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Ao tratar dos “dejetos” lingüísticos, Os palavrões, Ítalo Calvino, ainda que sublinhando o “sentido marcadamente conservador” da

5. Guerras espirituais: eufemização, o paradigma da censura

5.6. Ao tratar dos “dejetos” lingüísticos, Os palavrões, Ítalo Calvino, ainda que sublinhando o “sentido marcadamente conservador” da

“linguagem popular da obscenidade”, apontou três ordens de valor que estes podem adquirir: 1) a “força expressiva pela qual a locução obscena serve como uma nota musical para criar um determinado efeito na partitura do discurso falado ou escrito”; 2) “o valor denotativo direto, isto é, o uso da palavra mais simples para designar aquele órgão ou aquele ato quando se deseja falar realmente daquele órgão ou daquele ato, abrindo mão, o mais possível, tanto do eufemismo como do uso metafórico”; e 3) a quebra “de uma hierarquia social de linguagem”: quando usados num “discurso público”, os palavrões “indica[m] que não aceitamos uma divisão de linguagem privada e linguagem pública”.378 Os palavrões, quando usados para denotar diretamente aquilo a que se referem, dissolvem sua “aura sacra” – a expressão é de Calvino –, revelando a sua pertinência à mesma esfera da linguagem comunicativa; e aqui também o sentido de seu uso em público. Walter Benjamin,

376

Ann. IV, 35. 377

MILTON, John. Areopagítica. p. 141. Milton prossegue, citando Francis Bacon: “‘Punir o talento realça a autoridade deles’, como disse o Visconde de St. Albans, ‘e um texto censurado é como que uma centelha de verdade que salta nos rostos dos que procuram apagá-la com o pé’”.

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tomando o mesmo caminho, dirá que os livros que costumamos chamar de “pornográficos” “tratam do amor sem ‘...’, ou ‘-’, o código Morse universal usado na literatura para representar a linguagem do amor”.379 O uso público dos palavrões, ou das chamadas “palavras-tabu” mais em geral, visa contestar a hierarquia da linguagem, a forma do bem-dizer, o “código Morse”: a sua aparição produz um efeito blasfêmico. Desse modo, as palavras consideradas blasfêmicas reúnem em si uma potência que é, ao mesmo tempo, tanto descriadora, pois desmontam as regras hierárquico-eufêmicas, quanto, conseqüentemente, criadora, por possibilitarem uma nova ordenação: “É dever da sociedade”, diz Benjamin a respeito dos “dejetos lingüísticos”, nos quais inclui a linguagem obscena, “colocar estes processos naturais – para não dizer profanos – na vida da linguagem a seu serviço como forças naturais. Assim como as cascatas de Niágara alimentam estações de energia, do mesmo modo, a queda torrencial da linguagem na forma de sujeira e vulgaridade pode ser usada como uma potente fonte de energia para dirigir o dínamo do ato criativo”.380 Todavia, adverte Calvino, há um perigo no seu uso descriminado: “As palavras obscenas são expostas, mais que as outras, a um desgaste expressivo e semântico, e nesse sentido acredito que devamos nos preocupar em ‘defendê-las’: defendê- las do uso preguiçoso, apático, indiferente”.381 Ou seja, o seu poder blasfêmico derivaria de uma relação contextual: ao serem usadas constantemente, ao tornarem-se habituais, costumeiras, elas perderiam a sua força. Esta relação de interdependência entre as correntes eufêmicas e as blasfêmicas da linguagem foi analisada por Walker Read em seu artigo sobre An obscenity symbol (a palavra fuck):

se certos objetos são arbitrariamente designados como bodes expiatórios, então pode-se aproximar- se dos restantes sem medo. É por isso que (...) ainda que eles [os bodes expiatórios lingüísticos] raramente ou nunca possam ser externalizados, eles executam uma função para os falantes do inglês padrão ao servir de bodes expiatórios. (...)

