distribuições lineares, superficiais e volumétricas de carga O potencial definido na Eq.4.13 é nulo para pontos infinitamente
Exercício 6.2 Considere cargas positivas e negativas movendo‐se
6.3 Densidade de corrente, lei de Ohm, condutividade, resistência e resistividade
Em um condutor em equilíbrio estático o campo elétrico no interior do mesmo é zero. Quando o condutor não está em equilíbrio passa a existir um campo elétrico não nulo no inteior do condutor.
Considere, novamente, o condutor da Figura 6.1, com área de seção reta e transportando uma corrente . A densidade de corrente no condutor é definida como a corrente por unidade de área. Como a corrente , Eq. (6.5), a densidade de corrente é
6.6 onde é expresso em unidades SI de amperes por metro quadrado. A expressão (6.6) é válida apenas se a densidade de corrente é uniforme e apenas se a superfície com área de secção reta A é perpendicular à direção da corrente.
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Figura 6.5 Um condutor com secção reta uniforme. A densidade de corrente é
uniforme através de qualquer seção reta, e o campo elétrico é constante ao longo do comprimento.
A densidade de corrente e um campo elétrico são estabelecidos em um condutor se uma diferença de potencial é mantida através do condutor. Em alguns materiais, a densidade de corrente é proporcional ao campo elétrico
6.7 A constante de proporcionalidade é chamada a condutividade do condutor. Materiais que obedecem a Eq. (6.7) são ditos obedecer a lei
de Ohm:
Para muitos materiais (incluindo a maioria dos metais), a razão da densidade de corrente para o campo elétrico é uma constante que é independente do campo elétrico que produz a corrente.
Materiais que obedecem a lei de Ohm e, portanto, apresentam esta relação simples entre E e J são ditos ôhmicos. Experimentalmente, contudo, determina‐se que nem todos materiais possuem esta propriedade. Materiais e dispositivos que não obedecem a lei de Ohm são ditos não‐ôhmicos. A lei de Ohm é uma relação empírica, válida apenas para certos materiais.
É interessante determinarmos uma equação que seja útil em aplicações práticas da lei de Ohm. Considere um segmento de fio reto de área seccional reta A e comprimento como mostrado na figura 6.5. Uma diferença de potencial é mantida através do fio,
99
Exemplo Resolvido 6.3
criando no mesmo campo elétrico e corrente. Se o campo é suposto uniforme, a diferença de potencial está relacionada ao campo através da equação ∆ 6.8 Portanto, podemos expressar a densidade de corrente no fio como ∆ 6.9 Como ⁄ , a diferença de potencial através do fio é ∆ 6.10 A quantidade ⁄ é chamada a resistência do condutor. Podemos definir a resistência como a razão da diferença de potencial, através de um condutor, e a corrente no condutor: ∆ 6.11 A unidade no sistema internacional SI para resistência é volt por
ampere. Um volt por ampere é definido como um ohm 1Ω 1 1 O inverso da condutividade é a resistividade : 1 6.12 onde é expresso nas unidade ohm‐metro (Ω · ). Como ⁄ , podemos expressar a resistência de um bloco de material uniforme ao longo do comprimento como
6.13
Calcule a resistência de um cilindro de alumínio que tem comprimento de 10,0 cm e área seccional reta de 2,00 10 . Repita o cálculo para um cilindro com as mesmas dimensões e feita de vidro tendo resistividade de 3,0 10 Ω · .
100
Solução
Fazendo uso da Equação (6.12) e da tabela 6.1, podemos calcular a resistência do cilindro de alumínio da seguinte forma: 2,82 10 Ω · 0,100 2,00 10 1,41 10 Ω De forma análoga para o vidro determinamos que 3,0 10 Ω · 0,100 2,00 10 1,5 10 Ω Como podemos observar a grande diferença entre estes cálculos se deve a resistividade. As resistências de cilindros identicamente definidos de alumínio e vidro diferem muito: a resistência do cilindro vítreo é 18 ordens de grandeza maior em magnitude que aquela do cilindro de alumínio.
