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Resumidamente, podemos destacar que as mães reconhecem que o Estado e a sociedade devem compartilhar com as famílias a educação e o cuidado dos bebês, mas concordam que há pouca mobilização para que todos os bebês possam ter acesso a serviços de saúde e educação de qualidade.

A escolha de outras modalidades de educação e cuidado para bebês, que não a creche, por parte de algumas famílias, é apontada por nossas entrevistadas, como possível justificativa para a quase inexistente mobilização social por mais vagas em creches, bem como, para a baixa freqüência a essa instituição por parte das crianças de 0 a 3 anos de idade.

As entrevistadas explicitaram, em algum momento, a concepção de que a sociedade e o Estado também têm, além das famílias, responsabilidades para com os bebês e de que essa responsabilidade deveria se exercer especialmente nas áreas da saúde e da educação (quadro 16).

As mães entrevistadas apontam deficiências na atuação do Estado e expressam a expectativa de que um efetivo retorno dos impostos pagos pela sociedade gere um melhor atendimento às crianças e suas mães, não só, em termos do oferecimento de bons hospitais, de maior número de vacinas gratuitas, de centros de orientação para gestantes, de grupos de aleitamento materno, mas também em termos de maior disponibilidade de vagas em creches e escolas e de maiores investimentos que proporcionem aos bebês e demais crianças o acesso à educação de qualidade.

Algumas mães assinalaram que o Estado não deve somente oferecer educação de qualidade porque muitas pessoas sem condições financeiras necessitam dos serviços públicos, mas também porque toda a população, incluindo os bebês, tem direito à educação: “... educação é um direito de todos,

e o bebê também, começa desde criança, desde bebê a educar. A gente não educa uma criança a partir dos 7 anos, muito pelo contrário, é desde a sua formação, desde bebê que vai se formando o cidadão [...] os professores da faculdade falavam muito ‘ah, a gente tem que valorizar a escola pública, tem que valorizar a escola pública’ e eu acredito que tem que valorizar mesmo [enfática] porque é um direito de todo mundo ter uma escola pública de qualidade...” (Aléxia); “Na área da educação tem a parcela de responsabilidade

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sim, afinal de contas nós dependemos dos educadores. Tudo bem que a educação começa em casa, que vem de berço, que a responsabilidade é dos pais em primeiro lugar, mas também o Estado tem grande responsabilidade sim.” (Malu); “Normalmente, você vai optar por uma escola porque, às vezes, a pessoa não tem condição de pagar ou mesmo que tenha você quer um lugar porque você está pagando os impostos, você quer ter um lugar para colocar o teu filho de qualidade...” (Joana).

Milena, que atua na área de EI, ressaltou também a necessidade de maior atenção por parte do Estado para com a educação dos bebês e crianças que ainda não se encontram em fase de alfabetização constatando, como já havíamos enfatizado, que crianças maiores, já na pré-escola ou no ensino básico, vêm recebendo maior atenção e investimentos por parte das políticas educacionais: “Acho que ainda se vê muito mais a responsabilidade com

crianças maiores, já na fase de escolarização mesmo, do que com os pequenos. Então, programa, currículo, atendimento acho que é pouco, especialmente pela minha área, acho que tinha que ter mais cuidado mesmo relativo à educação.”

Uma das mães (Manuela) ressaltou não utilizar ou conhecer os serviços públicos, optando sempre por utilizar serviços particulares no que se referia ao seu próprio bebê, mas destacou, assim como Júlia, a necessidade de que as empresas também ofereçam creches às suas funcionárias.

Júlia solicitou também que o Estado ofereça o que ela chama de “centros” (creches ou berçários) que, além de atenderem os bebês, também poderiam contar com equipes multiprofissionais orientando não somente as mães, mas também os profissionais que atuam com as crianças.

Com relação ao município onde residem, seis entrevistadas avaliaram de forma positiva a qualidade de ensino e de investimento público em educação. Essas mães, relatando suas impressões pessoais e/ou os comentários de parentes, amigos ou conhecidos, consideram que os moradores de São Caetano são privilegiados e que o município apresenta uma realidade diferente da de outras cidades por oferecer quantidade e qualidade no ensino público e pelo fato de a creche pública ser utilizada também por famílias de camadas médias, que não necessitam comprovar renda para poderem matricular suas crianças: “... É porque é assim, é para qualquer

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pessoa de São Caetano, que more em São Caetano e que a mãe trabalhe mais que 6 horas [...], esse é o requisito para fazer a inscrição. [...] E, normalmente, é a mãe que tem que trabalhar, se o pai não trabalha não tem problema.”