379

BENJAMIN, Walter. “A state monopoly on pornography”. p. 72. 380

Ibidem, p. 73. 381

CALVINO, Italo. Assunto encerrado. p. 360. A seguir, Calvino adverte que essa defesa não deve ser excessiva, invocando uma imagem que já nos é familiar: “Naturalmente sem mantê-las sob uma redoma de vidro, ou num ‘parque nacional’, como preciosos cabritos verbais: é preciso que vivam e circulem num ‘habitat’ congenial” (Ibidem, p. 360-361).

Eles canalizam uma certa emoção e, assim, deixam o restante da linguagem livre dela.382 Podemos dizer que o contrário também se aplica: o poder das palavras-tabu existe por estarem fora da cena (ob-scena): ao serem incluídos nela, na linguagem cotidiana, perdem sua capacidade de produzir efeitos contestatórios da hierarquia lingüística. Há uma certa economia entre blasfêmia e eufemia, de modo que Benjamin sugere, para não se “depreciar o valor desta mercadoria excessivamente”, a instauração de “um monopólio estatal da pornografia”, “a socialização desta não-desconsiderável fonte de poder”.383 As palavras obscenas e blasfêmicas, portanto, possuem uma mais-valia que se perde quando são usadas demasiadamente. Ao aparecerem em cena, são, desse modo,

eufemizadas, entram no regime de circulação e comunicação gerido pelo

poder censório.

Talvez nenhum outro romance tenha captado tão bem este processo de eufemização pelo gasto como 1984. Na distopia de George Orwell, o controle das manifestações, do mais leve gesto ou olhar é central: as teletelas, câmeras de vigilância remota e difusores das ordens do poder, estão por todo lugar para detectar possíveis expressões de

crimidéias, idéias criminosas. O objetivo último do regime é a

inexistência mesma de contestação, o que só seria possível por meio de uma transformação da linguagem: “A Revolução se completará quando a língua for perfeita”384, diz um dos personagens. A Novilíngua do regime despótico visa, com os seus contínuos aperfeiçoamentos385,

382

READ, Allen Walker. “An obscenity symbol”. p. 267. 383

BENJAMIN, Walter. “A state monopoly on pornography”. p. 73. 384

ORWELL, George. 1984. p. 53. 385

As constantes reformas da Novilíngua serviam também para dificultar a memória histórica: “Nunca te ocorreu, Winston”, pergunta um personagem ao protagonista, “que por volta do ano de 2050, o mais tardar, não viverá um único ser humano capaz de compreender esta nossa palestra?” (Ibidem, p. 53). De fato, na história recente, uma reforma ortográfica serviu de instrumento censório e de apagamento do passado: “a introdução de um novo sistema ortográfico da língua indonésia, que entrou em vigor em 1972-73”, argumenta Benedict Anderson em um artigo sobre o legado do ditador Hadji Mohamed Suharto, “foi justificada oficialmente como necessária para a abertura de um mercado comum com a Malásia na área editorial. Sua motivação mais profunda, porém, foi estabelecer nítida separação entre o que se escrevia durante a ditadura e tudo o que se escreveu antes dela. Bastava ler o título de um livro, ou de um panfleto, para identificar no ato um esplêndido produto dos tempos modernos ou um derrisório subproduto do sukarnoísmo, do constitucionalismo, da revolução ou

internalizar a censura, estreitando “a gama do pensamento”, e conseguindo, pelo controle da linguagem, o controle político real: “No fim, tornaremos a crimidéia naturalmente impossível, porque não haverá palavras para expressá-la”.386 Como se sabe, o lema do regime oligárquico retratado em 1984 é “Guerra é Paz / Liberdade é Escravidão / Ignorância é Força”, e o Ministério do Amor é o que pratica a tortura. O sentido das palavras se esvazia ao serem referidas a seus antônimos: a eufemização se realiza pela oximorização.

