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Performance Chão de Fábrica

5.3.2 Dinâmica de Aplicação do Método

5.3.2.3 Dinâmica Final

Apresentada as mudanças feitas na dinâmica piloto de aplicação do método passa-se então para a apresentação do modelo final de aplicação que vem a compor o método de diagnóstico proposto.

A dinâmica final de aplicação foi desenvolvida para que os resultados apurados na pesquisa obtenham a acurácia necessária e, de fato, forneçam o apoio suficiente para que o planejamento do processo de implantação de novas práticas da ME na empresa seja realizada de forma coerente e voltada para as reais necessidades encontradas naquele exato momento. Na Figura 5.13 é apresentado os sete passos que compõem este modelo da dinâmica final de aplicação do método. A seguir, cada um dos passos é comentado em detalhes.

Figura 5.13- Dinâmica final de aplicação do Método.

Os passos iniciais de formação do GIM e treinamento continuaram praticamente como foi proposto na dinâmica piloto, a única mudança diz respeito ao tempo total de execução do segundo passo, de treinamento, que teve sua duração reduzida para um máximo de 2 horas. Esta redução foi naturalmente atingida em virtude de melhorias no material utilizado, assim como, da experiência ganha com as aplicações. Os demais passos já explicados a seguir:

3° Passo – A execução deste passo em paralelo ao 4° passo foi uma das mudanças realizadas. De acordo com a mudança, o agente externo se separa do grupo para realizar uma visita ao ambiente fabril. Em paralelo, os integrantes do GIM estarão realizando o 4° passo,

Etapa 2

1° Passo Formação GIM

3° Passo

Pré-consenso Visita Fabril 4° Passo

5° Passo Consenso final 6° Passo Preparação resultados 7° Passo Discussão resultados 2° Passo Treinamento Após 1° contato Manhã – 10:15 > 12:15 Tarde – 13:00 > 14:00 Tarde – 14:00 > 16:00 Tarde – 16:00 > 18:00 Manhã – 8:00 > 10:00 Etapa 3 Etapa 1

sendo assim, a visita deve ser conduzida por alguém que não esteja participando do GIM. A função é checar o estado atual do sistema produtivo a fim de criar subsídios para esclarecer dúvidas ou incoerências possíveis, referentes à nota dada para os indicadores, durante a etapa de pré-consenso, e a realidade constatada pelo agente externo durante a visita fabril. Essa visita in loco ao chão-de-fábrica continua tendo importância crucial no sentido de arrecadar evidências para uma execução eficaz do 5° passo, de consenso final, diminuindo a possibilidade de pontuações equivocadas. Na proposta piloto pretendia-se que todo o grupo participasse da visita, no entanto isto se mostrou quase que inviável na prática, além de ser pouco produtivo. Desta forma optou-se por aproveitar o grupo formado e focar na avaliação dos indicadores deixando a visita apenas para o agente externo.

4° Passo – A introdução deste passo também faz parte das mudanças realizadas. Durante este passo os integrantes do GIM devem providenciar os dados e informações necessárias para responder corretamente as questões levantadas na pontuação dos indicadores. A partir desses levantamentos cada um dos indicadores específicos é pontuado pelos representantes do GIM. Após a pontuação dos indicadores específicos, o grupo, reunido, deverá estabelecer uma discussão no sentido de pontuar os indicadores gerais da empresa, aqueles que são válidos para todas as etapas produtivas. Cada qual estará analisando os indicadores sob o ponto de vista de sua função, ou setor do qual faz parte, até chegar a um pré-consenso comum de todos os indicadores.

5° Passo – A partir da realização do pré-consenso e da visitação da fábrica pelo agente externo, tem-se um último consenso e finalização da pontuação para cada um dos 34 indicadores. Durante este passo os pontos discordantes entre os integrantes do GIM são novamente consensados, agora com a participação do agente externo, assim como, os pontos sem discordância são repassados e confirmados com o mesmo até se chegar a uma pontuação aceita por todos integrantes do GIM para cada um dos 34 indicadores. As polêmicas geradas pelos diferentes pontos de vista presentes devem ser aproveitadas no sentido de esclarecer questões duvidosas referentes ao real desempenho dos indicadores em estudo. Nesse sentido, as evidências físicas percebidas durante a visita in loco, assim como os argumentos sustentados pelos integrantes do GIM, são a base para a avaliação final do indicador em questão. Assim como na dinâmica piloto o bom senso continua sendo condição básica para o desenvolvimento dos trabalhos. Importante destacar que o processo de aprendizado e reflexão comum, desencadeado pela seqüência de discussões realizadas até este passo, acaba por gerar

um clima de motivação favorável a mudanças e que deve ser aproveitado no sentido de encaminhar ações pertinentes para tratar pontos críticos levantados.

