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De forma geral, as entrevistadas definem bebê como um ser (uma coisa, uma pessoa ou uma figura, são outros termos também utilizados) frágil, delicado, pequenininho, novinho, indefeso, muito dependente, inocente, sem maldade, puro, anjinho, que se comunica através do choro e do grito, mas que não fala, que age por instintos (não reconhece, mas sente pelo cheiro, por exemplo), que gera sentimentos nos outros (um ser maravilhoso, que traz felicidade, coisas boas, tranqüilidade), que necessita de cuidados e preocupa, dá trabalho, e que absorve o que é passado pela família (quadro 3).

Algumas mães, entretanto, o concebem como um ser em constante aprendizado, complexo, que aprende desde que nasce, enquanto outras já enfatizam que o bebê não pensa, não reconhece, não raciocina.

Ao discursarem sobre como compreendiam os bebês, várias entrevistadas fizeram menção ao fato de pensarem diretamente em seus bebês. No atual momento de suas vidas, suas impressões ou concepções sobre um bebê parecem-me muito associadas às, ou sustentadas pelas, imagens de seus próprios filhos: “Um bebê? Meu filho [enfática]! As bochechas

dele, apertar muito, a risada que ele me dá de manhã (sorrisos), um bebê, vem ele à cabeça, óbvio [...] Agora, é ele, não tem como. Antes? Um bebê para mim era, tipo, era um E.T. porque eu não sabia trocar fralda, eu não sabia fazer nada...” (Manuela); “... eu estou [...] com a imagem do meu filho na cabeça.”

(Milena); “... é [o] meu lindo agora...” (Júlia).

Quase todas as entrevistadas fazem referência às suas dificuldades na decodificação do choro de seus bebês: “O bebê é muito teste [...] o choro você

vai interpretando no começo [...] é muito não saber...” (Milena); “... É a forma que acho que ele tem de falar que ele quer alguma coisa ou choro ou as sílabas, as vogais que ele fala “a, má, dá”, de, certa forma, ele está se comunicando. A gente, às vezes, só não entende muito bem o que ele está

querendodizer (risos).” (Joana); “... o bebezinho ele não fala, você não sabe se

ele está chorando porque ele está com fome, se está com cólica [...] se ele quer dormir, tem hora que confunde [enfática], você não consegue, você tenta de todas as maneiras para descobrir realmente o que ele quer, porque, de repente, o choro não está expressando realmente o que ele está sentindo ou o

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que ele quer...” (Malu); “ [Com] um bebê, você [fica] meio no escuro assim, ah, está chorando aí você vai tentando se é fome, se é frio, se é calor [...] o bebê agora é que você começa a entender ou a compreender que cada choro é diferente. É diferente quando ela chora [...] se ela está com frio ou fome, no começo é muito difícil...” (Beatriz); “... não vem com manual de instruções (risos), a gente tem que aprender a identificar suas vontades porque ele só sabe chorar no começo...” (Aléxia).

A concepção de bebê como tábula rasa é expressa em um dos discursos: “... bebê é assim matéria bruta no sentido assim, no começo a

mente é um pedaço de carne que você vai criando vínculo, vai colocando toda a sua emoção, toda a sua expectativa, todo o seu, os seus desejos, as suas vontades, coitadinho né do bebê (risos), carrega de tudo e mais um pouco, projeções, tudo ele carrega, mas ele é puro.” (Milena).

A criança compreendida como tábula rasa parece embutir também uma concepção de socialização enquanto processo de inculcação, onde o bebê, considerado passivo, não é percebido como participando de seu próprio processo de socialização e nem influenciando a socialização de adultos e de outras crianças, como apontado por Mollo-Bouvier (2005) e mencionado no capítulo 2 desta tese.

Como pudemos apreender a partir dos discursos das entrevistadas, suas concepções sobre bebê se assemelham às imagens ou representações que Ferreira (2002) e Sarmento (2007) mencionam como sendo as que mais se dissiparam e atingiram o senso comum.

Nossas entrevistadas, assim como os homens-pais ouvidos por Galvão (2008), também diferenciam com precisão um bebê de uma criança pequena e essa diferenciação, para elas, também é marcada muito mais pelo desenvolvimento de competências do que propriamente pela idade. A criança pequena, segundo elas, anda, fala, entende, raciocina, já é um pouco mais independente, já acumulou conhecimento, se expressa e é também melhor compreendida pelos adultos (quadro 3).

