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2.4 GESTÃO DO MEIO AMBIENTE

2.4.6 Saúde e Segurança Ocupacional na Gestão Ambiental

A norma de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SSO)75 foi surgindo frente à ocorrência de acidentes. Sendo assim, um grupo de organismos certificadores e entidades nacionais de normalização desenvolveram como alternativas para adequar seu desempenho socioambiental às expectativas sociais que foram se tornando no decorrer das últimas décadas. Um Sistema de Gestão do SSO demonstra a sua determinação em proteger os seus empregados e o meio-ambiente de incidentes prejudiciais.

Barbosa Filho (2008) lembra que implantar um SSO vai ajudar a controlar a Segurança Ocupacional e seus riscos de segurança, e a melhorar o desempenho da usina. Este sistema ajuda a proteger o seu mais importante ativo – seus colaboradores diretos e indiretos. Cuidar da segurança de seus colaboradores pode igualmente melhorar a imagem da usina e atrair pessoal mais qualificado do mercado.

Mello (2008) descreve que o SSO permite controlar os riscos à saúde e segurança ocupacional, bem como melhorar o desempenho do negócio, fazendo dele um lugar seguro para os empregados atuais e um lugar atraente para os futuros. Assegura também de que se está cumprindo a lei, as normas e os manuais de certificação.

Distanciar-se dos processos habituais e observá-los com distanciamento proporciona uma perspectiva geral que tornará seus programas de Saúde e Segurança Ocupacional mais fácil de gerenciar, avaliar e melhorar. É a primeira etapa na jornada para o aperfeiçoamento contínuo da usina.

Um grupo de organismos certificadores Bureau Veritas Quality International (BVQI),

British Standards Institution (BSI), Det Norske Veritas (DNV), Systems & Services Certification (SGS) e Lloyd’s Register Group, com encontros entre entidades nacionais de

normalização, a partir de uma reunião que ocorreu na Inglaterra, foi então proposta a norma

Occupational Health and Safety Acssessment Series (OHSAS) em 1996 com n. OHSAS

18001.

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Segurança e saúde ocupacional ou SSO é uma área multidisciplinar relacionada com a segurança, saúde e qualidade de vida de pessoas. Como efeito secundário a SSO também protegem empregados, clientes, fornecedores e público em geral que possam ser afetados pelo ambiente de trabalho. (SEIFFERT, 2008)

A série de avaliação da OHSAS 18001 foi projetada para ajudar as organizações a formularem políticas e metas de saúde e segurança ocupacional. Esta série inclui na norma as diretrizes para a implementação da OHSAS 18001. A norma se aplica a qualquer organização que queira adotar uma abordagem pró-ativa para a gestão do SSO.

A OHSAS 18001 mede seus sistemas de gestão em várias dimensões. A abrangência da aplicação vai depender de fatores como da política de saúde e segurança ocupacional da usina, a natureza de suas atividades, e as condições sob as quais opera.

Para Barbosa Filho (2008) este sistema de gestão proporcionar uma estrutura que permite:

a) Identificar os danos e avaliar os riscos no seu ambiente de trabalho; b) Desenvolver métodos para eliminar perigos e riscos;

c) Implementar medidas para avaliar aperfeiçoamentos posteriores e fortalecer a capacidade da sua organização de cumprir objetivos estratégicos.

A especificação propõe requisitos para a gestão eficiente do SSO, enfatizando as práticas pró-ativa e preventiva76. Por meio da identificação, avaliação e controle da situação de riscos relacionada ao desempenho. Assim, estabelecendo um processo de gestão que visa a reduzir ou eliminar completamente os riscos dos empregados e partes relacionadas que possam estar expostas a determinados riscos na realização das atividades.

Seiffert (2008, p, 14) comenta a estrutura da norma:

Assim, como a NBR ISO 14001, a OHSAS 18001 não estabelece requisitos absolutos de desempenho de SSO, fornecendo apenas o contexto geral para a melhoria contínua no processo de gestão, aplicando-se a organizações de qualquer porte, complexidade ou ramo de atividade. Assim, como o SGA ISO 14001, que tem como base a regulamentação ambiental, o desempenho de um SSO é pautado pela regulamentação trabalhista do país em que a organização opera baseado em normas e portarias do Ministério do Trabalho, a qual fornece o contexto geral para a avaliação de riscos de SSO para a sua gestão.

A gestão da SSO inclui a estrutura organizacional, o planejamento das atividades, a definição das responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, alcançar, analisar criticamente e manter política da SSO da organização, assemelhando-se à norma ISO para gestão de qualidade e ambiental.

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Cada usina tem processos operacionais diferentes entre si que são críticos para seus objetivos estratégicos. O aperfeiçoamento da empresa depende de sua capacidade de descobrir forças, fraquezas, e oportunidades de aperfeiçoamento.

Barbosa Filho (2008) descreve que com um sistema efetivo de segurança, haverá redução:

a) A quantidade de acidentes, através da prevenção e controle dos perigos dos locais de trabalho;

b) O risco de acidentes graves;

c) Perdas materiais causadas por acidentes e interrupções de produção; d) Custos com seguros, assim como os custos por faltas dos empregados.

A ação para proteger os empregados resulta em uma força de trabalho com mais entusiasmo. Também garante aos clientes que você está trabalhando ativamente para assegurar que as suas operações são seguras, não apenas para os seus empregados, mas também para o ambiente ao redor.

