se sentir assim. Bianca não era dele. Ela estava livre para namorar qualquer homem que ela quisesse, mas isso não tornava mais fácil digerir o pensamento.

Depois de mais uma bebida, ele fez um gesto para cima.

—Vou verificar o chuveiro.

—Ok. —Ela não fez nenhum movimento para segui-lo. Tinha medo de estar perto dele?

Voltando ao andar de cima, fez uma lista mental de todas as coisas que precisava pegar na caixa de ferramentas. Ele ficou aliviado ao encontrar o chuveiro ligando e desligando sem problemas. Ele colocou a cortina do chuveiro e a haste de volta no lugar, então, estudou o revestimento. Tudo teria que ser arrancado. Na verdade, a banheira e o chuveiro também.

Encostado na pia, ele examinou o banheiro e começou a esboçar mentalmente algumas ideias para renovar o espaço. Era maior do que a maioria dos banheiros. O box com ducha e uma banheira com pés se encaixam perfeitamente em um local bem ali. Ele imaginou um padrão

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de favo de mel claro no chão, um novo conjunto de armários personalizados e bancadas de mármore.

Sergei agarraria a chance de ajudar Bianca a restaurar sua casa, para ela voltar à sua antiga glória, mas será que ela iria permitir que ele trabalhasse com ela? Ele sabia que ela estava pedindo orçamentos de outros prestadores de serviço. Mesmo que ele entrasse na concorrência com o valor mais baixo, ela provavelmente iria rir na cara dele e mandá- lo embora.

De frente para o espelho, ele franziu a testa para a poeira e sujeira em suas mãos e peito. Ele conseguiu marcas de ferrugem em seu rosto enquanto trabalhava. Lama e grama se agarraram a sua calça.

Querendo se limpar, ele tirou suas calças e cuecas boxer e entrou no chuveiro. A água morna explodiu na sua pele, o que o fez colocar um novo aquecedor de água quente no topo da sua lista de compras. Ele fez uma careta ao sentir o cheiro floral do sabonete, mas se ensaboou com ele de qualquer maneira.

Depois de secar, ele envolveu a toalha úmida em volta da cintura e examinou seu smoking. Não havia nenhuma maneira de receber de volta o seu depósito agora. Na verdade, ele ficaria feliz se a loja de aluguel não o fizesse pagar pelos danos. Não havia nenhuma maneira dele vestir aquele tecido molhado hoje. Pensou em pedir a Bianca que corresse para o seu SUV para pegar suas mudas de roupa de ginásio. O som dela se movendo em seu quarto lhe deu outra ideia.

A reação dela mais cedo com o beijo provocativo que ele tinha colocado em sua bochecha o encorajou agora. E se ele ficasse assim?

Não haveria mais doçura e brincadeiras que ela poderia facilmente descartar. Era hora de ser corajoso e talvez até mesmo pouco impetuoso.

Vestindo apenas a toalha, ele abriu a porta do banheiro e entrou no quarto. Ela estava de costas para ele enquanto arrumava uma roupa na parte de trás da porta do armário. Ele podia dizer pelo corte do vestido verde de linho, que ela planejava usá-lo para ir à igreja. Ele não estava brincando antes, quando disse que queria ouvi-la cantar.

A julgar pelo olhar que ela lhe dera, Bianca deve ter pensado que ele estava louco. Ele tinha há muito tempo deixado de se importar com

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o que as outras pessoas pensavam dele. Quando ele queria algo, ele ia atrás. Para o inferno as opiniões de outras pessoas.

—Acho que o chuveiro vai precisar de obras? —Ela colocou um cinto largo sobre o suporte que prendia o vestido.

—Sim.

—Ótimo. Eu realmente queria te agradecer por... — As palavras dela sumiram quando ela girou para encará-lo. Seus olhos escuros se abriram, e ela fez um gesto descontrolado para o seu estado quase completamente nu. —Onde estão suas roupas?

—Elas estão molhadas e sujas. —Ele nem sequer pensou na calça jeans e camiseta enfiadas em seu saco de academia. Ele queria ver o quão longe isso iria.

—Então coloque, vá para casa e jogue na máquina de secar. — Sua voz tinha subido para um tom ligeiramente mais elevado. Do que ela tinha tanto medo? Era seu tamanho ou seus laços criminais? Ou era outra coisa? Ela estava com medo de quão bons eles seriam juntos e quão difícil seria afastá-lo da cerca que ela tinha construído em torno de si mesma?

—Eu não vou para casa hoje à noite.

Ela piscou.

—Como é?

—Eu quebrei a sua porta. —Ele apontou nessa direção. —Eu não vou te deixar sozinha em uma casa que não pode estar devidamente protegida, especialmente quando você tem um ladrão a incomodando.

