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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4 Figura

4.3 QUANTO AOS OBJETIVOS DA PESQUISA: EM BUSCA DE RESPOSTAS

4.3.1 Dados do teste de luminância discreta

Com base nos objetivos relativos ao teste, cabe aqui o registro individual de cada tipo de resultado. Primeiramente, registre-se a média geral relativa à identificação de cada um dos símbolos, sendo que cada qual apareceu na tela 14 vezes e foi computado o número correspondente à vez em que a figura foi corretamente identificada, de modo que, quando não houvesse resposta ou a resposta não fosse a correta, o número atribuído seria 15.

Em uma escala de 0 a 15, portanto, apontem-se os seguintes resultados, com base nas respostas da fase de pré-testagem dos nove sujeitos que concluíram a pesquisa:

* Os dados verticais referem-se às vezes nas quais os símbolos apareciam na tela. Os dados horizontais referem-se aos 18 grafemas que deveriam ser identificados.

Gráfico 2: Média geral de acerto no pré-teste de luminância discreta Fonte: Dados de pesquisa.

Pré-testagem 0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Pré-testagem

O teste de luminância discreta caracteriza-se por ser o primeiro contato que os sujeitos têm com os símbolos gráficos que serão aprendidos ao longo da aplicação da pesquisa, ainda que em número menor, uma vez que o teste apresenta os 18 símbolos e cada sistema possui apenas 12 grafemas. Os altos índices iniciais (apresentados na vertical, no gráfico) indicam a dificuldade para se adaptar ao teste. Os sujeitos tinham de conciliar a observação da figura que aparecia na tela com o quadro contendo os 18 símbolos gráficos posto sobre a mesa em frente ao teclado, no qual tinham de apontar qual das figuras estavam visualizando. Era comum que se distraíssem procurando a figura, na primeira aplicação do teste, quando da fase de pré-testagem, e esquecessem de voltar a olhar na tela do computador, o que ocorria principalmente no começo do teste, enquanto ainda se familiarizavam com a tarefa. Com a devida orientação, entretanto, logo se organizavam e seguiam sem maiores problemas.

O fato de o teste não ter sido elaborado de forma a apresentar os estímulos de maneira aleatória levou a uma elevação da média no reconhecimento dos primeiros símbolos e, consequentemente, a uma diminuição da média no reconhecimento dos últimos símbolos na pré-testagem. A apresentação aleatória tornaria o registro mais difícil, por ser feito manualmente pelo experimentador, o qual, além de confirmar o acerto ou não do símbolo identificado, precisava prestar atenção contínua na tela para registrar devidamente em qual das vezes a resposta correta era dada. O desequilíbrio no tempo de resposta dos primeiros símbolos em relação aos últimos, porém, mostrou-se atenuado ao longo das outras aplicações do teste, nos períodos de testagem intermediária e pós-testagem, nas quais os símbolos gráficos já eram familiares aos sujeitos de pesquisa, o que se pode evidenciar no gráfico a seguir:

0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Pré-testagem Testagem Interm. Pós-Testagem

Gráfico 3: Média no reconhecimento dos grafemas nos três períodos de testagem Fonte: Dados de pesquisa.

A familiaridade com o teste, como se pode constatar no gráfico, levou a um maior equilíbrio na identificação dos diferentes símbolos, de modo a que se destacassem dois símbolos que apresentam, nos testes intermediário e final, índices mais elevados de tempo no reconhecimento visual: (3) e (13), sendo que é a primeira ocorrência, em relação a seu par espelhado (8) e ao seu par semelhante, enquanto aparece após seu par espelhado (4).

Uma vez que se partiu do pressuposto de que os sujeitos simetrizam as imagens e o objetivo primeiro do teste é comparar o nível de complexidade gráfica entre os diferentes símbolos do sistema, fez-se um levantamento das médias de reconhecimento dos diferentes pares em espelho, considerando-se a identificação do símbolo, independente de sua orientação, haja vista que o número de erros no reconhecimento inicial do grafema foi elevado. Assim, o gráfico a seguir apresenta a média quanto ao reconhecimento dos símbolos, independentemente de sua orientação:

0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Pré-Testagem Teste Interm. Pós-Teste

Gráfico 4: Média de acerto nos três períodos de testagem independentemente da orientação da figura

Fonte: Dados de pesquisa.

Os dados variam quando não se considera relevante a orientação para o reconhecimento do grafema, de modo que outros dois símbolos figuram entre os de maior dificuldade visual: (7) e (15), os quais não têm contrapartidas espelhadas, pois são variações topológicas de (1) e (8), respectivamente. As diferenças nos resultados, entretanto, mostram-se sutis. Registre-se, pois, que os dados não apontaram nenhum pico de resposta que sugerisse uma complexidade gráfica tal que pudesse interferir nos resultados relativos à aprendizagem do silabário.

Quanto aos objetivos envolvidos no teste, os resultados da pós-testagem revelam que a familiarização com o sistema acarretou mudanças no reconhecimento dos símbolos, uma vez que os sujeitos que tiveram contato com o sistema do G1 – em que havia somente pares espelhados – apresentaram médias de identificação dos símbolos topologicamente alterados mais altas do que os sujeitos que tiveram contato com o sistema do G3 – em que tais símbolos gráficos eram de uso constante ao longo das sessões de aprendizagem. Dados mais robustos, porém, são necessários para levantar a relevância dessa variação.

Tomando-se os dados do pós-teste de luminância discreta e os resultados do teste de aprendizagem do silabário, porém, não se constata nenhum dado que se destaque e aponte para algum símbolo que tenha se mostrado muito diferente, em

nível de complexidade, dos demais, a ponto de provocar interferências na aprendizagem do sistema.