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O DESENVOLVIMENTO DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO BÁSICO (1° E 2° CICLOS)

Helder Soares da Costa Paulo Sarmento Pinto Raquel Antunes Scartezini

Introdução

O Timor-Leste alcançou sua independência em 1999. Em 2002, após o período de transição conduzido pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi estabelecida a constituição da República Democrática de Timor-Leste. O texto constitucional estabeleceu como língua oficial da nação o português e o tétum. O tétum, língua nativa timorense de origem austronésia, exerce a função de língua franca na região apresentando duas variantes: tétum-praça, falado na capital Díli e tétum-téric, falado no interior. As famílias das línguas austronésias não têm a tradição da escrita, ou seja, são conhecidas apenas na e pela oralidade e são mantidas a partir da memória do povo, de acordo com Bormann e Silveira (2007: 2). Segundo Bolina (2005), a distribuição das línguas por falante se dá da seguinte forma: o tétum é falado por 85% da população, uma vez que, em cada cinco pessoas, quatro falam tétum; a segunda língua mais falada é a bahasa indonésia (malaia) por cerca de 15% da população; e de cada vinte timorenses, apenas um fala a língua portuguesa, grande parte dos falantes do português está inserida na população mais idosa.

De acordo com o Census of Population and Housing 2004, atualmente, não é possível determinar o número de falantes de língua portuguesa em Timor-Leste porque existem neste país distintos censos realizados por organizações internacionais com diferentes ideologias e diferentes atitudes políticas sobre a língua portuguesa. Segundo o Plano Nacional de Desenvolvimento de Timor-Leste (2002), podemos conferir que a língua portuguesa é entendida por cerca de 7% da população, apenas 3% consegue falar o inglês, além de um número significativo de 60% de analfabetismo. No entanto, o uso da língua portuguesa é limitado a situações formais como: educação nas escolas, nas universidades e atividades legais. Esses fatos acabam por tornar o processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa em Timor-Leste diferente das demais situações de ex-colônias portuguesas, principalmente por haver uma imbricações identitária e cultural em relação ao português, assim como um número reduzido de falantes e de professores capacitados para o ensino dessa língua.

O ensino da língua portuguesa em Timor-Leste enfrenta uma série de dificuldades pelos professores na educação sistemática.

As principais delas são: poucos professores de língua portuguesa timorenses; falta de planejamento do governo para o desenvolvimento linguístico de Timor-Leste; colisão de ideologias tanto dos professores quanto dos alunos; ensino de diferentes variáveis da língua portuguesa; as metodologias de ensino utilizadas pelos professores, por vezes, reduzem o sucesso do processo de ensino-aprendizagem e, por fim, a falta de infraestrutura necessária para melhorar o trabalho de professores e alunos (ALBUQUERQUE, 2010).

Os problemas mencionados acima estão sendo enfrentados a partir da implantação do projeto de reintrodução da língua portuguesa em Timor-Leste, mas muitos problemas ainda persistem. Sobre a ausência de planejamento linguístico do governo Timor-Leste e o choque de ideologias, deve-se ao fato de que o processo de independência de Timor acabou por separar culturalmente alguns grupos com interesses divergentes. Assim, há governantes que comprometem o planejamento linguístico em relação ao português, assim como professores que são adeptos da língua portuguesa.

104 Objetivo do Estudo

Orientou a elaboração deste trabalho acadêmico um objetivo de caráter geral: analisar os problemas enfrentados pelos professores no ensino da língua portuguesa no 3o, 4o, 5o e 6oanos (1o e 2o ciclos) e gestores do Ensino Básico da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli, e identificar como os programas de formação continuada podem contribuir na superação destes.

Esse objetivo geral desdobrou-se em três objetivos específicos: 1) identificar as dificuldades enfrentadas pelos professores e gestores no processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa no 3o, 4o, 5o e 6oanos (1o e 2o ciclos) do Ensino Básico da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli; 2) analisar as dificuldades dos alunos no processo de aprendizagem da língua portuguesa no 3o, 4o, 5o e 6oanos (1o e 2o ciclos) do Ensino Básico da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli; e 3) avaliar se a formação continuada auxilia os professores a resolver estes problemas.

