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SEIS CAPÍTULOS DE HISTÓRIA ALUSIVA AOS EMBAIXADORES

CRISTO — A MISTERIOSA PEDRA

Nos versículos 34 e 35 é referido que “Uma pedra foi cortada sem mão”, aliás, sem intervenção humana, caiu sobre os “pés de ferro e barro” da estátua e esmiuçou-a totalmente dalto abaixo, não se achando mais lugar algum na terra para o ouro, a prata, o cobre, o ferro e o barro que a compunham, os quais, pelo tremendo impacto, se tornaram pó que foi levado pelo vento. Não é natural e mesmo impossível, que uma pedra jogada sôbre metais possa reduzí-los a simples pó. A profecia, porém, demonstrou ao rei Nabucodonosor, que Deus realizaria, e em parte já realizou, aquilo que ao mortal possa parecer impossível o aniquilamento dos poderosos impérios e nações representados pelos fortes metais da estátua simbólica. Quem diria que a poderosa Babilônia, a terrível Medo-Persa, a potente Grécia e a férrea Roma — pudessem ser um dia conquistada por poderes outros, mesmo humanos e representados nos símbolos como mais fracos? E, quem diria que a atual civilzação pujante e incomparável nos séculos que a precederam, possa ser aniquilada totalmente até ao pó, como garante a inspiração? Sim, a pedra fará o impossível ao vêr dos incrédulos mortais. Mesmo sem ainda cair, ela já aniquilou os poderosos reinos mundiais citados acima e grande número de poderes outros da antiguidade. E, escaparia, porventura, a nossa ímpia civilização e suas belicosas nações, ao cair ela com tôda a indizível potência divina que lhe é própria?

Os vários metais e o barro que simbolizam os impérios e nações citadas, indiretamente simbolizam também os seus grandes fundadores. O ouro é dito, representar não só Babilônia como o próprio rei Nabucodonosor, seu fundador. Assim, a prata que representa a Medo-Persa, o cobre a Grécia, o ferro a Roma, também representam respectivamente Ciro, Alexandre e os Césares, seus poderosos fundadores. E os dez dedos de ferro e barro que são símbolos das nações modernas da Europa, devem igualmente representar seus primitivos fundadores bem como todos quantos assumem o poder em todo o tempo.

De igual modo, a Pedra, que simboliza o reino de Deus, é, nas Sagradas Escrituras, simbólica, como veremos, de seu Todo-poderoso fundador. Daniel deixou isto claro ao rei Nabucodonor nestas palavras: “Mas... o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído”. Aí está o Fundador, do glorioso reino. Porém, o reino de Deus, torna evidente o profeta, — e queremos acentuar

TESTEMUNHOS HISTÓRICOS DAS PROFECIAS DE DANIEL

161 novamente, — é considerado, ou melhor, é figurado numa Pedra, e isto deve estar em correlação com Deus que o estabelecerá na terra. Como a revelação se explana a si mesma, deve apresentar a realidade da figura daquela sublime e poderosa Pedra, que, dum só golpe e numa fração de tempo, aniquilará todo o sistema de govêrno e poder do homem no planeta em todos os séculos de sua história — declarando-os nulos, sem proveito algum para a civilização humana de todos os tempos.

Desconhecemos na natureza uma pedra capaz de reduzir metais naturais a pó caindo sôbre êles. Entre os homens, porém, conhecemos uma Pedra simbólica capaz de converter impérios, nações e multidões de povos inteiramente em pó. E esta simbólica Pedra é Cristo, o Poderoso Filho de Deus.

Jacó, na bênção de seus filhos, declarou Cristo a “Pedra de Israel”.1 O profeta e rei Davi e o profeta Isaías falaram de Cristo como a Pedra simbólica dos séculos.2 Os apóstolos São Pedro e São Paulo propagaram com ênfase ser Cristo a Pedra da Profecia.3 E Cristo mesmo, quando no mundo, aplicou solenemente a Si próprio as profecias de Davi e Isaías referentes à Pedra, confirmadas mais tarde, como vimos, pelos apóstolos São Pedro e São Paulo. Notemos o Seu Auto-testemunho: “Nunca lestes nas Escrituras: A Pedra, que os edificadores regeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? E quem cair sôbre esta Pedra despedaçar-se-á; e aquele sôbre quem ela cair ficará reduzido a pó”.4 É deveras impressionante o alcance desta declaração do Senhor Jesus. Êle, pois, a Pedra profética, a Pedra simbólica do sonho do rei Nabucodonosor, reduzirá a pó — assevera Êle — aquele sôbre quem ela cair”: reinos, nações, povos, indivíduos.

Aquilo que fôra dito de Nabucodonosor, como supremo rei político e em ligação com o seu reino mundial: “Tú és a cabeça de ouro”, — pode ser dito especialmente de Cristo, o supremo Rei verdadeiro e em ligação com o Seu reino universal: “Tú és a pedra Todo-poderosa”. Nabucodonosor era a “cabeça de ouro”, porque êle era, como já vimos, a personificação de seu reino. O mesmo dizemos

1 Gênesis 49:24. 2 Salmos 118:22-23; Isaías 28:16. 3

Atos 4:10.11; I S. Pedro 2:4-8; 1 Coríntios 10:4; Romanos 9:33; Efésios 2:20. 4

ARACELI S. MELLO

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de Cristo: Êle é a Pedra porque Êle é a personificação do reino de Deus, que Êle mesmo, como Deus, fundará na Terra. Aproxima-se rápido o dramático momento em que a Poderosa pedra, o reino de Deus, cairá nos pês da estátua do sonho do rei — a Europa, e dali encherá o mundo. Diz o profeta: “Mas a Pedra... se fez um grande monte, e encheu tôda a terra”. Parece que a Europa — a inquieta Europa, centro nevrálgico do mundo político do planeta — será o primeiro continente a sentir o tremendo impacto da Potente pedra. Pelo menos assim reza a profecia, pois os pés e os dedos, onde viu o rei cair a Pedra, representam o Velho Mundo Europeu. Então tudo será convertido em pó não ficando pedra sôbre pedra do intolerável e orgulhoso domínio do homem no mundo. O reino de Deus estará implantado neste planeta pelos séculos eternos. A terrível crise que o pecado já por quasi seis mil anos faz prosseguir na terra, estará vencida, e uma bonançosa paz cobrirá permanentemente a terra completamente transformada.

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO EM GLÓRIA