Para elas, a passagem de bebê para criança pequena se daria entre 6 meses e 2 anos de idade variando de criança para criança: “... Bebezinho são

os que entram com 4 meses, 5 meses na escola. Então, na verdade, eu tenho um pouco isso por ter trabalhado com criança, então quando você olha uma

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criança de 1 ano e quando você olha um bebezinho, você fala ‘ai, nossa, mas já é um mocinho’ o de 1 ano, mas o bebezinho não.” (Aléxia); “Eu acho que esse é um marco, uma divisão dos dois períodos. É claro que cada bebê tem o seu tempo, mas 1 ano e meio eu diria que é quando ele já desabrocha mais com a linguagem e com a marcha.” (Milena); “... acho que bebê vai até uns 6 meses, 7 ou 8 meses, porque depois ele [...] já começa a exigir coisas...”

(Manuela);“... acho que até uns 2 anos seria um bebê [...] a partir daí, já é uma criança pequena porque 2 aninhos ainda eu acho assim bem novinho, às vezes, tem criança que nem fala direito.” (Beatriz).

Somente uma entrevistada considera que as crianças pequenas até 4 - 5 anos, embora não sejam mais denominadas bebês, são ainda bastante dependentes: “... até uns 4 ou 5 anos ainda é um ser totalmente dependente de

uma pessoa [...] [Com essa idade é que] aí a criança já tem uma base, aí ela já consegue, com o que ela já aprendeu [...] ela já começa a pedir, ela já tem condição de fazer algumas coisas sozinha [...] é o que você fizer até lá que ele vai conseguir, vai ter condição de mais para a frente, aí você vai começar a deixar mais sozinho, já descobrindo as coisas e tal...” (Natália).

As falas das mães entrevistadas apontam fortemente para distinções internas à faixa etária de 0 a 3 anos, com cada idade apresentando uma certa especificidade, tanto em termos de necessidades quanto em termos de competências. Essas distinções parecem ser, segundo alguns discursos maternos, ainda maiores quanto menor é o bebê: “Conforme [o bebê] vai

desenvolvendo vai... não tem como ser igual, o primeiro mês já não é igual ao segundo. Uma semana para ele já faz muita diferença.” (Manuela).

Além dos termos bebê, criança e filho, as entrevistadas utilizaram algumas outras palavras (algumas no diminutivo) para se referirem aos próprios ou a outros bebês: neném, bebezinho, filhinha, nenê, nenêzinho, criancinha, recém-nascido, menininha, coisa, coisinha, serzinho (quadro 4).

Nos discursos de todas as entrevistadas nota-se o emprego de grande quantidade e variedade de palavras no diminutivo. Ao refletir sobre isso, percebi que eu mesma havia utilizado dois termos também no diminutivo: “novinho” e “pouquinho”. O primeiro foi utilizado somente quando me referi ao bebê de Júlia (o de menor idade entre todos os filhos das mães entrevistadas), como eu já havia comentado. Já, o segundo foi empregado em momentos

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variados em todas as entrevistas, a meu ver com a intenção tanto de demarcar que eu e a entrevistada conversaríamos sobre um dado assunto por alguns minutos quanto de apresentar as questões de uma maneira talvez menos formal.

De qualquer forma, procedi a um levantamento de todas as palavras utilizadas no diminutivo pelas entrevistadas e exclui a palavra “pouquinho” da listagem. O uso pelas entrevistadas de palavras tão variadas e, em alguns casos, tão pouco empregadas em linguagem corrente e oral no diminutivo, como por exemplo, “saboneteirazinha” ou “estimuladinhos” chamou minha atenção. No quadro 4, o leitor conseguirá visualizar com maior detalhamento a riqueza desse vocabulário que nos dá a impressão de se referir a um certo “mundo em miniatura”, como se essas palavras no diminutivo estivessem sendo associadas nos discursos maternos talvez ao tamanho físico do bebê ou à sua suposta condição de “fragilidade”. Por ora, citarei apenas algumas palavras que foram utilizadas: “suquinho, tadinha, fichinha, almocinho,

roupinha, passinho, mocinho, chineladinha, frescurinhas, comidinha, quintalzinho, doentinha, coitadinho, animadinhos, shampoozinho, cuidadinha, sorrizinho, bolachinha, pãozinho...”