Tabela 6.1 resistividade de alguns materiais
Resistividades e coeficientes de temperatura da resistividade para vários materiais
Material Resistividade(a)
( · Coeficiente de resistividade(b) com a temperatura Prata 1,59 10 3,8 10 Cobre 1,7 10 3,9 10 Ouro 2,44 10 3,4 10 Alumínio 2,82 10 3,9 10 Tungstênio 5,6 10 4,5 10 Ferro 10 10 5,0 10 Platina 11 10 3,92 10 chumbo 22 10 3,9 10 Níquel‐cromo 1,50 10 0,4 10 Carbono 3,5 10 0,5 10 Germânio 0,46 48 10 Silicio 640 75 10 Vidro 1,59 10 Ebonite 1,59 10 Enxofre 1,59 10 Quartzo (fundido) 1,59 10 a Todos os valores a 200C b Veja seção 6.4
c Liga de níquel‐cromo, comumente usada em dispositivos de aquecimento
101
Exemplo Resolvido 6.4
(a) Calcule a resistência por unidade de comprimento de um fio de níquel‐cromo de calibre 22, que possui um raio de 0,321 .
(b) Se uma diferença de potencial de 10 é mantida através do comprimento de 1,0 do fio de níquel‐cromo, qual é a corrente no fio? Solução A área seccional reta deste fio é 0,321 10 3,24 10 A resistividade do níquel‐cromo (veja tabela 6.1) é de 1,5 10 Ω · m. Assim, podemos usar a Equação (6.13) para determinar a resistência por unidade de comprimento 1,5 10 Ω · m 3,24 10 4,6 Ω m⁄ Como o comprimento de 1,0 m deste fio possui uma resistência de 4,6 Ω, a Equação (6.11) resulta em ∆ 10 4,6 Ω 2,2
Observe da tabela 6.1 que a resistividade do fio de níquel‐cromo é aproximadamente 100 vezes aquela do cobre. Um fio de cobre com o mesmo raio teria uma resistência por unidade de comprimento de apenas 0,052 Ω m⁄ .
Devido a sua alta resistividade e sua resistência à oxidação, a liga níquel‐cromo é freqüentemente usada como dispositivo de aquecimento em torradeira, ferro de engomar e aquecedores elétricos.
Cabos coaxiais são usados extensivamente para televisão a cabo e outras aplicações eletrônicas. Um cabo coaxial consiste de dois condutores cilíndricos concêntricos. A região entre os condutores é completamente preenchida com silício, como mostrado na Figura 6.6, e
102
Figura 6.6 Cabo coaxial (a) Com o espaço entre os dois condutores preenchido com silício (b) Visão das extremidades, mostrando o vazamento de corrente.
o vazamento de corrente através do silício, na direção radial, é algo indesejado. (O cabo é projetado para conduzir corrente ao longo do seu comprimento – esta não é a corrente que estamos considerando aqui.) O raio interno do condutor é 0,500 , o raio externo é 1,75 e o comprimento é 15,0 . Calcule a resistência do silício entre os dois condutores.
Solução
Neste tipo de problema devemos dividir o objeto, cuja resistência está sendo calculada, em elementos concêntricos de espessura infinitesimal , veja Figura 6.6 (b). Iniciamos usando a forma diferencial da Equação (6.13), trocando o comprimento por como a distância variável: ⁄ , onde é a resistência de um elemento de silício de espessura e área superficial . Neste exemplo, consideraremos como nosso elemento concêntrico representativo um cilindro oco de silício de raio , espessura , e comprimento , como mostrado na Figura 6.6. Qualquer corrente que passe do condutor interno para o externo deve passar radialmente através deste elemento concêntrico, e a área através do qual esta corrente passa é 2 . (Esta é área superficial curvada – circunferência multiplicada pelo comprimento – do nosso cilindro oco de silício de espessura .) Daí, podemos escrever a resistência do cilindro oco de silício como
103
2
Como desejamos saber a resistência total através da espessura inteira do silício, devemos integrar esta expressão de a :
2 2 ln
b a
Substituindo nos valores dados, e usando 640 Ω · m para o silício, obtemos 640 Ω · m 2 0,150 ln 1,75 cm 0,500 cm 851 Ω