Em um discurso proferido em 1929, Carl Schmitt descrevia a moderna história européia como “A era das neutralizações e despolitizações”. O trajeto da Europa poderia ser acompanhado pela mudança do núcleo de sua “vida espiritual”, que determinaria não apenas o sentido das palavras e dos conceitos, mas também da política (isto é, na teoria política schmittiana, em torno do quê se daria o agrupamento amigo-inimigo, a guerra). Os sucessivos núcleos teriam sido o teológico, o metafísico, o moral e o econômico-técnico, sendo que a passagem de um centro espiritual a outro implicaria a neutralização e a despolitização do anterior (deste modo, por exemplo, quando o teológico deixa de ser o epicentro espiritual nevrálgico europeu, as guerras religiosas se tornam obsoletas). Este “processo da constante neutralização da vida cultural” teria chegado ao fim, diagnosticava Schmitt, “porque ele chegou à técnica”387, neutra por si só, puro instrumento. Não cabe aqui entrar no valor que o jurista alemão atribui a tal fim de partida, um valor positivo, ao contrário do que do período colonial. Qualquer interesse por publicações impressas no antigo sistema se tornava automaticamente suspeito. A mudança foi suficientemente profunda para que a juventude se deixasse convencer de que as ‘velhas’ publicações eram de difícil decifração, portanto, algo com que não valia a pena se ocupar. // O resultado dessa política foi uma espécie de obliteração histórica, de forma que as gerações mais jovens passaram a tomar conhecimento da história de seu país sobretudo por meio das publicações do próprio regime, especialmente em livros didáticos. Nem é preciso dizer que as décadas de luta contra o colonialismo holandês foram quase inteiramente omitidas. A revolução foi rebatizada de ‘Guerra da Independência’, na qual somente os soldados tiveram papel relevante. O período pós-revolucionário de democracia constitucional foi sumariamente excluído como invenção dos políticos, uma imitação servil de costumes ocidentais e não indonésios” (ANDERSON, Benedict. “Suharto sai de cena. Obituário de um tirano medíocre”. Tradução de Hugo Mader. serrote. n. 1. Mar/2009. pp. 89-121; citação na página 115). 386

ORWELL, George. 1984. p. 52. 387

pareceria à primeira vista: na medida em que todas as grandes esferas da vida espiritual foram neutralizadas, o político (em sua plenitude e livre da infestação teológica, metafísica, moral ou econômica) pode, enfim, determinar a definição de quem é amigo e quem é inimigo – um verdadeiro início de partida.388 Tampouco é o lugar de questionar a neutralidade da técnica postulada por Schmitt. O que interessa, nessa investigação, é salientar que, para Schmitt, a neutralização chegara até mesmo à linguagem: a “sugestão de massas da maquinaria psicotécnica” teria provocado um “nevoeiro dos nomes e das palavras”, uma “lei secreta (...) [do] vocabulário”: “hoje a guerra mais terrível se realiza somente em nome da paz, a mais medonha opressão se realiza em nome da liberdade e a mais terrível desumanidade só em nome da humanidade”.389 Porém, o esvaziamento da linguagem (política, a levar em conta os exemplos de Schmitt) é, de fato, de uma novidade do século XX, o século da técnica? Devemos tomar a hipótese com cuidado, dado que – para ficar só na modernidade – já La Boétie ironizava aqueles “que hoje [1548] não fazem mal algum, mesmo importante, sem antes fazer passar algumas palavras bonitas sobre o bem público e a tranqüilidade geral”.390 Com efeito, o ceticismo popular nos ensina, para usar as palavras de Valabrega, que “nunca se escutará dizer que uma medida política foi tomada para o mal dos povos. Então, não podemos deixar de notar com pessimismo que um cuidado total e contínuo do bem do povo só se deixa equiparar pela curva, mais ou menos constante ela também, de suas infelicidades, problemas e catástrofes”.391

Como vimos, o eufemismo caracteriza a linguagem do poder, e a eufemização produzida pela censura sempre acarreta um esvaziamento dos significantes. Entretanto, talvez hoje, na medida em que, com os meios técnicos de comunicação, a esfera da aparência, dos costumes, tenha se intensificado, e que, por outro lado, tal meio seja regido como se fosse um “mercado das idéias”, este processo esteja se agravando na