Metodologia de Investigação

Essa pesquisa investiga as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa do 3o, 4o, 5o e 6o anos do Ensino Básico da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli, bem como refletir se a formação continuada que auxilia os professores a resolver estes problemas. Esta escola, localiza-se no subdistrito Don-Aleixo e distrito de Dili. Neste suco a população é proveniente de diferentes distritos.

As opiniões e representações em causa foram geradas a partir da aplicação de entrevistas aos professores de língua portuguesa do 3o, 4o, 5o e 6o anos, coordenador da Escola e os alunos 5o e 6o anos da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli.

No desenvolvimento do estudo, dados produzidos a partir de entrevistas serão apresentados. A unidade do estudo será assegurada pela consideração da formação dos professores enquanto fenômeno social, dotado de uma significação específica.

Método de Recolha de Dados

A entrevista é uma maneira de recolher dados através do contato direto entre o entrevistador e o entrevistado numa situação de comunicação e interação, existido efetivamente uma interação direta entre o investigador e o investigado. Os entrevistados foram selecionados a partir de informações-chaves, como referem Goetz e LeCompte (1988: 218), ou seja, a sua seleção residiu no fato de estes poderem prestar informações válidas, não desconsiderando o fato de qualquer opinião é dada de acordo com a própria interpretação de cada indivíduo. O guião de entrevista para professores da disciplina de língua portuguesa é constituído por dez perguntas; o guião para o coordenador da escola, sete perguntas; e o dos alunos por quatro perguntas. Tais entrevistas pretendem perceber as formações dadas na disciplina de língua portuguesa durante o processo do ensino de aprendizagem na sala de aula. Foram aplicadas entrevistas ao coordenador da escola, quatro professores de língua portuguesa e três alunos da Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli durante o primeiro semestre do ano letivo de 2015. No total foram realizadas oito entrevistas, tendo sido atribuído a todas um código em função da ordem cronológica com que se realizam, a saber: E01, E02, E03, E04, e assim sucessivamente; a qual permite identificar cada entrevista com maior rapidez, estando a esse número associado o entrevistado, a data da entrevista e o horário.

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Tabela 1. Mapa das entrevistas realizadas (Fonte: Original elaborado pelos autores) Código Data e hora Entrevistado

E01 27-01-2015 -10H00/10H30 Professor da Língua Portuguesa no3oano. E02 27-01-2015-11H00/11H30 Professor da Língua Portuguesa no 4oano.

E03 27-01-2015-13H00/13H30 Professor da Língua Portuguesa no 5oano. E04 27-01-2015-14H00/14H30 Professor da Língua Portuguesa no 6oano.

E06 28-01-2015-13H00/13H30 Aluno 5oano E07 28-01-2015-14H00/14H30 Aluno 6oano E08 28-01-2015-15H00/15H30 Aluno 6oano

E05 29-01-2015-10H00/10H30 Coordenador da Escola

População e Amostra

Fazem parte da amostra dessa investigação: quatro professores de língua portuguesa que ministram aulas do 3o ao 6o anos do Ensino Básico; três alunos representantes dos alunos do 5o e 6o anos; e o coordenador da Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli. No total compuseram a amostra desse estudo oito sujeitos.

Tabela2. Amostra da investigação (Fonte: Original elaborado pelos autores)

Participante (s) Quantidade

Coordenador 1

Professor da disciplina Língua Portuguesa – 3o ano do Ensino Básico 1 Professor da disciplina Língua Portuguesa – 4o ano do Ensino Básico 1 Professor da disciplina Língua Portuguesa – 5o ano do Ensino Básico 1 Professor da disciplina Língua Portuguesa – 6o ano do Ensino Básico 1 Representantes dos alunos do 5o ano do Ensino Básico 1 Representantes dos alunos do 6o ano do Ensino Básico 2

Total 8

Análise dos Dados Recolhidos

As entrevistas com o coordenador da escola e os professores da disciplina de língua portuguesa buscavam saber as ideias desses profissionais sobre processo de ensino e aprendizagem dessa língua em sala de aula e as propostas de formação continuada que auxiliam os professores no ensino dessa disciplina. As entrevistas com alunos procuravam conhecer as impressões e opiniões dos alunos sobre as aula de língua portuguesa em suas turmas e também o processo de aprendizagem no dia a dia.