(Joana); “... aqui em São Caetano, a gente não tem esse problema porque a

grande maioria das crianças [...] têm vaga nas creches, nas EMIs [Escolas Municipais Integradas] que a gente chama aqui [..] quem mora em São Caetano não pode reclamar, da realidade aqui de São Caetano, porque em termos da educação da escola, tanto das EMIs quanto das EMEIs e depois dos Fundamentais 1 e 2, até mesmo assim de cursos enfim preparatórios que a própria Prefeitura fornece, é tudo muito bom.” (Aléxia); “[Em] São Caetano a gente vê que isso realmente é feito. Tem muitas opções aí de escolas, creches [...] Claro que aqui em São Caetano, [...] o nível tem até classe média alta que freqüenta [a creche pública]. Então, é bem melhor [...] em todos os sentidos

[das pessoas que usam e do que é oferecido]...” (Malu); “...acho que aqui em

São Caetano, a gente é privilegiado, porque todo mundo me fala que o ensino público é maravilhoso, depois quando ele [bebê] estiver um pouquinho maior que dá para colocar...” (Júlia); “São Caetano, assim o que você tem é que a educação é de alta qualidade, tanto é que tem pais de classe média que buscam a [creche] pública e o referencial de que é de qualidade acho que está colocado [enfática]...” (Milena).

Entretanto, algumas mães entrevistadas e que não freqüentaram creche ou pré-escola em São Caetano do Sul quando crianças, como apresentaremos no próximo eixo, informam desconhecer a existência ou a localização de creches públicas no município (Natália e Júlia).

Em conjunto com Natália e Júlia, Beatriz, que, por sua vez, freqüentou pré-escola no município quando criança, também acredita não poder avaliar se a quantidade de vagas ou a qualidade da educação oferecida, especificamente, pelas creches é satisfatória ou não.

Já, Manuela foi a única entrevistada que ponderou que o critério de comprovação de residência não vem sendo respeitado em São Caetano e que muitas crianças moradoras de cidades próximas estão “ocupando” vagas que seriam destinadas às crianças residentes no município: “E eu acho isso uma

sacanagem porque, afinal de contas, uma escola, um berçário, hoje em dia, custa R$ 1500,00 no particular.”

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Ao serem indagadas sobre a pequena oferta de creches, praticamente todas as entrevistadas afirmam que os adultos não se mobilizam pelos direitos dos bebês ou por políticas de creche porque nossa sociedade é culturalmente acomodada e individualista e que o povo brasileiro, muitas vezes, por não conhecer seus direitos acaba não exigindo que eles sejam respeitados. Essa postura de pouco questionamento ou mobilização ocorreria também, segundo elas, em outras áreas, não somente com relação aos bebês (quadro 17).

A classe média que seria, na concepção de Natália, o segmento com melhores condições para reivindicar acabaria, quase sempre, optando pela creche particular para seus filhos, não “sentindo falta” da creche pública e assim, não a reivindicando para outros bebês. Joana e Malu também supõem que um dos motivos que levaria a não mobilização seria a opção dos pais por outras modalidades de EI que não a creche, como por exemplo, deixar a criança com os avós ou mesmo parar de trabalhar para cuidar do bebê.

Manuela, por sua vez, acredita que as pessoas só param para pensar sobre questões relativas aos bebês no momento em que estão vivenciando a experiência da maternidade e da paternidade:“... antes, era, sei lá, um bebê, eu nem pensava nisso [...] Antes de eu ficar grávida, eu nem imaginava, nem pensava nisso [sobre escola, creche, hospital ou plano de saúde para o bebê]...” (Manuela).