388

“A técnica não é mais terreno neutro no sentido daquele processo de neutralização, e toda política forte há de se servir dela. Só pode ser portanto algo de provisório, o concebermos o século atual num sentido espiritual como o século técnico. O sentido definitivo só se produzirá quando se mostrar qual espécie de política é suficientemente forte para se apoderar da nova técnica e quais serão os verdadeiros agrupamentos de amigos e inimigos que crescerão neste novo terreno” (Idem). Sabemos a qual era o “sentido definitivo” e a qual política “suficientemente forte” Schmitt exortava.

389 Idem. 390

BOÉTIE, Étienne de La. Discurso da servidão voluntária. p. 28-29. 391

esfera política, e, além disso, transbordando dela. Contemporaneamente, assistimos a uma “superprodução semiótica”392: quando, na modernidade, a linguagem se torna dinheiro, a circulação excessiva de significantes, usados para denotar de modo equivalente (como as moedas) referências as mais díspares, esvazia-os de seu valor singular. Tomemos um exemplo relacionado ao que viemos investigando neste capítulo. Se é verdade que, no plano da teoria política, as democracias parecem caminhar para uma indistinção com os regimes excepcionais (como demonstrou Agamben), isto não quer dizer que não existam diferenças históricas e concretas entre, por exemplo, as ditaduras latino- americanas instauradas a partir da década de 1960 e as atuais democracias da região, de modo que chamar o atual governo argentino de “intraditadura, isto é, o desenvolvimento de um poder ditatorial sobre seus próprios colaboradores ‘dentro’ e não ‘fora’ das instituições democráticas”393, ou afirmar que a ditadura brasileira foi uma “ditabranda”394, pelo baixo número de mortos, constitui um

esvaziamento referencial do termo “ditadura”, bem como a neutralização de sua eficácia. Neste sentido, a eufemização atual pelo

gasto opera em dois fronts: o eufemismo propriamente dito (ditabranda) e o oxímoro (intraditadura). Se a eufemização tanto pela proibição quanto pela substituição criavam uma hierarquia e uma separação entre os bons significantes e o bem-dizer, por um lado, e as palavras obscenas e a blasfêmia, por outro, a eufemização contemporânea pelo gasto e pelo esvaziamento dele decorrente torna, no limite, todos os significantes iguais, equivalentes. Este processo, porém, não é homogêneo e total: as diversas formas de eufemização convivem. No mundo mercantil, em que os significantes, mais do que em qualquer outro campo, são

dinheiro, essa concomitância se deixa ver claramente. De um lado, o uso

de eufemismos aparece como uma prática cada vez mais comum que visa escamotear a hierarquia capitalista da propriedade: o trabalhador é chamado de colaborador, o chefe se torna um líder, o treinamento vira

392

Cf. DURÃO, Fábio Akcelrud. “Da superprodução semiótica: caracterização e implicações estéticas.” Em: DURÃO, Fábio Akcelrud; ZUIN, Antônio; VAZ, Alexandre Fernandes. A indústria cultural hoje. São Paulo: Boitempo, 2008. pp. 39-48.

393

GRONDONA, Mario. “¿Qué es Kirchner, un líder o un dictador?”. La

Nación. Buenos Aires, 23 de novembro de 2008. Grondona, não é demais

lembrar, exerceu o papel de censor. Cf. FERNÁNDEZ, Oscar. “El censor Mariano Grondona”. Tiempo Argentino. Buenos Aires, 3 de janeiro de 2011. 394

“Limites a Chávez” (editorial). Folha de S. Paulo. São Paulo, 17 de fevereiro de 2009.

