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As conseqüências do sexo irresponsável

No documento Despedindo-se da Terra (Chico Xavier) - PDF (páginas 140-147)

AS CONSEQUÊNCIAS

DO SEXO IRRESPONSÁVEL

O encontro de ambos naquela tarde fora o estabelecimento de um precedente bastante significativo para os dias futuros.

Isso porque, na sua volúpia de extravasar as emoções vividas durante o sonho, Sílvia se fizera extremamente calorosa enquanto que Marcelo, por alguns instantes bastante envolventes, se sentira na antiga condição de virilidade admirada pela companhia que lhe partilhava o mesmo leito.

Na ausência de Marisa, as emoções físicas, elevadas à categoria de verdadeira avalanche nos sentidos mais íntimos daquele rapaz, ainda governado pelas forças da sexualidade em plena exuberância, faziam de Sílvia um verdadeiro ímã a polarizar-lhe, agora, os desejos masculinos de gozo e prazer, interferindo, a partir daí, na sua avaliação pessoal acerca dos rumos a serem dados à sua união conjugal.

Realmente, cometera o deslize de romper os laços da confiança que, até então, vinha mantendo com aquela que se lhe fizera a esposa e parceira nas aventuras da sexualidade.

No entanto, desculpava-se a si próprio, alegando que não fora ele quem criara aquela situação; que, na verdade, estava sendo rejeitado pela indiferença da esposa e que, de qualquer sorte, não poderia ficar naquela condição de abstinência pelo resto da vida. Afinal, já fazia mais de um mês que não mantinha nenhum relacionamento íntimo com ela, percebendo-a cada vez mais afastada, sem alegar qualquer motivo para aquela conduta.

A partir de então, Marcelo passara a agir na condição defensiva,valendo-se de sua capacidade argumentativa para desculpar-se diante do deslize, inclusive criando suposições sobre uma possível infidelidade da mulher como base para se permitir a sua própria conduta infiel.

Tendo a consciência clara a respeito da traição física decorrente de seu envolvimento íntimo com outra mulher, suas defesas vibratórias se viram torpedeadas pelo complexo de culpa despertado, depois de passada a fase da euforia da diversão a dois, pela lembrança de que deveria retornar para casa, rever a mulher, dormir ao seu lado naquela noite.

Para Sílvia que, como já se explicou, estava acostumada a esse tipo de comportamento leviano, sem se importar mais com os efeitos da traição no interior de seus sentimentos, a conduta leviana não fazia mais qualquer diferença, uma vez que se permitira chafurdar no lodaçal dossentidos mais inferiores, até mesmo para esconder suas frustrações afetivas, decorrentes de antigos sentimentos não correspondidos, de posturas indecorosas do passado. Restava-lhe como resquício moral, apenas, o sentimento materno em relação ao filho, agora um adolescente, que nem de longe pensava nas aventuras da mãe, ainda que soubesse avaliar que seus pais não eram o exemplo de casal feliz e harmonioso.

O pequeno Alexandre não fazia idéia de que a mãe se permitisse a conduta de prostituta de alto padrão, encontrando-se, fortuitamente, com qualquer tipo de homem para satisfazer suas tensões e ansiedades na área do prazer físico.

No entanto, da mesma maneira que Marcelo se sentiu correspondido por aquela mulher experiente, mais vivida que a própria esposa, Sílvia admirou-se de seu encantamento com o colega do escritório, igualmente bastante inovador e arrojado, entendendo-se de forma surpreendente e bastante intensa, sobretudo por se considerar

que se tratava do primeiro encontro íntimo entre ambos. Na verdade, pareciam velhos conhecidos nas aventuras arrojadas da ginástica sexual.

