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A República de Angola localiza-se na região ocidental da África Austral. O seu território estende-se entre 5 e 18 graus de latitude sul, e, entre os 12 e 24 graus de longitude leste de Greenwich, ocupando uma superfície de 1.246.700 Km². Possui uma fronteira marítima de 1.650 km a Oeste, banhada pelo Oceano Atlântico e uma de fronteira terrestre 4.837 km, repartidos em três zonas, (norte, leste e sul). Assim, ao norte faz fronteira com as Repúblicas do Congo Brazzaville e Democrática do Congo, a leste com a República Democrática do Congo e da Zâmbia e a sul com a República da Namíbia. Em termos climáticos, a República de Angola é caraterizada por duas regiões distintas: a zona litoral com uma temperatura média anual de 23ºC e a zona interior com temperatura média anual de 19ºC. A predominância dos dois tipos de climas distintos, se explica pelo fato de Angola situar-se na zona intertropical e subtropical do hemisfério sul, bem como, por ter proximidade com o mar e com a corrente fria de Benguela (Guia do Turista 2013/14, Wheeler e Pélissier 2011, Raeymaeker 2012).

Em termos topográficos, o território de Angola pode ser dividido em três regiões principais. Em primeiro lugar existe uma zona costeira de terras baixas, com pouco mais de 150 quilómetros no seu ponto mais largo, que abrange quase toda a faixa longitudinal do país desde o extremo norte junto à foz do rio Congo, até ao extremo sul. De seguida, aparece uma faixa estreita de sub- planalto que se eleva de 300 a mil metros da altitude. A zona mais oriental, um verdadeiro planalto eleva-se numa série de mesetas com uma altitude entre

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1200 e 2100 metros, aproximadamente. Em função disso, Angola possui uma variedade de vegetação e relevo que fazem com que a sua identidade geográfica seja fragmentária, existindo deste modo uma planície na zona litoral que se estende desde Luanda até ao sul onde se localiza o deserto do Namibe, na zona sudoeste do país estendendo-se até Namíbia, a cadeia marginal de montanha, o planalto interior húmido, para além de uma savana seca no interior sul e sudeste e a floresta tropical em Cabinda (Wheeler e Pélissier 2011, Raeymaeker 2012).

De uma forma geral, pode-se dizer que em Angola observam-se duas estações: a estação das chuvas, período que vai de Outubro a Abril e a estação seca, ou de cacimbo que ocorre de Maio a Agosto. Apresentando um clima temperado com uma estação das chuvas que e vai de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca e fria que vai de Maio a Outubro, na província de Cabinda há predominância das chuvas ao longo de quase todo ano. O Sul apresenta amplitudes térmicas muito acentuadas devido à proximidade do deserto de Kalahari e à influência de massas de ar tropical. O país possui numerosos rios, a maior parte dos quais nasce do planalto do Bié, com destaque para o Zaire, o Kwanza, o Cunene, o Keve, o Cuango, o Cuando e o Cubango. Além de possuir lagos e lagoas, assim como de uma flora e fauna ricas e diversificada em vários pontos do território, onde se destaca a presença de espécies de animais raros19. Com o objetivo de se preservar algumas espécies animais e vegetais, ameaçados de extinção, foram criados Parques Nacionais, Reservas Naturais, Integrais e Especiais e Coutadas de caça em todo o território que são potenciais aliciantes para a prática do turismo cinegético (Guia do Turista 2013/14, Wheeler e Pélissier 2011, Raeymaeker 2012).

A origem do nome Angola provém da palavra bantu N´gola, título atribuído aos soberanos que governaram sobretudo o reino do N´dongo no seculo XVI no norte do país, e que estabeleceram os contactos com os portugueses logo depois do reino do Congo. Posteriormente, os portugueses atribuíram o nome a todo território por eles colonizado, cujas fronteiras foram definidas na

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Rinocerontes, búfalos, leopardos, leões, antílopes, javalis, galinhas do mato, elefantes, girafas, palanca negra (única no mundo), crocodilos, etc. (Sarmento 2007).

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conferência de Berlim (1884-1885). Em 1975 o país alcançou a independência, depois de uma luta armada, iniciada em 1961, que durou 14 anos, contra o domínio colonial português (Guia do Turista 2013/14). Após a realização do primeiro recenseamento da população e da habitação do período pós- independência, em 2014 os dados preliminares davam conta que país possuía uma população de 24,3 milhões de habitantes, sendo 52% do sexo feminino, 40% vivem nas cidades e 60% nas zonas Rurais (Pacheco 2015) 20. Do ponto de vista etnolinguístico, a população angolana é maioritariamente de origem Bantu, repartida por cerca de duas dezenas de línguas nacionais, das quais seis com maior expressão, nomeadamente o Kicongo, o Kimbundu, o Tchokwe, o Umbundu, o Mbunda e o Kwanhama (Guia do Turista 2013/14) além destas, Douglas e Pélissier (2011) acrescentam o Lunda, o Nganguela, o Nhaneka- humbe e o Herero. Contudo, por uma questão de unidade nacional, o português é considerado como sendo a única língua oficial. Administrativamente, Angola está dividida em 18 províncias21 e possui seis centros principais urbanos que são nomeadamente: Luanda, Huambo (ex Nova Lisboa) Benguela, Lobito, Lubango (ex Sá da Bandeira) e Cabinda (Raeymaeker 2012, Guia do Turista 2013/14). O país tem organizado anualmente uma série de festividades, com destaque para o Carnaval de rua e do Festival Nacional da Cultura que se realizam em todas as províncias, as festas da Nossa Senhora da Muxima, no município da Quissama (província de Luanda), as festas do mar na cidade do Namibe e as festas da Nossa Senhora do Monte na cidade do Lubango. Além de predominarem vários outros tipos de danças e estilos musicais, a arte e o artesanato e uma rica gastronomia. Em função das características apontadas, de forma geral, o país possui condições favoráveis para a realização do turismo de natureza, de sol e praia, cultural e de aventura.

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Os dados definitivos ainda não foram tornados públicos.

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Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cunene, Huambo, Huíla, Luanda, Lunda Norte, Lunda Sul, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cuando Cubango, Malanje, Moxico, Namibe, Uíge e Zaire.

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