Da mesma forma, outras entrevistadas, também, revelaram, em momentos diferentes da entrevista, “não terem nunca parado para pensar” sobre a questão dos direitos da criança à creche, sobre o que pensam sobre creche, sobre a idade mínima para a criança ir para a escola, sobre por que os adultos não se mobilizam por questões relacionadas aos bebês, mesmo sabendo que há falta de vagas em creches: “... a gente sabe que tem a maior

dificuldade, por que a gente não vai atrás né?” (Natália).

Embora duas entrevistadas considerem difícil conseguir mobilizar as pessoas, as demais expressam acreditar que seria necessária uma maior reivindicação dos direitos, com a escolha de políticos que se interessassem por essas questões e que atuassem com maior boa vontade, não somente efetivando que mais creches fossem construídas, mas também propiciando maior divulgação dos serviços e direitos à população.

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Milena, especialmente por atuar em EI, apontou para a necessidade de se pensar mais nos bebês, revendo e divulgando o Referencial Curricular da Educação Infantil, para que ele pudesse ser mais utilizado pelas creches e para que questões sobre avaliação e contexto sócio-histórico e cultural dos bebês atendidos pudessem ser mais debatidas. Ela cobrou da Secretaria Municipal de Educação uma maior fiscalização e acompanhamento do trabalho que é realizado, especialmente, pelas creches particulares.

Júlia e Manuela destacaram a necessidade de maior fiscalização e punição junto às empresas, para que elas ofereçam mais creches às mães trabalhadoras.

Apesar de terem expresso que muito ainda precisa ser feito ou reivindicado na área de creches e de atendimento aos bebês, a grande maioria das entrevistadas reconheceu que também não vinha se mobilizando (quadro 17). Além disso, apreendemos que, mesmo as mães que relatam se preocupar com essas questões, tendem a refletir mais sobre suas próprias escolhas futuras de atendimento para seus filhos, do que se mobilizar efetivamente pelo conjunto dos bebês na sociedade.

Já, as duas entrevistadas que trabalham na área da educação (Aléxia e Milena) circunscreveram suas ações de mobilização aos seus espaços concretos de atuação, principalmente através da busca constante, ou da divulgação, de material de estudo específico sobre bebês, visando a melhoria do atendimento oferecido a essa população.

Com relação aos possíveis motivos que estariam levando a uma tão baixa freqüência de crianças de 0 a 3 anos quando comparada à de crianças de 4 e 5 anos à pré-escola, todas as entrevistadas apontaram para as escolhas por parte das famílias de outras modalidades de EI como as principais razões para a não freqüência (quadro 18). Apenas metade delas explicou a baixa freqüência pela insuficiência na oferta de creches.

Segundo as mães entrevistadas, as famílias estariam preferindo deixar seus bebês com avós ou outros familiares ou conhecidos, com babás ou mesmo parando de trabalhar para cuidar pessoalmente de seus filhos, por medo e desconfiança em relação à creche, mas também porque ainda consideram seus bebês como muito novos para essa freqüência.

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A pré-escola, na concepção das entrevistadas, estaria sendo mais freqüentada porque as crianças já ingressariam maiores, porque seus pais tenderiam a valorizar mais o papel educacional e de alfabetização da escola, porque a população contaria com uma maior oferta de vagas e também porque seu custo financeiro, na rede particular, seria menor para as crianças maiores do que para os bebês.

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Quadro 16. Responsabilidades do Estado e da sociedade Entrevistada/

Idade (em meses) e sexo do bebê

Estado/sociedade tem responsabilidade para com os bebês? Em qual área? Justificativa

Joana

9/F Na área da educação: oferecer mais vagas para as mães que precisam trabalhar; mais vagas em escolas e creches de qualidade para deixar as crianças; remunerar melhor os Sim. Na área da saúde: vacinação

professores, todos os bebês deveriam ter direito à educação como consta na Constituição; pagamos altos impostos, mas, às vezes, temos que colocar em escola particular porque não temos escolas públicas de qualidade

Deficiência do Estado aparece em várias áreas não só com relação aos bebês ou crianças maiores Natália

3/F Sim. Na área da saúde: pré-natal, orientação para as grávidas, tratamentos ainda durante a gravidez

Aléxia

3 e ½/M apropriada para deixar seu filho; a falta de vagas é problemática e talvez não dê conta da demanda, pois tem mãe que tem deixar na particular porque não conseguiu vaga na Sim. Na área da educação: pagamos impostos e quem não tem condições de pagar uma escola particular tem que ter acesso a uma escola de qualidade, de confiança e pública; nem sempre escolas particulares têm qualidade e por isso o Estado deve disponibilizar; deveria existir uma escola pública de meio-período para os bebês, assim como

existe essa opção nas escolas particulares; os bebês têm direito à escola englobando não só o cuidar, mas também o educar

Quem mais precisa da escola pública é quem tem menor poder aquisitivo, mas “... é um direito de todos, então todo mundo, quem tem dinheiro e quem não tem, deveria ter acesso.”