um desenvolvimento de pessoas, e as demissões passam a ser uma otimização dos recursos humanos. De outro lado, a propaganda não cessa de fazer associações oximóricas: um slogan recente da Coca-cola é, cinicamente,“Viva as diferenças”. Um único produto é exibido como se fosse o signo das diferenças. Em um texto da internacional

situacionista, lemos que “o problema da linguagem é o foco de todas as

lutas pela abolição ou manutenção da atual alienação”395, e que “os conceitos mais corrosivos são (...) esvaziados de seu conteúdo, reenviados à circulação a serviço da alienação conservada: dadaísmo a contrapelo”: “Convertem-se em slogans publicitários”.396 “Os donos do mundo se apoderam dos signos, os neutralizam, os invertem. Revolução é a palavra básica da rotina publicitária”.397 Dito de outro modo: especialmente na propaganda, esse laboratório da linguagem contemporânea, as expressões se eufemizam (têm sua realidade fêmica e eficácia sêmica removidas) pelo gasto, pelo uso excessivo.

Possivelmente, como argumentamos, o processo de eufemização pelo gasto derive do fato de que, no censo moderno em que a expressão se converte em mercadoria, as palavras se tornem moedas, a linguagem se torne dinheiro398: não designam apenas a si mesmas, mas também a equivalência universal. É, portanto, possível postular que, se houve uma estabilidade maior ou menor no plano da linguagem, como havia em relação ao dinheiro no padrão-ouro, hoje, assim como a moeda passou a se volatizar no padrão ouro-dólar e se desregrar completamente com o fim do acordo de Breton Woods (o “Choque Nixon”, em que se pôs fim à convertibilidade do dólar em ouro), a linguagem passa a girar no vazio, pelo seu gasto excessivo sem lastro. Em 1963, os situacionistas argumentavam que “As palavras coexistem com o poder em uma relação análoga àquela que o proletariado (...) pode manter com o poder.

395

internacional situacionista. Textos integrais em castelhano da revista

Internationale Situationniste. (1958-1969). v. 2: La supresión de la política. Internationale Situationniste #7-10. Tradução ao espanhol por Luis Navarro.

Madri: Traficantes de Sueños, 2004. p. 85. 396

Ibidem, p. 216. 397

Ibidem, p. 130. 398

A relação entre linguagem e dinheiro sempre despertou a atenção do pensamento ocidental, a ponto de Marc Shell sugerir que toda teoria da linguagem é uma teoria do dinheiro, e vice-versa, e que a filosofia e a cunhagem de moedas nasceram conjuntamente. Cf. SHELL, Marc. The economy of

literature; e, do mesmo autor, Money, language and thought: literary and philosophic economies from medieval to the modern era. Baltimore: John

Empregadas durante quase todo o tempo, utilizados em jornada completa, em todo seu sentido e em todo seu não-sentido, seguem sendo em algum aspecto radicalmente estranhas”. Hoje, o diagnóstico soa ainda mais atual, ainda que talvez o problema não consista tanto no estranhamento entre as palavras e as coisas, constitutiva à linguagem, quanto na forma mercantil pela qual se produz uma identificação (temporária que seja) a partir desse estranhamento, em que a censura parece prescindir de si mesma. A censura, como argumentamos, é a medida político-moral que estabelece e regula o regime de passagem pelo hiato entre o ser e o aparecer – uma cisão que é ontológica, mas que pode ser controlada e vigiada pelo poder. O problema, desse modo, não é a cisão em si, mas a forma pela qual ela é dirigida: no caso moderno, pela sua conversão na divisão privado-público, que, ao contrário de estabelecer uma fronteira nítida entre os dois âmbitos, possibilita a passagem regulada de um a outro. A tarefa contemporânea não seria, portanto, a de pensar uma forma de conjunção de ambos que dissipasse o estranhamento (algo que todos os censos, mesmo o moderno, propiciam), mas sim a de pensar o que significa experimentar

6. “Alma exterior”

“Moral é apenas linguagem de signos, sintomatologia (...) As morais não passam de uma semiótica dos afetos.”

(Friedrich Nietzsche)

6.1. Em 1882, Machado de Assis publica um de seus mais densos

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