Indagadas sobre qual seria a melhor forma de se educar e cuidar de um bebê ou do que um bebê necessitaria (quadro 4), a maioria das entrevistadas organizou suas respostas em torno de cinco grandes pilares: muito amor, afeto e carinho; muita atenção, disponibilidade constante e cuidados adequados; limites, disciplina e constância na rotina; muita conversa, explicação e orientação; sem violência, sem descaso, respeitando o bebê: “... com muito

amor, nada de tapas. Eu acho que conversar, eu já percebi uma coisa, uma bela diferença quando você pega ele, por exemplo, você tem que trocar, vai um exemplo, [...] se você pega ele e simplesmente vai e troca, ele berra. Se você pega e fala ‘oi, vamos trocar’, não sei o que, ‘vamos tirar essa fralda, mamãe vai ter que trocar você’, se você vai falando tudo, ele te ouve e não fica... Ele não chora, sabe, ele sabe o que você está fazendo, acho que ele entende...”

(Manuela); “... tem que ter respeito por um bebê...” (Malu); “... eles necessitam

de uma pessoa 100% com eles assim para tudo, alguém que cuide deles, das necessidades que eles têm, mas que oriente, que converse, que explique as coisas [...] nessa fase assim pequena eu acho até muito difícil escola, por

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exemplo. Por mais que seja um, dois ou três que cuidem, mas não é aquela dedicação 100%. Conversar, eu acho que o bebê tem que ter aquela identificação com aquela pessoa. Então, acho assim, é integral, é horário integral você com a criança orientando, conversando, se dedicando.” (Natália); “... acho que a constância da rotina, independente de onde for, é claro que a rotina dentro de casa é uma, com a vovó também é outra, mas essa constância, acho que é tudo que eles [bebês] precisam, porque aí já é a segurança, já é o limite também, é saber realmente o que vai acontecer com eles, eles vão interpretando isso, tanto é que se você demora um pouquinho mais no banho, se demora a hora de dormir, eles vão ficando estressadinhos (risos), estressam todo mundo da família, então assim, eu diria que a rotina é o principal cuidado que você tem que ter assim com o bebezinho.” (Milena); “... eu falo com ele, eu brinco, a gente vai tentando estimular de toda forma por menorzinho que ele seja, a gente sabe hoje que até mesmo quando a criança

está no útero é importante você estar conversando e tentar ficar tranqüila

também, porque isso é uma coisa que a gente percebe mesmo, se eu fico um pouco mais agitada ou muito cansada ou até irritada reflete nele...” (Júlia).

Estimular o bebê, a partir da apresentação de músicas e brincadeiras, também foi apontado por Júlia e Manuela como importante para o seu desenvolvimento.

Algumas mães, como Natália, Joana e Beatriz, embora tenham se referido mais diretamente à importância da mãe na educação e cuidados para com o bebê comentando que o bebê necessita de muita atenção e disponibilidade e que, preferencialmente, esse cuidado deveria ser realizado pela própria mãe da criança, como abordado por Bloch e Buisson (1998, 1999) em seus estudos e também apreendido por Lima (2004) em sua pesquisa, reconhecem que, nem sempre a mãe está totalmente disponível (não se trataria somente de uma questão de quantidade de horas passadas com o bebê) ou apresenta as características adequadas (paciência, ter o dom, gostar de criança) para se dedicar com qualidade ao bebê: “... tem que ser a mãe se a

mãe tiver essa disponibilidade [...] se você tiver, acho que seria o ideal uma mãe que goste, que tenha esse dom e que tenha disponibilidade, agora [...] se isso não for possível, acho que você encontrar uma pessoa que se encaixe melhor naquilo para você [...] tem que ser uma pessoa muito especial que

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tenha paciência porque, às vezes, o fato de estar perto não significa que você está educando. Às vezes, você está segurando, chacoalhando, mas não significa que você está junto...então tem que ser uma pessoa que goste muito, que tenha muita dedicação, por isso que acho que é importante quando você decide ter um filho você realmente querer muito, porque eles são bonitinhos, mas na hora ‘h’, quando você acorda às 2 horas da manhã, se você realmente não quiser... então, tem que ter muita paciência. Eu acho que ele realmente precisa de uma pessoa que goste de criança, que tenha o dom.” (Natália); “O melhor é ser cuidada pela mãe, no meu caso, é ir junto ao meu trabalho, pois tenho essa possibilidade. Lá, o meu bebê tem o meu cuidado, a minha presença e cuidados dos avós e do pai [...] Eu acho que tem que pensar muito bem antes de ter um filho porque não é fácil, é difícil, dá trabalho, envolve muita coisa, ainda mais que eu trabalho, tem gente que vai tendo filho e não, não liga ou não pensa o que acarreta ter um filho, que é para a vida toda...”