—Ele inclinou a cabeça. —A menos que você queira voltar para casa comigo?

—Não! —Ela rapidamente descartou essa opção.

—Então eu vou ficar aqui. —Ele deu um passo em direção a sua cama e começou a remover os bichinhos de pelúcia e almofadas decoradas. Ela tinha o tipo de quarto que parecia não ter nada a ver com uma designer. O fato de uma mulher precisar de nove travesseiros na cama, o deixou perplexo!

Ela levantou as mãos.

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—O que você está fazendo?

Ele jogou um travesseiro com franjas no chão atrás dele.

—É tarde. Estou cansado. Estou indo pra cama.

—Não nessa cama. —Ela respondeu rispidamente. —Você pode ir dormir no quarto de hóspedes no corredor. Pegue esses travesseiros e os coloque ordenadamente naquele banco quando estiver saindo.

Reunindo os macios travesseiros femininos em seus braços, ele levou-os para o banco estofado que ela tinha indicado. Ele cuidadosamente alinhou os travesseiros como ela pediu, mas não deixou o quarto.

—Não há nenhuma maneira que eu possa me encaixar em seu sofá.

A expressão irritada em seu rosto se suavizou. Com um suspiro, ela pegou um dos travesseiros tamanho normal.

—Eu vou. Você fica aqui.

—É isso mesmo que você quer?

Ela engoliu em seco e abraçou o travesseiro mais apertado.

—Sim.

—Você é uma péssima mentirosa, Bianca.

—Eu não tenho muita prática.

Segurando o travesseiro como um escudo, ela contornou a beirada da cama e se dirigiu para a porta. Em três rápidos e longos passos, Sergei a interceptou e a bloqueou. Ela olhou para ele, e um misto de apreensão e um flash menor de excitação iluminando seus olhos escuros. Ele agarrou o travesseiro e puxou-o de suas mãos.

Ela lambeu os lábios, traindo seu nervosismo.

—O que você está fazendo, Sergei?

—Sem mais, Bianca. —Ele jogou o travesseiro na cama atrás dela.

—Nós fomos feitos para jogar este jogo.

—Que jogo?

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—Para o qual você é perfeita. —Ele chegou mais perto, e suas mãos menores voaram para seu peito. Ele poderia ter facilmente a dominado, mas ele imediatamente parou seu movimento para a frente.

—Bianca, eu nunca iria usar meu tamanho ou força contra você.

—Sergei…

—Não. —Ele colocou um dedo suave na sua boca, silenciando a rejeição. —Um beijo, Bianca. Você me deixa beijá-la corretamente uma vez. Se você não sentir nada, se você realmente não quiser, eu vou descer e dormir no sofá. Depois que eu arrumar a sua porta de manhã, nunca vou incomodá-la novamente.

Seus dentes brancos e perfeitos cavaram em seu lábio inferior.

Por fim, ela concordou.

—Ok. Um beijo.

Sorrindo, triunfante, ele deslizou a mão pela nuca dela e a arrastou contra ele. Ele estava determinado a fazer deste, um beijo que ela nunca iria esquecer. Se ele só ia ter uma chance, ele a faria valer a pena!

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Capítulo Três

O que diabos você está fazendo?

Eu silenciosamente me perguntei enquanto cautelosamente observava Sergei. Elevando-se sobre mim, ele parecia muito mais perigoso e delicioso.

—Venha aqui. Sou muito alto para fazer isso confortavelmente em pé. Será melhor se eu estiver sentado. —Ele segurou minha mão e me puxou de volta para baixo, para a ampla poltrona no canto do meu quarto. Afundando no couro macio e desgastado, Sergei me puxou entre seus joelhos. A toalha enrolada na cintura tinha subido bastante, escandalosamente, mas não me atrevi a deixar o meu olhar permanecer em seu colo.

Quando suas mãos enormes deslizaram nas minhas coxas e seguraram meus quadris, eu engoli em seco.

—O que você está fazendo?

—Qual é a sensação do que eu estou fazendo? —Sergei acariciou meu pescoço, sua respiração quente flutuando através de minha pele.

—Boa, mas me beije. —Arrepios deliciosos corriam através de mim, passando por minha barriga e pelo meu peito.

—Estou chegando lá. —Ele prometeu.

Eu tive a nítida sensação de que tinha sido enganada, ao concordar em deixá-lo ter um beijo. Algo me disse que eu estaria logo concordando em muito mais, com ele.

Suas mãos deslizaram sob meu roupão e a camisola curta embaixo. Ele tinha as palmas mais duras que eu já senti. Depois de namorar somente tipos normais, era uma novidade ter mãos tão incrivelmente viris deslizando sobre minhas curvas. Ele sussurrou algo em russo que eu não entendi. Como se tivesse se lembrado de que eu não compartilhava esse idioma, ele repetiu:

—Você é tão macia, Bianca.