A análise das perguntas são apresentadas pela ordem a que foram formuladas considerando também a ausência de respostas, casos em que os entrevistados não se mantiveram no assunto e respostas que não correspondiam às perguntas. Cabe resultar que as diferentes línguas e a dificuldade dos entrevistados na compreensão e domínio da língua portuguesa interferiram na compreensão das perguntas e foi necessário estabelecer um diálogo com os entrevistas em sua feita da transcrição por parte do entrevistador.

Em cada relatório de entrevista, são apresentados dados pessoais dos entrevistados com o objetivo de identificar elementos como: o sexo, habilitação literária e idade dos participantes. Também são apresentados dados da turma que cada professor leciona (ano e número de alunos). Os relatórios de cada uma das entrevistas realizadas são apresentados a seguir.

106 Análise das Concepções dos E01, E02, E03 e E04 E01

O entrevistado 01 é do sexo masculino, tem 55 anos de idade, possui formação pela Sekolah Pendidikan Guru (SPG) obtida ainda no tempo da ocupação indonésia. Trabalha na Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli com a docência de língua portuguesa para uma turma de 3º ano do Ensino Básico que conta com 60 alunos.

Sobre os métodos e estratégias que o professor utiliza no processo ensino e aprendizagem da língua portuguesa com sua turma, o E01 afirmou que baseando-se na implementação o currículo novo, o processo de ensino e aprendizagem está centrado no aluno e, por isso, métodos flexível.

A respeito das dificuldades enfrentadas pelo professor no ensino da língua portuguesa em sua turma, o docente afirmou que ele enfrenta dificuldades relacionadas ao número de alunos por turma do Ensino Básico, em torno de 50 a 60 alunos.

Relacionado sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem da língua portuguesa o E01 afirma que o principal desafio que enfrenta é relacionado à compreensão dos alunos em língua portuguesa que, na sua opinião, ainda é mínima. Para que os alunos possam melhorar o domínio dessa língua, esse docente exige sempre que os alunos falem em língua portuguesa na sala de aula. O E01 afirma que avalia as aprendizagens dos alunos a partir de um processo de avaliação somativa e formativa. Relativamente à formação continuada dos professores da língua portuguesa, o E01 afirmou que, em sua escola, ainda não houve formação específica dessa área. Portanto, quando questionado sobre as últimas atividades de formação continuada dos professores da língua portuguesa e o conteúdo destas, esse professor considerou que não poderia responder a questão já que ainda não houve formação especializada em língua portuguesa.

Quando questionado se a formação continuada dos professores poderia ajudar os professores a resolver os problemas enfrentados em sala de aula, o docente considerou que não poderia dar essa resposta porque ele nunca teve esse tipo de formação. O entrevistado destacou que é necessário haver formações especializadas em cada área e assim capacitar os professores.

E02

O entrevistado E02 é do sexo masculino, tem 58 anos de idade, possui formação pelo PROFEP- TIMOR obtida no período de independência de Timor-Leste. Trabalha na Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli lecionando aulas de língua portuguesa para uma turma de 4º ano do Ensino Básico, com 62 alunos.

Sobre os métodos e estratégias utilizados no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa com sua turma, o E02 afirmou que o seu ensino é sempre centrado no aluno e que utiliza o método flexível. Quanto às dificuldades enfrentadas pelo docente no ensino de língua portuguesa em sua turma, o E02 afirmou que a maior dificuldade por ele enfrentada é a quantidade de 62 alunos em sala.

Relacionado às dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem da língua portuguesa o entrevistado afirma que a compreensão dos alunos do português ainda é mínima. Para os alunos melhorarem o domínio dessa língua, o professor afirmou que exige para que os alunos falem em língua portuguesa na sala de aula. O entrevistado ainda informou que realiza a avaliação somativa e a avaliação formativa.

Relativamente à formação continuada dos professores da língua portuguesa, o E02 afirmou que, em sua escola, ainda não houve formação específica dessa área. Portanto, quando questionado sobre as últimas atividades de formação continuada dos professores da língua portuguesa e o conteúdo destas, esse professor considerou que não poderia responder já que ainda não houve formação especializada nessa área.