A OHSAS 18001 também se assemelha bastante com as outras normas anteriormente citadas e estabelece os seguintes requisitos:

a) Requisitos gerais; b) Política SSO;

c) Planejamento - Identificação de perigos, avaliação e controles de riscos. Identificação dos requisitos legais, geração dos objetivos, metas e seus respectivos programas de gestão para alcançá-los;

d) Implementação e operação; e) Verificação e ações corretivas; f) Análise crítica pela administração.

Para Seiffert (2008, p. 15) “a norma OHSAS 18001 estabelece um processo de gestão de SSO que visa a reduzir ou eliminar completamente os riscos”. A direção deve definir e autorizar a política de SSO da organização e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema de gestão, implante a política como elemento estratégico:

a) seja apropriada a natureza, escala dos riscos a SSO da organização;

b) inclua um comprometimento com a prevenção de lesões e doenças ocupacionais e com a melhoria contínua do sistema de gestão de SSO e do desempenho em SSO;

c) inclua o comprometimento em pelo menos atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização, relacionados aos seus perigos a SSO; d) forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos de SSO; e) seja documentada, implementada e mantida;

f) seja comunicada a todas as pessoas que trabalhem sob o controle da organização com o objetivo de conscientizá-las de suas obrigações relativas a SSO;

g) esteja disponível às partes interessadas;

h) seja revisada periodicamente para garantir que se mantenha apropriada e relevante para a organização.

O autor acima chama a atenção para que a organização deva estar de acordo com a legislação, as normas e regulamentos internos, todas alinhadas com outras exigências, as quais a companhia se submete a este padrão de certificação. Existem exigências ao atendimento deste padrão de certificação, que tratam da implementação de outras obrigações, como:

a) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é a Norma Regulamentadora - NR 7 do Ministério do Trabalho que estipula os exames a serem realizados por todos os trabalhadores integrantes do quadro funcional das empresas, de acordo com os riscos a que estão expostos.

Os exames complementares são solicitados durante as consultas admissionais, periódicas, demissionais, mudanças de funções e retornos ao trabalho. O Programa é desenvolvido pelo médico do trabalho ou coordenador, após visita à empresa. b) Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) - A necessidade de aquisição de novas competências em um ambiente de grandes e profundas mudanças tem obrigado as organizações a uma revisão de seus parâmetros de gestão.

Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 1978, Norma Regulamentadora – NR 4 do Ministério do Trabalho. A principal ferramenta que viabiliza essa revisão é o Planejamento Estratégico. Nos próximos anos, as empresas que não forem capazes de ter um planejamento e visão clara de como se diferenciar uma das outras e serem únicas no que fazem, serão facilmente aniquiladas pelos concorrentes.

c) Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) – Norma Regulamentadora – NR 9 e NR 15 do Ministério do Trabalho, com aparelhagem adequada e devidamente calibrada.

É uma declaração pericial emitida por engenheiro de segurança ou por médico do trabalho habilitado pelo respectivo órgão de registro profissional, que é parte integrante do Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.

d) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) - O PPP é documento obrigatório na demissão do colaborador, exigido pela Previdência Social. É necessário o preenchimento do PPP, pelas empresas, para todos os empregados. De acordo com a Instrução Normativa/INSS/DC n. 99 de 05/12/2003, após a implantação do PPP em meio magnético, pela Previdência Social, esse documento será exigido para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos.

A comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos será feita mediante formulário próprio do INSS, que será preenchido pela empresa ou seu preposto com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, para fins de comprovação da exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física.

e) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) - Regida pela Lei n. 6.514 de 22/12/77 e Norma Regulamentada – NR 5 do Ministério do Trabalho, a CIPA foi aprovada pela portaria n. 3.214 de 08/06/76, publicada no D.O.U. de 29/12/94 e modificada em 15/02/95.

Robles Jr. (2008) corrobora que um sistema de gestão bem sucedido deve se fundamentar em:

a) Uma política de segurança e saúde apropriada para a companhia;

b) Identificação dos riscos e exigências legais de saúde e segurança ocupacional; c) Objetivos, metas e programas que assegurem o aperfeiçoamento contínuo; d) Atividades de gestão que controlem os riscos de saúde e segurança ocupacional; e) Monitorar o desempenho do sistema de saúde e segurança ocupacional; f) Revisões, avaliações e aperfeiçoamentos contínuos do sistema.

Estabelecido a partir da norma OHSAS 18001, o SSO fornece os requisitos para que uma organização controle seus riscos77 de SSO e melhora de seu desempenho, atingindo assim, a redução de custos com acidentes e doenças de colaboradores, melhorando a imagem junto à comunidade, investidores, fornecedores e aos clientes, e a melhoria das relações junto aos órgãos fiscalizadores.

A norma avalia o programa de execução em todas as suas etapas em relação aos riscos e perigos potenciais de forma integrada. Devem ser estabelecidas metas, proteções, e padrões de conduta a serem seguidos e para possibilitar a avaliação contínua da prevenção de acidentes, por meio dos registros gerados.

Nele fica registrados o comprometimento da usina com os empregados e terceiros de garantirem um ambiente mais saudável e seguro, com fornecimento dos Equipamentos de Proteção individual (EPIs) necessários, e garantir total assistência em caso de acidentes na usina.

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Risco que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização considerando suas obrigações legais e a sua política de SSO. Aos empregados, e outras partes interessadas, pertencentes a organização ou que operem, que possa estar exposto a determinados riscos. (OHSAS, 2007)

3 ESTUDO DE CASO