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3. Metodologia de Pesquisa

3.5. Considerações sobre Validade e Confiabilidade

Determinados fatores encontrados em uma pesquisa, tais como, contexto qualitativo,

subjetividade dos dados e múltiplos casos, são tidos como prejudiciais para o rigor científico (Triviños,

1987). No entanto, na condução do processo desta pesquisa como um todo, buscou-se sanar estas

referencial teórico, descrição de EV e EC, escalas únicas de análise comparativa para os dados

(instrumento de pesquisa), representação rigorosa das realidades das empresas estudadas e dos

cruzamentos entre os resultados obtidos em cada elemento e fases da pesquisa, buscou-se o aumento

do seu rigor científico.

Na realização cuidadosa destes vários passos buscou-se um incremento da validade e

confiabilidade dos resultados obtidos por este estudo, listados a seguir.

Validade do Instrumento de Pesquisa

A validade do instrumento foi obtida através de: a) aperfeiçoamento do instrumento de

pesquisa junto com especialistas que auxiliaram a delimitar as variáveis importantes para esta pesquisa,

bem como a interpretação a ser dada a elas; b) a realização de um ajuste através de sua aplicação para

a descrição das EVs; c) a realização de um pré-teste com sua aplicação em uma das unidades fabris do

EC1; e, d) validade de face pois, após refinamentos, o instrumento obteve a forma e o vocabulário

adequados ao propósito desta pesquisa. Estes cuidados com a representação das variáveis do

instrumento permitiram uma boa replicação do modelo de pesquisa para cada EC (Yin, 1994).

Validade do Conteúdo

A validade do conteúdo foi obtida através de: a) construção e rearranjo dos itens pesquisados

amparados por forte embasamento teórico; b) procedimentos de codificação dos dados primários e

secundários (seção 3.4.3); e c) consistência entre as variáveis de um mesmo EC, testadas através do

uso de categorização e verificação da intersecção das respostas dos entrevistados.

Vale destacar que a consistência entre elementos de alinhamento foi considerada a priori como

sendo a formalidade de condução dos processos de planejamento estudados. Assim, havendo estrutura

de planos bem definidas e bem documentadas, ponto comum a todas as empresas estudadas, haveria

uma consistência maior entre os seus componentes e, conseqüentemente, entre os elementos e variáveis

estudadas.

Confiabilidade/Fidedignidade

A confiabilidade pode ser medida pelos relacionamentos entre as variáveis e pelo seu grau de

consistência interna (Hoppen, 1997). Nesta pesquisa, buscou-se a obtenção da confiabilidade através

de: a) uso de triangulação de dados de entrevistas (fonte primária) e de documentos (fontes

classificação das variáveis por duas pessoas; c) redução dos enfoques diferentes de análise fazendo a

reclassificação das variáveis pelas mesmas duas pessoas em um segundo momento (15 dias de

espaçamento); d) pré-definição de categorias pelos dois pesquisadores e confirmação das mesmas

através das técnicas de análise léxica e de tabulação cruzada entre as respostas, minimizando possíveis

erros e instabilidade entre as respostas; e e) uso de técnicas de análise de conteúdo, léxica e

categórica para cada questão semiestruturada do instrumento, maximizando o grau de consistência

interna de cada questão.

Vale destacar que o erro entre as análises dos dois pesquisadores foi de 5% (Krippendorff,

1980). Isto quer dizer que dentre todas as variáveis analisadas, apenas em 5% delas foram obtidas

diferenças de resultado da análise. Estas diferenças foram discutidas pelos dois pesquisadores,

chegando a um acordo.

Por último, um fator indireto, mas também influente, para a confiabilidade dos resultados desta

pesquisa, foi a experiência de duas décadas da pesquisadora com trabalhos na área de TI, incluindo 7

anos especificamente na área de planejamento estratégico de TI (PETI). Em uma das empresas

estudadas foi discutida a continuidade dos trabalhos, no intuito de promover o ajuste entre negócios e

TI, criando algum mecanismo de controle.

Validade Interna

O processo de pesquisa como um todo buscou garantir a sua validade interna através da

sistematização dos procedimentos de condução do instrumento, de coleta de dados primários e

secundários, de codificação dos dados sob uma base uniforme única buscando maior consistência entre

as variáveis do modelo de pesquisa inicial e da estruturação utilizada para análise dos dados (figura 8),

convergindo os resultados para a obtenção de um modelo final de maior abrangência.

Validade Externa

A validade externa buscou a legitimação dos resultados encontrados. Os fatores que

contribuíram para seu incremento foram: a) escolha das empresas participantes que apresentassem

maturidade no processo de planejamento, tanto na formulação quanto na execução e controle dos itens

planejados; b) representatividade e conhecimento dos entrevistados, identificados como executivos do

alto escalão (presidente, diretores e seus principais assessores) e integrantes do processo de

Em pesquisas que estudam a realidade, nem sempre é comum obter-se uma representatividade

de amostras que permitam a generalização dos resultados. Nesta pesquisa, procurou-se compreender

“porque” e “como” o alinhamento era promovido em cada uma das unidades de análise estudadas e, a

partir daí, estender um modelo teórico consagrado. A validade externa foi incrementada pela

comparação de uma realidade encontrada nos EC com um modelo de referência preliminar, permitindo

maior generalização do modelo. Portanto, para um grupo de empresas que atendam os critérios

especificados na seleção das empresas participantes (seção 3.3.1) e apresentem maturidade e uma

certa formalidade em planejamentos estratégicos, os resultados podem ser generalizados.

Em resumo, através do embasamento teórico inicial, da experiência da pesquisadora na área,

da qualidade do conteúdo analisado, da metodologia de pesquisa utilizada, com destaque para as

técnicas de análise objetivando uma interpretação homogênea dos resultados, buscou-se maximizar a