Malu

3 e ½/M “... imagino que São Paulo seja um desastre [...] eu acredito que a maioria [da população] não tem nem acesso à creche [...] por isso é que tem esse monte de criança aí, de Sim. Na área da educação: alguns municípios têm deficiência na oferta de escolas, faltam vagas em creches qualquer jeito, na rua, tudo largado, porque não tem, é muita gente, para pouca escola. Eu acredito, eu imagino [que faltam vagas].”

Beatriz

6/F criança está com algum probleminha e não percebe e o negócio se agrava. Inclusive [...] parece que vão incluir algumas vacinas que não davam no posto. Eu acho que isso daí é Sim. Na área da saúde: “... se a criança ficar doente, ter um bom hospital que cuide direitinho. Às vezes, você leva em algum lugar e o posto, não é bem atendida, às vezes, a bom porque a gente, às vezes, não consegue, tem pessoas que não conseguem pagar e as vacinas são muito caras e evita a criança pegar que nem pneumonia...”

Na área da educação: “...o ensino básico assim, as instruções mesmo, o aprendizado mesmo, acho que é [responsabilidade] do Governo para construir um país melhor no futuro.” Manuela

3/M Sim. Na área da saúde: especialmente com a oferta de vacinas de boa qualidade Na área da educação: construir mais creches e escolas

As empresas também deveriam oferecer creches Milena

11/M Sim. Na área da educação: planejamento, com cuidado, com escola, maior atenção com as crianças que não estão em fase de alfabetização “Acho que depende muito do incentivo público mesmo, do Governo.” Júlia

1 e ½ /M “... a gente sabe que, infelizmente, algumas mulheres [e seus bebês] não têm acesso [ao pediatra ou saúde] [...], porque, às vezes, não têm nem direito aonde deixar a criança, não Sim. Na área da saúde: “... eu acho que poderiam haver mais centros para orientação das mães, grupos de apoio ao aleitamento materno.” tem uma rede pública muito boa...”

Na área da educação: deveria ter “... mais creches pra depois a gente poder voltar a trabalhar com mais tranqüilidade, berçários. Então, acho que falta muito...”

Teria que “... ter mais centros mesmos, porque não adianta ter um centro longe do trabalho da pessoa ou da casa dela [enfática], tem que ser no caminho, entendeu, ou pertinho da casa dela que ela já vá e já deixa a criança ou próximo ao trabalho ou dentro das empresas que é o que a lei pede dependendo assim, depois de x número de funcionárias, ela teria

que ter a creche dentro...”

Os centros comunitários de atendimento público poderiam oferecer, além de creche ou berçário, atendimento com pediatra, assistente social, psicóloga e atender não só as mães, mas também os professores ou assistentes “... que cuidam das crianças, pra essas pessoas também terem uma orientação melhor.”

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Quadro 17. Mobilização pelos direitos dos bebês ou por políticas de creche Entrevistada/

Idade (em meses) e sexo do bebê

Por que os adultos não se mobilizam ou se preocupam com

os direitos dos bebês ou com as políticas de creche? Como os adultos poderiam se mobilizar ou agir mais ativamente? A entrevistada se mobiliza? Como?

Joana

9/F É acomodado, comodismo do povo que não luta pelos seus direitos em Cultura do brasileiro todas as áreas, se adapta à realidade e não tenta mudá-la Muitos pais podem preferir deixar os bebês com seus avós ou mesmo

parar de trabalhar e por isso não reivindicariam creche

A sociedade em geral teria que brigar pelos seus direitos Não se mobiliza

“... a gente acaba se acomodando...”