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Quando questionado se a formação continuada dos professores poderia ajudar os professores a resolver os problemas enfrentados por ele em sala de aula, esse docente também considerou que não poderia dar essa resposta porque ele nunca teve esse tipo de formação. O E02 também destacou que é necessário haver formações especializadas em cada área e assim capacitar os professores.

E03

O entrevistado E03 é do sexo masculino, tem 50 anos de idade, possui formação Bacharelato em Educação obtido no período de independência de Timor-Leste. Trabalha na Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli dando aulas de língua portuguesa para uma turma de 5o ano do Ensino Básico que conta com 55 Alunos. Relativamente sobre os métodos e estratégia que o professor utiliza no processo ensino e aprendizagem da língua portuguesa com sua turma, o E03 afirmou que utiliza o método flexível e que o seu ensino está sempre centrado no aluno. Explica que esse método pode ser o de perguntas e respostas e também o método expositivo: o professor escreve no quadro e explica. De acordo com o docente, é isso que se aplica na sua escola.

Sobre as dificuldades enfrentadas pelo professor no ensino de língua portuguesa em sua turma, o entrevistado também afirma que o excesso de alunos dificulta o ensino para os professores na sala de aula. Em relação às dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem da língua portuguesa o E03também diz que a compreensão dos alunos da língua portuguesa ainda é mínima. Para os alunos melhorarem o domínio do português, esse professor diz que, no seu ponto de vista, o docente tem de explicar claramente em língua portuguesa aos alunos em sala de aula. Se o professor fala ou explica em português, os alunos também podem compreender.

Sobre a avaliação do processo de ensino aprendizagem desenvolvido junto aos alunos o E03 afirmou que na sua turma ele faz avaliação somativa, e também avalia a participação dos alunos na sala de aula e o aproveitamento dos mesmos. Relativamente à formação continuada oferecida aos professores da língua portuguesa, o docente afirmou que ainda não há cursos específicos dessa área, mas que já participou de outros cursos (de ética dos professores e metodologia). O entrevistado sugeriu que os líderes e intelectuais de Timor-Leste devem promover mais formações especializadas em cada área, assim os professores poderão ensinar com boa qualidade e para futuro da nação.

E04

O entrevistado E04 é do sexo masculino, tem 65 anos de idade, possui Bacharelato em Educação obtido no período da independência de Timor-Leste. Trabalha na escola como professor de língua portuguesa de turma de 6o ano, do Ensino Básico, com 55 alunos. O entrevistado afirmou que costuma utilizar o método de autonomia, isto é, flexível, porque o ensino aprendizagem é sempre centrado no aluno. Em relação às dificuldades enfrentadas no ensino da língua portuguesa em sua turma, o professor afirmou que a maior dificuldade que encontra é o número elevado de alunos em cada turma, porque em médio são 45 a 60 alunos em cada turma.

Relacionado às dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de ensino aprendizagem da língua portuguesa, o E04 afirma que a principal dificuldade dos alunos no 6o ano é que do 1o até 5o ano do Ensino Básico não são habituados a falar a língua portuguesa durante as aulas, porque os professores sempre utilizam a segunda língua nacional, a língua tétum, na introdução da matéria. Quando chegam ao 6o ano do Ensino Básico, a dificuldade é maior na compreensão da língua portuguesa. Para os alunos melhorarem o domínio da língua portuguesa o professor acredita que deve habituar a comunicar-se com os seus alunos na língua portuguesa. Também considera importante diminuir o número de alunos e sugere a quantidade de 35 a 40 alunos para cada turma.

Sobre o processo de avaliação, o docente afirma que utiliza avaliação somativa e avaliação formativa e sempre busca a colaboração dos outros professores da escola. Em relação à formação continuada, o E04 afirmou que ainda não houve formação específica para os professores melhorarem o seu trabalho no

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ensino da língua portuguesa. As primeiras formações tinham como objetivo a reintegração no regime de carreiras. Nas formações seguintes foram privilegiados os métodos pedagógicos do ensino.

Sobre como a formação continuada dos professores para resolver os problemas enfrentados na sala de aula, o entrevistado afirmou que é necessário haver sempre formação, principalmente nas áreas específicas (língua portuguesa, matemática e estudo do meio). Por último, o E04 sugere que para os alunos melhorarem a sua aprendizagem da língua portuguesa, os professores devem comunicar-se em língua portuguesa com seus alunos em sala de aula.

