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1 1 A GÊNESE DO HOSPITAL MODERNO

1.3 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS

Segundo Borba (1991), os hospitais podem ser classificados de acordo com várias tipologias.

Quanto à natureza da assistência, os hospitais podem ser classificados como gerais e especializados. Os hospitais gerais são aqueles que prestam serviços a um número maior de usuários, pois estão capacitados a fornecer assistência a pacientes que demandam atendimento em várias especialidades clínicas e cirúrgicas. Os hospitais gerais podem também prestar atendimento restrito a uma faixa etária (ex. hospital infantil), a um grupo específico da comunidade (hospital militar) ou a finalidade específica (hospital de ensino). Os hospitais especializados fornecem apenas alguns tipos de atendimento a portadores de determinadas doenças ou doenças predominantes. (BORBA,1991). Como exemplo, as maternidades cuidam apenas de gestantes e parturientes.

Quanto à propriedade, manutenção e controle, os hospitais podem ser classificados em governamentais e particulares. Os hospitais governamentais (públicos) podem ser federais, distritais, estaduais, municipais e para-estatais (de institutos). Os hospitais federais subordinam-se ao Ministério da Saúde e atendem principalmente a doenças contagiosas, infecciosas, parasitárias, mentais ou outras doenças presentes em várias regiões do país. Estão também incluídos nessa categoria os hospitais das Forças Armadas, que, subordinados a seus respectivos ministérios, prestam serviços assistenciais à saúde dos militares. Outros hospitais federais estão subordinados a autarquias por prestarem atendimento a seus contribuintes e dependentes. Os hospitais particulares podem ser filantrópicos, de finalidade lucrativa e sem finalidade lucrativa. Os hospitais filantrópicos são hospitais particulares não lucrativos, mantidos por ordens religiosas e outras associações e objetivam atender a parcela da população associada ao SUS, em

4 No que se refere à capacidade de lotação , os hospitais podem ser classificados como de tipo

pequeno, médio, grande e de tipo especial ou extra. Os hospitais de pequeno porte possuem de 25 a 49 leitos. Borba (1991).

muitos casos desprovida de recursos financeiros. Além disso, os filantrópicos são também caracterizados por dois aspectos. Destinam um percentual de sua capacidade de lotação para dar assistência gratuita a pacientes que não possuem planos privados de saúde ou recursos financeiros. Nem remuneram, gratificam, fornecem vantagem ou benefício, de qualquer espécie e a qualquer título, aos principais dirigentes, diretores, sócios e irmãos, com exceção de outros cargos, para os quais mantêm vínculo contratual com os seus ocupantes. Os hospitais lucrativos são hospitais particulares que visam ao lucro e compensam a aplicação do capital com a distribuição de dividendos, quando há lucros.

No que se refere à capacidade de lotação5, os hospitais podem ser classificados como de tipo pequeno, médio, grande e de tipo especial ou extra.

Os hospitais de pequeno porte possuem de 25 a 49 leitos. Hospitais de médio porte possuem de 50 a 149 leitos. Hospitais de grande porte possuem de 150 a 500 leitos. Hospitais de porte especial possuem mais de 500 leitos, de acordo com Borba (1991).

A classificação quanto à capacidade de ensino (residência) inclui os hospitais de ensino, hospitais com residência médica regulamentada e hospitais sem regulamentação de residência médica. Os hospitais de ensino educam futuros médicos, enfermeiras e outros profissionais da área de saúde. Podem estar ligados a um centro médico universitário ou ser um hospital geral associado a uma escola de Medicina.

O procedimento do corpo clínico6 é mais um critério de classificação dos hospitais. Hospitais que possuem corpo clínico fechado são aqueles que têm grupo exclusivo de médicos para assistência aos usuários. Apenas eventualmente e mediante permissão especial autorizam o exercício da Medicina a profissionais estranhos ao corpo clínico. Hospitais que possuem corpo clínico aberto são aqueles que não dispõem de um grupo exclusivo de médicos para a prestação de assistência aos pacientes, permitindo que médicos com outros vínculos profissionais sejam admitidos ao corpo clínico. Hospitais que possuem corpo clínico misto são aqueles

5 As faixas de classificação dos hospitais, de acordo com o número de leitos não foram definidas

oficialmente pelo Ministério da Saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem utilizado, em suas publicações, a classificação indicada por Borba (1991).

6 Órgão com estrutura hierárquica que congrega todos os médicos e odontólogos do hospital, voltado

para a prestação de assistência e com plena autonomia profissional. Em sentido amplo é o juiz do trabalho e dos atos praticados por cada membro no desempenho de suas funções.(BORBA,1991).

que admitem a existência dos dois tipos de procedimento do corpo clínico, tanto o aberto quanto o fechado. (BORBA, 1991)

Quanto ao sistema de edificação, os hospitais podem ser classificados como pavilhonar, monobloco e misto ou, por outro critério, como verticais e horizontais. Os hospitais pavilhonares possuem várias edificações. Os hospitais monobloco são aqueles cuja edificação é formada por um único bloco. Os hospitais mistos combinam blocos com pavilhões. No que se refere ao segundo critério de sistema de edificação, os hospitais verticais possuem edificações com vários pavimentos. Os hospitais horizontais possuem um ou mais blocos que se estendem prominantemente em superfície. (BORBA, 1991)

Quanto ao plano de construção, os hospitais podem ser classificados como definitivos, progressivos e flexíveis. Os hospitais definitivos não permitem alterações na planta física. Os hospitais progressivos são planejados para serem construídos em estágios, prevendo a possibilidade de novas alterações, de acordo com necessidades emergentes. Os hospitais flexíveis possuem um tipo de edificação que aceita alterações internas em seus compartimentos, sem prejuízos à funcionalidade. (BORBA, 1991)

Quanto ao aspecto arquitetônico, os hospitais podem ser classificados como basilicais, cruciformes e palacianos. O primeiro tipo são hospitais edificados em forma de basílica. O segundo são hospitais edificados em forma de cruz. O último são hospitais edificados em formato quadrado ou em U. Borba (1991) ressalta, porém, que a arquitetura evoluiu formidavelmente e surgiram novas concepções estéticas, o que dá a essa classificação um valor estritamente histórico.

Quanto ao tempo de permanência, os hospitais podem ser classificados como de curta permanência e de longa permanência. O primeiro, quando o período médio de permanência for inferior a 15 dias. O segundo, quando o período médio de permanência for superior a 15 dias. (BORBA, 1991)

Quanto ao zoneamento, os hospitais são classificados como unidade sanitária, comunitário, regional ou distrital, de base e de ensino médico. Hospital do tipo unidade sanitária é de pequeno porte, com aproximadamente 40 leitos e possui assistência médica, cirúrgica, obstétrica e de emergência, desenvolvendo também programas de saúde pública. Hospitais comunitários possuem capacidade ocupacional com cerca de 100 leitos e incluem assistência médica, pediátrica, cirúrgica, obstétrica, de emergência e com responsabilidades de saúde pública.

Hospitais regionais ou distritais possuem capacidade ocupacional aproximada de 250 leitos e oferecem todas as clínicas especializadas. Os hospitais de base possuem capacidade ocupacional superior a 250 leitos e todas as clínicas especializadas. Coordenam os serviços médicos-hospitalares de uma zona e se encarregam também de treinamento e desenvolvimento de pessoal. Os hospitais de ensino médico possuem as mesmas exigências dos hospitais de base, no que se refere às capacidades e atribuições, incluindo atividades de ensino médico (escolas- médicas).