• Nenhum resultado encontrado

Descrição e Análise das Aulas Lecionadas.

PARTE III PROJETO DESENVOLVIDO – “RETRATOS”

Capítulo 7 – CARATERIZAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

7.4. Descrição e Análise das Aulas Lecionadas.

A duração estabelecida para a prática de ensino supervisionado27 acabaria por ser excedida, para que pudessem ser cumpridos os objetivos e as tarefas propostas. Este facto relacionou-se diretamente com a necessidade de consolidação de estratégias e procedimentos a isso necessário. Citando Sternberg “People need time to understand a problem and to see it around. If children are asked to think creatively, they need time to do it well.” (Sternberg, 2008, p.17-18)

Inicialmente planeada, planificada e calendarizada para decorrer durante o 2º período letivo, ocupando 12 aulas de 90 minutos, acabaria por ser iniciada no final do 1º Período, prosseguindo durante todo o 2º Período, e concluída no início do último período devido à calendarização de uma Visita de Estudo à paisagem geológica da região de Sintra e Cascais Mencionando de novo Sternberg, “Most creative insights do not happen in a rush.” (Sternberg, 2008, p.17).

Assim, e seguindo a sequência iniciada pela professora cooperante, foi introduzido o primeiro exercício fundamentado nas proporções reais entre as diferentes partes do rosto, utilizando a identificação e construção do mesmo segundo a estrutura do óvulo ou da oval (Apêndice G). Esta tarefa foi apoiada por um

27 “Orientações para o desenvolvimento e elaboração do relatório da prática de ensino supervisionada.”, Universidade de

103

enunciado escrito, e prolongou-se até à interrupção das férias do Natal.

Durante esta fase conseguiu-se que todos os alunos aplicassem no trabalho os conceitos anteriormente aprendidos e apesar de alguns não terem ficado satisfeitos com o resultado essas variações refletem o comportamento das turmas, reconhecido pelos seus alunos durante as autoavaliações finais.

As primeiras aulas do 2º Período foram dedicadas a evidenciar as principais diferenças entre retratos e autorretratos, empregando-se visualizações de filmes e de Power Points alusivos à temática (Anexo M). Esta ação pretendeu dotar os alunos de literacia visual apropriada para utilizarem em trabalhos futuros, procurando analisar a qualidade expressiva desses retratos e autorretratos, compreendendo a relação entre forma e função. Durante esta tarefa foi visível a relação de confiança e de proximidade entre os alunos e a professora estagiária. Refira-se que a sua participação desde o início do ano, cúmplice com o franco e confiante relacionamento com a professora cooperante, foi essencial na confiança e clareza que se verificou durante toda a UD, tendo em conta a exígua carga horária atribuída à disciplina: 90 minutos semanais.

Depois desta fase, mais expositiva mas sempre com intervenções dos alunos foram realizados trabalhos práticos, com o objetivo de aplicar os conceitos e os objetivos até aqui lecionados. No decorrer desta fase propôs-se a construção individual dos próprios retratos, utilizando representações surrealistas com recurso à introdução de elementos alusivos à personalidade de cada um (Apêndice H). Esta proposta seria expressa com recurso a um enunciado verbal, assistido por uma apresentação gráfica, devido ao facto de no exercício anterior se ter utilizado um formato escrito, ainda desconhecido dos alunos. Assim, e considerando que o enunciado deve marcar o início para o qual se prevê um fim, muitos alunos não conseguiram concluir esse trajeto no primeiro exercício proposto.

Com a necessidade de auxiliar a maioria dos alunos na “descodificação” dos enunciados, e citando Cabau “a partir do momento em que o enunciado é comunicado e incorporado por quem o vai executar, ele deixa de pertencer exclusivamente aquele que o apresentou.” (Cabau, 2009, p.34). A metodologia seguinte foi propor a utilização desse formato, intercalando com o formato verbal, pretendendo autonomizar os alunos nas diferentes tarefas.

104

Realizaram-se entretanto exercícios debatendo os objetivos e os conteúdos definidos pela planificação do AEFN. Todos eles cumpririam a ligação entre o retrato real e o autorretrato, transformando-o através da identificação geométrica mas não perdendo a importância da sua representação. Para se concretizar este exercício, reforçou-se a aprendizagem recorrendo não só ao enunciado como também a uma apresentação (Apêndice I). Neste exercício foi entregue a cada aluno um suporte próprio para a sua realização, pretendendo com esta proposta formal que os alunos se familiarizassem com a forma protocolar da avaliação do ensino artístico (Apêndice

J).

Na etapa seguinte, e após a representação geométrica do retrato pessoal, foi sugerido a utilização de igual processo de simplificação geométrica por nivelamento de uma figura conhecida por todos – Pablo Picasso. Neste processo de simplificação, era exigido que após a conclusão do trabalho se conseguisse reconhecer o pintor

(Apêndice K). Para este exercício foram novamente dadas instruções verbais e

utilizada uma metodologia de proximidade entre estagiária-aluno.

Por último, e depois de compreendido o processo de geometrização e de simplificação foi novamente utilizada a apresentação de Power Points explicativos do trabalho final, para melhor compreensão do mesmo (Apêndice L) Então, e para finalizar a UD solicitou-se aos alunos que usando os elementos empregues no processo de transfiguração geométrica do autorretrato que realizaram no Exercício 3, efetuassem a “explosão” desses elementos de modo à obtenção de uma composição visual equilibrada. Esta ação pretendeu dotar os alunos da compreensão “dos elementos construtivos, que agregados cumprem uma função de reciprocidade e coexistência.”28 Apesar de se terem utilizado dois recursos (apresentação e enunciado) esta foi a tarefa mais difícil de ultrapassar pois os alunos não possuíam o conceito espacial de abstração necessário à sua conclusão, mas, apesar desse facto, neste exercício alcançaram-se resultados realmente originais e criativos (Apêndice

M)

Depois de concluída a UD, e ao expor os trabalhos individuais na sala de aula, os seus autores manifestaram admiração e espanto na qualidade dos mesmos, e na originalidade expressa nos trabalhos dos colegas (Apêndice N).

105

7.5. Avaliação e Reflexão sobre o Desenvolvimento das Atividades