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Performance Chão de Fábrica

5.3.2 Dinâmica de Aplicação do Método

5.3.2.1 Dinâmica Piloto

Inicialmente foi estabelecido uma dinâmica piloto de aplicação, a qual foi apresentada durante a etapa de qualificação desta tese. Durante as aplicações conduzidas neste trabalho, esta proposta inicial foi utilizada na íntegra nas duas primeiras aplicações. Tais aplicações foram importantes para identificar as reais necessidades do ponto de vista do processo de aplicação do método, o que permitiu realizar mudanças nesta dinâmica piloto refinando-a até chegar ao modelo de dinâmica final para a correta aplicação do método. Na Figura 5.12 é apresentada a dinâmica piloto de aplicação do método.

Figura 5.12 Dinâmica de Aplicação Piloto.

De acordo com esta dinâmica piloto proposta, a aplicação do diagnóstico foi distribuída em cinco passos divididos em dois dias de trabalho, como ilustrado pela Figura 5.12. Até o final do primeiro dia eram executados os três primeiros passos e os últimos dois passos ficavam para o segundo encontro. Cada um dos passos é detalhado a seguir:

1° Passo – Este passo começa a ser executado logo após o contato inicial do agente externo com a empresa. Neste primeiro contato o agente externo repassa um material de apoio chamado de Manual de Aplicação, no Apêndice B, contendo: processo de aplicação do método, cronograma dos encontros e forma de avaliação dos indicadores. Segundo o manual, deve-se primeiramente definir quem será o Líder do GIM, como sugerido no item 5.3.1.1, o gerente de PCP pode ser um bom nome para tal função. Definido o responsável pela liderança do grupo, passa-se para a escolha dos demais integrantes. É interessante que estejam presentes no grupo integrantes dos setores que interagem diretamente com a manufatura da etapa produtiva avaliada. Não há limites para o número de integrantes. No entanto, um grupo muito

4° Passo Consenso 5° Passo Preparação Relatório Final Manhã – 09:00 > 12:00h Tarde – 13:00 > 16:00h 2° Dia Após 1° contato Tarde – 13:00 > 16:00h 1° Dia Manhã – 09:00 > 12:00h 1° Passo Formação GIM 2° Passo Treinamento 3° Passo Visita Fabril

grande torna o trabalho pouco produtivo, em contrapartida um grupo muito pequeno torna as avaliações limitadas, sendo assim, um grupo entre 5 e 8 integrantes é visto como um tamanho adequado para o desenvolvimento dos trabalhos.

2° Passo – Na manhã do primeiro encontro, tem-se a aplicação dos treinamentos, com uma duração máxima de 3 horas, indicando a finalização da preparação, ou seja, da primeira etapa do método. O treinamento é proferido pelo agente externo e tem como objetivo, além de apresentar a forma de aplicação do método de diagnóstico, solidificar os conceitos relacionados à ME daqueles que assumirão o papel de avaliador integrante do GIM. Para este grupo, não basta somente compreender o funcionamento de um sistema produtivo enxuto, mas também saber avaliar como é o desempenho dos processos internos, em relação aos aspectos específicos ligados à gestão deste sistema produtivo, levando-se em consideração as particularidades presentes no ambiente da indústria têxtil.

3° Passo – Na tarde do primeiro encontro, com uma duração de até 3 horas, é realizada a visitação ao ambiente fabril. A intenção é que, de preferência, todo o grupo faça a visita, sabe-se que, possivelmente, nem todos integrantes do grupo poderão participar, em função de disponibilidade de tempo. No entanto, é desejável que o maior número possível de integrantes participe, pois mesmo sendo pessoas que já trabalham na empresa, esta visita vem a revelar como o sistema produtivo está funcionando no momento. A função é esclarecer, antecipadamente, possíveis dúvidas ou informações desatualizadas que eventualmente essas pessoas possam ter, em função de trabalharem em setores diferentes da etapa produtiva avaliada. A visita in loco ao chão-de-fábrica é crucial no sentido de arrecadar evidências para o passo seguinte de consenso da pontuação dos indicadores.

4° Passo – Este passo já é executado no segundo encontro, uma semana após o primeiro. Durante o intervalo entre os encontros, os integrantes do GIM devem levantar as informações necessárias para avaliar os indicadores. Na manhã do segundo encontro tem-se o consenso da avaliação final de cada um dos indicadores. Esta é o passo mais importante de toda a dinâmica proposta, quando efetivamente os pontos levantados nas quatro variáveis de pesquisa são cuidadosamente avaliados pelos integrantes do GIM. As polêmicas geradas pelos diferentes pontos de vista presentes devem ser aproveitadas no sentido de esclarecer pontos duvidosos referentes ao real desempenho dos pontos em estudo. Nesse sentido, as evidências físicas apontadas durante a visita in loco, assim como os argumentos sustentados pelos integrantes do GIM servirão de base para a avaliação final do indicador em questão. É importante ressaltar que o bom senso sempre deve estar presente como condição básica para o

desenvolvimento dos trabalhos. Nos casos em que não há um consenso final por parte dos avaliadores integrantes do grupo, o agente externo deverá assumir a posição de decisor final para fazer valer seu amplo conhecimento nos assuntos envolvidos.

5° Passo - Na tarde do segundo dia de trabalho tem-se a aplicação da etapa final do método, a etapa de interpretação. Durante este passo, os resultados de avaliação dos indicadores são tabulados pelo agente externo e os gráficos são preparados para compor o material referente ao relatório final de aplicação do método. Este relatório, com caráter gerencial, deve conter: a relação dos integrantes do grupo de investigação da manufatura, a lista dos indicadores avaliados com suas respectivas notas de avaliação e os gráficos desenhados com os resultados. As informações contidas neste documento servem de base para que a etapa de planejamento do processo de implantação de novas práticas dentro da empresa possa ser realizada de forma coerente e, portanto, equacionando os recursos disponíveis, naquele momento, da melhor maneira possível, visando sanar as necessidades correntes.