Engoli em seco quando ele agarrou minha bunda em suas mãos grandes e deu-lhe um aperto apreciativo. A risada curta escapou de sua

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garganta enquanto ele corria as mãos sobre minha calcinha. Curvando a cabeça escura, Sergei agarrou o cinto amarrado frouxamente do meu robe entre os dentes e deu-lhe um puxão. Os lados do meu roupão se abriram, e ele deixou cair o cinto de sua boca. Arrastando os lábios de um lado para o outro ao longo da minha clavícula, ele sussurrou:

—Tire o roupão.

—Eu realmente não deveria.

Ele sorriu para a minha voz trêmula.

—Então eu vou fazer isso por você.

Abandonando meu traseiro, Sergei empurrou o robe pelos meus braços. O tecido de seda esvoaçou em volta dos meus pés. Mesmo sentado, ele era tão alto que estávamos olho-no-olho, enquanto eu estava em pé. Seu olhar me aquecia e me queimava enquanto ele percorria meu corpo.

Sem o roupão me cobrindo, me senti incrivelmente exposta na justa e muito curta camisola. Embora eu aparentasse confiança e normalmente fosse confortável comigo mesma, eu de repente experimentei uma onda de insegurança. Tudo o que conseguia pensar eram nas imperfeições que estragavam meu corpo. Será que ele estava me comparando com todas as outras mulheres com quem ele tinha saído? Eu temia que não fosse me sair bem.

Levantando meu queixo, Sergei olhou nos meus olhos.

—Você é mais bonita do que eu imaginava.

Seu elogio me pegou de surpresa.

—Você tem me imaginado assim?

A boca de Sergei torceu para o lado.

—Bem... Eu estive imaginando você com muito menos. — Ele tocou as alcinhas da camisola e começou a deslizar para baixo no meu braço. —Muito, muito menos.

—Espere. —Ofegante, eu coloquei minhas mãos em seus ombros.

—Precisamos ir mais devagar.

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—Faz cinco meses, Bianca. —Ele me lembrou de quanto tempo estávamos fazendo isso, essa dança de vai ou não. —É lento o suficiente.

Admitindo que ele tinha razão, eu pressionei minha testa à dele.

—Então pare de brincar e me beije.

Ele riu e colocou seus enormes braços tatuados, em volta de mim.

Saboreando o calor e a energia dele, fechei os olhos e esperei pelo primeiro toque dos lábios. Seus dedos longos se enterraram no meu cabelo assim que sua boca roçou a minha. Sua outra mão ficou na curva da minha espinha na parte inferior das costas.

Com um gemido baixo, Sergei me beijou. Foi o mais doce, mais casto dos beijos, mas havia algo incrivelmente erótico nele. Talvez fosse o conhecimento de que muito mais nos aguardava. Foi a provocação suave, para o começo de uma noite que prometia ser uma das melhores da minha vida.

A ponta de sua língua roçou a abertura dos meus lábios.

Eliminando todas as pretensões de não corresponder, eu me rendi ao seu beijo. Nossas línguas se tocaram timidamente no início e depois com mais confiança à medida que nos acostumávamos com o gosto e o calor do outro. Embalando a parte de trás da minha cabeça, Sergei aprofundou o acasalamento de nossas bocas até que meus joelhos estavam balançando. Agarrei seus ombros para me apoiar e gemi sob seu assalto sensual.

Provando que ele era um amante atencioso, Sergei apertou as minhas coxas e me levantou antes que minhas pernas enfraquecidas de luxúria cedessem e eu caísse no chão. Eu engasguei contra seus lábios e comecei a protestar contra o movimento daquele “homem das cavernas”, mas ele me calou com outro beijo incrivelmente perfeito.

Sentada em seu colo, estava feliz que eu tivesse comprado uma cadeira bem grande e confortável para a leitura.

A carícia de suas mãos me deixou dolorida com uma fome sexual incrível. Ele me fez sentir tão viva, com excitação e entusiasmo. Todas essas reações ordenadamente escondidas para mantê-lo distante foram sendo lentamente liberadas, uma a uma, a partir de uma lista que eu tinha na minha cabeça. Isso era ruim. Isto era tão, tão ruim.

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Exceto, oh meu Deus! Só que, me sentia tão, tão bem.

Suas mãos se esconderam sob a minha camisola e eu ri com o movimento delicado de seus dedos. Ele riu contra meus lábios, mas continuou sua exploração. Apalpando meu seio, ele escovou o polegar sobre meu mamilo, eu gemi quando a minha carne latejante foi apertada com um beliscão. Ele beliscou de leve, e eu balançava contra ele.

