PARTE III PROJETO DESENVOLVIDO – “RETRATOS”
Capítulo 7 – CARATERIZAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA
7.1. Descrição e Análise das Turmas.
A Unidade Didática foi aplicada em duas turmas do 7º ano do Ensino Básico. A Turma 7º-3ª, constituída por 28 alunos de ambos os sexos, têm idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos, excetuando dois alunos (um de 14 anos e outro de 15 anos). Identifica-se um equilíbrio na sua constituição relativamente ao sexo, bem como ao número de alunos retidos, 13 são do sexo feminino e 14 do sexo masculino, destes 3 rapazes repetem o ano conjuntamente com 2 raparigas. Até final do ano letivo a turma não sofreu alterações na sua composição.
Por outro lado a Turma 7º-4ª, inicialmente composta de 30 alunos, 14 raparigas e 16 rapazes, sofreu alterações no final do 1º período, com a transferência de um aluno. Ao contrário da anterior, esta além de ter mais alunos apresenta também um maior desequilíbrio entre eles. Os alunos retidos são em número superior - 4 raparigas e 2 rapazes, atestando-se igual desigualdade relativamente às idades, que variam entre os 12 e os 15 anos.
A maior parte dos alunos, em ambas as turmas, tem um aproveitamento baixo registado no número de notas negativas no final dos Períodos, estas são predominantes com Português e Matemática. Relativamente ao comportamento, ele é claramente negativo, reunindo vários alunos bastantes participações disciplinares Esse facto, levou os Diretores de Turma a recomendarem estratégias, determinadas no reforço do cumprimento das regras disciplinares.
Apesar de todas estas situações condicionantes, no final do ano letivo a avaliação global da disciplina de Educação Visual, e especialmente nos trabalhos propostos na UD, seria muito positivo. Não obstante as diferenças comportamentais entre ambas as turmas, também não se verificou uniformidade entre aproveitamento e comportamento, pois no final do ano letivo, uma das alunas da turma mais agitada viria a integrar o “Quadro de Excelência” da escola.
98 7.2. Planificação das Atividades.
Os Objetivos.
Analisados os objetivos propostos nas metas curriculares, houve a preocupação de os cumprir, de modo que fossem abordadas e devidamente consolidadas todas as matérias.
Estabeleceram-se assim, os seguintes objetivos gerais a concretizar:
Domínio da Técnica - T7
Diferenciar materiais básicos de desenho técnico na representação e criação de formas
Conhecer formas geométricas no âmbito dos elementos da representação. Dominar a aquisição de conhecimento geométrico.
Domínio da Representação - R7
Dominar instrumentos de registo, materiais e técnicas de representação. Reconhecer o papel do desenho expressivo na representação de formas. Dominar tipologias de desenho expressivo.
Domínio do Discurso - D7
Dominar tipologias de discurso geométrico bi e tridimensional.
As Competências.
Assegurados os objetivos a cumprir, ponderou-se ser adequado catalogar as competências em três categorias distintas:
Desenvolvimento da perceção e da sensibilidade estética.
Desenvolvimento da criatividade e da capacidade de comunicação. Aperfeiçoamento na utilização dos conteúdos aprendidos.
Assim, e seguindo a linha condutora das competências desejadas, houve a preocupação de explicar os meios que permitam percecionar a realidade com objetividade, de forma a poderem apreciar não só a qualidade expressiva dos seus
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trabalhos como os dos seus colegas, compreendendo de forma implícita os aspetos evidentes da relação forma/função.
Considerando as características dos alunos, durante a UD verificou-se a necessidade de desenvolver valores estético-pessoais através da observação e reflexão sobre trabalhos relacionados com o tema, sempre com a finalidade de enriquecer a sensibilidade estética perante as diferentes manifestações artísticas que foram sendo abordadas.
A finalidade deste processo era incentivar a capacidade de cada um para exprimir criativamente as suas ideias, selecionando os processos, os materiais e as técnicas mais adequadas. A capacidade de observação exata das características fundamentais das figuras, e da sua posição relativamente ao espaço envolvente, aplicando-lhes simetrias, transformações ou rotações, viria a identificar-se na maneira como cada um foi capaz de criar ideias alternativas, utilizando para isso os conhecimentos aprendidos (Apêndice D).
Os Conteúdos.
A inter-relação entre todos os elementos visuais é fundamental para a compreensão dos conteúdos a lecionar. Assim, e para poderem adquirir as competências acima referidas, os conteúdos foram empregues seguindo a planificação do AEFN, para esse ano letivo.
A abordagem do tema foi orientada para a representação da forma no campo visual existente, assimilando as qualidades formais, geométricas e expressivas da mesma. Organizando o espaço-forma e a figura-fundo como elementos principais da comunicação e dando especial atenção a recursos como, o ponto, a linha, o plano ou o volume.
Estes serviram, simultaneamente, para a compreensão dos códigos socialmente convencionados e dos outros resultantes das experiências pessoais e culturais. A certificação da relevância da imagem na comunicação visual, da utilidade dos materiais usados, das cores escolhidas ou do ambiente envolvente, contribuíram para que os trabalhos apresentados fossem o reflexo resultante das aprendizagens realizadas.
100 As Atividades.
Após se ter realizado a análise prévia do desempenho dos alunos, a proposta inicial para a concretização do projeto apontou para a utilização de diapositivos elucidativos do trabalho a realizar (Apêndice E). Esta ação decorreu como continuidade do trabalho desenvolvido em parceria com a professora cooperante e serviria também para se identificarem futuras situações problemáticas e adequar os processos pré-definidos. Este modelo verificar-se-ia ter servido para resolver a maioria das dificuldades e completar a comunicação verbal e visual necessária.
A utilização e o conhecimento dos códigos visuais apropriados seria confirmada na revelação de autonomia e do conhecimento pessoal que os alunos exibiram no final da UD. Simultaneamente, foram realizados trabalhos de pesquisa em grupo, com recurso a livros facultados pela estagiária e que serviriam de inspiração e treino para os futuros trabalhos.
Depois destes procedimentos concluídos, e reorganizado o espaço de trabalho que apresentava uma disposição desadequada, iniciar-se-iam as tarefas propostas nos primeiros exercícios planeados pela estagiária (Apêndice B), e cuja finalidade pretendia que os alunos obtivessem referências culturais e estéticas consistentes. Ao desenvolverem desta maneira a perceção multicultural, explorando diferentes formas e técnicas, eram estimulados na procura de formatos expressivos e comunicacionais personalizados.
Todas estas atividades tiveram o cuidado de respeitar as instruções da planificação trimestral para a disciplina de EV, no ano letivo 2015/2016, publicada pelo AEFN (Anexo I). Neste documento prescrevem-se dois grandes blocos temáticos:
Desenho Expressivo e Autorretrato, os quais serviram de suporte para a planificação
da UD.
Todas estas as atividades foram concebidas para desenvolver competências no desenho expressivo das formas, e na interpretação proporcionada do rosto. Do retrato real para o surreal, reconhecendo a geometrização constante nos mesmos, foi o percurso seguido, promovendo a consequente desmaterialização realizada após os exercícios de simplificação (Apêndice D).
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