Natália

3/F As pessoas mais esclarecidas e de classe média que poderiam se mobilizar acabam optando por escola particular e não pela creche pública, acabam não sentindo falta e conseqüentemente não se

mobilizando

Políticos não se preocupam com isso

A população é pacata e não se mobiliza. Povo brasileiro não corre atrás dos seus direitos, às vezes, também por falta de conhecimento

Seria criando mais vagas Indo atrás dos direitos

É difícil mobilizar as pessoas, para que isso ocorresse teria que afetar a maioria das pessoas (incluindo a classe média)

Fica preocupada com a questão das vagas, quer sempre que as funcionárias consigam vaga ou que

haja vaga na creche onde a mãe trabalha como voluntária, “...

mas eu nunca fui atrás para sabe, ‘o que nós vamos fazer para arrumar alguma coisa’”. Quer resolver o imediato, arranjar uma vaga para dada

criança em um certo momento, mas “... você nunca pensa assim mas, ‘o problema é muito maior, você vai

resolver dessa criança, mas tem mais vinte que não têm condição’”.

Aléxia

3 e ½/M Pessoas pensam só no seu, se têm condições de pagar uma boa escola Sociedade é individualista e tem pressa, não parando para pensar. não se preocupam com aquele que não tem. Isso ocorre em outras áreas

também. Não se luta por algo melhor para todos, não se luta pelos direitos

Sociedade acomodada, onde “... muita gente empurra com a barriga”. “... Acho que em tudo se a sociedade fosse mais unida, assim não fosse

tão individualista, a gente teria muito mais direitos conquistados.”

É difícil ver melhora. “... Será que vão conseguir enxergar?” É difícil ter apoio

Quando trabalhou em escola particular tentou mudar algumas coisas, lutar pelo que acreditava, mas como a

proprietária da escola não investia, resolveu pedir demissão

Considera que é difícil tentar sozinha “... por ter conhecimento você tenta até levar para ajudar, mas tem pessoas que, às vezes, não estão abertas assim. Na [creche] particular era complicado

você conseguir passar porque tem uma outra visão, depende muito daquelas pessoas que estão trabalhando naquela escola como coordenação, direção e assim o que a gente aprende na Prefeitura

era super bem adequado e até mesmo tinha muito valor...”

Malu

3 e ½/M Brasileiro é acomodado, não cobra, não briga, não é revolucionário, ele paga impostos, mas não corre atrás dos seus direitos Às vezes, as pessoas se acomodam, e não reivindicam por medo ou

porque não tem informação

Tem que ter mais boa vontade dos políticos, da sociedade em geral. Ter que ter mais boa vontade no atendimento, na informação para a população e na divulgação dos

serviços

“... políticos [deveriam] [...] pôr a mão no bolso, porque o imposto em São Paulo, principalmente, é muito alto, então, de oferecer mais escolas, construir mais escolas, oferecer mais vagas para todas as mães terem esse direito porque, afinal de contas, é um direito Constitucional [...] é direito garantido por lei, é Constitucional,então acho que a população teria que se mobilizar, se conscientizar e correr atrás dos seus

direitos.”

“Sim, eu já pensava nisso, me mobilizava.” “... tenho essa preocupação porque essa questão é importante, porque pode acontecer também da criança

não se adaptar, por outro lado também, eu não posso parar de trabalhar, então vou ter que dar um jeito de conciliar, de ver, de insistir e espero que dê certo [do

bebê ir para a creche] (risos).” Beatriz

6/F Povo brasileiro é acomodado, conformista, aceita as decisões do Governo Muitas vezes, as pessoas não conhecem os seus direitos e por isso não

cobram

Votando nas pessoas corretas que se interessem por esses assuntos Campanhas na televisão para informar as mães sobre os seus direitos “... se tem falta de vagas teria que construir mais creche mesmo. Às vezes, os políticos se preocupam com outras coisas [...] e teria que ajudar mais o nosso povo

aqui...”

Vê muita injustiça, vê que a educação é muito ruim no País

“... eu vou tentar educar [o bebê] da melhor forma possível, não dependendo muito do Governo. Se eu

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Continuação quadro 17. Mobilização pelos direitos dos bebês ou por políticas de creche Entrevistada/

Idade (em