Nem Sílvia, nem Marcelo, desejavam ter mais do que uma tarde de prazeres secretos. No entanto, em ambos os casos, teriam eles que i ministrar uma força que nascia na intimidade de seus Espíritos e que, mesmo que fingissem nada ter acontecido, como haviam combinado ao final daquele encontro, a troca de energias realizadas naqueles momentos lhes havia abastecido de sensações e emoções de que ambos se sentiam famintos, além, é claro, dos processos de envolvimento espiritual que eram produzidos e instalados, a partir daquele momento, nos centros cerebrais de Marcelo, unidos aos de Sílvia e controlados pelos Espíritos que os manipulavam como se fossem dois bonecos sem vontade própria.

Através dos fios tenuíssimos de energia escura e penetrante, a ação do Chefe se poderia fazer mais imperativa, principalmente agora que, contando com a queda moral de Marcelo, fácil lhe seria mantê-lo no padrão dos culpados, bloqueando, a partir de então, quaisquer esforços para que se tornasse melhor ou que rompesse a cadeia de encontros ilícitos, corrigindo o rumo de seus passos.

Poucas horas de prazer físico lhes garantia alguns anos de perturbação instalada, na sintonia mental que abriram em suas emoções para que as forças desequilibrantes do mal pudessem instalar seus emissores e receptores magnéticos na acústica da mente através dos quais, com muita facilidade, poderiam manipular as sensações e desejos dos dois, atraindo-os ainda mais um para o outro.

Além disso tudo, ambos agora contavam com um arquivo de novas imagens intensas e sensações excitantes em seus Espíritos, cenas e impressões que seriam usadas como um acervo erótico a ser manipulado pelos Espíritos perseguidores no interior de suas mentes, despertando a vontade de novos encontros, a excitação das aventuras vivas e a noção de que os dois amantes se completavam física e emocionalmente.

Esse mecanismo de influenciação do mundo espiritual negativo, no entanto, não era do conhecimento dos dois aventureiros que, cada um à sua maneira, procurava retornar à sua rotina, fazendo de conta que tudo não tinha passado de uma ida ao fórum, realmente.

Em sua sala do escritório, Marcelo não conseguia realizar nenhum trabalho intelectual naquela tarde.

Sua mente estava poluída pelas emoções descontroladas, pela volúpia experimentada e, ao mesmo tempo, pela idéia de como se conduzir quando do regresso ao lar.

Certamente, não iria abordar tal assunto com a esposa indiferente. Melhor deixar as coisas caírem no esquecimento para que, dessa forma, nenhum problema novo viesse a surgir, perturbando ainda mais o relacionamento já conturbado de ambos.

Marcelo, ao mesmo tempo em que se encantara com o desempenho de Sílvia, buscava, na memória, recordar-se das emoções vidas na companhia da mulher legítima, nas mesmas aventuras íntimas há algum tempo negligenciadas.

Era uma tentativa de resguardar o lugar que a esposa possuía em seus sentimentos, sacudindo a cabeça para livrar-se da intromissão das imagens da recente aventura que, manipuladas pelo Chefe e por Juvenal, insistiam em penetrar-lhe a intimidade sem qualquer pedido de licença, como se a casa mental de Marcelo lhes pertencesse.

Na sua sala de trabalho, Sílvia, por sua vez, se deleitava com as emoções experimentadas e com a satisfação feminina ao sentir as forças sexuais ativadas e extravasadas com a mesma pessoa que lhe tornara real o sonho erótico dos dias anteriores.

No entanto, intimamente ligada ao grupo de Espíritos que a dirigiam, em breve voltaria a sentir necessidades de alimentar-se na mesma fonte de prazeres, não conseguindo tirar Marcelo de seus pensamentos como era comum fazer, antes, com os homens com quem se aventurava.

Naquele instante, entretanto, cumpria aproveitar a sensação de euforia, fechar os olhos e deleitar-se com as lembranças excitantes.

Nenhum dos dois, leitor amigo, tinha noções de que o sexo não se localiza nos órgãos genitais.