6° Passo – Este passo já existia na dinâmica piloto, onde os resultados de avaliação dos indicadores são tabulados pelo agente externo e os gráficos são preparados para compor o relatório final. A diferença está na velocidade com que os dados são tabulados e o relatório final da aplicação é preparado. Como já colocado, as ferramentas de apoio desenvolvidas permitiram agilizar esse passo para uma duração máxima de até 2 horas.

7° Passo – Esta é a última inovação em relação à dinâmica piloto. Neste passo, todos os integrantes do GIM são convidados a participar da apresentação e discussão dos resultados. Além destes, outras pessoas que não participaram do trabalho, de coleta de dados e consenso dos valores para cada indicador, podem e devem estar presentes neste momento, em especial os integrantes da alta administração. O material preparado pelo agente externo é então apresentado na forma de slides, dando-se ênfase à discussão daqueles que foram apontados como os pontos deficientes do sistema produtivo estudado, no intuito de esclarecer qual o caminho que resta a empresa percorrer para que a mesma tenha as condições internas necessárias para o estabelecimento de um sistema produtivo enxuto e mais eficiente.

Cabe destacar que a apresentação final dos resultados surgiu como um passo importante e oportuno no sentido de, aproveitando-se o clima favorável estabelecido pelas discussões, desencadear um planejamento organizado para implantação de melhorias na empresa. Confirma-se a função principal do método de apoiar o processo de planejamento, respeitando-se as limitações encontradas em cada uma das etapas produtivas, assim como, gerando credibilidade através de implantações bem sucedidas.

Dentre as cinco aplicações realizadas, esta dinâmica final foi aplicada nas duas últimas, confirmando a validação desta forma de conduzir o método de diagnóstico. A seguir, são apresentadas as considerações finais deste capítulo.

5.4 – Considerações finais do capítulo

Este capítulo apresentou a proposta do método de diagnóstico voltado para identificação do grau de desenvolvimento de aspectos internos da empresa que, direta ou indiretamente, estão relacionados com a dinâmica de planejamento, programação e controle

da produção das empresas no sentido de viabilizar a posterior implantação de novas ferramentas e conceitos da ME em empresas pertencentes ao segmento da indústria têxtil.

De acordo com a ordem na qual o capítulo foi estruturado, inicialmente apresentou-se o contexto maior no qual o método está inserido, ilustrado na Figura 5.1., seguiu-se com a apresentação das quatro variáveis de pesquisa levantadas, ressaltando-se a relevância de cada uma delas para o estudo realizado. Neste item ainda foram apresentados os indicadores de práticas e os indicadores de performance que compõem o instrumento de coleta de dados do método. Para a variável demanda foi verificado um total de oito indicadores, para produto foi verificado um total de oito indicadores, para PCP foi verificado um total de dez indicadores e para chão-de-fábrica foram observados oito indicadores, totalizando 34 indicadores. A seguir, as etapas que compõem o método (preparação, investigação, e interpretação), mostradas na Figura 5.6, foram detalhadas individualmente. Na etapa inicial de Preparação, ressalta-se a formação do Grupo de Investigação da Manufatura (GIM) e o os treinamentos necessários para fornecer as condições adequadas de trabalho. Na etapa de Investigação, a ser realizada sob quatro variáveis de pesquisa principais (demanda, produto,

PCP e chão-de-fábrica), ressalta-se a apresentação da forma do instrumento de coleta de

dados a ser usado nas aplicações, assim como, a forma de consolidação dos valores individuais dos indicadores levantados em índices parciais para cada uma das variáveis de pesquisa estudadas, e posteriormente em valores de índices gerais que representam o resultado final da etapa produtiva avaliada. Na última etapa, a Interpretação, ressaltam-se os tipos de gráfico e forma de leitura dos mesmos, utilizados para se proceder as análises dos resultados alcançados, quais sejam: gráfico Práticas X Performance, gráfico radar e gráfico de barras. Após a apresentação da estrutura do método foram apresentados os aspectos relacionados com a dinâmica de aplicação deste, sendo que a principio é mostrada a dinâmica piloto de aplicação, seguindo-se com o processo de evolução desta até chegar ao modelo da dinâmica final de aplicação que compõem este método.

No próximo capítulo, são feitas as colocações sobre a experiência de aplicação do método em cinco empresas catarinenses. Ressalta-se a apresentação dos resultados das aplicações realizadas como forma de validação tanto do método, quanto da dinâmica de aplicação deste.