(Beatriz); “... eu acho que ele tendo afeto, acho que assim, a mãe, ele sente

falta, eu acredito que ele sinta falta da mãe, mas [...] eu acredito é que o importante é você dar atenção com qualidade mais do que a quantidade, porque às vezes, vamos supor você fica o dia inteiro com o seu filho, mas você não dá atenção pra ele, ele fica lá, você fica lá fazendo as suas coisas mas, assim, ele não recebeu a atenção que ele precisa [...] meio como um robozinho e o neném fica lá, largado.” (Joana).

As mães entrevistadas apresentam também um discurso sofisticado e, aparentemente, bastante influenciado pelos aportes da Psicologia, quando se referem ao que acreditam ser o melhor em termos de educação e cuidado para os bebês, ou seja, uma educação que garanta afeto com limites, atenção com qualidade e que privilegie a rotina.

Não foram observadas diferenças em relação ao que as mães consideram ser importante em termos de educação e cuidado para bebês de sexo masculino ou de sexo feminino.

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Quadro 3. O bebê e a criança pequena Entrevistada/ Idade (em meses) e sexo do bebê Concepção de bebê diferença entre bebê e criança pequena?

Concepção de criança pequena Passagem de bebê para criança pequena

Joana

9/F Pequeno; frágil; não fala ainda; criança ainda, novinho; muito dependente; é muito molinho; tem grande vínculo com a mãe; fofinho; inocente; demonstra os sentimentos; não racionaliza, não pensa, não entende; age de instinto, reage ao que você dá para ele, ao que

você ensina, aprende o que a gente ensina Não reconhece, mas sente pelo cheiro quem cuida dele

“... a comunicação dele é chorar...”

“... eles não sabem as palavras, então acho que eles se expressam com sons.” “... acho que ele não sabe ainda, acho que assim, ele chora ou fala “mamama, dádádá”, porque ele está querendo alguma coisa ou ele está com algum desconforto. Ou ele quer

comer ou ele quer carinho ou alguma coisa.”

Sim “... já começa a racionalizar muita coisa.” “... já começa a falar, a se expressar da forma correta.” “Acho que a criança mais velha, ela já se expressa com o

falar e acho que não é só com o desconforto, acho que se ela quer alguma coisa específica...”

“... até 1 ano e meio, 2 anos é bebê ainda [...]

a partir desse momento é que eles começam a entender as coisas, que aí você consegue explicar e eles entenderem o que

está acontecendo.”

Natália

3/F você, que traz muita felicidade, mas assim tudo é uma coisa que ele precisa de você, tudo é “É a coisa mais maravilhosa que tem (sorrisos), mas é um ser assim 100% dependente de novo, tudo que ele vai descobrir é através de você, então é uma pessoa 100% dependente, é um ser assim... é maravilhoso, mas é uma coisa que te dá trabalho, você tem que se dedicar, você tem que ter alguém assim tempo integral se dedicando, porque assim, bebê

não é uma coisa que mama, dorme, não é um relógio. É uma criança, é uma coisa assim que precisa de 100% de dedicação de uma pessoa.”

Sim Dependente

Já acumulou conhecimento “... bebê acho que é até 1 ano, até que não anda...” Considera que uma criança de 4 ou 5 anos

ainda é muito dependente “... o termo bebê, talvez, não seja mais o caso. Eu até brinquei, olhei para a minha [filha] que fez 3 meses ontem e falei assim

‘ah, você não é mais um bebê, você já é uma criancinha’...”

Aléxia

3 e ½/M Aprende desde o nascimento, ser em constante aprendizado, absorve o que a família tem de educação, ações, gestos Complexo

Mais delicado no sentido do cuidar e do educar Tem menos condições de se defender do que uma criança pequena

Sim É maior

Já fala

Tem mais condições de se defender do que um bebê Já tem algo que foi aprendido, enquanto um bebê está

iniciando

“bebê [...] vai até 1 ano, depois já começa 1 ano, já é grandinho, já fala ‘já não é

bebezinho’”. Malu

3 e ½/M Anjinho; benção de Deus; indefeso “... bebê é uma figura especial...” Muito dependente Não entende nada Está acima de tudo Não tem maldade Molinho; pequenininho

Sim “... a criança pequena já está mais independente, ela, por exemplo, já está andando, ela já consegue estar falando,

então ela já consegue se expor, ela já tem uma personalidade formada, porque quando fala você

consegue entender...”