Para as manifestações mecanizadas da vida biológica, o corpo carnal esculpiu os respectivos instrumentos que permitem o exercício mecânico da sexualidade. No entanto, na estrutura íntima de cada ser, o sexo acontece na dimensão da mente, estabelecendo-se, então, os seus contornos de força magnética permutada, alimento compartilhado os atos da afetividade que, de qualquer forma, independem das constituições morfológicas para que possam ser exteriorizados.

Renascendo na condição masculina e feminina, ao longo de suas jornadas evolutivas, cada Espírito deve amadurecer nas duas esferas entre as quais orbita, polarizando-se a sexualidade biológica em cada renascimento, naquele padrão de masculino ou feminino dentro do qual deverá exercer as vivências que lhe cabem nas aquisições de experiência e maturidade.

Assim, a afetividade é o laço que une os Espíritos e que, na sua vertente sexual morfológica, pode ser expressada através dos encontros íntimos, nos quais os órgãos físicos dão a oportunidade do compartilhar gametas, sensações, estímulos, sonhos, prazeres, realizando a parte que lhes cabe na manifestação da sexualidade biológica, ajudando na perpetuação da espécie, além de facultar a aproximação de criaturas, nos processos do conhecimento íntimo e da criação de vínculos.

Por isso, não é em decorrência da liberação dos hormônios ou secreções compartilhados que os seres humanos se vêem atrelados aos parceiros com os quais comungam tais momentos de intimidade.

Durante tais atos, se entre ambos existe afinidade de emoções, ocorre intensa troca de energias fecundantes e estimulantes, no nível vibratório de seus Espíritos, saciando-os naqueles desejos de reconhecimento, de segurança afetiva, de calma interior, de serenidade na auto-estima.

Exatamente por ser algo muito maior do que simplesmente um processo de procriação de novos corpos, nas junções mecânicas de gametas, os encontros íntimos devem ser aqueles que sirvam para estas trocas de boas energias, para as quais, mais do que os compromissos legais ou humanos, deve estar observado o sentimento sincero como condição indispensável para que aquele ato não seja, apenas, um encontro de músculos e carnes e, sim, um contato de prazer que envolva a alma como um todo, nas criações lúdicas, nas alegrias divididas entre dois Espíritos que se querem, muito mais do que apenas dois corpos que se procuram.

Poderão muitos, afeiçoados ao chamado "amor livre" como meio de satisfação de necessidades que dizem ser biológicas, defender a realização do sexo pelo sexo, como forma de extravasamento de suas necessidades reprimidas.

Reconhecemos que, numa sociedade que está sedenta pornovidades, com uma juventude agitada e ansiosa, infelizmente, tal procedimento é uma realidade nos dias de hoje, com pessoas que se permitem todo tipo de convivência sexual promíscua e sem vínculos concreto, vivendo verdadeiras orgias nas quais os envolvidos, muitas vezes, se

mascaram para que não sejam reconhecidos, ou se mantêm em ambientes penumbrosos para que não estejam em situação constrangedora com outros que identifiquem.

No entanto, quando ainda existe algum princípio moral dentro daqueles que se permitem tais comportamentos, depois que passa a exaltação dos sentidos de um tipo de aventura carnal insana como essa, costuma eclodir em suas consciências uma sensação amarga, uma vergonha do que fizeram, uma repulsa por si mesmos.

Muitos se obrigam a longos banhos por meio dos quais desejam limpar-se por fora da lama íntima, abrindo espaço em seus pensamentos para os complexos de culpa e sofrendo com a possibilidade de que essa vida dúbia lhes seja descoberta pelos amigos ou familiares, aumentando-lhes a inquietação.

Outros amortecem as fibras da própria consciência, considerando essas orgias como normais em uma sociedade sem regras morais claras, aceitando as práticas sexuais da maioria como maneira de render aos mecanismos do automatismo carnal, sempre recorrendo ao velho chavão do "A CARNE É FRACA", frase que utilizam como esconderijo para as próprias torpezas.