Análise das Concepções do E05

O entrevistado E05 é o coordenador da escola, que avalia o trabalho dos professores através do plano diário e observe os materiais didáticos que serão usados para conhecer melhor metodologia que é utilizada pelo professor. Com relação às dificuldades que os professores enfrentam no processo do ensino da língua portuguesa, o coordenador apresentou diferentes dificuldades como falta de materiais didáticos, de biblioteca e de livros produzidos pelo Ministério.

Considera como desvantagem enfrentada pelos docentes o fato de os alunos serem plurilíngues o que torna difícil de produzir alguns palavras corretas. Como vantagem, o E05 acha que os alunos compreenderam bem a língua na parte escrita e nos conhecimentos explícitos. Para melhorar as competências dos professores no ensino da língua portuguesa o E05 afirmou que, na sua opinião, os professores precisariam melhorar o método de ensino para atrair os alunos no processo letivo, quanto aos docentes, seria necessário e motivar a participação em diferentes formações para obterem qualidade do ensino na escola.

Questionado se a Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli promove algum tipo de formação continuada aos professores da língua portuguesa, o E05 afirmou que no ano 2012 até 2014 todos os professores frequentaram o curso sobre o processo de aprendizagem. Ele ainda afirmou que nesta escola não há atividade, mas que todos os professores participam na atividade de formação no Centro de Ensino Básico. O entrevistado ainda informou que as últimas formações que os professores frequentaram foi o Bacharelato no final do ano 2014.

Análise das Concepções dos E06, E07, e E08 E06

O entrevistado E06 é do sexo feminino, tem 10 anos de idade, estuda na Escola Básica Filial 12 de Outubro - Díli no 5o ano do Ensino Básico. Em relação às aulas de língua portuguesa, o E06 disse que, na sua escola, do 1o até 6o ano, os professores utilizam nas suas aulas a língua portuguesa e a língua tétum. Questionado se acha fácil aprender a comunicar em língua portuguesa, esse aluno disse que acha fácil a comunicação e compreensão, mas era difícil a conversação com os seus amigos. Sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos na aprendizagem da língua portuguesa, o E06 disse que a principal delas é a falta de dicionários.

E07

O entrevistado E07 é do sexo feminino, tem 11 anos de idade, estuda na Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli no 6o ano do Ensino Básico. Esse aluno disse que tem aulas de língua portuguesa duas vezes por semanas. Afirmou que o professor utiliza a língua portuguesa na sala de aula. O E07 diz que acha fácil aprender e se comunicar em português. Sobre as dificuldades que os alunos enfrentam para aprender e usar a língua portuguesa, esse entrevistado afirmou que as dificuldades consistem na pronúncia dos verbos e na compreensão dos regras gramaticas, etc.

109 E08

O entrevistado E08 é do sexo feminino, tem 11 anos de idade, estuda na Escola Básica Filial 12 de Outubro – Díli no 6o ano do Ensino Básico. Com relação às aulas de língua portuguesa, ela afirmou que o professor fala em que português e os alunos também. Se os alunos têm dificuldades, os professores traduzem para tétum. O E08 disse que acha fácil aprender e se comunicar com a língua portuguesa. Sobre as dificuldades que os alunos enfrentam para aprender e usar essa língua, o entrevistado afirmou que também tem dificuldade de colocar os verbos no tempo correto.

Triangulação das Concepções dos Entrevistados

Os docentes, quando questionados sobre as suas dificuldades no ensino da língua portuguesa em sua turma, todos os professores E01, E02, E03 e E04 dificulta o aprendizado afirmam que ―o número elevado de alunos em suas turmas (de 45 a 60 alunos)‖.O E05, ainda aponta outras dificuldades enfrentadas pelos professores: ―a falta de materiais didáticos, de biblioteca e de livros produzidos pelo Ministério‖.

Os entrevistados E01, E02 e E03 afirmam que ―o principal desafio que enfrentam em sala de aula está relacionado à compreensão dos alunos em língua portuguesa que, em suas opiniões, ainda é mínima‖. Para os entrevistados E01 e E02, declaram que ―para resolver esse problema seria exigir aos alunos falarem em língua portuguesa em sala de aula‖. Do ponto de vista do E03, ―o professor tem que explicar

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