“... eu acho que até 1 ano mais ou menos. Quando começa a falar e a andar eu acho que ele já consegue entender melhor...”

Beatriz

6/F Frágil Puro

Pequenininho Novinho

Sim “Única coisa é que uma criança pequena já começa a falar e é mais fácil você cuidar porque ela começa a se

expressar melhor e você começa, que nem ela chora, você começa a saber porque ela está chorando [...] uma

criança quando estiver maiorzinha é mais fácil você começar a entender o que ela quer, o que ela está

precisando, se ela está com dor...”

Até 2 anos é bebê, a partir daí já é uma criança pequena

Manuela

3/M “... um bebê está ali total à sua disposição. Você pega ele no colo, ele chora...” Coisinha linda “... só coisas boas, porque, afinal de contas, um bebê só traz coisa boa, eu acho, mesmo com dificuldades que você tem para cuidar etc. Mas é só uma energia boa, é isso que vem

à minha cabeça [ao pensar em um bebê]...”

Sim “... uma criança de 1 ano começou a andar você não segura mais, não quer saber de colo, não quer saber de

nada. Eu acho que eles ficam mais exigentes assim do que quando [...] é bebezinho.”

A criança pequena come, tem uma alimentação diferente da de um bebê, o cocô é diferente, começa a falar

É bebê enquanto “... você está ainda com ele no colo, ainda mamando...” Acha que bebê vai até uns 6, 7 ou 8 meses

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Continuação quadro 3. O bebê e a criança pequena Entrevistada/ Idade (em meses) e sexo do bebê Concepção de bebê diferença entre bebê e criança pequena?

Concepção de criança pequena Passagem de bebê para criança pequena

Milena

11/M Fragilidade Pureza

Sensibilidade Aconchego

“... parece que cada bebê é de um jeito, mas não é...”

“[Bebê] é, ao mesmo tempo, tranqüilidade também para o dia-a-dia de hoje em dia em que a gente corre tanto, tem tanta preocupação que quando você chega em casa, apesar de tudo que você tem também com o bebê, apesar de tudo, você vê um sorriso já te compensa

tudo. Sorriso marca muito, do meu filho, no caso, o sorriso é tudo de bom [sorrisos].” “...mudanças intensas a cada segundo, realmente assim, não tem como você assim, hoje você define alguma coisa, amanhã ou no momento seguinte muda, muita alegria [enfática], muita preocupação [enfática]. Mas, assim, é uma mudança na vida do casal, é tudo de bom,

mas, ao mesmo tempo, tudo diferente (risos). Mas, traz alegria total.”

Sim “... a criança pequena, [...] ela já tem todo um contexto que você vai formando ela. Cada dia você vai passando uma mensagem pra ela de como você é, de como você responde, o que você espera dela e isso vai formando e a

resposta dela já começa a ser mais de acordo com a tua ação e reação também.”

“... a criança pequena você já sabe, eles também já sabem, você já compreende a questão do choro, a

resposta, as manhas...”

1 ano e meio, quando já está falando e andando e fica mais independente

Júlia

1 e ½ /M “... Às vezes, grita, chora, esperneia...” “... serzinho que depende de você...” Não é fácil identificar a causa do choro

Hoje em dia, a criança se mexe muito cedo e já nasce de olho aberto “Serzinho...” que desperta vários sentimentos nos outros e gera responsabilidade para a

vida toda

“... coisinha fofinha, rechonchudinha, gostosinha, cheirosinha [...] que não é assim 100% do tempo...”

Bebê ainda não reage tanto ao outro, pede muito, quer mamar, está sujo, quer dormir, exige cuidados. Só aos poucos, vai reagindo mais, começa a sorrir ou fazer carinho “... a gente sabe que bem pequenininho eles não interagem tanto assim com outras

crianças, isso vem aos poucos, ao longo do desenvolvimento deles.”

Sim Já fala

Responde Brinca com o adulto Deixa de usar fraldas

“... acho que até 1 ano. Depois de 1 ano já é mais uma criança mesmo, pequena ainda

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Quadro 4. Discursando sobre o bebê e as melhores formas de educá-lo Entrevistada/ Idade (em meses) e sexo do bebê Outras palavras ao se referir ao próprio ou a outros bebês

Utilização de outros diminutivos Qual a melhor forma de se educar e cuidar de um bebê? Do que um bebê necessita?

Joana

9/F Neném Criança Bebezinho Filhinha Filha Nenêzinho Nenê Criancinha