No entanto, em nenhum desses casos, os Espíritos encarnados que se permitem práticas promíscuas, que se dediquem à da troca de rasais, a multiplicidade de parceiros, às aventuras extraconjugais, à homossexualidade, à bissexualidade, conseguem isolar-se dos processos angustiosos de uma afetividade não correspondida.

Em todos os casos, o motivador dessas buscas costuma ser, no fundo, o estado de carência ou insatisfação das criaturas, ansiosas por construírem relacionamentos estáveis ao lado daquelas pessoas com quem compartilhem o prazer físico, ponto comum que poderá, quem sabe, transformar-se em início de afinização ou em um relacionamento quevalha a pena ser vivido.

Os problemas afetivos do presente correspondem, invariavelmente, a compromissos enraizados nas práticas de outras vidas, repercutindo, hoje, em mecanismos de frustração, de transtornos mentais ou emocionais, em dificuldades de relacionamento.

Algumas pessoas se vêem obrigadas ou escolhem se manter solitárias, não se deixando enveredar pelos caminhos difíceis dos envolvimentos físicos confusos. Para essas criaturas, tais circunstâncias correspondem ao regime que reequilibra a emoção desajustada, como aqueles que são impostos às pessoas que precisam reconquistar a saúde através das terapias de contenção, transformando-se em períodos de necessária reflexão diante dos compromissos do passado.

A afetividade mal experimentada em nossas antigas jornadas corresponde a um processo de adulteração de nossos centros de energia correspondentes, impondo-se, então, para muitos que o viveram de maneira desregrada, cerceamentos temporários para que se reequilibrem, preparando-os para as futuras aquisições no terreno do Amor Verdadeiro o qual tem, nas trocas sexuais, um dos instrumentos de sua exteriorização.

Tratam-se, então, de processos de educação ou reprogramação das inclinações do Espírito faltoso de outras épocas que, como num processo de isolamento temporário, precisa fortalecer-se nas bases de uma afetividade sadia, para que, mais tarde, possa construir o sólido edifício de suas novas aquisições na área da emoção.

Assim, a solidão, nestes casos, funciona como um período de observação a manter a pessoa em uma espécie de quarentena, que tanto serve para protegê-la de si mesma, quanto para proteger os outros de sua presença provocante ou ameaçadora. Os períodos de estiagem afetiva a que algumas pessoas se vêem compelidas pela vida ou a que se permitem como escolha pessoal têm essa função, a purificar seu entendimento e prepará-las para coisas mais belas que o futuro lhes reserva.

Entretanto, toda conduta de alguém que, com a desculpa de não tolerar o isolamento, de não ser capaz de vencer a solidão, de precisar dar vazão às necessidades da carne, o leve a usar seu semelhante como mercadoria, como oportunidade de desafogo, como objeto de prazer para, logo a seguir, descartá-lo à margem da estrada, corresponderá a uma responsabilidade assumida perante aquele que foi usado, física ou emocionalmente, que foi tratado como um simples instrumento de prazer físico.

Na condição de nosso irmão ou irmã com sentimentos e sonhos, torna-se credor daquele que o usou a fim de que possa encontrar reparação futura pelas mesmas mãos que os exploraram.

Por isso, ao invés de nos permitirmos agir ao sabor das tentações produzidas por músculos bem torneados ou corpos bem esculpidos: que nos atraiam a atenção ou o desejo, lembremo-nos de estabelecer com os seus proprietários uma relação saudável e sincera, que nos permita o envolvimento responsável, ainda que não definitivo, sem lesões afetivas produzidas pela leviandade sem limites.

Quando são verdadeiras e emocionalmente sadias, lastreadas na afetividade autêntica, as manifestações da sexualidade mental poderão ser transportadas também para o campo das exteriorizações físicas, construindo relações amorosas envolventes e sólidas, que não serão perturbadas por nenhum tipo de ameaça, de tentação, de novidade que, ao contrário, são sempre perigosas para aqueles que não se fixaram em uma relação afetiva segura e honesta com o parceiro ou com a parceira de seus momentos de intimidade.