—Sergei.

—Eu quero ver você nua. —Ele enterrou o rosto contra a curva do meu pescoço e mordiscou a pele sensível lá. —Eu quero ver tudo de você.

Eu comecei a dizer que precisávamos apagar as luzes, mas me contive. Sergei parecia não se importar com o peso extra que eu carregava. Não havia falsidade na atração e desejo refletido em seus olhos e em seu toque de admiração. Ele me queria do jeito que eu era.

Incorporando a gatinha sexy dentro de mim, peguei a toalha entre nós e dei um puxão brincalhão.

—Só se você ficar nu primeiro.

—Como se você precisasse pedir! — Sergei mordiscou meu lábio inferior. —Eu vou fazer amor com você está noite.

Eu rapidamente pisei nos freios.

—Não.

Ele dirigiu seu olhar para mim.

—Não me faça implorar, Bianca. —Massageando o meu seio, ele murmurou. —Eu quero você e eu esperei tanto tempo.

Algo em sua voz despertou meu interesse.

—Quando foi a última vez que você teve um encontro, Sergei?

Ele segurou o meu olhar.

—Eu não estive com outra mulher desde uma semana antes de te conhecer.

Meus lábios se separaram com o choque.

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—Você está falando sério?

Ele passou os dedos pela minha bochecha.

—Depois que eu vi você pela primeira vez em dezembro, eu sabia que nenhuma outra mulher jamais chegaria perto. Parecia inútil desperdiçar meu tempo com as outras, quando tudo o que eu queria era você.

Sua sinceridade me surpreendeu. E a culpa me abalou.

—Você está com raiva de mim?

Sua testa se franziu.

—Pelo que, milaya moya?

—Encontrei com outros caras enquanto você estava sentado nas arquibancadas. —Eu expliquei nervosamente.

Ele passou alguns fios do meu cabelo em torno de seu dedo.

—Eu não vou sentar aqui e mentir para você. Eu não gostei de ver você com aqueles outros homens. —Ele hesitou. —Fiquei aliviado que você não trouxe algum deles hoje à noite, mas isso não significa que eu esteja com raiva de você. Irritado, talvez. —Disse ele com um sorriso. — Mas nunca com raiva.

Eu capturei sua boca em um beijo.

—Então valeu a pena, não saí com ninguém desde o casamento de Vivian. — Decidida a ser totalmente honesta, eu admiti. —Nenhum outro homem me fez sentir um décimo do que você me fez sentir hoje à noite.

—E ainda é cedo, Bianca. —Ele brincou com sua boca contra a minha. —Eu tenho muito mais para mostrar.

Batendo o meu dedo no seu nariz, eu balancei a cabeça.

—Você ainda não pode fazer amor comigo.

—Mas…

—Eu não tenho nenhuma proteção em casa. A menos que você tenha algo escondido em suas calças de smoking…

(39)

—Eu não. —Então, com um encolher de ombros descuidado, ele disse: —O que eu realmente quero fazer com você não necessita de proteção.

Meu núcleo se apertou com excitação.

—E o que seria?

—Você vai ver. Agora, você decide. Aqui na poltrona ou na cama?

—Eu acho que isso depende do que você tem em mente.

—Primeiro, eu vou tirar isso fora. — Ele agarrou a frente da minha camisola. —Então eu vou usar minha boca para lamber cada centímetro de você. —Sua mão deslizou entre as minhas coxas para que ele pudesse pegar meu sexo. —Eu vou passar a maior parte da noite com a minha língua bem aqui.

Oh! Doce. Jesus.

Uma volúpia enorme me atingiu enquanto eu imaginava tudo o que ele havia descrito. Agitada e com a boca seca, eu consegui sussurrar uma resposta.

—Nós provavelmente deveríamos ir para a cama.

—Boa escolha. Mas primeiro… — Pegando a frente da minha camisola, ele empurrou com força o tecido delicado, rasgando as rendas e seda com suas mãos temíveis. Sua exibição “alpha” de força me deixou momentaneamente sem palavras.

Quando me recuperei do choque de ter minhas roupas rasgadas de cima de mim, eu gaguejava.

—Sergei, você não pode simplesmente rasgar minhas roupas!

—Eu compro mais depois. — Ele disse, como se essa fosse a única questão em jogo aqui e afastou o vestido arruinado do meu corpo para ver meus seios nus. Suas mãos se moveram para a minha calcinha, mas eu apertei seus pulsos para detê-lo.

—Nem sequer pense nisso.

—Então, levante-se e a tire para mim. —Ele estava falando sério.

—Agora.

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