Tanto para Marcelo quanto para Sílvia, as trocas energéticas realizadas ao nível da mente de ambos seriam as forças que causariam as necessidades futuras de reencontro e novo reabastecimento, como acontece com muitas pessoas infelizes no afeto, mas presas a uniões legais, a buscarem forças e compensações emocionais no contato com outros, fora dos limites da união formal.

Quando Marisa deixou de corresponder às necessidades de afeto, demonstradas na rotina de sua convivência pela esfuziante relação física, Marcelo passou a sofrer, sem entender como, desse desabastecimento vibratório nas forças mentais ligadas às trocas afetivas e, para resgatar tal carência energética, passou a procurar uma forma de voltar a ser admirado pela mulher que amava, ainda que fosse um amor à sua maneira sexual.

Não ligada a Marcelo pelos laços de um Amor Verdadeiro, Marisa facilmente se viu atraída pelo sonho de estar ao lado de outro homem que lhe pudesse gerar um maior sentido de ganho, de complementação, que a fez abrir-se interiormente para a idéia de conquistar Glauco, o rapaz que lhe dominara a atenção, principalmente depois que os Espíritos perturbadores usaram a sua fraqueza de caráter que tão bem conheciam para estabelecerem a confusão dos seus sentimentos, usando a mesma técnica usada com Sílvia.

Se entre marido e mulher houvesse uma ligação afetiva saudável verdadeira, não haveria fome interior que compensasse a aventura que, agora, estavam vivendo exatamente para tentar supri-la.

Eminente amigo espiritual, escrevendo à Terra sobre tal questão deixa muito clara, ao referir-se às forças sexuais, a sua natureza de sustentáculo da alma.

Textualmente, encontramos os ensinamentos:2

"... até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, além da ganga

sensorial, em que habitualmente se desregra no narcisismo obcecante, valendo-se de outros seres para satisfazer a volúpia de hipertrofiar-se psiquicamente no prazer de si mesmo, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro da

2

- Trecho extraído do livro Evolução em Dois Mundos, de autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier – capítulo18, primeira parte.

vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo.

Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso.

... entre os Espíritos santificados e as almas primitivas, milhões de criaturas conscientes, viajando da rude animalidade para a Humanidade enobrecida, em muitas ocasiões se arrojam a experiências menos dignas, privando a companheira ou o companheiro do alimento psíquico a que nos reportamos, interrompendo a comunhão sexual que lhes alentava a euforia e, se as forças sexuais não se encontram suficientemente controladas por valores morais nas vítimas, surgem, freqüentemente, longos processos de desespero ou de delinqüência.

E logo mais, falando da Enfermidade do Instinto Sexual, a mesma entidade amiga nos ensina:3

As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade,

à falta de socorro íntimo para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discernimento e, à maneira do esfaimado, alheio ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndromes espirituais de ciúme ou despeito. À face das torturas genésicas a que se vê relegada, gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo.

...Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual e, conseqüentemente, no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo.

Nas palavras esclarecedoras, deixamos você, leitor querido, para que a meditação sadia e serena o inspire nas abordagens pessoais a respeito de tão importante e profundo tema, que não pode ser reduzido apenas ao exercício indiscriminado de uma liberdade que termine por prender o liberto às algemas pesadas dos desajustes, construídos pela excessiva utilização dessa mesma liberdade, ferindo e atormentando a outros e a si mesmos.

De um simples e clandestino encontro em um quarto afastado, os liames fluídicos ali entrelaçados produzirão, dependendo da sinceridade dos sentimentos envolvidos, frutos doces ou dolorosos espinhos que educarão os aventureiros para que se melhorem,

No documento Despedindo-se da Terra (Chico Xavier) - PDF (páginas 140-147)